quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

FAÇA ROOT NO SEU SMARTPHONE E... Parte 2

DAGLI INEMICI MI GUARDO IO, DAGLI AMICI MI GUARDI DIO!

Conforme vimos na postagem de abertura, o ROOT amplia os “poderes” do usuário sobre o sistema operacional de seu smartphone. O termo “root” (que significa raiz) foi emprestado do universo Linux, onde a figura do “superusuário” corresponde à do “administrador” no ambiente Windows.

Nossa abordagem se limitará ao Android, embora a ampliação de poderes dos usuários de smartphones tenha se popularizado inicialmente entre os “applemaníacos”, que, inconformados com a impossibilidade de personalizar seus iPhones e instalar apps fora da Apple Store, recorriam ao jailbreak ― alteração no iOS que dá acesso a inúmeras funções que a Apple mantém fora do alcance dos “usuários comuns”.

Rootear um aparelho “movido a Android” é, basicamente, o mesmo que usar o jailbreak para ampliar a gama configurações do iPhone. Todavia, o sistema do Google é open source (software livre, de código aberto), ao passo que o da Apple é proprietário ― ou seja, sua utilização é regida por um contrato de licença que veta modificações e/ou distribuições de cópias sem autorização expressa do detentor dos respectivos direitos autorais (leia mais sobre software livre e proprietário nesta postagem e nas seguintes).

No caso do Android, não há impedimento legal para o root, mas nem por isso o procedimento deixa de anular a garantia do aparelho. Ademais, sempre existe a possibilidade de algo dar errado e seu smartphone deixar de funcionar (daí minha relutância em publicar tutoriais sobre esse tema).

Atualmente, o root não é o bicho-de-sete-cabeças que foi um dia, e, dependendo do uso que você faz do telefoninho, tomar as rédeas do sistema pode fazer muita diferença: fazendo uma comparação com o Windows, seria como passar de usuário padrão a administrador, ou seja, ganhar acesso a possibilidades de configuração e personalização que o usuário comum nem imagina existir.

Dentre outras coisas, você poderá modificar o clock do processador, apagar aplicativos “irremovíveis” ― como o crapware instalado pelo fabricante do aparelho ou adicionado pelas operadoras de telefonia móvel celular ―, aumentar a duração da bateria inibindo a execução de processos desnecessários, gerenciar o desempenho de componentes, e por aí afora. Isso sem mencionar que você poderá instalar diferentes ROMs ― ou seja, se o fabricante deixou fornecer atualizações para seu aparelho, o root permite que você recorra à comunidade de usuários para instalar uma versão “extraoficial” da edição mais recente do Android (como o sistema da Google é de código livre, desenvolvedores no mundo todo têm acesso ao código-fonte e podem desenvolver alterações personalizadas para os aparelhos).

Por outro lado, o root potencializa o risco de arquivos importantes do sistema serem modificados ou excluídos acidentalmente, bem como facilita a ação de malwares (pragas digitais). E, como eu disse linhas atrás, embora não seja comum, uma eventual falha durante o processo pode causar o “brick” do smartphone (ou seja, transformá-lo num “tijolo” inútil).

Vistos e sopesados os prós e os contras, confira no próximo capítulo o tutorial propriamente dito. Até lá.

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