sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

O NATAL ESTÁ AÍ. E OS TABLETS ESTÃO NAS LOJAS

NENHUM HOMEM REALMENTE PRODUTIVO PENSA COMO SE ESTIVESSE ESCREVENDO UMA DISSERTAÇÃO.

O Natal se vizinha, e com ele a tradicional troca de presentes. O problema é que a crise transformou presente em lembrancinha, e lembrancinha em cartão de boas festas (virtual, para economizar o selo postal). Então, se você já não alimenta mais a esperança de ganhar de presente aquele tão sonhado tablet, mãos à obra ― ou no bolso, melhor dizendo. Mas nada de correr para a loja mais sem antes concluir a leitura desta postagem.

De uns tempos para cá, os tablets caíram no gosto dos internautas, tanto porque são mais leves e fáceis de transportar do que os tradicionais notebooks (ou laptops) quanto porque custam bem mais barato. Mas tablet é tablet e notebook é notebook, e se este é capaz de substitui um PC de mesa convencional, aquele não passa de um simples complemento.

É possível encontrar diversas opções de tablets nas seções de informática dos hipermercados e grandes magazines, mas escolher a mais adequada exige cotejar os recursos e preços com seu perfil de usuário e disponibilidade financeira. No entanto, se você tenciona rodar programas pesados (como os de editoração gráfica, games radicais e assemelhados) e/ou executar tarefas que exigem teclado e mouse, melhor gastar um pouco mais e comprar um notebook.

tablets bem baratinhos ― basta fazer uma rápida consulta no Mercadolivre para encontrar modelos por menos de R$ 200. Só que balizar a escolha unicamente no preço é o caminho mais curto para você se frustrar (ainda que preço alto nem sempre é sinônimo qualidade, tudo que é de melhor qualidade costuma custar mais caro).

O preço de aparelhos com recursos similares pode variar bastante por conta da marca, modelo, tamanho da tela e sistema operacional (Android, iOS ou Windows). Para presentear seu filho ou sobrinho pequeno, uma versão mais em conta, com tela de 7 ou 8 polegadas e sistema Android, já está de bom tamanho. Mas se o brinquedinho é para você ― que, além de navegar na Web, pretende assistir a filmes, escrever textos, editar imagens e por aí afora ―, esqueça os tablets de entrada de linha. E se quiser (ou precisar) rodar programas como os que está acostumado a usar no seu desktop (ou notebook), considere um modelo top com Windows 10 (até para garantir total compatibilidade com o PC de casa e do escritório).

Nada contra o iPad, naturalmente ― até porque o sistema da Apple é mais intuitivo que o da Microsoft, embora exija um tempinho de adaptação. Só que o preço... O Android também pode ser uma boa opção (especialmente para quem já tem intimidade com ele, que está presente na esmagadora maioria dos smartphones atuais), mas, em qualquer cenário, convém escolher um aparelho com tela de 13 polegadas (ou maior) e resolução HD, além de processador de dois ou mais núcleos e memória interna de, pelo menos, 32GB.

Resumo da ópera: O sistema da Microsoft é imbatível em produtividade, e ainda que sua loja de aplicativos não seja lá um primor de variedades, você irá encontrar a maioria dos programinhas que está habituado a usar no computador. O Android, como dito, é líder nos smartphones, e a loja do Google dispõe de um sem número de apps para as mais diversas finalidades. Já o iOS é um sistema proprietário da Apple e presente exclusivamente nos produtos desse fabricante, que são reconhecidos desde sempre pela qualidade diferenciada e, por que não dizer, pelo preço estratosférico, sobretudo quando adquirido no mercado formal tupiniquim.

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Há quem afirme que a crise que assola o Brasil não é econômica nem política, mas moral. E faz sentido, a julgar pelo que se viu na tarde da última terça-feira, quando 41 dos 55 vereadores que compõem a Câmara Municipal de São Paulo, no melhor estilo “raposa que tem a chave do galinheiro”, aprovaram, por 30 votos a 11, um indecente reajuste de 26,2% em seus vencimentos, que passarão de R$ 15.031,76 para R$ 18.991,68 a partir do mês que vem. Isso a 11 dias do fim de seus mandatos e em flagrante desacordo com a medida do prefeito eleito João Dória, que vetou para o próximo ano reajustes no próprio salário, do vice e dos secretários (lamentavelmente a Câmara tem autonomia para legislar em causa própria, e o aumento que esses desavergonhados, cafajestes, sanguessugas e salafrários edis independe de sanção do prefeito).

