terça-feira, 7 de junho de 2016

LULA LÁ! - OU: EM BREVE, NO BRASIL, A BANANA VAI COMER O MACACO. A CADA DIA MAIS UMA AGONIA. AS SURPRESAS NÃO ACABAM).

No início deste mês, deu na Folha que a delação de Léo Pinheiro havia empacado, pois os investigadores não engoliram a lorota de que as obras realizadas no famoso tríplex do Guarujá e no sítio de Atibaia teriam sido uma forma de agradar a Lula ― e não contrapartidas a algum benefício que a OAS tenha recebido ―, e que o petista não desempenhou papel algum nas reformas, e blá, blá, blá.

Mas, diante da perspectiva de 16 anos de prisão, o empresário achou mudando a cantilena: segundo Reinaldo Azevedo publicou em seu Blog, na última segunda-feira, Pinheiro reconheceu que Lula era mesmo lobista da empesa, que tratou da reforma do sítio de Atibaia e do apartamento do Guarujá diretamente com ele, e que arrumou emprego para o marido de Rosemary Noronha ― maldosamente chamada de “primeira amante” quando Lula era presidente e ela, chefe do “Planaltinho” (escritório da Presidência da República em São Paulo).

Observação: Dizem as más-línguas que Rose e Lula “trocavam figurinhas” desde 1993, que ela foi incorporada à equipe de campanha na corrida presidencial de 1994, posteriormente promovida a secretária de José Dirceu, lotada mais adiante como "assessora especial" no braço do Palácio do Planalto em São Paulo e, por decisão do próprio Lula, promovida a chefe do gabinete, quando então passou a ter direito a três assessores e carro e motorista. O relacionamento do casal foi escondido do público durante décadas, mas Rose integrava a comitiva oficial sempre que a primeira-dama não acompanhava o ex-presidente em viagens internacionais, a despeito de sua presença causar constrangimento no Itamaraty e de ela viajar “clandestinamente” (ou seja, sem figurar na lista oficial) no avião presidencial. Durante esses quase 20 anos, a moçoila casou-se duas vezes. Seu primeiro marido trabalhou na Casa Civil do então ministro José Dirceu, quando ela assumiu o escritório de São Paulo. Na chefia do gabinete, Rose era conhecida pelo temperamento difícil, e ainda que fosse discreta e evitasse contato com a imprensa, funcionários do alto escalão do governo e amigos do ex-presidente não negam o relacionamento de ambos (a propósito, vele a pena ler esta matéria).

Pinheiro diz ainda que doou dinheiro de forma ilegal para as campanhas presidenciais do PT de 2006, 2010 e 2014 e que as propinas foram negociadas com Guido Mantega e Luciano Coutinho. Além disso, despejou acusações contra AécioJucá, Geddel, Renan Calheiros e Eduardo Cunha. Segundo a petralhada, a caca teria atingido também Michel Temer, mas até agora não há sinais disso, e sim de que o PT é que sai ainda mais destroçado dessa nova cachoeira de imputações.

Paralelamente, Marcelo Odebrecht ― que até pouco tempo criticava duramente os delatores da Lava-Jato ― acabou revendo seus conceitos depois que todos os recursos jurídicos e as maracutaias de bastidores que visavam livrá-lo da cadeia falharam. E o que deve vir à tona em sua delação vem tirando o sono de um bocado de figurões da República, dentre os quais Lula, Dilma, 13 governadores e 36 senadores (tanto do PT quanto do PMDB e de outros partidos).

Dentre outras coisas, o príncipe das empreiteiras já confirmou que uma conta do marqueteiro João Santana no exterior recebeu US$3 milhões da Odebrecht, e que outros US$22,5 milhões foram repassados em dinheiro vivo. Essa dinheirama (financiamento de campanha não declarado) teria sido coordenada por Giles Azevedo e Anderson Dorneles, pessoas de estrita confiança de Dilma, “a injustiçada”.

Na lista da empresa ― cujo faturamento saltou de R$17,3 bilhões para R$107,7 bilhões em 12 anos de governo petista ― também estariam Romero Jucá, os atuais ministros Geddel Vieira Lima e Eduardo Alves, e o senador Aécio Neves. E a situação dos ex-ministros petistas Antonio Palocci e Guido Mantega é bastante delicada: o primeiro, apelidado de “Italiano”, aparece ligado a um pagamento irregular de R$6 milhões; o segundo, chamado de “pós-italiano”, de R$50 milhões. Entre 2008 e 2012, os pagamentos irregulares da Odebrecht ao PT teriam alcançado R$200 milhões.

Como disse a ex-ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do segundo mandato de Dilma, a senadora peemedebista Kátia Abreu, “EM BREVE, NO BRASIL, A BANANA VAI COMER O MACACO. A CADA DIA, MAIS UMA AGONIA. AS SURPRESAS NÃO ACABAM”