segunda-feira, 3 de novembro de 2008

O melhor entre os melhores...

As perguntas deixadas pela Roberta nas postagens da última semana (especialmente na de segunda-feira passada) me levaram a dedicar o post de hoje a algumas considerações que reputo interessantes. A escolha do “melhor processador” – ou do “melhor computador”, ou do “melhor produto”, seja ele qual for – envolve diversos aspectos subjetivos que devem ser levados em consta, dentre os quais o perfil personalíssimo de cada usuário e as aplicações pretendidas.
Veja que um automóvel “popular” pode atender as necessidades de alguém que rode sozinho no trânsito urbano, mas a falta de espaço e de potência desses carrinhos (afinal, quem gosta de motorzinho é dentista) certamente infernizará a vida de um casal com quatro filhos que viaje para o litoral todo final de semana (especialmente na hora de subir a serra). Resguardadas as devidas proporções, esse mesmo raciocínio vale para um computador – ou para um processador, que é o componente suscitado pela Roberta em seus comentários.
Quem acompanha meus modestos escritos desde os tempos do saudoso Curso Dinâmico de Hardware deve estar lembrado da analogia entre o PC e a orquestra, onde o processador faz o papel do maestro. Nesse caso, se os demais integrantes do grupo não forem competentes, a apresentação deixará a desejar, inobstante a excelência do regente, ao passo que bons músicos podem até compensar (ou disfarçar) as limitações de um maestro chinfrim. Assim, não basta um processador de ponta para fazer de sua máquina “um avião”. Por melhor que seja a CPU, a performance global do sistema ficará prejudicada se não houver contrapartida dos demais componentes, notadamente da placa-mãe, das memórias e do disco rígido.
Feitas essas ponderações, passemos ao que interessa: há cerca de um ano e meio, quando do meu último upgrade de hardware, eu optei por uma CPU Intel Pentium D (dual core) de 3.4 GHz – que, embora inferior aos chips Core2Duo – muito caros, naquela época –, me serviu e continua servido satisfatoriamente. Hoje, todavia, o contexto mudou (a despeito da crise econômica mundial, cuja poeira ainda não assentou), e já é possível encontrar máquinas de grife (ou realizar uma integração caseira) com chips quad-core por valores acessíveis (conforme as possibilidades de cada usuário, porque esse também é um aspecto subjetivo e personalíssimo).
A título de ilustração, o Intel Core 2 Extreme QX9650 (de quatro núcleos) atende os usuários mais exigentes, que desejam e/ou precisam de uma máquina com configuração de topo de linha para rodar aplicações pesadas, games e ferramentas de virtualização. Nessa mesma linha, o Phenom 9900, da AMD, custa menos da metade do preço e apresenta desempenho semelhante ao do concorrente, apesar de ter clock e cache inferiores – e de não ser compatível com memórias DDR3, aspecto que restringe as possibilidades de futuros upgrades. Já para quem quer gastar menos, o Phenom X3 8750, de 2.4 GHz, pode ser uma boa opção (esse processador de três núcleos da AMD oferece desempenho superior ao de um dual-core por preço bem inferior ao de um quad-core).
Abraços a todos e até mais ler.