quarta-feira, 2 de março de 2016

WINDOWS 10 ― ATUALIZAÇÕES

DEPOIS DA NOIVA CASADA, NÃO LHE FALTAM PRETENDENTES.

Nenhum programa de comutador é 100% isento de bugs (erros de programação). A indústria do software reputa “normal” a ocorrência de um bug a cada 10 mil linhas de código, e como os sistemas e programas atuais são monstruosas obras de engenharia computacional, compostos por milhões de linhas (o XP e o Seven têm algo em torno de 40 milhões; o Office 2013, 50 milhões, e o Mac OS X Tiger, quase 90 milhões), basta fazer as contas para entender o tamanho da encrenca.

Observação: Bug significa inseto, mas, no âmbito da computação, é usado como sinônimo de “defeito”, tanto de hardware quanto de software. Essa acepção se deve às frequentes queimas de válvulas provocadas pelas mariposas, que, atraídas pelo calor, invadiam os gigantescos mainframes da pré-história da informática. Aliás, circuitos de placas-mãe e de expansão destruídos por formigas (que buscam abrigo e calor no interior do gabinete) não são exatamente incomuns, mesmo nos dias atuais.

Note que nem todo bug tem a ver com segurança. Alguns são totalmente inócuos, ou então se limitam a causar instabilidades e outros probleminhas de relevância menor, mas muitos deles funcionam como de porta de entrada para malwares e invasões. Por essas e outras, fabricantes de software responsáveis buscam identificar e corrigir os erros existentes em seus produtos, mas a aplicação das atualizações (ou, em certos casos, a migração para uma versão mais recente do programa) é de responsabilidade dos usuários.

Até o início da década passada, quando a conexão discada era a opção primária de acesso à internet para a maioria de nós, garimpar atualizações/correções no site da Microsoft e dos fabricantes dos demais aplicativos era uma tarefa tediosa, demorada, e que não raro tinha de ser executada durante as madrugadas ou em finais de semana, quando a navegação pesava bem menos na conta do telefone. Além disso, muita gente achava que esse procedimento era dispensável, pois “comprometia espaço precioso no disco (naquela época, os HDs usados em PCs ofereciam apenas algumas centenas de megabytes) e impactava negativamente a estabilidade e o desempenho do computador”, quando na verdade ele se destinava a proteger o computador e a incorporar novos recursos e funções ao sistema e aplicativos.

O Windows sempre foi considerado um sistema inseguro, e não sem razão. Quando a edição NT (de New Technology) foi lançada, os adeptos do software livre apelidaram-na maldosamente de “Nice Try” (boa tentativa, numa alusão às inúmeras brechas de segurança que os hackers do mal exploravam alegremente) e de “colcha de retalhos” (devido à profusão de “remendos” que eram incorporados regularmente ao seu código original). No entanto, a grande responsável por essa insegurança era a imensa popularidade do programa, que o tornava um prato cheio para hackers, crackers e assemelhados.

Observação: A despeito do lançamento do Ten em julho passado, o Seven ainda conta com a preferência de quase 50% dos usuários de PC em todo o mundo, enquanto o Linux nem chega a 1,5%. Então, se você fosse criar uma praga digital, por que iria mirar uma plataforma “de nicho”, como o Linux, e atingir alguns milhares de computadores, se, com o mesmo trabalho, pudesse infectar dezenas ou centenas de milhões de máquinas baseadas no Windows?

Ao constatar que falhas corrigidas há tempos continuavam sendo exploradas com sucesso pelos “programadores do mal”, a Microsoft introduziu no Win98 um recurso destinado a facilitar a atualização do sistema. A partir de então, bastavam uns poucos cliques do mouse para o usuário localizar, descarregar e aplicar as correções/atualizações disponíveis para sua versão do sistema e outros produtos da Microsoft, como o Internet Explorer, o Outlook Express, a suíte Office, e assim por diante. E não demorou para que outros fabricantes de software fizessem o mesmo e hoje em dia a maioria dos programas conta com uma entrada ― no menu Ferramentas ou na Ajuda, dependendo do caso ― que automatiza a busca e a instalação das atualizações/correções. Sopa no mel!

O Windows Update não só foi mantido, mas também recebeu diversos aprimoramentos nas edições mais recentes do sistema. A partir do XP, o usuário passou a contar também com as Atualizações Automáticas, que, como você pode conferir seguindo este link, oferecem diversas opções de configuração, da desativação pura e simples do serviço à escolha de como ele deve interagir com o usuário.

Observação: É importante ter em mente que o Windows Update e as Atualizações Automáticas não contemplam softwares de terceiros (não-Microsoft). Se você achar muito trabalhoso atualizar regularmente cada um deles, baixe e instale o FILEHIPPO APP MANAGER, o OUTDATEFIGHTER ou o R-UPDATER ― os três são gratuitos para uso pessoal. Outra boa opção ― bem mais abrangente ― é instalar a excelente suíte de manutenção ADVANCED SYSTEM CARE, que, dentre um vasto leque de funções, baixa e comanda a instalação de patches (remendos) importantes para o Windows, além de identificar aplicativos de terceiros desatualizados e disponibilizar os links para as respectivas atualizações. Note ainda que novas versões costumam corrigir erros/falhas de segurança e implementar novas funções e aprimoramentos aos programas, mas há casos em que eles se tornam menos amigáveis ou se transformam em monstruosos consumidores de recursos. Como nem sempre é fácil fazer o downgrade, já que a maioria dos fabricantes mantém em seus servidores somente as últimas versões, não deixe de incluir os sites http://www.oldversion.com/ e http://www.oldapps.com/ em seus favoritos ― neles, você irá encontrar um sem-número de versões antigas de freewares disponíveis para download.

Tradicionalmente, a Microsoft reunia em “pacotes” (packs) os “remendos” (patches) destinados a corrigir falhas e brechas de segurança em seus produtos e os liberava na segunda terça-feira de cada mês (Patch Tuesday), embora pudesse disponibilizar a qualquer tempo, em edição extraordinária, eventuais atualizações críticas de segurança que não pudessem esperar a próxima Patch Tuesday. Depois do lançamento do Ten, porém, a empresa mudou sua política de atualizações (conforme em já comentei em outras oportunidades), não só passando a liberar as correções à medida que elas são desenvolvidas, mas também restringindo as opções de interação do usuário. No entanto, como minha (interminável) introdução acabou deixando este texto muito extenso, vou deixar para tratar desse assunto na próxima (ou numa próxima) postagem. Até lá.