sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

PETISTAS QUEREM PORQUE QUEREM DESCARACTERIZAR A CONDENAÇÃO DE LULA


É compreensível que a militância vermelha esteja desesperada com a situação de seu amado líder, e que esse desespero cresça à medida que se aproxima o dia em que o TRF-4 julgará o recurso do petralha. Mas nada justifica a pressão ― e muito menos as ameaças ― a que vêm sendo submetidos os desembargadores da 8ª Turma pelos vândalos de plantão (mais detalhes nesta postagem), que acenam até com a possibilidade de atear fogo no prédio do Tribunal, em Porto Alegre.

A escalada petista contra o Judiciário é comandada pelo próprio Lula. Além de atacar o TRF-4, em particular o presidente do Tribunal, Carlos Eduardo Thompson Flores, e o ministro revisor da Lava-Jato, Leandro Paulsen, o molusco abjeto afirmou que “juízes que se comportam como Sérgio Moro deveriam ser exonerados.”

A menos de uma semana do julgamento, Cristiano Zanin e seus esbirros, num ato desesperado, querem usar como “prova irretorquível” de que o famoso tríplex do Guarujá não é de Lula a penhora de bens da OAS determinada (de maneira equivocada) pela juíza Luciana Correa Torres de Oliveira, da 2ª Vara de Execução e Títulos no Distrito Federal, já que um dos bens é justamente o apartamento em questão. A patuleia ignara foi ao delírio com essa notícia, e as redes sociais foram coalhadas de postagens alardeando que a condenação imposta a seu amado líder é fruto de uma conspiração orquestrada pelos “coxinhas”, pela mídia, pelas “elites”, pela Rede Globo e por sabe Deus quem mais. Só que a acusação que resultou na condenação de Lula não era de que a propriedade formal do apartamento fosse dele, mas de que ele era o proprietário de fato ― situação que ele tentou encobrir valendo-se de diversos artifícios, e por isso foi condenado também por lavagem de dinheiro. 

A rigor, o tríplex nem é mais da OAS. Ele foi confiscado na sentença de condenação de Lula e, portanto, nem poderia ter sido penhorado. Ademais, Moro deixou claro na sentença que houve acerto de corrupção em contratos da Petrobras, e que parte do dinheiro da propina combinada foi utilizada em benefício do ex-presidente. Além disso, o magistrado esclareceu, numa das respostas à defesa do petista, que  jamais afirmou, na sentença ou em lugar algum, que os valores obtidos pela construtora OAS nos contratos da Petrobras foram usados para pagamento indevido para o ex-presidente. Até porque não importa de onde a OAS tirou o dinheiro, mas sim que a causa do pagamento fora o favorecimento da empresa em contratos com a Petrobras.

Como bem lembrou Merval Pereira, toda movimentação dos petistas em torno do julgamento de Lula demonstra que eles estão cientes da situação-limite em que se meteram, que Lula precisa do PT como nunca, e que o PT, como sempre, precisa de Lula. Uma eventual absolvição permitiria ao molusco resgatar um eleitorado que já foi seu e que hoje o repudia e ao PT, mas sua condenação reafirmaria a culpa já definida na primeira instância, fulminaria sua pretensão (à luz da lei da Ficha-Limpa) de concorrer novamente à presidência e colocá-lo-ia no xadrez (pelo entendimento firmado no STF, réus condenados na segunda instância podem começar a cumprir a pena, mesmo que recorram às instâncias superiores).

Claro que existe uma infinidade de recursos até a decisão final, mas a confirmação da condenação será o começo da derrocada daquele que ainda é um político popular e busca nas urnas escapar das acusações que lhe são feitas no âmbito da Justiça. Não é de espantar, portanto, que o site do PT tenha partido para uma acusação pessoal aos desembargadores que julgarão seu chefe no próximo dia 24, acusando João Pedro Gebran Neto de ser ser amigo de Moro; Leandro Paulsen, de ter sido muito rápido como relator, e Victor Laus, de receber um salário acima do teto. Afirma os petistas que os três magistrados são piores do que aquele que eles irão julgar, o que caracteriza uma clara tentativa de intimidação.

Para Roberto Veloso, presidente da Associação de Juízes Federais, “os magistrados decidem de acordo com a prova dos autos, não movidos por coações, intimidações ou ameaças”, e que “numa democracia, as decisões judiciais são respeitadas”. Para tentar serenar os ânimos, ele lembrou também que “o sistema recursal brasileiro é muito amplo”, ou seja, se a segunda instância confirmar a condenação, os advogados do petralha poderão recorrer às instâncias superiores. E completou: “As ameaças estão sendo públicas, não estão sendo veladas (...) temos assistido a vídeos com ameaças públicas de que serão depredados prédios públicos, que irão tomar de assalto as dependências do tribunal, que irão fazer e acontecer, até de atear fogo nós ouvimos.”

Amanhã tem mais, pessoal. Até lá.

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