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quinta-feira, 10 de maio de 2018

SOBRE A PRISÃO DE LULA E AS ELEIÇÕES SEM JOAQUIM BARBOSA



A maioria dos ministros da 2ª Turma STF já votou contra conceder liberdade ao criminoso de Garanhuns, que está preso desde o mês passado. O julgamento em plenário virtual começou no último dia 4, e o prazo para os ministros apresentarem seus votos termina às 23h59 desta quinta-feira. Até a última atualização, já haviam votado contra conceder liberdade a Lula os ministros Luiz Edson Fachin (relator), Dias Toffoli, Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski. Ainda falta o voto de Celso de Mello, mas a maioria foi estabelecida com voto o de Gilmar. Volto a este assunto oportunamente.

Fala-se que as eleições presidenciais deste ano serão parecidas com a de 1989, quando o caçador de marajás de festim venceu o sindicalista lalau. Na época não se sabia que o caçador de marajás era de festim, nem que o sindicalista era lalau, mas isso é outra conversa. Importa dizer é que o contexto atual é bem diferente do de então, e a parecença não vai além da quantidade absurda de disputantes ao cargo mais importante desta Banânia.

O Brasil nunca precisou tanto de uma campanha eleitoral de verdade, com debate de propostas, posições políticas, questões envolvendo economia, privilégios de poucos e mazelas de muitos. E em 1989 havia debates, e os políticos não estavam na mira da maior operação anticorrupção jamais vista no Brasil. Não que os políticos de então não fossem corruptos, mas isso também é outra conversa. O fato é que nas próximas eleições os candidatos subirão mais uma vez nos palanques (sobretudo virtuais) para prometer o que sabem que não vão poder cumprir.
  
A ausência de uma campanha política de verdade, com debates de ideias e propostas, está fora da agenda de todos os partidos. Entre os pré-candidatos, Alckmin, Ciro e Marina (nem vou mencionar Collor, que isso seria escarnecer do leitor), já concorreram outras vezes, e nenhum foi capaz de apresentar programa de governo para um país afundado em crise. Marina, a eterna sonhática, chama Bolsonaro de hiena. Bolsonaro comemora a prisão de Lula. Ciro fala mal do PT e Álvaro Dias bate em Alckmin, que simplesmente desaparece, a pretexto de estar em campanha.

Joaquim Barbosa, quando ministro do STF, ganhou notoriedade durante o julgamento da ação penal 470 (vulgo julgamento do Mensalão), sobretudo por seus embates com Ricardo Lewandowski ― que atuou mais como advogado de defesa dos petistas do que como magistrado da nossa mais alta Corte. Mas adiante, devido a problemas de saúde, o ministro antecipou sua aposentadoria e descartou a possibilidade de ingressar na política, pelo menos naquele momento. Meses atrás, porém, despontou como candidato a candidato e ganhou rapidamente o apoio popular, notadamente do segmento da sociedade que não aguenta mais tanta corrupção.

Antes mesmo de formalizar sua filiação partidária e afirmar com todas as letras que pretendia concorrer, Barbosa tinha invejáveis 10% das intenções de voto, superando com folga Geraldo Alckmin ― não à-toa conhecido como picolé de chuchu ―, Ciro Gomes, Álvaro Dias e mais um ou dois postulantes que teriam chances reais de passar para o segundo turno.

Com Lula na cadeia e fora do páreo ― embora o PT insista em manter sua candidatura até o mais amargo fim, contando com a possibilidade de substitui-lo de última hora por um poste vermelho qualquer (Fernando Haddad e Jaques Wagner são os mais contados) e torná-lo competitivo com os votos daqueles que continuam iludidos pelo discurso mambembe do demiurgo de Garanhuns (ou criminoso de Garanhuns, como queira), competitivos, mesmo, são Jair Bolsonaro e Marina Silva ― e, vá lá, Ciro Gomes, o cearense nascido em Pindamonhangaba (SP). Fidelix, Eymael, Amoedo, Manoela D’Ávila e uma dúzia de outros aventureiros não têm a menor chance. E era justamente aí que Barbosa assomava como opção para quem têm opção senão votar em branco ou anular o voto, pois era visto como um candidato de centro esquerda, mas capaz de tirar votos de candidatos da direita.

