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terça-feira, 28 de julho de 2015

COMO AUMENTAR O CACHE DO PROCESSADOR E APRIMORAR O DESEMPENHO DO SISTEMA

PROGRAMAÇÃO É COMO SEXO: BASTA UM ERRO PARA VOCÊ ESTAR IRREMEDIAVELMENTE COMPROMETIDO.

O PC utiliza memórias de diversos tipos, formatos e tecnologias, mas para não descer a detalhes técnicos que mais complicam do que esclarecem, vou transcrever abaixo uma analogia de que gosto muito, e que publiquei pela primeira vez no saudoso Curso Dinâmico de Hardware, em dois mil e bolinha. Confira:

Imagine o PC como um escritório e o processador como um funcionário extremamente diligente, mas sem iniciativa própria. Durante o expediente, nosso hipotético funcionário atende telefonemas, recebe e transmite informações e instruções, elabora cartas e relatórios, responde emails, etc. (tudo quase que simultaneamente), mas quando algum item indispensável às suas tarefas não se encontra sobre a mesa, ele perde um bocado de tempo escarafunchando gavetas e estantes bagunçadas (quem mandou você não desfragmentar seu disco rígido?). Pior é quando ele se vê obrigado a abrir espaço para acomodar novos livros, pastas e afins sobre a mesa já abarrotada, e depois arrumar tudo de novo antes de retomar a tarefa interrompida. Dito isso, fica fácil associar a escrivaninha à memória cache, as gavetas à RAM, as estantes ao HD e a ‘abertura de espaço’ à memória virtual, não é mesmo?

Entendidos esses conceitos, vejamos agora como aumentar o cache do processador, lembrando que, como em qualquer outra reconfiguração/personalização do sistema envolvendo o Registro, é fundamental criar um ponto de restauração e um backup do Registro (ou da chave que será modificada).

1. Para criar um ponto de restauração do sistema no Seven, clique em Iniciar, digite criar ponto na caixa de pesquisas e, no alto da lista que será exibida, dê duplo clique em Criar ponto de restauração. Informe sua senha de administrador se lhe for solicitado e, na telinha das Propriedades do Sistema, pressione o botão Criar..., dê um nome ao ponto que será criado e clique em Criar > Aplicar > OK. Se for preciso restaurar o sistema a esse ponto (ou a outro criado em outra oportunidade), repita os mesmos passos para acessar a tela das Propriedades do Sistema, pressione o botão Restauração do sistema... e siga as instruções do assistente.

2. Para fazer um backup do Registro, pressione o atalho Windows+R, digite “regedit” (sem as aspas) na caixa do menu Executar e tecle Enter (ou clique em OK, tanto faz). Na tela do Editor, clique no menu Arquivo e selecione Exportar; em “Intervalo de exportação”, marque TODOS (caso queira efetuar backup de todo o Registro), ou em RAMIFICAÇÃO SELECIONADA (se quiser criar um backup somente de uma determinada chave) e digite o nome da chave que você deseja exportar. Dê então um nome ao arquivo, indique o local onde ele deverá ser salvo (Área de Trabalho, por exemplo) e clique em Salvar.

Observação: Caso você precise desfazer as modificações implementadas no Registro, dê um clique direito sobre o arquivo de backup (que é salvo com a extensão .reg), escolha a opção “Mesclar” e confirme a restauração.

Tomadas essas providências, siga os passos do item 2 para acessar o Editor do Registro, e então:
  • Na janela do Editor, expanda a chave HKEY_LOCAL_MACHINE e navegue até SYSTEM\CurrentControlSet\Control\Session Manager\Memory Management.
  • Clique em Memory Management e, no painel à direita, dê duplo clique em LargeSystemCache.
  • Na janelinha Editar Valor DWORD (32 bits) que se abrirá em seguida, altere o valor da caixa Dados do valor para 1, mantenha selecionada a opção Hexadecimal e pressione o botão OK, reinicie o computador e avalie o resultado.
Observação: Há quem afirme que aumentar o tamanho do cache implica em reduzir a oferta de RAM para os aplicativos. No XP, esse ajuste podia ser levado a efeito através da interface do sistema, mas, segundo a Microsoft, o modo de cache do sistema foi projetado para aprimorar o desempenho de servidores baseados no Windows, e a alteração da configuração padrão (Programas) em desktops, especialmente se com pouca memória física, acabaria estimulando o uso da memória virtual e, consequentemente, deixando a máquina mais lenta. Como a reversão é simples, você pode experimentar e, se não gostar, voltar ao status quo ante restabelecendo o backup do registro (conforme explicado na observação anterior).

