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domingo, 12 de agosto de 2018

TERMINA DIA 15 O PRAZO PARA O PT REGISTRAR A CANDIDATURA DE LULA



Eu havia programado para hoje o terceiro capítulo da novela sobre a mesada de Toffoli (baseada numa reportagem publicada na revista digital Crusoé), mas resolvi voltar rapidamente ao labrego de Garanhuns e seus execráveis prepostos.

Ao que tudo indica (mas não custa a gente fazer figa), a “candidatura” do criminoso condenado deve ser desmontada até o final deste mês, debalde as chicanas programadas pela defesa. Resta saber se o TSE vai rejeitar o registro “de ofício” ou se terá de ser provocado por um pedido de impugnação apresentado por outro candidato, partido, coligação, ou pelo próprio Ministério Público.

Há quem entenda que o registro não pode ser aceito porque Lula foi condenado por um juízo colegiado e, portanto, não cumpre os requisitos necessários para se candidatar, mas há quem ache que se deva dar a ele o direito de defesa — nesse caso, o TSE aceitaria o pedido e analisaria os recursos. O ministro Luiz Fux, atual presidente da corte, já disse com todas as letras que a inelegibilidade de Lula é “chapada”, mas caberá à ministra Rosa Weber, que assume a presidência no próximo dia 15, conduzir os trabalhos para garantir a normalidade das eleições de outubro. Reservada, ela não dá entrevistas, mas já disse reconhecer “a enorme responsabilidade que a aguarda neste ano de 2018, em que o país se encontra em meio a uma disputa tão acirrada, com tantas divisões”.

Os ministros Luís Roberto Barroso e Luiz Edson Fachin também integrarão o colegiado que julgará o pedido de registro do petralha. O ministro Og Fernandes, do STJ, assumirá a vaga de Napoleão Nunes Maia, que encerra seu mandato na corte (e era o único nome contabilizado pela defesa como favorável aos pleitos do molusco). Fernandes, considerado “punitivista”, será o segundo representante do STJ no tribunal, ao lado de Jorge Mussi — que, ao rejeitar um pedido de liberdade de Marcelo Odebrecht, disse que “os brasileiros não aguentam mais ser apunhalados pelas costas de maneira sórdida”. Completam a composição dois advogados indicados ao posto de ministro: Admar Gonzaga que já defendeu publicamente a possibilidade de o tribunal rejeitar de pronto o pedido de registro de fichas-sujas e recentemente pôs em discussão se convinha à democracia que um candidato “sabidamente inelegível” pudesse fazer campanha política, e Tarcísio Vieira de Carvalho, que considera que o julgamento da elegibilidade de Lula é um caso juridicamente simples: condenado em segunda instância é ficha-suja e, portanto, não pode disputar eleição.

 Por uma série de razões que eu me escuso de repetir — até porque já as detalhei ad nauseam ao longo das últimas semanas (para mais detalhes, clique aqui, aqui e aqui) — o PT anunciou o nome de seu eterno presidente de honra como candidato do partido à Presidência da República, tendo o ex-­prefeito de São Paulo Fernando Haddad como vice e Manuela d’Ávila como “trice”. A decisão, que representa um desafio à lei, visa impedir a dispersão do eleitorado cativo do chorume de Garanhuns e sua migração para outros candidatos, o que dificultaria a transferência de votos para Haddad. Pode-­se até ver nisso uma ousada e legítima estratégia eleitoral, mas não é bem o caso.

Líder nas pesquisas — como eu costumo dizer, a cada segundo nasce um idiota neste mundo, e os que nascem no Brasil já vêm com o título eleitoral enfiado no rabo —, Lula pretende se valer de chicanas jurídicas para arrastar a decretação definitiva de sua inelegibilidade até 17 de setembro, apostando que a Justiça Eleitoral não terá tempo de substituir sua foto,  pela de Haddad nas urnas eletrônicas. Com a foto de Lula, mesmo ele não sendo candidato, o PT acredita que conseguirá captar os votos dos incautos, dos informados e dos incorrigíveis apaixonados pela figura do ex-presidente, que não hesitariam em confirmar o voto ao se depararem com imagem dele, mas sem saber que estariam elegendo um “fantasma”. É este o plano extraordinário de Lula e do PT: esticar a corda e, com sorte, ludibriar os eleitores.

