segunda-feira, 8 de novembro de 2010

De volta ao circo...

Odeio retomar esse assunto – afinal, o segundo turno das eleições presidenciais já confirmou o que as pesquisas previam, e a candidata da situação obteve votos mais do que suficientes para se consagrar sucessora de seu mentor e principal cabo eleitoral. No entanto, comentários lamentáveis como os que foram publicados no Twitter por uma estudante de direito (tipo “nordestino não é gente; faça um favor a SP: mate um nordestino afogado) levaram alguns leitores – daqui e das postagens que eu publico às sextas e aos domingos no Blog da Cátia – a misturar estações. Para quem não ficou satisfeito com o resultado das urnas, vale lembrar o que disse Roberto Pompeu de Toledo na revista Veja (edição 2.189): “O Brasil tem de continuar, e, se para a esmagadora maioria dos brasileiros não dá para cair fora dele; vamos ter todos de seguir coabitando neste paisão tolo, imaturo, injusto, mas também com boas perspectivas e mais aberto do que a média para a convivência de gente diferente”.
Embora eu tenha vivido parte da minha infância e toda a adolescência num regime de exceção, acho que a pior das democracias ainda é melhor do que a melhor das ditaduras. No entanto, se a liberdade nos concede o direito de expressar livremente nossas opiniões, ela também nos impõe a obrigação de respeitar a opinião dos outros, ainda que discordemos delas.
Não me considero preconceituoso ou racista por dizer que não vivemos num país de primeiro mundo, que nosso povo não seja politizado e que nosso presidente esteja longe de ser um estadista (populista, talvez; aculturado exótico, com certeza). Respeito o resultado das urnas, conquanto me cause espécie saber que mais da metade dos cento e trinta e tantos milhões de eleitores achou por bem perpetuar o lulopetismo, a despeito dos escândalos e roubalheiras amplamente divulgados pelos meios de comunicação. E se boa parte dos votos que elegeram Dilma provém da região nordeste, isso não significa que descalabros que tais não ocorram também aqui no sudeste. Prova disso é a eleição do cearense Tiririca, palhaço de circo supostamente analfabeto, que ainda assim foi o deputado federal mais votado do Brasil (valha-nos Deus!).

Observação: É curioso ver que determinadas “facetas” dos candidatos polarizam o voto do eleitorado. Marina Silva, por exemplo, obteve um número expressivo de votos dos evangélicos pelo simples fato de ser evangélica. Aí eu me pergunto: e daí? Fosse ela espírita, macumbeira ou judia ortodoxa, teria melhores (ou piores) condições de governar o país? Até que ponto a religião, o estado civil, a orientação sexual, a raça, o sexo, a cor da pele e outros detalhes de somenos importância fazem diferença? Depois, eu é que sou preconceituso!     

Confesso que já pensei em rasgar minha coleção da revista VEJA e deletar do meu HD todos os episódios de corrupção, desmandos e maracutaias que venho colecionando nestes últimos oito anos. Mas como não tenho vocação para avestruz (enterrar a cabeça na areia não é o meu forte), vou assoviando “Florentina de Jesus” e publicando minhas humildes postagens sobre tecnologia da informação. Talvez assim eu não perca mais nenhum dos meus poucos (mas fiéis) seguidores.
Bom dia a todos e até amanhã, se Deus quiser.