Abraços a todos e até amanhã.

sexta-feira, 24 de julho de 2015

MEMÓRIAS - CACHE DO PROCESSADOR - DICA PARA MELHORAR O DESEMPENHO DO PC

TUDO BEM SE VOCÊ NÃO AJUDAR, MAS TAMBÉM NÃO PRECISA TORCER CONTRA!

Dizem que, para imitar o Criador, que o concebeu à sua imagem e semelhança, o ser humano criou o computador e o batizou de "Cérebro Eletrônico". Aliás, a CPU (sigla em inglês de Unidade Central de Processamento; favor não confundir com aquela caixa metálica que abriga os componentes internos do PC e atende pelo nome de gabinete ou case) é tida e havida, e não sem razão, como "o cérebro do computador".  

Observação: As semelhanças entre o cérebro humano e o eletrônico são, no mínimo, impressionantes, sendo mesmo que, em alguns casos, a criatura chega a superar seu criador, deitando por terra a velha máxima segundo a qual o computador é uma máquina burra, conquanto seja extremamente veloz! Veja, por exemplo, IBM DEEP BLUE ─ primeiro computador a vencer um campeão mundial de xadrez (no caso, Garry Kasparov) num match com regras de tempo oficiais ─ que, numa disputa de 6 partidas, ganhou 2, empatou 3 e sofreu 1 derrota. Note que o DEEP BLUE não é um computador qualquer. Por ocasião do embate (1997), ele já alcançava prodigiosos 3 milhões de MIPS (milhões de instruções por segundo), enquanto uma CPU INTEL PENTIUM de 700 Mz, então ultramoderna, mal passava de 4 mil MIPS.

Embora os processadores venham evoluindo a passos de gigante, ainda seriam necessários 564 chips INTEL CORE I7 EXTREME EDITION 3960X, que alcançam estratosféricos 177.730 MIPS a 3,33 GHz, para ombrear com o poder de processamento do cérebro humano (estimado em 100 milhões de MIPS, conforme se pode conferir no artigo de Hans Moravec). Mas vamos deixar esse assunto de lado, ou não sobrará espaço para tratar do mote desta postagem.

É difícil encontrar um indivíduo com mais de 50 anos que não pague mico, por exemplo, por esquecer o número do telefone de casa ao preencher um cadastro qualquer. Até porque esses lapsos são inerentes ao processo de envelhecimento, conquanto sejam mais recorrentes em fumantes, consumidores contumazes de bebidas alcoólicas (não confunda com amnésica alcoólica, que já é outra história) e pacientes tratados à base de ansiolíticos, hipnóticos de longa ação, antipsicóticos, antiparkinsonianos, antidepressivos. Então, não é porque uma vez na vida acontece de você não se lembrar do que comeu no almoço do dia anterior, ou mesmo se almoçou no dia anterior, que esteja fadado (Deus nos livre e guarde a todos) a engrossar as estatísticas do Mal de Alzheimer ─ doença degenerativa incurável que afeta inicialmente a memória, depois segue pelas habilidades espaciais e visuais e acaba levando à demência ─, que acomete cerca de 10% dos sexagenários (melhor idade o cacete!) e 25% dos octogenários.

Não pense, porém, que o computador é imune a falhas de memória (provas disso são as famigeradas BSODs, ou telas azuis da morte, que frequentemente decorrerem de problemas físicos que acometem a memória RAM), até porque ele usa diversos tipos de memória, embora a RAM seja a mais conhecida pelos usuários leigos e iniciantes.

Observação: A propósito, sugiro a quem interessar possa a leitura dessa postagem ─ antiga, sem dúvida, mas que encerra informações conceituais válidas também nos dias atuais.

Enquanto o ser humano conta com a memória sensorial e as memórias de curto e longo prazo (semântica, processual, episódica), o PC utiliza, além da RAM, a memória virtual, os caches da CPU e do HD, a memória de vídeo, sem mencionar o disco rígido, que representa sua "memória de massa", armazenando de forma persistente o sistema operacional, os aplicativos e os demais arquivos ─ que são carregados na RAM quando executados. Para saber mais, basta digitar os termos-chave adequados no campo de buscas do Blog e teclar Enter.

