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quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

SOBRE O PL DA PRISÃO EM SEGUNDA INSTÂNCIA NA CCJ DO SENADO E AS REVELAÇÃO DA ÚLTIMA PESQUISA DATAFOLHA




A CCJ do Senado aprovou ontem o Projeto de Lei da prisão em segunda instância. Rogério Carvalho, do PT de Sergipe, foi o único dos 23 senadores a votar contra a proposta — veja aqui como cada parlamentar votou. Como se trata de um substitutivo, a proposta ainda terá de passar por nova votação na Comissão. Simone Tebet, presidente do colegiado, pautou o turno complementa para as 11 horas de hoje.

Por ter caráter terminativo, o projeto, se aprovado nos dois turnos, seguirá direto para a Câmara — ou seja, se não houver apresentação de novas emendas até a próxima sessão, nem será preciso que ele passe passar por nova votação na CCJ. No entanto, segundo O Antagonista, senadores do PT estão tentando reunir 9 assinaturas para apresentar um recurso que exigiria a análise do texto no plenário, o que atrasaria ainda mais a análise do projeto (para mais detalhes, clique aqui).

O Brasil assiste há seis anos uma corrida entre as oligarquias corruptas e o aparato repressor. A Lava-Jato, por surpreendente e inusitada, largou na frente. Mas o esforço anticorrupção foi perdendo terreno. Nesse instante, a banda podre assumiu a dianteira. E as ruas ainda não conseguiram esboçar uma reação à altura do retrocesso. Num contexto assim, manifestações como as que ocorreram neste domingo são úteis, mas insuficientes para deter o retrocesso. (veja comentário abaixo).


Mudando de pato para ganso: Segundo Josias de Souza, a última pesquisa Datafolha expõe alguns paradoxos. Na comparação com a pesquisa realizada em agosto, o índice de aprovação da forma como o governo lida com a corrupção caiu de 34% para 29%. Mas a gestão de Sergio Moro é aprovada por 53% dos brasileiros. Isso ocorre porque a sujeira ao redor — do rolo do primogênito Flávio Bolsonaro ao laranjal do ministro do Turismo Marcelo Álvaro Antônio — essa sujeira não grudou na imagem que o hoje ministro construiu como juiz da Lava-Jato.

Em movimento inverso, subiu de 20% para 25% a taxa de aprovação do modo como o governo gerencia a Economia. A despeito disso, a aprovação de Paulo Guedes, de 39%, é inferior à de Damares, aprovada por 43% dos brasileiros. É preciso levar em conta, porém, que o índice da ministra-pastora é anabolizado pela religião, pois a pesquisa revela que o grosso de sua popularidade vem dos evangélicos pentecostais. De resto, 39% de aprovação para um ministro da Economia, associado a cortes e arrochos, não chega a ser uma má avaliação.

Atribui-se ao aroma de crescimento que começou a exalar do PIB o estancamento da sangria na aprovação de Bolsonaro, que não só parou de cair, mas subiu de 29% para 30%. Se a pesquisa serve para alguma coisa é para mostrar ao capitão que ele deveria administrar melhor a língua, colocar as encrencas em pratos limpos e se concentrar na Economia. A prosperidade do país depende da Economia. A popularidade do presidente também. Não fica bem a um candidato à reeleição ostentar uma aprovação de sub-Damares.

quarta-feira, 17 de outubro de 2018

ELEIÇÕES 2018 — FALTAM 11 DIAS...



A oportunidade de escolher um candidato “mais ao centro do espectro político-partidário” se perdeu no último dia 7. Agora não adianta chorar. Resta-nos o Capitão Caverna ou o fantoche do presidiário de Curitiba — o pior dos cenários, sem dúvida, mas previsível à luz da crescente polarização do eleitorado.

Não sei o que esperar de Bolsonaro na presidência, mas sei como foi ter o PT no poder. No mais das vezes, é melhor ficarmos com o diabo que conhecemos, mas toda regra tem exceção, e a eleição do próximo dia 28 me parece ser uma situação excepcional.

