quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

COMPUTADOR LIVRE DE MALWARE E DE DESCONFIGURAÇÕES ACIDENTAIS? SAIBA COMO ISSO É POSSÍVEL


O PODER É A ESCOLA DO CRIME.

Em algum momento da história da informática, a bandidagem digital se deu conta de que o malware poderia ser um aliado valioso se, em vez de simplesmente danificar o sistema alvo e obrigar a vítima a reinstalá-lo, monitorasse os hábitos de navegação das vítimas, bisbilhotasse seus arquivos sigilosos e capturasse senhas, números de cartões de crédito etc.

Manter o Windows e os aplicativos atualizados, dispor de um arsenal de segurança responsável, criar senhas fortes, desconfiar sempre de anexos e links recebidos por email ou compartilhados via programas mensageiros e redes sociais, enfim, todas essas dicas que todos nós conhecemos bem — mas que muitos de nós desdenhamos solenemente — é meio caminho andado para prevenir aborrecimentos. Mas só meio caminho.

Acredite você ou não, ainda tem gente que escreve as senhas num post-it e cola no monitor; que instala antivírus e firewall que não "falam" o mesmo idioma do usuário (daí a clicar em qualquer botão que feche a caixa de diálogo para poder seguir adiante é um passo); que deixa o cunhado mala usar o computador com prerrogativas de administrador (mesmo sabendo que ele curte sites de pornografia) e o irmãozinho da namorada à vontade para instalar games piratas ou coisa pior, e aí se surpreende com o sistema infestado por pragas de todo tipo ou com o sumiço “misterioso” de um arquivo ou pasta importante. E por aí vai. 

Mesmo não sendo irresponsável a ponto de cometer asneiras como essas, ninguém está livre da ação nefasta de spywares, trojans, ransomwares e outros programinhas maliciosos — a não ser que não acesse a internet ou que deixe o computador desligado, naturalmente, mas isso está fora de questão. Existe uma maneira de manter a integridade do sistema, mesmo permitindo que o cunhado mala e o irmãozinho pentelho da namorada pintem e bordem; mesmo não tendo antivírus e um firewall; mesmo sendo relapso a ponto de apagar arquivos ou aplicativos que pareçam desnecessários sem sequer procurar saber a que pertence o arquivo ou para que serve o app. Mas note que não estamos falando da restauração do sistema — recurso valioso quando funciona, mas que não tem o condão de reverter desinstalações de aplicativos, exclusões de arquivos pessoais etc. —, mas da "virtualização do sistema".

Observação: Para quem não sabe ou não se lembra, as versões 9x do Windows contavam com o scanreg/restore para reverter ações mal sucedidas, mas a maioria dos usuários não se valia dessa solução porque não a conhecia ou porque não sabia executá-la via prompt de comando. Quando desenvolveu o Win ME, a Microsoft introduziu a restauração do sistema (presente também em todas as edições subsequentes do Windows), que é bem mais fácil de usar porque pode ser acessada através da interface gráfica do sistema. Essa ferramenta cria backups das configurações do Registro e de outros arquivos essenciais ao funcionamento do computador em intervalos regulares e sempre que alguma modificação abrangente é procedida (note que esses "pontos de restauração" também podem ser criados manualmente); caso o PC se torne instável ou seja incapaz de reiniciar, o usuário pode tentar reverter o sistema a um ponto anterior e, com um pouco de sorte, resolver o problema com relativa facilidade.

Na virtualização do sistema, um app dedicado cria uma "imagem" das definições e configurações do computador e as recarrega a cada inicialização, fazendo com que tudo volte a ser como antes no quartel de Abrantes, inobstante o que um software enxerido ou o próprio usuário tenha feito na sessão anterior. Veremos isso em detalhes na próxima postagem. Até lá.