sábado, 2 de dezembro de 2017

O FIM DO ANO ESTÁ AÍ. O QUE ESPERAR DE 2018?



DEZEMBRO FINDA. NA TARDE LINDA DESPONTAM RISOS DE ALEGRIA, VOZES QUE CANTAM, FLORES QUE ENCANTAM, FESTAS DE SONHO E DE POESIA.

Bons tempos aqueles em que a aproximação do Réveillon nos enchia o coração de esperanças. Hoje, para muitos de nós o Natal não passa de mera exploração comercial e passagem de ano, de uma simples virada de página do calendário.

No apagar das luzes de 2016 ― um ano especialmente conturbado ―, esperava-se que 2017 trouxesse a tão sonhada recuperação da economia. A instabilidade produzida pelo impeachment da anta vermelha havia sido superada, o país tinha tudo para voltar a crescer e a “Delação do Fim do Mundo” (lembram dela?) colocaria na cadeia uma notável penca de corruptos.

O fato de Temer ter sido citados nas delações da Odebrecht (43 vezes somente na confissão do ex-diretor de relações institucionais Cláudio Melo Filho) não melhorava em nada sua minguada popularidade. Rejeitado pelos simpatizantes da petralhada ― que o viam como traidor e golpista ― e pelos que comemoraram o final do governo petista ― por ter sido vice de Dilma durante seus dois mandatos e presidido o maior partido da base aliada do governo petista por 15 anos ―, o peemedebista acalentava o sonho de entrar para a história como “o cara que recolocou o Brasil nos trilhos do crescimento. Aí vieram a público as gravações de sua conversa nada republicana com o carniceiro de luxo Joesley Batista, a mala de dinheiro de Rocha Loures, as manobras escandalosas para sepultar as denúncias apresentadas pelo MPF sob o comando de Rodrigo Janot, e por aí segue a malsinada procissão. E o resto é história recente.  

Temer assumiu a presidência porque a Constituição não nos dava outra opção para penabundar a imprestável gerentona de araque e pôr fim aos desmandos lulopetistas. Sabe-se agora, porém, que melhor seria tê-lo expelido junto com a mulher sapiens. Claro que não se esperavam milagres de um presidente sem respaldo popular, que prometeu um ministério de notáveis e entregou um notável bando de apaniguados políticos corruptos. Demais disso, tirar o país do buraco envolvia dificuldades que foram potencializadas pela oposição ferrenha dos defensores do “quanto pior, melhor”, pela a sombra ameaçadora da Lava-Jato, pelas “sutilezas” do presidencialismo de coalização (ou de cooptação, como bem definiu o ex-presidente FHC) e pelas frequentes rusgas entre os 3 poderes desta república de bananas. Mas até aí morreu o Neves.

Um rápido retrospecto do ano que termina em menos de 1 mês dá conta de que governo Temer foi uma decepção. Houve ganhos, é verdade. A economia deu sinais de recuperação, pífios, mas reais. Os índices de desemprego, se não caíram expressivamente, ao menos deixaram de aumentar. A inflação baixou dos dois dígitos para algo em torno de 4% a.a., embora não seja bem isso que a gente nota quando faz compras no supermercado, abastece o carro e paga as contas de energia, água, gás e que tais. Mas a Selic despencou e reformas importantes ― como a do Teto dos Gastos e da Legislação Trabalhista ― foram aprovadas ou avançaram algumas casas no tabuleiro do Congresso. Demais disso, é injusto culpar o vampiro do Planalto pelas mazelas geradas e paridas durante 13 anos, 5 meses e 12 dias de jugo lulopetista ― como fazem a incorrigível militância vermelha e outros desinformados de plantão.

Olhando a coisa pelo melhor ângulo, em 2016 tínhamos uma presidente encurralada no Palácio do Planalto, sem autoridade, sem nexo e sem respeito; um presidente da Câmara descrito como homem de poderes sobrenaturais, que ocupava uma posição essencial para os destinos da nação; um vice decorativo, mas que, por suas celebradas habilidades no manuseio de parlamentares e políticos em geral, era visto como uma ponte que poderia conduzir Dilma à salvação. Isso sem mencionar um ex-presidente da República que posava de gênio da política, sempre prestes a “virar o jogo” mediante conchavos milagrosos ― e que tentaria nomear a si mesmo ministro da Casa Civil para escapar da Lava-Jato ―, além de um cangaceiro presidindo o Senado e atuando como marechal de campo na guerra para manter no comando a presidanta, seu abjeto antecessor e seu espúrio partido.

Em questão de meses, Dilma se tornou uma ex-presidente em processo de inscrição no arquivo morto da política brasileira; o então poderosíssimo presidente da Câmara foi devidamente encarcerado, o Cangaceiro das Alagoas perdeu e recuperou o cargo, virou inimigo figadal da militância vermelha e está a caminho do cemitério político; o gênio da política que ia salvar a anta vermelha, o PT e os aliados ― além de si mesmo, naturalmente ― coleciona processos penais e já foi condenado a 9 anos e meio de prisão em um deles, mas que recorre a uma manobra espúria travestida de candidatura à presidência para não se tornar, também ele, hóspede do sistema prisional tupiniquim.

Por essas e outras, tudo indicava que 2017 seria o ano da redenção. Só que não foi. Mas vamos deixar para concluir esse raciocínio na próxima postagem, que a de hoje já está de bom tamanho. Até lá.

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