Para levar adiante essa estratégia mirabolante, é preciso fazer com que os trouxas acreditem que Lula é realmente “candidato”, e para lograr êxito, manter a fotografia de Lula na urna eletrônica. Desde o domingo 5, a partir da convenção do PT, “candidato” e partido passaram a seguir um guia criado para impulsionar a candidatura do molusco, que, de acordo com a revista Veja, pode ser resumido da seguinte maneira:

Chapa-fantasma: na data-limite prevista na legislação, 5 de agosto, o PT anunciou que Lula será o candidato do partido à Presidência da República, tendo Haddad como vice. Na prática, os petistas sabem que Haddad será o cabeça da chapa, com Manuela d’Ávila no posto de vice. Com o jogo de cena, tenta-se facilitar a transferência de votos de Lula para o seu substituto.

Recuo no STF: a pedido da defesa de Lula, o ministro Fachin arquivou a análise de um recurso que, apresentado para garantir a liberdade do ex-presidente, poderia resultar na declaração imediata de sua inelegibilidade — tudo o que o PT busca evitar no momento.

Candidato-fantasma: Lula pediu à Justiça autorização para participar de entrevistas, sabatinas e debates. Como o pedido foi recusado, solicitou às emissoras de TV que montem um púlpito com o seu nome no cenário dos programas. O objetivo é mantê-lo vivo no imaginário do eleitorado.

Esgotamento de prazo: para ganhar tempo, o PT só formalizará a chapa com a candidatura de Lula junto no dia 15 de agosto, que é a data-limite prevista em lei. Depois disso, os partidos e o Ministério Público terão cinco dias para pedir a impugnação de seu nome.

Uso das datas-limite: com a mesma estratégia de empurrar os prazos, o PT pretende lidar com o processo de impugnação da chapa de Lula sempre nas datas-limite. Para apresentar sua defesa contra o provável pedido de impugnação da candidatura, usará o prazo de sete dias. Depois, caso saia uma decisão desfavorável, só apresentará um recurso depois de três dias.

Politizar o processo: Lula escalou uma equipe de advogados eleitorais para reunir jurisprudência favorável a ele em todas as etapas de recursos no TSE. Cada movimento processual deve ser transformado em fato político para reforçar a ideia de que o ex-presidente é perseguido pela Justiça. A palavra de ordem é manter pressão permanente sobre os juízes.

Chicanas no STF: sacramentada a inelegibilidade de Lula pelo plenário do TSE, sua defesa vai recorrer ao Supremo. O STF, no entanto, já tem posição consolidada em favor da Lei da Ficha-Limpa e tende a referendar a inelegibilidade.

Pedidos de liberdade: a defesa de Lula apresentará recursos ao STF e ao STJ pedindo a suspensão de sua condenação em segunda instância, o que o retiraria do âmbito da Lei da Ficha-Limpa e lhe garantiria a liberdade e o direito de concorrer.

Com esse elenco de chicanas, Lula e o PT pretendem fazer o máximo para manter o nome do ex-presidente vivo no imaginário do eleitor, preservando sua nada desprezível capacidade de transferência de votos e reforçando a ideia da perseguição. Cogitou-se até de apresentar um holograma de Lula na convenção partidária, mas a ideia foi abandonas, embora o partido deva continua exibindo, sempre que possível, vídeos onde o "salvador da pátria" aparece fazendo o que faz de melhor, ou seja engabelando os trouxas. 

Pela lei e pela jurisprudência, não há dúvida de que Lula será proibido de concorrer. Até mesmo o PT já sabe disso, tanto que anunciou Haddad como substituto na cabeça de chapa. Na convenção do partido, petistas falavam abertamente no “candidato do Lula”, e não mais em “Lula candidato”. 

Observação: Formalizado dois minutos antes do fim do prazo legal, o acordo entre PT e PCdoB foi embalado num misto de chiste e provocação. Nas redes sociais, Lula, Haddad e Manoela foram festejados pelos apoiadores como “o verdadeiro tríplex” — em referência ao notório tríplex no Guarujá, que rendeu ao ex-presidente a condenação à cadeia.