A pouco mais de uma semana do segundo turno, todas as pesquisas indicam a vitória de Bolsonaro por uma vantagem considerável, embora ele seja o candidato dos sonhos somente para os bolsomínions — mais ou menos como Lula em relação aos sectários do lulopetismo. Isso significa que seu favoritismo se deve a um repúdio maciço ao PT, ou por outra, ao medo de o demiurgo de Garanhuns voltar ao poder, ainda que encarnado no fantoche que se empenha mais a cada dia em desconstruir sua própria imagem para se travestir no mestre e conquistar a simpatia da patuleia.

A pesquisa mais recente do Ibope não só reafirmou o favoritismo do capitão como também o declínio de sua rejeição, que às vésperas do primeiro turno era de 43% e agora caiu para 35%. Já o repúdio a Haddad cresceu de 36% para 47%, superando o do adversário pela primeira vez desde o início da campanha.

Sondados pelo staff petista, Joaquim Barbosa e Fernando Henrique não demonstraram grande entusiasmo em apoiar Luladdad. Jaques Wagner — que era o primeiro da lista no “plano B” do PT, mas preferiu (sabiamente) disputar uma vaga no Senado — chegou mesmo a reconhecer que o partido deveria ter desistido da candidatura própria e apoiado Ciro Gomes. Aliás, Lula atuou nos bastidores para minar as chances de Ciro chegar ao segundo turno, e agora está colhendo o que plantou: o cangaceiro de araque (Ciro é paulista de Pindamonhangaba) viajou para a Europa e seu irmão Cid, durante um ato de campanha petista no Ceará, disse à patuleia que o PT deveria ter pedido desculpas pelas “besteiras que fizeram”, por “aparelharem as repartições públicas” e por “acharem que eram os donos de um país que não aceita ter dono”. O circo pegou fogo, como se pode conferir no vídeo que eu inseri na postagem anterior (são cerca de 4 minutos, mas que valem cada segundo).

Observação: Para não perder a liderança da esquerda, o presidiário de Curitiba barrou de todas as maneiras a aliança com o PDT, inclusive ameaçando o PSB de lançar candidato em Pernambuco se o partido apoiasse Ciro. Agora, quando tudo indica que Inês é morta, surgem dentro do próprio PT sugestões de lançar a candidatura de Ciro em 2022.

A pouco mais de uma semana do segundo turno, combater Bolsonaro com um discurso genérico sobre valores e democracia, direcionado a um eleitorado eminentemente antipetista, me parece perda de tempo. Mesmo que atraísse para si todos os votos brancos e nulos, o fantoche de Lula não conseguiria vencer o adversário, e roubar seus eleitores é uma missão quase impossível, pois quem vota no capitão não vota no PT. Além disso, a ideia de formar uma aliança pluripartidária “a favor da democracia” não só não deu certo como foi desmentida (ou talvez por não ter dado certo é que foi desmentida) pelo próprio Jaques Wagner.

Bolsonaro tenta se mostrar menos radical e vem evitando os debates (que decididamente não são a sua praia). Pode ser uma boa estratégia: com ou sem debates, os que votaram nele não mudarão seu seu votos, assim como os seguidores da seita do inferno também não o farão. Se o candidato do PSL conseguir controlar seus verdadeiros adversários — que são ele próprio, seu vice e seu staff, que nem sempre cantam em coro e não raro cometem erros primários em seus pronunciamentos —, sua vitória está praticamente assegurada.

Observação: Bolsonaro deve passar por nova avaliação médica nesta quinta-feira, 18, quando será liberado (ou não) para participar de debates televisivos. Desde que teve alta, ele gravou transmissões ao vivo quase que diárias nas redes sociais, deu entrevistas a rádios e emissoras de TV e participou de alguns atos públicos, mas não dos debates programados pela Band, Gazeta e Rede TV. E o mesmo deve ocorrer no do SBT, que estava previsto para esta quarta-feira. E ainda que seja liberado pelos médicos, ele pode não participar dos debates da Record e da Globo, programados respectivamente para os próximos dias 21 e 26. Segundo o UOL, o capitão só irá aos debates “se achar que deve; se achar que não, não vai participar”. A Band remarcou seu para a próxima sexta-feira, “a depender da decisão que os médicos tomarão na quinta e que o próprio Bolsonaro tomará na sequência”, segundo o jornalista Ricardo Boechat, escalado para mediar o debate.

