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domingo, 12 de novembro de 2017

WILLIAN WAACK, O INIMIGO DO POVO? (Ou: WAACK FOI PRO BREJO)



Após vazamento do vídeo em que fez comentários “racistas”, o apresentador William Waack, 66 anos, foi afastado da bancada do Jornal da Globo, que comandou nos últimos 10 anos.
A trajetória do vídeo começou pelas mãos de Diego Pereira, que vazou com a ajuda de um amigo (também negro) em grupos de WhatsApp no início da tarde da última quarta-feira, e às 21h24 a emissora comunicou o afastamento do jornalista ― punição que tem tudo para se tornar um clássico em matéria de hipocrisia, oportunismo e conduta histérica. 

A maior parte dos meios de comunicação do Brasil, com a Rede Globo disparada na frente, está se transformando num serviço de polícia do pensamento livre. É repressão pura e simples. Ou você pensa, fala e age de acordo com a atual planilha de ideias em vigor na mídia ou, se não for assim, você está fora.

Os chefes da repressão não podem mandar as pessoas para a cadeia, como o DOPS fazia antigamente com os subversivos, mas podem lhes tirar o emprego. É isso, precisamente, que o comando da Globo acaba de fazer com o jornalista William Waack, estrela dos noticiários da noite, afastado das suas funções por suspeita de racismo. Por suspeita, apenas ― já que a própria emissora não garante que ele tenha mesmo feito as ofensas racistas de que é acusado, numa conversa particular ocorrida um ano atrás nos Estados Unidos. Mas, da mesma forma como se agia no Comitê de Salvação Pública da velha França, que mandava o sujeito para a guilhotina quando achava que ele era um inimigo do povo, uma acusação anônima vale tanto quanto a melhor das provas.

William não foi demitido do seu cargo por ser racista, pois ele não é racista. Em seus 21 anos de trabalho na Globo, nunca disse uma palavra que pudesse ser ofensiva a qualquer raça. Também nunca escreveu nada parecido em nenhum dos veículos de imprensa em que trabalha há mais de 40 anos. Nunca fez um comentário racista em suas numerosas palestras. O público, em suma, jamais foi influenciado por absolutamente nada do que ele disse ou escreveu durante toda a sua carreira profissional. O que William pensa ou não pensa, na sua vida pessoal, não é da conta dos seus empregadores, ou dos colegas, ou dos artistas que assinam manifestos. O princípio é esse. Não há outro. Ponto final.

William Waack foi demitido por duas razões. A primeira é por ser competente ― entre ele, de um lado, e seus chefes e colegas, de outro, há simplesmente um abismo. Isso, no bioma que prevalece hoje na Globo e na mídia em geral, é infração gravíssima. A segunda razão é que William nunca ficou de quatro diante da esquerda brasileira em geral e do PT em particular ― é um cidadão que exerce o direito de pensar por conta própria e não obedece à atitude de manada que está na alma do pensamento “politicamente correto”, se é que se pode chamar a isso de “pensamento”. Somadas, essas duas razões formam um oceano de raiva, ressentimento e neurastenia.

A punição a William Waack tem tudo para se tornar um clássico em matéria de hipocrisia, oportunismo e conduta histérica. A Rede Globo, como se sabe, renunciou à sua história tempos atrás, apresentando ― sem que ninguém lhe tivesse solicitado nada ― um pedido público de desculpas por ter apoiado “a ditadura militar”. Esse manifesto, naturalmente, foi feito com o máximo de segurança e só saiu vários anos depois da “ditadura militar” ter acabado e, sobretudo, depois da morte do seu fundador, que não estava mais presente para dizer se concordava ou não em pedir desculpas pelo que fez. A emissora, agora, acredita estar na vanguarda das lutas populares – não falta gente para garantir isso aos seus donos, dia e noite. William Waack, com certeza, só estava atrapalhando.

No momento em que o Supremo Tribunal Federal pode rever a possibilidade de execução de penas de réus após condenações em segunda instância, o ministro Luís Roberto Barroso afirma que está em curso uma articulação para trazer de volta a “sucessão de recursos protelatórios” e a impunidade de políticos e “ricos delinquentes”.

O que se quer é a sucessão de recursos protelatórios, intermináveis. Se disserem que em seis meses o STJ julga (recursos contra a execução da pena) eu topo, mas o projeto é de se preservar um sistema incapaz de punir essas pessoas”, declarou Barroso na última terça-feira, em São Paulo, em um painel sobre corrupção e compliance da Escola Brasileira de Direito.

Para o ministro do STF, a possibilidade de os réus serem presos após a condenação em segunda instância “fechou a porta à eternização de processos” e à prescrição de processos contra corruptos.
Barroso também mencionou que há uma “operação abafa ostensiva e indecente” contra as investigações anticorrupção no Brasil.

Um país que vai mudando a jurisprudência de acordo com o réu não é um Estado de direito, é um Estado de compadrio”, completou o ministro, em palavras semelhantes às que ele dirigiu a Gilmar Mendes em uma discussão no plenário do STF, há duas semanas.

Em sua fala, Barroso criticou o foro privilegiado, “uma jabuticaba que ficou amarga”, e disse que, quando o mecanismo foi criado, não se imaginava que haveria 500 inquéritos e ações penais contra detentores da prerrogativa no STF. Para ele, o Supremo não exerce bem o campo penal.

O STF não desempenha bem esse papel e isso desagrada a sociedade, e quando desempenha bem esse papel, desagrada a sociedade política. É um papel que não pode prestar”, declarou o ministro. Ele defende que o foro se limite aos chefes de Poder e valha a fatos praticados no exercício do mandato.

Sobre os esquemas de corrupção descobertos do mensalão e o descoberto pela Operação Lava-Jato, Barroso afirmou que é “impossível não sentir vergonha” diante da “corrupção endêmica é sistêmica” e que este é um momento de “refundação do Brasil”. Sem citar nomes, ele ilustrou a “fotografia embaçada” do atual momento político e moral do país a partir das duas denúncias da Procuradoria Geral da República contra o presidente Michel Temer, as prisões dos ex-presidentes da Câmara Henrique Eduardo Alves e Eduardo Cunha, as condenações dos ex-ministros da Casa Civil José Dirceu e Antonio Palocci, a prisão do ex-ministro Geddel Vieira Lima e a denúncia da PGR por corrupção passiva contra o senador e ex-presidenciável Aécio Neves.

Alguém poderia supor que existe uma conspiração contra tudo e contra todos. O único problema com essa teoria são os fatos, os malditos dos fatos. Os áudios, os vídeos, as fotos, as malas de dinheiro, os apartamentos de dinheiro, as provas que saltam de qualquer compartimento que se abra”, disse o ministro do STF, que citou “esquemas profissionais de arrecadação e distribuição de dinheiro”.

Barroso ainda declarou que a “cultura da desonestidade” no país fez com que a corrupção fosse naturalizada. “O roubo virou uma espécie de esporte, naturalizado como se fosse uma coisa normal”, disse. “O viver com dinheiro desviado se tornou um modo de vida para muitos”, completou.

Com J.R. Guzzo.

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