domingo, 18 de dezembro de 2016

SAULO RAMOS E O JUIZ DE MERDA


Dias atrás, um “acordão” costurado nos bastidores pelo Executivo e o Judiciário livrou a cara de Renan Calheiros (detalhes nesta postagem), que foi afastado da linha sucessória da presidência da república, mas não perdeu o mandato e tampouco foi deposto da presidência do Senado, a despeito de ter sido cassado liminarmente pelo ministro Marco Aurélio e, para piorar, se recusado a assinar a notificação da decisão. Dos 9 ministros presentes, 6 votaram a favor do cangaceiro alagoano,.

As intenções da ministra Carmem Lúcia, presidente do STF, visando à harmonia entre os poderes, são dignas de elogio, mas é bom lembrar que, segundo um velho ditado, o caminho para o inferno é pavimentado por boas intenções.

Na semana passada, O ANTAGONISTA relembrou uma história contada no livro CÓDIGO DA VIDA, de Saulo Ramos, ex-ministro da Justiça (governo Sarney), morto em 2013, que trata de uma desilusão experimentada pelo autor com ― o hoje decano do STF ― ministro Celso de Mello.

Quando Sarney resolveu se candidatar pelo Amapá, o caso foi parar no Supremo, já que os adversários impugnaram a candidatura do político maranhense. Mello votou pela impugnação. Depois, telefonou para Saulo, que quis saber por que ele havia mudado seu voto.

― É que a Folha publicou que Sarney tinha os votos certos de vários ministros, e citou meu nome como um deles. Aí eu votei contra para desmentir ― disse Celso de Mello.

― Você votou contra o Sarney porque a Folha noticiou que votaria a favor? ― perguntou Saulo.

― Exatamente. O senhor entendeu?

― Entendi que você é um juiz de merda!

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