sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

BRECHAS DE SEGURANÇA EM IMPRESSORAS PÕEM EM RISCO DADOS DOS USUÁRIOS

NO BRASIL AS COISAS ACONTECEM, MAS DEPOIS, COM UM SIMPLES DESMENTIDO, DEIXARAM DE ACONTECER.

Segundo o site de tecnologia GIZMODO, um grupo de pesquisadores da  Ruhr University Bochum descobriu diversas vulnerabilidades de segurança em pelo menos 20 modelos de impressoras de grandes marcas ― Dell, HP, Lexmark, Brother, Samsung são alguns dos fabricantes possuem de modelos afetados pela falha ―, e alertou que pelo menos uma dessas brechas permite o roubo de informações que deveriam somente ser impressas (para mais informações, siga este link ou acesse este blog; para visualizar a tabela com os modelos afetados, clique aqui).

Algumas impressoras podem ser bloqueadas por ataque DDoS (*) ou resetadas para os padrões de fábrica. Pior ainda, no entanto, é a possibilidade de capturar documentos enquanto eles são enviados para impressão. Na pior das hipóteses, os pesquisadores dizem que um hacker poderia utilizar a impressora como um ponto de entrada para puxar as credenciais da rede de uma organização e ganhar níveis ainda maiores de acesso à rede.

O time diz ter entrado em contato com todas as marcas afetadas em outubro, e a Dell foi a única a responder. O Gizmodo entrou em contato com as companhias que foram identificadas e apurou que tanto a Lexmark quanto a HP estão investigando o caso. O site promete divulgar novas informações tão logo recebam outras respostas.

(*) Ataques DDoS consistem no envio de milhares de requisições simultâneas para um mesmo endereço, visando causar instabilidades ou mesmo levar o site a parar de responder. Numa analogia elementar, seria como uma central PABX, que deixa de redirecionar as ligações para os ramais quando a demanda cresce a ponto de esgotar sua capacidade operacional.

ALEXANDRE DE MORAES NO STF?

Ao longo da semana passada, Temer recebeu dezenas de indicações para a vaga que a morte de Teori Zavascki abriu no STF. O candidato mais forte era Mauro Campell, ministro do STJ, por seu perfil discreto e por ter sido amigo de Teori. Até mesmo o juiz Sergio Moro chegou a ser cogitado, mas sua escolha traria prejuízos à Lava-Jato, pois, uma vez no Supremo, o magistrado estaria impedido de julgar, no grau recursal ou habeas corpus, os processos em que atuou atuado na 13ª Vara Federal de Curitiba (não sei se Temer levou em conta essa questão, mas para mim ― e para os demais brasileiros que pugnam pelo fim da corrupção e pela punição exemplar de corruptos e corruptores ― isso era uma fonte de preocupação). Enfim, quando o dublê de Kojak e Kinder Ovo estava praticamente descartado, seu nome voltou à baila e desde então, como não poderia deixar de ser, o caldeirão de especulações começou a ferver. Vejamos o que disseram a propósito algumas figurinhas carimbadas da República ― até porque não tenho mais paciência para o besteirol exacerbado dos fanáticos, extremistas e teóricos da conspiração.

O ministro do Marco Aurélio Mello disse ver a indicação com bons olhos, pois, além de atual ministro da Justiça, Moraes é professor, constitucionalista, foi secretário de Segurança Pública em Sampa, na gestão Kassab, e secretário de Justiça e Segurança Pública no governo Alckmin. Eu diria também que ele é filiado ao PSDB, que advogou para o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, que vazou informações sigilosas sobre as investigações da Lava-Jato e demonstrou total incompetência diante da crise no sistema carcerário. Isso sem mencionar que, em sua tese de doutoramento, sustentou que, na indicação ao cargo de ministro do Supremo, fossem vedados os que exercem cargos de confiança “durante o mandato do presidente da República em exercício”, para que evitar “demonstração de gratidão política”. Por esse critério, a meu ver, ele próprio deveria se dar por impedido e declinar da indicação. Mas não vai.

Para Claudio Lamachia presidente nacional da OAB ― “a sociedade brasileira espera que o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, um advogado e reconhecido constitucionalista, uma vez tendo confirmada sua indicação pelo Senado, exerça sua missão no STF pautada pela necessária independência e de forma absolutamente técnica”. Cá entre nós, não seria de se esperar exatamente isso de qualquer indicado para assumir uma vaga no STF?

O fato é que, se o ora indicado à vaga de ministro do Supremo não estava à altura do Ministério da Justiça, tampouco estará para compor nossa mais alta Corte de Justiça. E isso pode se tornar um problemão: ministros de Estado são exonerados regularmente, mas ministros do Supremo, salvo raras exceções, permanecem no cago até a aposentadoria compulsória ― o que garante a Alexandre de Moraes nada menos que 26 como guardião da Constituição (que Deus nos ajude). Mas Temer e seus acólitos parecem pensar diferente, haja vista a pressa do Senado em aprovar sua indicação para o cargo. Dilma levou mais um ano para substituir Joaquim Barbosa e ninguém morreu por isso ― mas essa senhora nunca foi referência para coisa alguma, de modo que..., bom, deixa pra lá.

Importa mesmo dizer é que, se as questões da homologação da Delação do Fim do Mundo e da relatoria da Lava-Jato já foram resolvidas, não há motivo para nomear o novo ministro a toque de caixa. Mesmo assim, o recém-eleito presidente do Senado, Estrupício de Oliveira, sucessor de Renan Caralheiros, anunciou na última terça-feira que a sabatina na CCJ e a votação em plenário devem ocorrer antes do Carnaval. E se o PMDB tem pressa, mau sinal, porque o partido disputa com o PT, cabeça a cabeça, o título de agremiação política com maior número de corruptos.

Observação: Adivinha quem foi eleito na última quinta-feira, por aclamação, para presidir a CCJ do Senado pelos próximos 2 anos? Edison Lobão ― que, quando era ministro de Minas e Energia, teria recebido R$ 1 milhão do dono da construtora UTC, Ricardo Pessoa, em troca de ingerência política em favor dos interesses do consórcio responsável pelas obras da usina nuclear Angra 3. O ex-diretor da Transpetro Sérgio Machado, outro delator da operação, disse que o senador “queria receber a maior propina mensal paga aos membros do PMDB”. Eis aí mais um dos “notáveis” de Michel Temer. É mole???

Deltan Dallagnol, coordenador da Lava-Jato, postou no Face que o novo ministro terá “forte impacto” no futuro da operação, sobretudo por poder inverter o placar da votação da questão relativa ao cumprimento de pena dos condenados em segunda instância ― tese avalizada pelo Plenário do Supremo no ano passado por 6 votos a 5, mas que, se mudar, pode prejudicar o trunfo representado pela delação premiada. Mais uma vez, “alea jacta est”.

E como hoje é sexta-feira:




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