Economista, advogado e professor, Haddad é considerado um político com potencial para disputar a Presidência desde a sua passagem pelo Ministério da Educação. Lula, então no Palácio do Planalto, fez dele o poste que empalou os paulistanos de 2012 a 2016. Apesar de ter o padrinho mais forte dentro do partido, o ex-prefeito de um só mandato (Haddad foi derrotado por Doria logo no primeiro turno das últimas eleições municipais, algo inédito na prefeitura de Sampa desde a redemocratização do país) enfrenta resistência dentro do próprio PT, em parte por não seguir fielmente a cartilha partidária, não apostar na radicalização e transitar bem entre grupos que estão rompidos com a sigla. 

Parte do PT torce o nariz para o ex-prefeito porque ele preserva certa luz própria — quando estava na prefeitura, Haddad chegou a tecer elogios a FHC, “um intelectual que teve bons livros que li e que ajudaram na minha formação”. Em 2016, em entrevista ao Estado, disse que “golpe era uma palavra um pouco dura” para definir o impeachment da nefelibata da mandioca. No entanto, aquilo que certos petistas consideram defeito, Lula, que não dá ponto sem nó, acha que são qualidades eleitorais de Haddad, e aposta que seu prestígio pessoal levará seu “vice” ao segundo turno. Na reta final, por sua biografia e pelos bons relacionamentos além das fronteiras petistas, o ex-prefeito conseguirá dar credibilidade a um discurso mais moderado, rumo ao centro, de construção de pontes.

Na convenção partidária, ciente das restrições ao seu nome, Haddad discursou ao gosto da plateia. Afirmou que Lula era vítima de uma perseguição judicial e bateu duro no PSDB e, claro, no governo de Michel Temer. Um dos pilares da estratégia do PT é comparar os dados econômicos dos anos Lula com os da gestão de Temer. O contraste falará por si — e o PT, obviamente, vai pular o desastre econômico das duas gestões do “poste” chamado Dilma Vana Rousseff.

Como dito no início deste texto, a tentativa do PT de prolongar a candidatura-fantasma de Lula enfrentará forte resistência na Justiça Eleitoral. A partir do dia 15, o TSE será presidido pela ministra Rosa Weber, defensora da Lei da Ficha-Limpa, e terá uma composição mais punitivista. Os ministros querem evitar que a foto de Lula esteja na urna no dia da votação, o que representaria a desmoralização da lei e do próprio tribunal. O debate promete ser renhido. 

Contratado pelo PT, o advogado Luiz Fernando Pereira garimpou os casos de mais de 140 políticos considerados fichas-sujas que conseguiram disputar as eleições municipais de 2016 (salvo engano, ao contrário de Lula, nenhum deles estava cumprindo pena), visando ilustrar a tese de que há precedentes a permitir a candidatura do petralha, embora sejam processos completamente diferentes entre si.

Para decretar a inelegibilidade do ex-presidente o quanto antes, gesta-se o seguinte plano: a apresentação de uma consulta ao TSE sobre a legitimidade de um réu denunciado ou condenado concorrer à Presidência. Ao analisá-la, os ministros poderiam rejeitar o pedido de registro da candidatura de Lula. Após a rejeição do registro, haveria a apresentação de um pedido cautelar para bani-lo da campanha o argumento é que a Lei das Eleições deve preservar expectativas legítimas do eleitor, como a de votar em políticos que podem efetivamente ser eleitos, e mitigar o ônus social causado por um processo que não vai dar em nada. Ou seja: a cautelar acabaria com tumultos desnecessários. “A tutela de evidência pode ser aplicada porque é evidente que Lula não pode ser candidato”, disse um ministro do TSE sob a condição de manter sua identidade sob reserva.

