terça-feira, 2 de agosto de 2016

REVISITANDO O MOUSE

NÃO É PRECISO ABOLIR OS MILAGRES PARA TER A CIÊNCIA.

Criado no início da década de 1960, o mouse ganhou esse apelido devido ao longo fio elétrico que o conectava ao computador torná-lo semelhante a um camundongo. Todavia, o diligente ratinho só passou a mostrar a que veio com o surgimento das interfaces gráficas (costa que o Macintosh, desenvolvido pela Apple no início dos anos 1980, teria sido o primeiro computador pessoal a utilizar um mouse).

A despeito de ter evoluído significativo no último meio século, o mouse convencional mantém basicamente as mesmas características do modelo criado originalmente pela IBM, e até alguns anos atrás a maioria dos computadores usava dispositivos nos quais os movimentos de uma bolinha de borracha giram os eixos (ou roletes) existentes no interior da cavidade, gerando sinais que são interpretados pelos circuitos lógicos e transformados em movimentos do cursor na tela do monitor.

Você dificilmente irá encontrar um mouse “de esfera” à venda no mercado, a não ser em antiquários da informática, pois essa tecnologia foi aposentada pelos modelos ópticos, que “fotografam” a área de varredura milhares de vezes por segundo e traduzem os movimentos na tela de forma mais precisa, tornando seu uso bem mais confortável, tanto em games quanto em aplicações convencionais. 

Embora seja possível operar normalmente um PC sem o mouse, essa prática requer habilidade e memorização de atalhos de teclado, o que a torna trabalhosa e desconfortável para a maioria dos usuários comuns. Por isso, era fundamental manter o ratinho em perfeitas condições de funcionamento. Os modelos de esfera, a poeira e outros resíduos de sujeira (tais como fiapos de tecidos, fios de cabelo e outros que tais) que se acumulavam na bolinha e nos roletes tornavam errático o movimento do cursor na tela, e a solução era abrir a portinhola existente na base do dispositivo e fazer uma faxina em regra.

Já os modelos ópticos ― que ainda são largamente utilizados ― não têm portinhas, bolinhas ou roletes. Basta você mantê-los limpos externamente ― especialmente a base do dispositivo, onde fica a lente da leitora óptica ―, mas tenha em mente que problemas podem ocorrer devido a mau contato nos botões, no fio ou no plugue que conecta ao computador.

Um mouse básico, com conexão USB, dois botões (esquerdo e direito) e aquela tradicional “rodinha” entre eles (conhecida como scroll, que serve basicamente para “rolar” a tela) custa a partir de R$ 10 em papelarias, hipermercados, grandes magazines e lojas de suprimento para informática (ou até menos, conforme a marca e o modelo). Daí porque não faz sentido a gente perder tempo com dicas para resolver problemas de mau contato nos botões, fio, conector e que tais. Pifou, é trocar e um abraço. 

Nos (cada vez mais populares) notebooks e tablets, o mouse se tornou obsoleto, pois os comandos a ele associados são feitos através do touchpad e da touch screen (tela sensível ao toque), respectivamente. No entanto, se você não abre mão de um PC de mesa convencional (ou usa um note, mas não se dá bem com o touchpad), terá de substituir o mouse de tempos em tempos. Em sendo o caso, não se balize unicamente pelo preço (baixo), pelo formato curioso ou "engraçadinho", nem tampouco pela profusão de botões e recursos adicionais ― que dão trabalho para programar e que você dificilmente irá usar (a não ser que seja fã de games, mas aí você certamente irá preferir um bom Joystick).

A título de curiosidade, alguns modelos, como o que aparece à esquerda na imagem que ilustra esta matéria, custam mais de R$ 1 mil, e o da direita, feito de ouro 18 quilates e tido como o mais caro do mundo, cerca de R$ 140 mil. Não obstante, você encontra mouses ópticos wireless bastante satisfatórios por preços a partir de R$ 50. Eu, particularmente, prefiro os produtos da Microsoft (seus conjuntos de mouse e teclado sem fio são caros, mas imbatíveis), embora fabricantes como Genius, Leadership e Logitech ofereçam excelentes opções por preços mais palatáveis.

Quanto à interface, há muito tempo que o jurássico padrão DB-9 deu lugar ao PS/2 (ou mini-DIN), que, mais adiante, cedeu espapaço ao USB. Mesmo que seja possível plugar qualquer modelo usando o adaptador correspondente, eu recomendo escolher o padrão correspondente ao conector disponível no seu computador e compatível com seu sistema operacional (hoje em dia, quase todos são compatíveis com quase tudo, mas ainda assim...). As versões anuras (wireless) são mais caras e dependem de pilhas ou baterias para funcionar, o que aumenta o custo no longo prazo, mas proporcionam mais conforto e reduzem a incomodativa macarronada de fios e cabos que se derrama sobre a mesa de trabalho. 

Não custa lembrar que os botões do mouse devem ser pressionados com delicadeza; quem gosta de games de ação ― nos quais eles são mais exigidos ― deve usar um Joystick. Demais disso, todas as edições do Windows permitem alternar a função dos botões direito e esquerdo, ajustar a velocidade do clique duplo, alterar a aparência do ponteiro, melhorar sua visibilidade ou mesmo ocultá-lo durante a digitação. Para explorar essas e outras possibilidades, acesse o Painel de Controle do seu sistema e execute o mini aplicativo correspondente (no Windows 10, é mais fácil chegar lá digitando mouse na caixa de pesquisas da barra de tarefas do sistema e escolhendo a opção adequada entre os resultados sugeridas pelo programa). Por último, mas não menos importante, vale frisar que diversos aplicativos permitem ensinar novos truques ao ratinho. Basta você pesquisar no Google para conferir.

Abraços e até a próxima.