Os próximos anos não serão fáceis, independentemente de quem for o presidente da vez, pois sua popularidade irá evaporar tanto se ele se empenhar nas reformas necessárias ao combate do desequilíbrio fiscal quanto se não as levar adiante. Todavia, considerando os presidenciáveis que disputarão o segundo turno, o Brasil sairá do pleito mais dividido do que nunca. 

Com bem salientou Mario Vitor Rodrigues na Gazeta do Povo, “se somarmos à inabilidade política do grupo que tende a assumir o poder o seu voluntarismo para ferir estruturas básicas no senso comum e o fato de que não há função mais talhada para a esquerda do que jogar pedra na vidraça, talvez o bolsonarismo encontre a sua verdadeira vocação em poucos anos, qual seja reavivar uma esquerda que tinha tudo para passar um bom tempo no ostracismo, não fosse ela convidada para uma festa em que sempre soube muito bem como se comportar”.

Para relembrar, veja como age o candidato que se diz pronto para debater com quem for e em qualquer lugar:


E para encerrar, uma foto que traduz com rara sensibilidade como a maioria de nós se sente em relação ao cenário político:


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sexta-feira, 21 de setembro de 2018

ELEIÇÕES — O DEUS NOS ACUDA DAS DERRADEIRAS SEMANAS



Quarta-feira, 19 de setembro. A 18 dias do primeiro turno das eleições mais conturbadas da nossa história, analistas, jornalistas e outros “istas”, baseados em recente pesquisa do Ibope, profetizam que o pleito terá dois turnos (palpite que qualquer cartomante de botequim daria sem pestanejar, mesmo num país onde até passado é imprevisível), que o Capitão Caverna enfrentará, no segundo tempo, o preposto do Criminoso de Garanhuns e que os demais postulantes podem ir fazendo as malas, pois logo voltarão para o buraco de onde jamais deveriam ter saído.

Quinta-feira, 20 de setembro. A 17 dias do primeiro turno das eleições mais conturbadas da nossa história, o Datafolha anuncia que Bolsonaro puxa a fila dos presidenciáveis, com confortáveis 28% das intenções de voto (mesmo hospitalizado e sem participar de nenhuma atividade de campanha desde o último dia 6, quando foi esfaqueado em Juiz de Fora). Em segundo vem Haddad, com 16%, mas o cangaceiro de festim (Ciro Gomes é paulista de Pindamonhangaba) é o único com cacife para derrotar todos os rivais no segundo turno, e vencerá Bolsonaro por 6 pontos percentuais (nos demais cenários, o Capitão Gancho empataria com Haddad, Alckmin e Marina).

Observação: O Datafolha entrevistou 8.601 eleitores de 323 municípios. O Brasil tem 147,3 milhões de eleitores espalhados por cerca de 5600 municípios, mas a margem de erro, segundo o instituto, é de míseros dois pontos.

Ainda segundo a pesquisa, 40 % do eleitores podem mudar o voto. Desses, 15% indicam Ciro como segunda opção, 13% apontam Marina, 12% optam por Haddad, 12% por Alckmin e 11% por Bolsonaro. Os eleitores de Ciro, Alckmin e Marina são os menos decididos — mais da metade admite escolher outro candidato e muitos têm trocado de camisa nas últimas semanas. Aliás, perguntados se sabem o número de seu candidato, 42% desses representantes do esclarecidíssmo eleitorado tupiniquim não souberam dizer o número certo.

O crescimento significativo do lambe-botas do criminoso de Garanhuns, cujas intenções de voto mais que dobraram depois de sua unção, leva-nos a antever (e temer) o pior dos cenários. Mas se o esbirro lulista representa a volta do presidiário ao Planalto, seu oposto também é uma aposta de risco, não só por seu inescondível despreparo (embora seja Paulo Guedes quem ditará as regras se Bolsonaro for eleito), mas também porque seu vice representa uma ameaça real à democracia.

Os números não mentem, mas podem estar errados ou ser manipulados — ou mesmo apontar um resultado baseado em respostas inverídicas. A esta altura do campeonato, tudo é possível, até mesmo a fatura ser quitada já no próximo dia 7, embora eu tenha cá minhas dúvidas. Bolsonaro sonha com essa benção, pois abreviaria uma campanha da qual sua saúde o impede de participar. Demais disso, o segundo turno é uma eleição à parte, e não se sabe até que ponto os acordos costurados entre os candidatos remanescentes e os defenestrados no primeiro escrutínio teriam serventia, pois entendimentos entre cúpulas partidárias não necessariamente influenciam eleitores indecisos ou propensos a votar em branco ou anular o voto.

