segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

DÊ ADEUS AO CARREGADOR DO SEU CELULAR

DEUS ESTÁ NAS COINCIDÊNCIAS.

Não é de hoje que os diligentes telefoninhos portáteis fazem parte inarredável dos apetrechos que levamos conosco a toda parte, e como sua utilidade cresceu exponencialmente depois que eles se tornaram “inteligentes” ― e passaram a atender pelo nome de “smartphones” ―, a baixa autonomia da bateria se tornou uma fonte de aborrecimentos.

Com efeito, se você realmente utiliza seu smartphone como um computador em miniatura ― coisa que esses brinquedinhos realmente passaram a ser de uns tempos a esta parte ―, provavelmente já ficou sem bateria no meio do dia, mesmo que tenha deixado o aparelho na carga durante toda a noite anterior. 

Claro que tomadas são encontradas em qualquer parte ― em casa, na escola, no escritório, na sala de espera do dentista, e por aí afora ―, sem mencionar que basta você dispor de um carregador portátil e conectá-lo à saída 12v  ― presente na esmagadora maioria dos veículos de fabricação recente ― para recarregar seu telefone enquanto se desloca de casa para o trabalho, por exemplo. Mesmo que o tempo de recarga seja bem maior (da mesma forma que quando se carrega o celular a partir de uma portinha USB do computador), a alternativa se revela extremamente útil em determinadas situações, como quando você está preso no trânsito e fica sem bateria na hora em que precisa fazer uma chamada urgente.

Mas a solução que promete facilitar ainda mais a nossa vida vem sendo desenvolvida por algumas empresas, dentre as quais a ENERGOUS. Trata-se de uma tecnologia mediante a qual a recarga (inclusive simultânea) de celulares, tablets e relógios inteligentes poderá ser feita à distância e totalmente sem fio, ou seja, dispensando tomadas e os tradicionais carregadores.

O truque consiste no uso de um transmissor capaz de enviar energia por ondas de rádio, e assim para recarregar os aparelhos a uma distância de até 1,5m. Claro que ainda há muitas dificuldades a vencer, sendo uma delas o fato de a transferência de carga diminuir à media em que a distância entre o transmissor e o receptor aumenta ― até cerca de 1 metro, a eficiência é total; a partir daí, quanto maior a distância, menor a potência e, consequentemente, maior o tempo que a bateria leva para ser recarregada. Isso sem mencionar que a Comissão de Comunicação Federal, que regula a indústria sem fio nos EUA, ainda precisa decidir se os carregadores sem fio de longa distância são ou não seguros.

Vale salientar que diversas alternativas “intermediárias” já foram, estão sendo e continuarão a ser lançada no mercado até que os carregadores “wireless de verdade” se tonem comercialmente viáveis. A partir do princípio da indução eletromagnética, foram desenvolvidas bases de carregamento que criam um campo eletromagnético quando a corrente elétrica passa pelos rolos de arame estrategicamente posicionados em seu interior. Um bom exemplo dessa tecnologia é o Qi, desenvolvido pela Wireless Power Consortium, que se popularizou pelo fato de a Nokia tê-lo utilizado no seu primeiro Windows Phone.

A transmissão de energia por indução alcança de 60% a 70% de eficiência em relação ao carregamento feito via cabo, e sua maior vantagem é a compatibilidade com diferentes dispositivos, já que você não precisa se preocupar com diferentes plugues e cabos. Todavia, o telefone precisa ficar em cima da base, que por sua vez precisa estar ligada a uma tomada da rede elétrica.

Observação: Pesquisando no Mercado Livre, é possível encontrar dezenas de carregadores “sem fio” por preços que partem de R$ 20 (dê uma olhada e depois veja quanto custaria substituir o carregador original do seu aparelho, no caso de ele vir a apresentar defeito.
Seja como for, as ações da Energous subiram 136% neste ano, a despeito de o produto final ainda não ter chegado às lojas. Isso demonstra claramente que a eliminação de fios e cabos caminha a passos de gigante, e que, em cerca de 5 anos, ela nos será tão familiar quanto a própria telefonia móvel celular.

Quem viver verá.


MAIS UMA VEZ, A MULHER SAPIENS PERDE A CHANCE DE FICAR CALADA

No melhor momento da entrevista concedida a Mehdi Hasan, da TV Al-Jazeera, Dilma, a impichada, foi confrontada com a obviedade que está há alguns anos na ponta da língua dos jornalistas independentes. Como a gente vem repetindo desde os estrondos da Operação Lava-Jato, ou a mulher sapiens agiu como comparsa ou o Brasil foi governado durante cinco anos por uma inepta sem cura. Não existe terceira opção (para assistir ao vídeo, clique aqui).

Dilma passou mais de cinco anos driblando jornalistas de verdade alegando “problemas na agenda” que nunca apareciam quando a entrevista era solicitada por blogueiros estilizados, colunistas sabujos, humoristas a favor e repórteres que se impressionavam até com a leitora voraz que esquecia o título e o autor da obra que jurava ter acabado de ler na véspera. Talvez por imaginar que a Al-Jazeera é uma TV palestina (e, portanto, amiga), a governante aposentada pelo povo protagonizou o desastre parcialmente exposto na gravação.

― Você não nega que existiu um escândalo de três bilhões de dólares na Petrobras, que havia corrupção em massa envolvendo a Petrobras, você, claramente, não nega isso ― parte para o ataque o jornalista.

― No ― balbucia a carranca levada às cordas pela frase seguinte:

― E você nega que integrantes do PT, incluindo o tesoureiro, seu marqueteiro e seu chefe de gabinete, estiveram envolvidos nisso?
Dilma capricha na pose de quem prepara um pito daqueles que aterrorizavam Guido Mantega e ergue a voz:

― Enquanto não ‘julgares’, enquanto não julgarem, eu não vou julgar. Não é meu papel aqui julgar ninguém, porque eu não vou dizer e não vou…”

― Mesmo pessoas que foram presas e julgadas, como o tesoureiro do PT? ― pergunta Hasan.

― Eu não vou dizer…

― Você não vai comentar?

― Não, eu não…

― Você não tem vergonha do afundamento do PT?

― Não é essa a questão!

― Você não nega que existiu um escândalo na Petrobras.

― Não nego.

― Alguns dizem que, dado o cargo que a você ocupou por um longo período e, depois, como presidente…

— Que eu devia saber?

Foi a deixa para a consumação do nocaute impiedoso: “Alguns dizem que ou você sabia o que estava acontecendo, o que a tornaria cúmplice, ou não sabia de nada, o que te faria uma incompetente”, constatou o repórter, que em seguida quis saber “qual das duas versões era a correta”. Perfeito.

Permanecem desconhecidos os efeitos da pancadaria sobre o neurônio solitário. Dependendo dos danos, nem Dilma vai saber se foi cumplicidade, se foi incompetência ou se foi a soma dos dois defeitos de fabricação.

Com Augusto Nunes/Veja.com

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