A Lei da Ficha-Limpa tem uma história irônica. Lula e o PT, que hoje querem contorná-la, foram entusiastas da medida na época de sua aprovação. Já o ministro Gilmar Mendes se revoltou contra o texto e afirmou, na época, que fora concebido sob medida para beneficiar o PT e eliminar seus adversários do processo eleitoral. Sua denúncia — estapafúrdia como suas recentes decisões de soltar sistematicamente réus da Lava-Jato — baseava-se no caso concreto do ex-governador Joaquim Roriz, então do PSC, que era adversário figadal do PT e disputava com o petista Agnelo Queiroz o governo do Distrito Federal. 

Como Roriz já tinha condenação em segunda instância, os partidos de esquerda pediram a impugnação de sua candidatura com base na então novata Lei da Ficha-Limpa. Roriz recorreu ao STF, e Gilmar, ao analisar o caso, viu ali o espectro de um fantasma. Disse que a Lei da Ficha-Limpa era um instrumento do PT para aniquilar adversários. Mas há mais uma ironia. Roriz, antecipando sua derrota no STF, declinou da candidatura e colocou em seu lugar a mulher, Weslian. Só que a Justiça Eleitoral não teve tempo de trocar a foto na urna eletrônica — ou seja, a foto era de Roriz, mas a candidata de verdade era Weslian

Agora, oito anos depois, os papéis estão invertidos. Gilmar Mendes deve ter descoberto que a Lei da Ficha-Limpa não existe só para adversários do PT, e Lula quer dar uma de Joaquim Roriz e manter sua foto na urna eletrônica. Detalhe: apesar da artimanha, Roriz perdeu a eleição.

Com Veja, em reportagem de Eduardo Gonçalves.

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quarta-feira, 25 de outubro de 2017

TEMER PASSA MAL E É LEVADO PARA HOSPITAL DE BRASÍLIA


Devido a um mal-estar, na manhã desta quarta-feira (25), Temer foi levado para um hospital militar em Brasília.

Segundo primeiras informações, o problema seria urológico e não tem relação com a obstrução parcial em uma artéria coronária que foi diagnosticada no presidente nos últimos dias. O porta-voz da presidência, Alexandre Parola, convocou a imprensa para dar mais informações no Palácio do Planalto.

Se ele batesse a cachuleta, essa discussão idiota na câmara dos vagabundos, sobre a autorização ou não da abertura de inquérito no STF, perderia o sentido, e a crise política se resolveria mais facilmente. Ou não. 


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terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

A ALMA VIVA MAIS QUERIDA DO BRASIL... SQN!

NÃO ENTENDO COMO É QUE ALGUNS OPTAM POR CORRUPÇÃO QUANDO HÁ TANTAS MANEIRAS LEGAIS DE SER DESONESTO.

A militância vermelha exultou com o resultado da pesquisa CNT/MDA, divulgado no último dia 15, onde o Bode das Mil Cabritas aparece em primeiro lugar nas intenções de voto para presidente da Banânia. Enfim, como dizia Saramago, “a cegueira é um assunto particular entre as pessoas e os olhos com que nasceram; não há nada que se possa fazer a respeito”.

Não vou abusar da paciência do leitor (e muito menos da minha) repetindo o que já disse a respeito dessa aleivosia nesta postagem, mas apenas frisar que a sigla CNT, no caso em tela, remete à Confederação Nacional do Transporte ― uma entidade que é unha e carne com o entulho lulopetista ―, e que seu parceiro, o MDA Pesquisas, formulou as perguntas de uma maneira um tanto capciosa (para não dizer tendenciosa). A propósito, confira o vídeo que eu inseri no finalzinho da minha postagem do último dia 19 e, tendo tempo e jeito, dê uma olhadinha também neste aqui.
Se nem assim esse obelisco da aleivosia lhe saltar aos olhos, de duas uma: ou você é petista, ou é um caso perdido. Na primeira hipótese, não há nada que eu possa fazer, mas na segunda, bem, vamos tentar mais uma vez, desta feita com um excerto de uma postagem publicada no Opinião sem Medo, do mineiro Ricardo Kertzman. Confira:  

Lula não tem 23% dos votos. Na verdade, tem 45%. É tão popular e tão querido, que foge do povo.