Era, porque na última terça feira o candidato “Viúva Porcina” (aquela que foi sem jamais ter sido) anunciou sua decisão de não concorrer devido a “razões pessoais”, conforme mensagem publicada em sua conta no Twitter. Ele havia se filiado ao PSB em 6 de abril, às vésperas do prazo limite para disputar eleições, e desde então vinha fazendo mistério sobre suas reais pretensões. 

O presidente nacional do partido, Carlos Siqueira, disse ter recebido um telefonema de Barbosa no início da manhã de terça-feira, 8, comunicando a decisão. Especula-se que, dentre os principais motivos que o levaram a desistir, está a desaprovação da família e o problema gravíssimo de coluna que o levou a se aposentar prematuramente do STF.

Além do temperamento forte, Joaquim Barbosa passava a impressão de que queria ser “aclamado” pelo partido que o acolheu. Só que acabou enfrentando resistência a seu nome, o que também deve ter pesado em sua decisão. Mesmo assim, é de se lamentar sua sua decisão: embora não seja possível prever como ele governaria se eleito fosse, sua vida pregressa ilibada e intransigência com a corrupção levam a supor que perdemos uma boa chance de eleger alguém comprometido com os interesses da nação, alguém que poderia usar o poder para servir, e não para se servir dele.

Muita gente está comemorando a decisão de Barbosa ― dizendo, inclusive, que ele jogou a toalha porque teria algo a esconder. Uma acusação leviana, mas que não chega a causar estranheza vindo de adversários que respiraram mais aliviados com a saída de um concorrente de peso, sobre cuja reputação jamais pairou qualquer suspeita de práticas pouco republicanas. 

Para o PSB, que durante anos orbitou em torno do PT, mas com quem rompeu em 2013, quando lançou a candidatura do então governador de Pernambuco Eduardo Campos ―, ficou mais difícil alçar voo próprio na esfera nacional. Com a desistência de Barbosa, ganha força no partido a possibilidade de apoio a Ciro Gomes.

Barbosa era a principal incógnita nessa equação e o único nome de fora da política na sucessão presidencial, e por essas e outras sua desistência altera o cenário. Para que lado a balança vai pender, ainda é cedo para dizer.

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sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

ELEIÇÕES 2018 ― TUDO COMBINADO E NADA RESOLVIDO



Nas próximas eleições, além da presidência da República, estarão em jogo os governos estaduais, 2/3 do Senado, e a totalidade da Câmara. Em 1989, disputava-se apenas a presidência ― o que dava mais força ao candidato do que ao partido que o apoiava ―, e todas as grandes lideranças políticas estavam na disputa. O embate final se deu entre os populismos de direita e de esquerda, com Brizola sendo expelido no primeiro turno e Collor derrotando Lula no segundo.

No pleito desse ano, os principais protagonistas são os populismos de esquerda e de direita, encarnados, respectivamente, em Lula e Bolsonaro. Isso se deve em parte ao fato de decadência moral e a crise econômica servirem de adubo para populistas radicais, mas também por não ter surgido, pelo menos até agora, um mísero candidato “de centro” que empolgue o eleitorado.

O último candidato não populista a presidente a derrotar um rival populista foi FHC ― que venceu Lula em dois pleitos consecutivos, sempre no primeiro turno ―, menos pelo seu estilo de fazer política e mais pelo Plano Real, que teve efeitos benignos sobre o eleitorado (nada mais popular do que garantir ao povo uma melhoria imediata de vida e uma moeda valorizada).

Melhorias de vida imediatas são geralmente produzidas por medidas populistas. O Plano Cruzado, por exemplo, garantiu a vitória dos acólitos de Sarney nas eleições majoritárias e proporcionais de 1986. Outro bom exemplo é o Bolsa Família, que alavancou o lulopetismo. Num país tão desigual quanto o Brasil, Getúlio sempre vencerá o Brigadeiro ―, lembra Merval Pereira, referindo-se às duas derrotas que Eduardo Gomes sofreu na década de 40; uma para Dutra, candidato de Getúlio, e outra para o próprio Getúlio.

