quinta-feira, 6 de abril de 2017

COMO SE PROTEGER DE SITES MALICIOSOS

QUEM MARCA PASSO FAZ CONTRATO COM O FRACASSO.

Nem mesmo os melhores aplicativos de antivírus e pacotes de segurança são capazes de garantir total proteção (para mais detalhes, acesse a sequência de postagens iniciada por esta aqui), e considerando que a internet se tornou essencial ao nosso dia a dia (mal comparando, usar um PC desconectado seria como andar de motocicleta na sala de casa), é fundamental pôr as barbichas de molho, pois os riscos estão em toda a parte.

Não bastassem os vírus tradicionais ― códigos auto replicáveis programados, no mais das vezes, para danificar o software da máquina infectada, que continuam ativos e operantes ―, são os spywares e os ransomwares que, de uns tempos a esta parte, encabeçam a lista das pragas mais recorrentes (os primeiros monitoram as vítimas e capturam dados confidenciais ― notadamente senhas e números de cartões de crédito ―, enquanto os últimos “sequestram” arquivos e cobram resgate para liberá-los). Também como já vimos, a bandidagem recorre à engenharia social para criar engodos conhecidos como phishing, mediante os quais se aproveitam da inocência, inexperiência, boa-fé ou ganância das vítimas potenciais para aplicar versões virtuais do velho conto do vigário.

Claro que um email supostamente enviado por uma instituição financeira da qual você não é cliente denuncia a intenção do remetente com sua alegada “atualização de dados”, mas o problema é quando você tem conta no banco em questão ou é usuário de cartão de crédito daquela bandeira, apenas para os exemplos mais comuns. Há casos em que o texto da mensagem que exorta o destinatário a clicar num link malicioso ou acessar um anexo mal-intencionado é tão mal escrito que a vigarice salta aos olhos, mas também há casos em que é praticamente impossível identificar a fraude a olho nu ― quando o email traz elementos gráficos e logomarcas rebuscados ou as páginas falsas são quase idênticas às legítimas, por exemplo.

Para piorar, os endereços dos sites falsos costumam ser plausíveis, visando evitar que a vítima desconfie da maracutaia. Mas fique esperto se o URL não terminar em .br ou se exibir sufixos de provedores gratuitos de hospedagem ou espaço virtual, e jamais clique em links que supostamente levam à página do seu Banco; digite você mesmo endereço no navegador (ou acesse o site a partir dos seus favoritos). Caso continue cismado, digite uma senha inválida; se o sistema não acusar o erro, é porque a página é falsa (o site fraudulento não tem como saber sua senha, pois seu propósito é justamente levar você a informá-la ― embora já se tenha conhecimento de sites falsos programados para recusar automaticamente a primeira senha digitada, visando frustrar esse tipo de checagem).

Tenha em mente que, além de simular sites de instituições financeiras, os scammers utilizam como isca programas de milhagem de companhias aéreas, páginas falsas de administradoras de cartões de crédito, contas de serviços de pagamento online tipo PayPal, etc. Portanto, fique atento a erros ortográfico-gramaticais nos textos das mensagens (ou pontos de exclamação em excesso e termos como URGENTE, URGENTÍSSIMO, IMEDIATAMENTE, ÚLTIMO AVISO), bem como a logomarcas distorcidas ou de tamanhos irregulares, à ausência de uma alternativa de contato (endereço ou telefone), e por aí vai.

Embora não sejam infalíveis, algumas ferramentas online podem ser de grande auxílio na identificação de links fraudulentos. Seguem duas opções de serviços gratuitos:

― O site URLVoid analisa URLs de outros sites ― a partir de blacklists (listas negras) de endereços sabidamente perigosos ― e informa se há risco de infecção para o seu computador. Basta digitar (ou copiar e colar) o link no campo respectivo e clicar em Submit Now. Em segundos, você saberá se o endereço é seguro ou não, e ainda terá acesso a dados importantes sobre o domínio ― que podem ajudar a identificar o proprietário do site.

