sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Humor de sexta-feira, lógica portuguesa e outros que tais


De vez em quando alguém cai de pau no nosso humor de sexta-feira, talvez por não perceber que o propósito desses momentos de descontração seja divertir, e não afrontar ou ofender.
Eu não crio as piadas, apenas as reproduzo (sempre evitando cruzar a linha entre a brincadeira inocente e o humor pejorativo e de mau gosto), de modo que não me cabe entrar no mérito da (suposta) burrice das loiras, da malícia dos papagaios, da preguiça dos baianos, da malemolência dos mineiros, da rivalidade entre paulistas e cariocas, da sexualidade dos clérigos, da corrupção dos políticos, ou da orientação sexual de quem quer que seja. Ademais, suprimir anedotas tidas como “politicamente incorretas” seria como decretar a lei do silêncio em botequins, festas de aniversários, batizados, churrascadas e afins.
As tirinhas do ASTERIX mostram que nos tempos da antiga Roma que os povos colonizados já se valiam do deboche como instrumento de vingança – hábito que perdura até os nosso dias, como comprovam as anedotas de ingleses contadas na Austrália, de franceses no Canadá e de portugueses aqui no Brasil. No entanto, a “ingenuidade” atribuída aos lusitanos é na verdade uma questão de lógica distorcida pela ótica tupiniquim  ou por outra, os patrícios são mais literais, o que não raro da margem a situações hilárias como as que eu transcrevo a seguir:

Ao perguntar ao balconista português se a livraria fechava aos sábados, o brasileiro recebeu a seguinte resposta:
- Não, senhor, ela fecha às 19 horas da sexta-feira e reabre às 8 da manhã da segunda.


No hotel, ele comentou com a camareira o fato de ambas torneiras do chuveiro estarem marcadas com a letra F, e ela respondeu com cara de espanto:
- Ora pois, fria e fervente.


Depois de chorar um desconto pelas camisas, meias e gravatas que havia escolhido na loja de roupas do hotel, vendo o balconista fazer contas intermináveis num bloco de papel, nosso conterrâneo perguntou:
- O senhor não tem calculadora?
- Infelizmente não trabalhamos com electrónicos, cavalheiro.


No trânsito, ele buzinou para o motorista do carro ao lado e disse:
- Porta aberta!
E o português respondeu:
- Não, senhor, só está mal fechada!


No restaurante, depois de examinar o cardápio, o brasileiro pergunta:
-Como vem este filé à moda da casa?
E o garçom:
- Sou eu mesmo que trago.


E já que falamos em preconceito, essa também é muito legal:


Tenham todos um ótimo final de semana.