Segundo a FOLHA, foram menos de cinco minutos entre a colocação do projeto de reajuste na pauta de votação e a aprovação. Votam contra Andrea Matarazzo (PSD), Aurélio Nomura (PSDB), Aurélio Miguel (PR), José Police Neto (PSD), Mário Covas Neto (PSDB), Gilberto Natalini (PV), Massataka Ota (PSB), Patrícia Bezerra (PSDB), Ricardo Nunes (PMDB), Salomão Pereira (PSDB), e Toninho Vespoli (PSOL).

Observação: Todos os vereadores petistas que participaram da sessão votaram A FAVOR DO AUMENTO!

Como se já não sobrassem motivos para o paulistano se orgulhar de seus conspícuos representantes, na mesma penada essa Camarilha de Vagabundos aprovou ainda um projeto de ampliação das galerias de água sob o prédio do Legislativo, que exigiu a realocação R$ 30 milhões do orçamento destinado originalmente a contratos para limpeza pública.

Em nota,  a ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL, SEÇÃO SP, lamentou o aumento autoconcedido pelos edis paulistanos, entendendo que tal decisão demonstra insensibilidade para o grave momento que o país atravessa. No ano passado, a Câmara criou 660 cargos de livre nomeação ―12 por vereador ― que a entidade conseguiu derrubar na Justiça. Tomara que consiga reverter também essa estrepitosa demonstração de pouca vergonha.

Leia a seguir a íntegra da nota:

O Brasil atravessa uma profunda crise econômica. Temos mais de 12 milhões de desempregados. Estados e municípios com dificuldades enormes em cumprir com suas obrigações financeiras. Muitos deles sequer têm recursos para pagar o 13º salário dos servidores.

O momento é de contenção e de redução de gastos. É de corte nas despesas. É de nossos representantes darem demonstração à população que o espírito público norteia suas decisões, com disposição de dar sua quota de sacrifício pessoal em favor da causa pública de ajuste das contas para que a municipalidade possa honrar seus compromissos financeiros e retomar sua capacidade de investimento nos serviços indispensáveis à sociedade.

Não parece razoável a justificativa de que o aumento foi agora dado porque desde o início da legislatura, em 2013, os proventos não tinham sido reajustados.

Primeiro porque a fonte de custeio desses pagamentos, o orçamento municipal, não teve variação correspondente nesses anos da legislatura que está se findando.

Segundo porque os servidores públicos municipais, no mesmo período, em regra e salvo algumas carreiras que tiveram aumentos em legislação própria, receberam reajuste de apenas 0,2%, aprovado por lei, e, portanto, definido pelos próprios vereadores – insignificante se compararmos aos seus 26,3%. Não parece atender ao princípio da moralidade pública aumento autoconcedido por aqueles que são responsáveis pela aprovação orçamentária, especialmente quando se impõem aos servidores públicos sacrifícios que os vereadores não querem assumir.

Aliás, é preciso lembrar que a função de vereança não é profissão, mas, sobretudo, um cargo honorífico, que não impede a cumulação com outras atividades econômicas.

Pondere-se ainda que, embora tenham atendido formalmente a exigência constitucional de vereadores, só promoverem aumento para a legislatura seguinte, ou seja, para aqueles que irão tomar posse em janeiro de 2017, aproximadamente 70% dos vereadores foram reeleitos e se beneficiarão do reajuste que aprovaram.

A OAB SP, cumprindo seu papel de defesa dos princípios republicanos insculpidos na Constituição do Brasil está analisando o aumento para, entendendo desprovido de base constitucional ou legal, propor as medidas cabíveis em proteção ao erário público e a sociedade paulistana.

Marcos da Costa ― Presidente da OAB SP

FELIZ NATAL A TODOS

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