quinta-feira, 18 de junho de 2009

De volta à banda larga pela tomada

Aqui pelas nossas bandas, o acesso rápido à Internet ainda é restrito a uma minoria da população – não só devido ao alto preço do serviço, mas também a dificuldades técnicas que inviabilizam sua oferta em grande parte do território nacional. Entretanto, uma “nova” tecnologia (PLC) deve abrir o leque de opções dos brasileiros já no final deste ano, em vista do que é possível (e desejável) que empresas como a Telefonica, por exemplo, revejam suas prioridades e se preocupem em servir melhor seus clientes (vide postagem da última segunda-feira).
Atualmente, a posição das “Teles” é bastante confortável; a maioria esmagadora dos usuários de banda larga tupiniquins utiliza seus serviços, até por falta de alternativa. Mas há muito que se descobriu que dados e eletricidade podem compartilhar o mesmo meio físico (utilizando faixas de freqüência diferentes), e essa solução – amplamente difundida em países como Estados Unidos, Espanha, França, Índia e China – pode alcançar consumidores potenciais que não são atendidos pelas modalidades “convencionais” (DSL, cabo, radiofreqüência, satélite e 3G). Isso sem mencionar que a infra-estrutura necessária para a disponibilização do sinal (a própria rede elétrica) já está instalada, e tem penetração bem maior do que a de telefonia e muuuuuuuuuito maior do que a de TV a cabo.
Uma vez operacional, essa nova modalidade de conexão exigirá somente que o interessado plugue um modem específico a qualquer tomada da casa para transformá-la num ponto de acesso à Internet. E como esse modem é portátil (seu formato e dimensões são semelhantes às de um carregador de bateria de celular), ele poderá ser facilmente trocado de tomada, proporcionando uma flexibilidade que não existe no acesso a cabo ou por telefone.
Por outro lado, como a rede elétrica é compartilhada entre os usuários, a velocidade de conexão será tanto menor quanto maior for o número de pessoas conectadas ao mesmo tempo. Além disso, o sinal pode sofrer interferências de outros aparelhos ligados à rede elétrica – um chuveiro ou um secador de cabelos, por exemplo –, embora esse problema deva ser minimizado mediante a utilização de filtros específicos. Por enquanto, nem a Eletropaulo nem a Copel (companhia elétrica do Paraná, que também vai oferecer esse serviço) sabem quais serão as velocidades e os preços para esse tipo de conexão.
Para finalizar, vale lembrar que cada tecnologia de conexão em banda larga tem vantagens e desvantagens em relação às demais:
- Na ADSL (como é o caso do Speedy), você precisa ter uma linha telefônica fixa, e as taxas de upload são sempre menores do que as de download;
- A conexão via cabo dispensa o telefone, já que o sinal chega por meio das redes de TV por assinatura, mas a banda é compartilhada entre os usuários e a velocidade não é constante, podendo diminuir consideravelmente nos horários de pico;
- Na conexão por radiofreqüência, é comum ocorrerem reduções de velocidade devido a variações meteorológicas, bem como interferências na conexão decorrentes de “barreiras” entre as antenas;
- A conexão por satélite tem como ponto alto a disponibilidade em qualquer região, mas os preços da antena e do serviço são elevados e o sistema apresenta um indesejável “delay” na comunicação, dificultando atividades que exigem respostas rápidas, como jogos on-line;
- A 3G dispensa fios e cabeamentos, já que é disponibilizada pelas operadoras de telefonia celular, mas o serviço é caro, a cobertura é restrita e a velocidade pode cair quando a conexão é utilizada em movimento (como em carros, ônibus, etc.).
Um bom dia a todos.

EM TEMPO: Parece que não se pode mesmo elogiar: quando eu comentei, na última segunda-feira, que as intermitências do Speedy nem de longe se comparavam ao calvário que enfrentei enquanto cliente da Neovia, não imaginava que a Dona Telefonica fosse repetir a dose também nos dias seguintes. Embora seja louvável sua iniciativa de não cobrar pelo serviço nos períodos em que ele ficou inacessível, a empresa deveria mais é tomar providências para que anormalidades dessa natureza não voltassem a ocorrer tão freqüentemente (nesta semana, ainda não escapou um dia!).