O que há de claro em tudo isso é que nada está claro. O que se vê é o capacho vermelho posar de “candidato da civilidade” (embora preste contas a um criminoso condenado), visando se contrapor ao “barbarismo” de Bolsonaro, enquanto os partidos do centrão — integrados por políticos sem ideologia nem vergonha na cara, que se vendem como putas nas zonas do mais baixo meretrício, mas capazes de farejar derrota como tubarões farejam sangue a milhas de distância — se mostram mais preocupados com as eleições em seus próprios estados do que em apoiar o picolé de chuchu tucano.

O acordo com o centrão garantiu a Alckmin um latifúndio de tempo na propaganda eleitoral obrigatória, mas não lhe ensinou a explorar essa vantagem. O tucano acreditava que, como por milagre, sua insípida campanha decolaria a partir do último dia primeiro. Mas não decolou. Lamentavelmente, o PSDB é um cemitério de egos, e ainda que Alckmin seja a pior escolha, pelo menos neste momento, já não há tempo de substituí-lo por Doria, que certamente seria mais competitivo.

Alckmin aposta agora em uma “última onda” para voltar a crescer e chegar ao segundo turno. “Nós temos 30% de indecisos na pesquisa espontânea (quando os candidatos não são apresentados ao eleitor). A campanha está em aberta e está por onda. Já tivemos a onda Marina, a onda Ciro, a onda Haddad. Ela pode vir por ondas, mas é a última onda que vai valer”. Da sua ótica, Haddad, e não Bolsonaro, quem está garantido no segundo turno, já parte dos 28% de intenções de voto contabilizadas pelo extremista de direita não são de eleitores que querem vê-lo na Presidência, mas sim de votantes que querem impedir o retorno do PT. E é esse o eleitor que o tucano pretende reconquistar. Resta-lhe explicar como irá fazê-lo, já que tem pouco mais de duas semanas para realizar esse prodígio de magia.

Se nada mudar até amanhã, falaremos mais um pouco de Alckmin e seu imprestável partido.

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segunda-feira, 2 de outubro de 2017

O FARSANTE CANDIDATO


Nova pesquisa do Datafolha dá conta de que a popularidade de Lula aumentou, a despeito de o petralha vir colecionando processos (já é réu em 7, foi sentenciado a 9 anos e 6 meses de prisão em um deles e é alvo de outros tantos inquéritos, que certamente resultarão em mais processos). 

Não sei se, ou até que ponto, essas pesquisas são confiáveis, notadamente a um ano das eleições. Aliás, no ano passado, quando todos os institutos davam como certa a presença de Haddad no segundo turno das eleições municipais paulistanas, João Dória ganhou de lavada logo no primeiro ― e agora desponta como virtual candidato à presidência da Banânia, mas isso já é outra história.

Treino é treino, jogo é jogo. Lula tem seu eleitorado cativo e sua militância caninamente fiel. Se ele for flagrado de braço dado com o próprio Demo, essa gente dirá que duas divindades se uniram pelo bem do Brasil, dos pobres, dos desvalidos e da ponte que os partiu.

Lula deixou o Planalto com a popularidade nas estrelas ― tanto assim que conseguiu eleger um poste para sucedê-lo, e o resultado é o que hoje se sabe. Mas ele ainda é lembrado pelos menos esclarecidos como "um bom presidente", até porque seus malfeitos foram descobertos depois que ele deixou o Planalto. Na cabecinha pequena dos humildes e manipuláveis, isso faz muita diferença.

Não se sabe se o sacripanta disputará as próximas eleições e nem se chegará ao segundo turno caso venha a concorrer. Se a condenação imposta pelo juiz Moro for mantida pelo TRF-4 ― o que deve acontecer no primeiro semestre de 2018 ― a Lei da Ficha-Limpa sepultará suas pretensões políticas (a menos que férias compulsórias no Complexo Médico-Penal de Pinhais, em Curitiba, ou no Presídio da Papuda, no DF, contem como projeto político).