Para Michel Temer e seu “legado”, o desafio será chegar às eleições sem se tornar a “Gení”, como aconteceu com Sarney em 1989. Ele aposta na melhora da economia e parece mesmo acreditar que seu apoio será decisivo em outubro, e em momentos de delírio explícito cogita até mesmo em se candidatar à reeleição.

Existe uma longa distância entre o que se deseja e o que se obtém, e nada indica que, nos próximos meses, a melhoria da economia será significativa a ponto o governo mais impopular da história num ativo eleitoral capaz de neutralizar a ânsia da população por um “salvador da pátria” ― papel que Lula e Bolsonaro representam, ainda que por razões distintas.

Em última análise, o momento é de incerteza. Tudo que se tem até agora não passa de mera especulação. O cenário só começará a se definir a partir do próximo dia 24 ― Deus permita que com Lula fora do páreo e, se possível, dentro de uma cela no presídio.

Geraldo Alckmin terá de “fazer o diabo” para crescer nas pesquisas e mostrar que foi acertada a decisão do partido [de escolhê-lo em detrimento de João Doria].  Não é à toa que Luciano Huck parece disposto a voltar ao páreo. Além disso, até abril o cenário pode mudar, com a entrada de nomes como Joaquim Barbosa, Henrique Meirelles, Marina Silva e outros quaisquer. 

Infelizmente, nenhum entusiasma, todos decepcionam. 

Pobre Brasil.

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quarta-feira, 18 de junho de 2014

JOAQUIM BARBOSA, SUPOSTA CAPA DA REVISTA VEJA E ELEIÇÕES 2014

NÃO FOSSE TRÁGICO, SERIA CÔMICO

Amanhã, dia de Corpus Christi, é feriado em todo o Brasil, e como estamos em plena Copa do Mundo, é mais do que natural que boa parte dos brasileiros só volte à ativa na próxima segunda-feira - se voltar, já que tem jogo da seleção, como os bancos fecham às 12h30m...
Então, em vez de postar o Blog na sexta, eu achei melhor deixar aqui algumas pérolas que darão o que pensar aos poucos gatos pingados que me visitarem durante o feriadão. Vale lembrar que a Copa termina no mês que vem, mas o resultado das eleições de outubro irá nos assombrar pelos próximos quatro anos.

·        Lula, em sua genialidade de aculturado exótico, atribui o aquecimento global ao fato de a terra ser redonda (http://youtu.be/yha_BsqzmAw).

·        De cata-merda a milionário: Mesmo que muito do que se diz do filho Lulinha não passar de boato, é inegável que o menino-prodígio tenha ficado milionário em tempo recorde http://youtu.be/PXybxNUUi0g.

·        Diogo Mainardi discorre em seu livro sobre o nosso prosaico ex-presidente: http://youtu.be/rtH_Hx5fne4.

·        Mais esta: http://youtu.be/WqsYpqxxbSg.

·        E mais esta: http://youtu.be/w_8bB-NPsgM. 

·        Esta eu ainda não tinha visto: http://youtu.be/xH_9_8Y-7FI

Para concluir, cumpre desmentir a chamada de capa de Veja que ilustra esta postagem. Aliás, basta observar a imagem com atenção para perceber que ela está, no mínimo, estranha, a começar pelo logo da Editora, pela remissão a uma única matéria e pelaa data de publicação, em julho de 2014 (Fonte – Boatos.org). Na verdade, o autor se aproveitou da admiração despertada na população por Joaquim Barbosa, responsável por meter atrás das grades dezenas de mensaleiros e mostrar que a justiça existe - o que não existe é vontade política para pô-la em prática. Mas é realmente uma pena que o Ministro deixe o STF sem sair candidato à sucessão presidencial ou, no mínimo, a uma vaga no Senado.

Bom feriadão a todos e até segunda - se Deus quiser.