sábado, 9 de dezembro de 2006

PC ou Note?

A dúvida da Clarice e do Cornélio é de interesse geral, até porque as lojas estão coalhadas de ofertas de computadores. Mas uma boa escolha não envolve apenas pesquisar preços e condições de pagamento: a despeito do considerável barateamento verificado nos últimos meses, PC e notebooks ainda são equipamentos caros, principalmente se levarmos em conta as condições sócio-econômicas dos usuários tupiniquins. Não é difícil encontrar modelos de mesa (desktops) por menos de mil reais, e portáteis pelo dobro desse valor. Isso é bem mais barato do que era um ano atrás, mas ainda não tão barato a ponto de permitir ao usuário trocar seu equipamento a cada seis meses (o que seria até desejável, mercê a rapidez com que a evolução tecnológica substitui produtos de ponta por modelos ainda mais avançados).
A questão é que esses aparelhos tendem a ficar obsoletos (e desvalorizados) ao cabo de pouco tempo de uso, e os modelos de entrada de linha geralmente vêm de fábrica divorciados da realidade e das exigencias dos softwares de última geração. Sistemas como o Windows XP (e o Vista, principalmente) são bastante exigentes, e um PC de 1000 reais dificilmente oferecerá uma base sólida para rodá-los. Então, a menos que você queira revisitar o passado (usar versões 98 ou ME do Windows) ou experimentar o Starter Edition, o FreeDos ou uma distribuição Linux qualquer, comprar um troço desses pode não ser uma boa ideia.
E o mesmo vale para os notes de 2000 reais - anunciados por alguns lojistas como a maravilha das maravilhas. Nesse caso, a coisa é ainda mais complicada, porque os portáteis oferecem possibilidades de expansibilidade bastante limitadas. Tirando o upgrade de memória (que geralmente é fácil de implementar, embora a um custo bem maior do que nos desktops), o usuário acaba mantendo a configuração de fábrica até o final da vida útil do equipamento. Ainda assim, um laptop é um simbolo de "status" (e muito gostoso de usar).
Cada caso é um caso, evidentemente, mas quem dispõe de uns 3.000 reais, por exemplo, já pode pensar num PC de mesa com uma configuração bastante interessante (CPU dual core, 1024 MB de RAM e HD SATA de mais de 100 GB, sem falar num bem vindo gravador de DVDs). Já um note com recursos equivalentes dificilmente custará menos de 6.000 reais (no mercado formal, com nota fiscal e garantia).
Via de regra, notebooks são mais interessantes para usuários que realmente precisam de portabilidade e mobilidade (quem viaja com frequência, leva consigo dados e programas, e usa conexões sem fio em aeroportos e cybercafés). Todavia, se você costuma ir bem além do processamento de texto e das planilhas de cálculo, dos programas de e-mail e da navegação na Web (e gosta de games pesados, tratamento de imagens e edição de músicas e vídeos, por exemplo), deve escolher um bom desktop. Claro que há portáteis capazes de substituir tranquilamente um desktop, mas eles costumam custar caro, e talvez não valha a pena você investir pesado apenas para se livrar daquela incomodativa macarronada de cabos e fios.