Dentre os quase 3.000 pesquisados pelo Datafolha, muitos dos que declararam sua preferência ao petista responderam, na pergunta seguinte, que não votariam em candidatos envolvidos com corrupção. Outros nomes bastante suscitados foram os de Sérgio Moro e do ex-ministro do Supremo Joaquim Barbosa, embora nem um nem outro sejam candidatos a coisa alguma.

Nos bastidores, o PT já vem considerando uma candidatura alternativa (os mais prováveis substitutos de Lula são Fernando Haddad e Jaques Wagner). No entanto, nem mesmo o testemunho de Palocci ― que dá uma boa ideia do que será sua delação ― ou sua carta à presidência do PT levam a militância a rever seus conceitos.
A missiva de adeus, endereçada a Gleisi Hoffman ― a quem Palocci trata por “senhora presidente”, negando-lhe o ridículo tratamento que era obrigado a usar durante o tempo em que foi ministro da anta vermelha ―, torna irreversível seu acordo de delação e, ao pedir sua desfiliação, evita a humilhação de ser expulso da legenda que ajudou a criar.

No texto, o ex-ministro salienta o fato de o PT celebrar delinquentes juramentados, condenar quem admite o próprio envolvimento em patifarias devassadas pela Lava-Jato e atirar ao fogo quem ousa dizer a verdade sobre o partido, que compara a uma seita liderada por liderada por uma pretensa divindade que culpa a finada esposa pelas obscenidades que protagonizou e já não sabe quantos dias tem novembro ou quando agosto termina.

Até quando vamos fingir acreditar na autoproclamação do homem mais honesto do país? ― pergunta o autor da “Carta ao Povo Brasileiro”, que ajudou Lula a se eleger em 2002. Somos um partido político sob a liderança de pessoas de carne e osso ou somos uma seita guiada por uma pretensa divindade? ― questiona Palocci, cujas novas flechadas (leia-se sua delação) ajudarão a colocar na prisão o farsante que, sem emprego regular desde 1978, virou dono de imobiliária clandestina e um dos maiores falsificadores de escrituras desde o primeiro caso de estelionato registrado no Brasil.

Observação: Segundo O Sensacionalista, os que veem fraude nos recibos de aluguel apresentados pela defesa de Lula, por terem sido datados de 31 de junho e 31 de novembro, esquecem-se de que, no governo do PT, as coisas melhoraram a tal ponto que tudo ficou maior, inclusive os meses do ano. Posteriormente, os golpistas desviaram os dias 31 desses meses num complô com fabricantes de calendários americanos, mas a defesa do ex-presidente já convocou o perito Molina para atestar a veracidade dos documentos ― o laudo deve ser concluído até 30 de fevereiro.   

É curioso o modo como funciona a cabeça do eleitorado tupiniquim. Veja o leitor que Bolsonaro se destacou na pesquisa ― aprofundando ainda mais o cenário de terror, já agravado, semanas atrás, pelo pronunciamento estapafúrdio do tal general Mourão, que defendeu abertamente uma intervenção militar no caso de o Judiciário não conseguir expurgar os corruptos do cenário político tupiniquim. Mourão não foi uma voz isolada nem sua fala se deu de forma casual: antes de discursar numa loja maçônica em Brasília, o demiurgo militar havia participado de um encontro do Alto Comando do Exército, que contou com a presença de 16 generais de 4 estrelas, o que torna suas palavras públicas e configura uma violação ao Regulamento Disciplinar do Exército. 

Estranhamente, não houve qualquer punição ao general boquirroto ― o que denota que o governo Temer não tem autoridade moral sequer para passar um pito nos militares. Aliás, desde que assumiu o poder, o peemedebista evita se indispor com as Forças Armadas, como comprova a exclusão dos milicos da reforma da Previdência e do congelamento de salários imposto ao funcionalismo federal. 

