terça-feira, 30 de agosto de 2016

NOVA ATUALIZAÇÃO SOBRE O JULGAMENTO DO IMPEACHMENT

O plenário do Senado estava bem mais vazio na manhã de hoje do que na sessão de ontem ― sinal de que a paciência dos parlamentares está se esgotando ―, que durou 14 horas recheadas de besteirol proferido em dilmês castiço, tanto durante a apresentação do discurso de defesa que a acusada fez questão de ler pessoalmente, quanto em abiloladas tergiversações que ela apresentou à guisa de resposta ao que lhe foi perguntado pelos senadores favoráveis a seu afastamento definitivo ― já que os aliados se limitaram basicamente a tecer uma fantasiosa rede de elogios à sua competente gestão à frente da Presidência.

Em discurso inflamado, Miguel Reale Júnior, coautor do pedido de impeachment, reiterou que Dilma cometeu crime de responsabilidade, que agiu com dolo, que tinha pleno conhecimento das irregularidades cometidas no plano fiscal e orçamentário, que o país "não aguenta mais o lulopetismo", que a ré deu sempre a “mesma resposta padrão”, e conclui pedindo sua condenação.

A senadora petralha Gleisi Hoffman, apoiadora incondicional da bruxa má, usou da palavra para reclamar que Reale não fez uma apresentação jurídica, mas política, no que foi criticada por seus pares, que saíram em defesa do jurista. Já o ex-ministro, ex-advogado geral da União e atual defensor da afastada, José Eduardo Cardozo, tornou a esposar a tese de que Eduardo Cunha teria sido o grande culpado pelo o processo ora em julgamento (clique aqui para assistir ao vídeo com a fala do advogado).

A sessão foi suspensa para almoço às 13h10 e deverá ser retomada daqui a pouco, às 14:10. Sessenta e cinco senadores estão inscritos para falar, e como cada um terá o tempo (máximo) de 10 minutos, o ministro Lewandowski cogitou adiar a votação para amanhã, o que preocupa a base aliada e o próprio presidente interino ― que tencionava embarcar para a China na tarde da quarta-feira, a tempo de participar da reunião do G20. Por conta disso, Temer e seus aliados tentam convencer os senadores a abrir mão de suas falas ou, no mínimo, reduzir o tempo do discurso.

De acordo com o site O Antagonista, no “Jogo do Bicho” do Planalto, ontem à noite, a grande dúvida era o presidente do Senado, Renan Calheiros ― que, na fase anterior do processo, se absteve de votar ―, mas ou dá Jacaré (57,58,59,60), ou dá Leão (61,62,63,64).

Vamos continuar acompanhando.

Em tempo: A imagem que ilustra esta postagem é de uma manifestação contra o impeachment da nefelibata da mandioca. Protestos que tais vêm ocorrendo desde ontem em São Paulo, com algumas dezenas de gatos-pingados bloqueando a Avenida Paulista e outras vias da cidade, além de algumas rodovias. Houve até tentativa de invasão da Fiesp, e, quando a PM impediu, objetos foram lançados contra os policiais. O espetáculo deplorável de sempre: obstrução de avenidas, fogueira nas ruas, agressões a policiais, depredação. E Dilma, em seu discurso e nos arremedos de resposta às perguntas dos senadores, falava sobre a necessidade de governo e oposição se unirem para enfrentar os desafios do país. Pelo jeito, tal união só é possível quando chefiada pelos petistas e esquerdistas afins. Se não for assim, não tem conversa. É lamentável!