Quando a imprensa seletiva noticiou escandalosamente o favoritismo do penta-réu criminal, uma invasão de quadrúpedes tomou forma neste blog. Os zurros publicáveis foram publicados. Os impublicáveis seguiram direto para a lixeira virtual, local apropriado para os comedores de alfafa mal-educados (...)

Hoje ficamos sabendo de um outro índice pesquisado sobre o cretino. Nele, o chefe de quadrilha não possui 23%, esta merrequinha eleitoral qualquer. Possui, sim, estrondosos 45%. De rejeição! (...)
Aécio e Michel Temer possuem 49%. Juntos!!! Bobeia e o futuro hóspede de Curitiba será mais detestado que argentino em final de Copa do Mundo, hehehe. A taxa de rejeição deste crápula safado é impeditiva para qualquer pretensão eleitoral mais alta. Arrisco dizer que o sapo barbudo não venceria nem para Senador. Por isso escrevi aqui e aqui que não tenho qualquer receio deste traste governar o país novamente.

Brasileiro é burro, sim. Sem memória também. E moralmente frouxo. Capaz de eleger uma criatura do nível intelectual e cognitivo de Dilma Rousseff. Ocorre que brasileiro é igualmente egoísta, ingrato e infiel. Se não está mamando sem chorar, fica todo revoltadinho. E pouco se importa com quem lhe deu algum agrado. Se alguém lhe prometer algo melhor, bye-bye. Nem olha para trás. E o corrupto imundo ficou para trás. Aliás, muito para trás.

Alô, quadrilheiro-chefe e animador de auditório bovino, te refaço meu desafio: pegue seus 23% e saia às ruas. Vamos ver o que os 45% têm guardados para você!

Deu pra entender ou quer que eu faça um PowerPoint?

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sábado, 25 de fevereiro de 2017

LULA PRESIDENTE EM 2018??? SÓ SE FOR PRESIDENTE BERNARDES(*)

No vídeo que eu publiquei no post do último domingo, Joice Hasselmann expõe as entranhas de uma recente pesquisa do instituto CNT/MDA, na qual Lula aparece como favorito em 2018. Mas há mais a dizer sobre o tema, até porque causa estranheza, nos cidadãos de bem deste país, a perspectiva de o molusco abjeto, réu em cinco ações na Justiça Penal (e contando...), vir a se candidatar novamente à presidência da Banânia e, pior, acabar sendo eleito. Mas o fato é que, em se tratando de Brasil, tudo é possível. A incapacidade de o brasileiro aprender com o passado é um caso a ser estudado por sociólogos ou antropólogos. O problema é que esses sociólogos e antropólogos costumam ser parte do problema.

O “americano” que melhor representaria o brasileiro médio seria Bart Simpson: O queijo que dá choque é a esquerda, e Bart é o eleitor brasileiro, sempre levando choque, mas insistindo em busca da “justiça social”, do “messias salvador da Pátria”, do “governante poderoso que vai acabar com a miséria”. Logo, começamos por essa parte: sim, seria possível até mesmo Lula vencer em 2018! A probabilidade e remota, mas isso não basta para nos tranquilizar totalmente.

Enfim, temos outros nomes que são Lula com roupagem diferente, como Marina Silva e Ciro Gomes, com chances reais. Seria trocar seis por meia dúzia. Esquerda radical por esquerda radical. E esses dois possuem mais chances do que Lula.

O molusco aparece em primeiro, é verdade, mas há uma pegadinha: 70% dos entrevistados são indecisos (e propensos, portanto, a engrossar a ala dos votos brancos e nulos). Lula é líder apenas entre os 30% restantes. Seu eleitorado é fanático; sempre existirá uma parcela da população ― cerca de 25% ― disposta a votar em sua insolência, aconteça o que acontecer, mesmo que divulguem um vídeo com o nove-dedos estuprando criancinhas. Mas a proporção de votos que ele teria é a mesma de outras pesquisas, ou seja, não houve aumento. Para se eleger, Lula precisaria dos não-fanáticos, mas seu índice de rejeição é muito alto (45%, segundo o Datafolha de dezembro, que certamente deu uma amenizada nesse número, dado o histórico do instituto). Demais disso, incluíram na pesquisa mais de um candidato do PSDB, o que divide os votos. No dia do pleito, haverá apenas um ― que pode não ser nenhum dos pesquisados ―, sem mencionar que há candidatos ainda desconhecidos fora de suas bases (Bolsonaro, por exemplo), mas que ficarão em evidência quando campanha começar de fato.