Em tese, a situação de Michel Temer ― cujo governo nada mais é do que um terceiro tempo das gestões lulopetistas, já que o peemedebista nunca teria chegado lá se fosse vice de Dilma, e jamais teria sido aceito na chapa sem o beneplácito de Lula ― é uma preocupação mais imediata, pois seu presente define o nosso futuro. Não que haja grandes possibilidades de o presidente ser derrotado na Câmara ― conforme já discutimos noutras postagens ―, ainda que salte aos olhos seu envolvimento em todos os ilícitos denunciados pelo ex-procurador-geral Rodrigo Janot

Enfim, só falta agora o povo sair às ruas em massa para apoiar a intervenção militar ― até porque, convenhamos, a fala de Mourão faz sentido, ou alguém discorda de que, no Brasil, os políticos loteiam tudo quando estão no governo, visando fabricar dinheiro para se locupletarem e bancar suas candidaturas milionárias? Parafraseando o jornalista J.R Guzzo, "o comandante do Exército deu o caso por encerrado, mas isso não faz com que os militares pensem o contrário do que estão pensando ― e o mundo político nunca se esforçou tanto para convencê-los de que estão certos". 

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sábado, 23 de julho de 2016

SUCESSÃO MUNICIPAL EM SAMPA: SEGUNDO O DATAFOLHA, RUSSOMANNO VENCERIA TODOS OS CONCORRENTES NAS SIMULAÇÕES DE SEGUNDO TURNO; SEM ELE, MARTA SUPLICY SERIA ELEITA (DE NOVO?!) PREFEITA DA MAIOR CAPITAL DO BRASIL

De acordo com última pesquisa do Instituto Datafolha, cujos resultados foram publicados na semana passada, Fernando Haddad ― o prefeito petralha que proibiu a FIESP de exibir a bandeira nacional e é o candidato mais rejeitado pelos entrevistados ― tem índices compatíveis com a qualidade de sua administração e com a clarividência de suas decisões (vide detalhes nesta postagem de Reinaldo Azevedo).

Celso Russomanno (PRB) lidera a disputa no primeiro turno, com 25%. Em segundo lugar, está Marta Suplicy (PMDB), com 16%, seguida por Luiza Erundina (PSOL), com 10%. O atual prefeito vem em quarto lugar, com apenas 8%. O tucano João Doria marca 6%, Marco Feliciano (PSC), 4%, e Andrea Matarazzo (PSD), 3%.
Detalhe: O dublê de deputado, apresentador de TV e defensor incansável dos direitos do consumidor foi condenado em primeira instância por peculato, e se tornará inelegível se essa decisão for confirmada pelo Supremo. Nesse cenário, Marta assumira a liderança do primeiro turno, com 21%, seguida por Erundina (13%), Haddad (11%), Doria (7%) e Feliciano e Matarazzo, ambos com 5%.

ObservaçãoRodrigo Janot quer condenar Russomanno por ter empregado em sua produtora, entre 1997 e 2001, uma funcionária cujo salário era pago pela Câmara. Tudo bem. Mas o que dizer de Fernando Haddad, que recebeu 30 milhões de reais em propinas, de acordo com depoimentos dados por delatores ao próprio Janot? Se o primeiro tem de ser punido, o segundo tem de ser preso! A propósito: apenas 14% aprovam a gestão do petista; para 48%, ela é ruim ou péssima, e 35% avaliam-na como regular.

O Datafolha fez 10 simulações de segundo turno. Caso seja candidato e se o confronto ocorresse hoje, Russomanno venceria todos os embates: 58% a 18% contra Doria; 58% a 19% contra Haddad; 54% a 29% contra Erundina e 48% a 31% contra Marta. Sem o candidato do PRB, Marta bateria todos os adversários: 48% a 24% contra Doria; 44% a 24% contra Haddad e 39% a 33% contra Erundina. Esta, por sua vez, venceria o candidato do PSDB por 44% a 24% e o petralha por 42% a 25%. Embora na margem de erro, Doria, muito provavelmente, venceria Haddad por 34% a 30%.

Enfim, faltam quase três meses para as eleições, e é pouco provável que o candidato tucano conserve o índice atual, pois o PSDB costura uma ampla aliança na cidade. E ainda que Russomanno se mantenha no páreo, já ficou claro que ele pode ser bom de saída, mas tende a se complicar no percurso e na chegada.

A pesquisa serve apenas para dar uma ideia de como anda o humor dos eleitores, mas é incontestável que a ex-petista Marta e a macróbia e também ex-petista Erundina ― que já ocuparam a prefeitura de Sampa e protagonizaram gestões sofríveis ― tenham motivos para comemorar. No entanto, da mesma forma que jogo se ganha no campo, eleição se ganha na urna.

A conferir.