quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

O CRIMINOSO SEMPRE VOLTA AO LOCAL DO CRIME


 Em seus romances policiais, a escritora inglesa Agatha Christie preconizava que os criminosos sempre voltam ao local do crime. Isso me veio à memória devido ao o empenho de Lula em voltar ao Palácio do Planalto ― o que é compreensível, considerando que, até onde se sabe, nenhum presidente desta Banânia roubou tanto quanto ele. Para que o leitor tenha uma ideia, em 2010, logo antes de ser substituído pela Rainha Bruxa do Castelo do Inferno, o Demiurgo de Garanhuns acertou com o empresário Emílio Odebrecht um pacote de aposentadoria, segundo o qual teria à sua disposição um fundo de R$ 300 milhões, receberia uma remuneração regular em foram de palestras e teria agrados pontuais, como a reforma do seu sítio em Atibaia. Pelo menos é isso que afirma Antonio Palocci em sua proposta de colaboração premiada.

Como eu comentei dias atrás, o co-fundador do PT, ex-prefeito de Ribeirão Preto, ex-ministro da Fazenda do governo Lula e ex-chefe da Casa Civil da Gerentona de Araque é amigo de fé, irmão e camarada do Deus Pai da Petelândia desde sempre. Foi ele quem assumiu a coordenação da campanha do molusco em 2002, após o misterioso assassinato de Celso Daniel (antes disso, Lula concorreu três vezes à presidência e foi derrotado em todas elas).

Condenado a doze anos por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, Palocci está preso preventivamente em Curitiba, e há sete meses negocia um acordo de delação premiada. Um dos capítulos da sua proposta de colaboração trata das relações financeiras entre Lula e o ditador líbio Muammar Abu Minyar al-Gaddafi ― ou Muamar Kadafi, para os íntimos ― e tem potencial para fulminar o ex-presidente petralha e seu imprestável partido. Se o que o candidato a delator afirmou restar provado, o PT pode perder o direito de existir, porque, segundo a legislação vigente, nem partidos nem candidatos podem receber recursos de “procedência estrangeira” ― seja de um cidadão, de uma empresa ou de um governo. A punição é o cancelamento do registro do partido.

Partido dos Trambiqueiros já é alvo de pelo menos um pedido de cassação de registro por receber dinheiro do exterior, que tramita no TSE, com a velocidade de cágado perneta que todos nós conhecemos tão bem. Nestor Cerveró ― vulgo Lindinho ―, ex-diretor da área internacional da Petrobras, revelou em seu acordo de delação que, em 2005, a empresa teria pago US$ 300 milhões à Sonangol para explorar blocos de petróleo em Angola. Em contrapartida, a estatal angolana teria feito um repasse de R$ 40 milhões para financiar a campanha de Lula à reeleição. Veja o leitor do que é feito o estofo da “alma viva mais honesta do Brasil”.

Voltando agora ao criminoso e a cena do crime, O Antagonista reproduziu algumas passagens interessantes do discurso que Lula proferiu quando, ainda presidente da Banânia, visitou as obras do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro. Disse então o Parteiro do Brasil Maravilha:

1 – “Quero começar cumprimentando o companheiro Sérgio Cabral”.
2 – “Nosso companheiro Pezão”.
3 – “O ministro Edison Lobão”.
4 – “O nosso querido Paulo Roberto Costa, presidente em exercício da Petrobras”.
5 – “Nosso companheiro Sergio Machado, presidente da Transpetro”.

Em seguida, ele explicou os motivos daquele evento:

“Eu sei que tem algumas pessoas que estão perguntando ‘por que o Lula já visitou pela terceira vez o Comperj, se ainda a obra não está sendo construída, está na fase da terraplanagem?’ A primeira coisa que tem que compreender é que eu adotei como filosofia de vida aquela de que ‘é o olho do dono que engorda os porcos’. Então, eu tenho que estar presente sempre, para saber se as coisas que nós decidimos estão funcionando”.

Cinco anos se passaram e as obras no Comperj continuam paradas, mas a filosofia de vida do pulha funcionou: os porcos engordaram um bocado. Depois de falar sobre seus porcos, o sapo barbudo disse que sabia da roubalheira em Abreu e Lima, mas que ela tinha de prosseguir:

“Se a gente não fica esperto, a obra da refinaria de Pernambuco estaria parada. Porque se levantou suspeita de sobrepreço em algumas obras. E foi para a comissão do Congresso, a comissão do Congresso colocou no anexo VI, e eu vetei, porque senão teria que ter mandado embora 27 mil trabalhadores”.

Lula esclareceu igualmente que, para engordar seus porcos, a ração teria de ser fornecida pela própria Petrobras:

“O companheiro Paulo Roberto Costa sabe, a Dilma, como presidenta do conselho administrativo da Petrobras, sabe, o ministro Lobão, como ministro de Minas e Energia, sabe que, há cinco anos atrás, se dependesse da vontade da Petrobras, não teria nenhuma refinaria no Brasil”.

Outro porco do chiqueiro de Lula, o presidente boliviano Hugo Chávez, entrou na história:

“Numa visita de trabalho do presidente Chávez, consegui a parceria para a PDVSA se associar à Petrobras. Levamos três anos para construir essa parceria, porque a Petrobras e a PDVSA são duas grandes empresas, e duas moças bonitas no mesmo baile, elas sofrem uma concorrência natural entre elas, e nós demoramos muito para construir a engenharia do acordo que, graças a Deus, está pronto e está andando”.

Lula, a essa altura, introduziu o único assunto que realmente interessava:

“São bilhões de dólares, de investimentos. Se a gente for medir só o que a gente está fazendo, a gente vai ultrapassar os US$ 60 bilhões em refinaria neste país”.

E apresentou seus cúmplices:

“Aqui tem muitos empresários do setor da construção civil”.

O juiz Sergio Moro poderia usar o discurso de Lula como prova da Lava-Jato. Ele mostra claramente quem era o chefe do esquema.

Para não esticar demais este texto, o resto fica para a próxima postagem. Até lá.

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