― O AVG Online Web Page Scanner funciona basicamente da mesma maneira. Ou seja, você só precisa inserir o URL que deseja pesquisar na caixa sob Not Sure If A Website’s Safe?, clicar no botão Check e aguardar o veredito.

Espero ter ajudado. Abraços e até mais ler.

SOBRE A CASSAÇÃO DA CHAPA DILMA-TEMER

Conforme eu adiantei nesta postagem, não era difícil prever que o tão esperado julgamento da chapa Dilma-Temer acabasse sendo adiado. Relembrando (mais uma vez) o velho Horácio, foi o parto da montanhaPARTURIUNT MONTES; NASCETUR RIDICULUS MUS, no original, ou seja, depois de fazer um barulho ensurdecedor, a montanha pariu um ridículo camundongo. Aliás, outra frase, “menos clássica”, mas que expressa essa ideia de forma magistral ― que eu resolvi evitar porque alguns poderiam considerá-la de mau gosto ― é: “muito peido e pouca bosta”.

Volto a dizer ― e essa é a minha opinião, naturalmente ― que o momento atual não é o mais indicado para depor outro presidente (em menos de 2 anos!), até porque, impopular ou não, Temer é tudo que temos para atravessar a proverbial “pinguela” até a “terra firme” das próximas eleições. Ou alguém que seja minimamente capaz de raciocinar acha que estaríamos melhor na fita se esse Congresso que aí está ― formado majoritariamente por rufiões da pátria, proxenetas do parlamento, corruptos, réus, denunciados e investigados pela Lava-Jato ― escolhesse alguém assumir o leme desta “nau dos insensatos” até o final de 2018?

A meu ver, é fundamental que reformas importantes, como a Eleitoral, a Trabalhista e a da Previdência sigam adiante, por mais impopulares que sejam. E nada como um presidente que não tem muito a perder em termos de popularidade para levá-las. A despeito de sua história pregressa, Temer sonha em ser lembrado como “o cara que recolocou o país nos trilhos do crescimento”, e ainda tem chances de conseguir ― melhor para ele e para o país, já que de nada adianta fazer como o populista boquirroto de nove dedos, que, a despeito de toda a popularidade que amealhou (e que ainda não perdeu por inteiro), institucionalizou a corrupção e arruinou o país ao emplacar uma gerentona imprestável como sua sucessora, e que agora está se borrando todo diante da perspectiva de acabar seus dias na cadeia (tanto ele quanto ela, a bem dizer, já que a situação de ambos se complica a cada dia que passa, digam o que disserem seus seus incorrigíveis admiradores).

Enfim, a previsível suspensão e o adiamento “sine die” do julgamento preocupa o Planalto, não pela mudança do cronograma ― que foi bem vista pelo Planalto, a quem interessa procrastinar o feito até meados do ano que vem, porque a estabilidade política também pesa na decisão dos magistrados, que se sentirão menos motivados a cassar o presidente poucos antes do final de seu mandato. O problema é a reabertura da fase de instrução processual, com a convocação de João Santana, Mônica Moura e André Reis Santana como testemunhas de acusação. “O processo tem começo, meio e fim”, disse Gustavo Guedes, advogado de Temer, que classificou de “inadequada” a decisão de reabrir o processo. Segundo ele, diante da reabertura, "não há como prever o encerramento da ação”. Até onde se sabe, a delação dos marqueteiros foi bombástica, e pode complicar tanto a vida dos ex-presidentes petralhas quanto a situação de Michel Temer. Demais disso, se o prosseguimento do processo ficar para o final de abril ou começo de maio, quando o conteúdo da delação dos executivos e ex-diretores da Odebrecht for de conhecimento público, o impacto nas sessões do TSE será imprevisível.

Punto e basta, como diriam os capi da Máfia Siciliana.

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