quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

DICAS DA HORA

UM CHEFE QUE É CAPAZ DEVE FINGIR SER INCAPAZ; SE ESTIVER PRONTO, DEVE FINGIR-SE DESPREPARADO; SE ESTIVER PERTO DO INIMIGO, DEVE PARECER ESTAR LONGE.

Quer abrir um aplicativo sem tirar as mãos do teclado? Então, na caixa de pesquisas do Windows 10 (se ela não estiver visível, clique na pequena lente que aparece na extremidade esquerda da Barra de Tarefas), digite as primeiras letras do nome do programa (por exemplo, “chr” para o navegador Chrome) e tecle Enter.

Caso existam aplicativos fixos na Barra de Tarefas, use o atalho Windows+1 para abrir o primeiro, Windows+2 para o segundo, e assim por diante.

Se algum aplicativo se tornar instável inesperadamente, tente repará-lo ou reinstalá-lo. Se o próprio Windows se tornar instável e a Restauração do Sistema não funcionar ou não resolver o problema, experimente fazer logon com uma conta de usuário diferente (para criar uma nova conta no Windows 10, abra o Menu Iniciar, clique em Configurações > Contas > Família e outras pessoas > Adicionar outra pessoa a este PC. Na tela seguinte, clique em Não tenho as informações de entrada dessa pessoa. Na próxima tela, clique em Adicionar um usuário sem uma conta da Microsoft, preencha os campos, clique em Avançar, e pronto). Se isso recolocar o bonde nos trilhos, exclua a conta problemática e passe a usar a nova.

Observação: Conforme eu disse em outras postagens, criar uma segunda conta de usuário no computador, configurá-la com poderes limitados e usá-la no dia a dia é fundamental, pois requer uma senha de administrador para liberar qualquer ação mais invasiva (como a instalação de um aplicativo, por exemplo). Isso não só previne a desconfiguração acidental do sistema, mas também dispensa a trabalhosa reinstalação do Windows no caso de algum malware mais obstinado burlar a proteção do seu antivírus e infectar o sistema. Nesse caso, se um serviço online ― como o ESET Online Scanner ou o HouseCall , por exemplo ― não remover o invasor, você pode se logar com sua conta de administrador, excluir o perfil infectado, criar uma nova conta limitada e seguir adiante como se nada tivesse acontecido).


DORMIA A NOSSA PÁTRIA MÃE TÃO DISTRAÍDA, SEM PERCEBER QUE ERA SUBTRAÍDA EM TENEBROSAS TRANSAÇÕES

As camisetas amarelas voltaram às ruas no último domingo. Em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e mais duas centenas de municípios, houve manifestações de apoio à Operação Lava-Jato e repúdio ao pacote anticorrupção da forma como foi aprovado pela Câmara, na calada da madrugada da última quinta-feira.

Como no samba Vai Passar ― uma das letras mais inspiradas de Chico Buarque, da qual eu destaco o trecho “Dormia/A nossa pátria mãe tão distraída/Sem perceber que era subtraída/Em tenebrosas transações” ―, os parlamentares, na calada da madrugada do último dia 1º, desmantelaram o espírito higienizador do relatório que o deputado Onyx Lorenzoni havia elaborado com base nas medidas propostas pelo MPF e respaldadas por 2,5 milhões de assinaturas de populares.

Visando favorecer a si próprios e a outros envolvidos na Lava-Jato, suas insolências incluíram no texto emendas como a do deputado pedetista maranhense Weverton Rocha (vê lá se isso é nome que se apresente), que sujeita juízes e procuradores a processos por crime de responsabilidade caso atuem de forma “político-partidária” ou apresentem ações contra agentes públicos “de maneira temerária”.

O que seria, afinal, essa tal maneira temerária? Para os juízes e procuradores, a falta de um consenso a esse respeito permite interpretações ambíguas sejam usadas como ameaça contra aqueles que ousarem investigar “autoridades”. Para a ministra Carmem Lucia, presidente do STF, a democracia depende de poderes fortes e independentes, e “pode-se tentar calar o juiz, mas nunca se conseguiu nem se conseguirá calar a Justiça”.

Mas não é só. Além de agirem à sorrelfa, suas insolências o fizeram na madrugada em que o país ― e quiçá o resto do mundo ― estava estarrecido diante do trágico acidente que ceifou 71 vidas, aí incluídas as dos integrantes da Associação Chapecoense de Futebol, que voava em busca de sua primeira glória internacional. Isso sem mencionar que, duas semanas atrás, os mesmos deputados tentaram emplacar uma inconcebível anistia ao caixa 2 eleitoral, que só não seguiu adiante por conta, mais uma vez, da pressão popular, que levou Michel Temer a afirmar que vetaria essa emenda se ela fosse aprovada pela Câmara e pelo Senado.

Observação: Seis juristas ouvidos por VEJA afirmam que a emenda para criminalizar o abuso de autoridade é inconstitucional. Por tratar de temas do Judiciário, ela só poderia ser oferecida pelo STF, nunca por um parlamentar ― o que configura “vício de iniciativa”. 

O fato é que todo esse imbróglio deixa Temer (mais uma vez) entre a cruz e a caldeirinha e o afasta do ambicioso projeto de ser lembrado como o presidente que recolocou o país nos trilhos do crescimento. Não bastasse sua equipe de notáveis ter se revelado uma notável fonte de problemas ― 6 ministros foram trocados nos primeiros seis meses de governo, e mais uma dúzia deles ou é investigada judicialmente ou é citada na Lava-Jato ―, o perrengue mais recente (entre o amigo Geddel Marcelo Calero) não só forçou o desligamento de ambos os envolvidos como deixou periclitante a situação do ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha.

Embora tenha cometido mais acertos do que erros na área econômica, o presidente vem perdendo o pouco de popularidade que conquistou, especialmente por se render a pressões do Congresso. Depois dos lamentáveis episódios protagonizado pela Câmara Federal e por Renan, na semana passada, Temer foi advertido de que deveria se preparar para um processo de impeachment caso vetasse o “passa moleque” dos parlamentares na Lava-Jato. Inicialmente levada na brincadeira, a bravata correu veloz no plenário. No grupo de WhatsApp de partidos da base aliada, comentava-se que vetar as medidas contra “abusos de autoridade” é comprar o bilhete de volta para casa.

Como se tudo isso não bastasse, o Executivo depende do Legislativo para aprovar a PEC dos gastos e a reforma da Previdência, o que torna ainda mais desconfortável a posição de Temer nessa absurda “guerra dos poderes”.

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