Portanto, não há motivo para pânico ― pelo menos por enquanto. A pesquisa é furada e a chamada é sensacionalista, praticamente uma propaganda do Lula. Isso não significa que os brasileiros decentes não tenham o direito de ficar assustados com o simples fato de alguém como Lula ainda ter votos ― o que retrata nosso atraso, nossa vocação para o fracasso, para a bandidagem, para a malandragem. E Ciro Gomes? Cruzes! Como esse projeto de caudilho nordestino consegue enganar tanta gente? É preciso ser muito estúpido mesmo. Mas, como sabemos, a estupidez tem um passado glorioso e um futuro promissor em nosso país. Especialmente no nordeste, onde pulula a ignorância. O Antagonista mostra como esses votos ainda estão à venda, pelo visto:

A popularidade de Lula na pesquisa em apreço mostra que, mais uma vez, a compra de votos no Nordeste pode determinar o nome do próximo presidente do Brasil. Lula continua popular também entre os eleitores menos alfabetizados, aí incluídos os que mais sofreram com a ruína provocada por Dilma. Ainda assim, aqueles que falam que a educação é uma panaceia, a solução para todos os nossos males, ignoram que a questão fundamental é: qual educação? Temos “doutores” aos montes por aí pregando o socialismo, defendendo o PT e o PSOL. Essa gente é causa dos nossos males, não solução.

No caminho de Lula, há ainda a Lava-Jato. O sujeito é réu em cinco processos (e os efeitos da Delação do Fim do Mundo se farão sentir depois do Carnaval). Não será tão simples para ele, portanto. O problema maior deve ser mesmo Ciro, que encanta a massa de alienados bancando o machão (lembra Collor com a história do “homem macho de colhão roxo”), e que migrou seu discurso sempre oportunista mais para a esquerda, para ocupar o espaço deixado pela crise petista. Ele é perigoso, e deve ser alvo de ataques constantes daqueles cientes do perigo.

Bolsonaro também esbarra nos altos índices de rejeição. Um nome de fora, como João Dória, teria mais chances de levar. Resta saber se os tucanos, sempre divididos, vão se entender com base no desejo real de vencer, ou se as disputas de ego falarão mais alto, levando um dos três caciques da velha guarda à disputa, somente para ser derrotado outra vez.

Falta muito para a eleição de 2018, mas a batalha já começou. E como podemos ver pela pesquisa, a esquerda não morreu. Está ferida, mas viva. E o Brasil só vai melhorar mesmo quando enterrar essa praga de vez!


(*) Referência à penitenciária de segurança máxima Silvio Yoshihiko Hinohara, no município paulista de Presidente Bernardes, onde estão “hospedados” os chefões do tráfico Marcola e Fernandinho Beira-Mar.


ALEA JACTA EST...
Com um sorriso de 60 dentes e a careca refulgente ― que, como bem ressaltaram José Simão e Ricardo Boechat, lembra um Kinder Ovo, um desodorante roll-on ou... um vibrador (confiram o vídeo; é de mijar de rir), Alexandre de Moraes foi aprovado pelo plenário do Senado na última quinta-feira quinta-feira, para ocupar a vaga aberta no STF com a morte de Teori Zavascki, no mês passado. 
Na sessão plenária, o “protégée” do presidente da Banânia precisava de maioria absoluta (41 votos), mas o placar foi 55 a 13. Na véspera, a Comissão de Constituição e Justiça da Casa ― composta por 27 parlamentares, 13 dos quais investigados pela Lava-Jato, inclusive seu presidente, o peemedebista maranhense Edison Lobão ― avalizaram  o candidato por 19 votos a 6 (inexplicavelmente, a petralha Gleisi Hoffmann se declarou impedida de votar).
Para o bem ou para o mal, a sorte está lançada. A cerimônia de posse no STF deve acontecer em até 30 dias.


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