Observação: Ao contrário do que se imaginava até algum tempo atrás, a memória não está localizada num determinado local do cérebro, já que é um processo e, portanto, ocorre em todo o cérebro. A rigor, ela é formada por um grupo de sistemas onde cada qual tem seu papel na criação, armazenamento e lembrança das informações, e todos trabalham em conjunto para fornecer um pensamento coeso.

Costuma-se dizer ─ e não sem razão ─ que aumentar a quantidade de RAM é a maneira mais simples e eficaz de aprimorar o desempenho do computador, até porque, com fartura de memória física, o Windows não precisa recorrer à lenta memória virtual (espaço no HD destinado a "ampliar" a memória física do sistema; para saber mais, acesse esta postagem). Note, porém, que é preciso atentar para as limitações impostas tanto pela placa-mãe quanto pelo SO (versões de 32-bits gerenciam apenas algo entre 2,8 GB e 3,5 GB).

Para saber de quanta RAM você dispõe, dê um clique direito na Barra de Tarefas e clique em Iniciar Gerenciador de Tarefas e confira as informações exibidas no campo Memória Física (MB). Para saber qual o tipo de memória adequado à sua placa e a quantidade máxima que ela suporta, baixe e instale o Hwinfo ou recorra ao serviço online da Kingston

Enfim, o que me levou a esta postagem não foi nada disso. Na verdade, a ideia era (e ainda é) explicar em algumas linhas o que é e como aumentar o cache do processador, e com isso dar “um gás” na performance global do computador. Todavia, devido ao tamanho deste texto, acho melhor deixar para concluir esta conversa na semana que vem.

Passemos agora ao nosso humor de sexta-feira:

Esta é uma história exemplar, só não está muito claro qual é o exemplo. De qualquer jeito, mantenha-a longe das crianças. Também não tem nada a ver com a crise brasileira, o apartheid, a situação na América Central ou no Oriente Médio ou a grande aventura do homem sobre a Terra. Situa-se no terreno mais baixo das pequenas aflições da classe média. Enfim. Aconteceu com um amigo meu. Fictício, claro.
Ele estava voltando para casa como fazia, com fidelidade rotineira, todos os dias à mesma hora. Um homem dos seus 40 anos, naquela idade em que já sabe que nunca será o dono de um cassino em Samarkand, com diamantes nos dentes, mas ainda pode esperar algumas surpresas da vida, como ganhar na loto ou furar-lhe um pneu. Furou-lhe um pneu. Com dificuldade ele encostou o carro no meio-fio e preparou-se para a batalha contra o macaco, não um dos grandes macacos que o desafiavam no jângal dos seus sonhos de infância, mas o macaco do seu carro tamanho médio, que provavelmente não funcionaria, resignação e reticências... Conseguiu fazer o macaco funcionar, ergueu o carro, trocou o pneu e já estava fechando o porta-malas quando a sua aliança escorregou pelo dedo sujo de óleo e caiu no chão. Ele deu um passo para pegar a aliança do asfalto, mas sem querer a chutou. A aliança bateu na roda de um carro que passava e voou para um bueiro. Onde desapareceu diante dos seus olhos, nos quais ele custou a acreditar.
Limpou as mãos o melhor que pôde, entrou no carro e seguiu para casa. Começou a pensar no que diria para a mulher. Imaginou a cena. Ele entrando em casa e respondendo às perguntas da mulher antes de ela fazê-las.
— Você não sabe o que me aconteceu!
— O quê?
— Uma coisa incrível.
— O quê?
— Contando ninguém acredita.
— Conta!
— Você não nota nada de diferente em mim? Não está faltando nada?
— Não.
— Olhe.
E ele mostraria o dedo da aliança, sem a aliança.
— O que aconteceu?
E ele contaria. Tudo, exatamente como acontecera. O macaco. O óleo. A aliança no asfalto. O chute involuntário. E a aliança voando para o bueiro e desaparecendo.
— Que coisa — diria a mulher, calmamente.
— Não é difícil de acreditar?
— Não. É perfeitamente possível.
— Pois é. Eu...
— SEU CRETINO!
— Meu bem...
— Está me achando com cara de boba? De palhaça? Eu sei o que aconteceu com essa aliança. Você tirou do dedo para namorar. É ou não é? Para fazer um programa. Chega em casa a esta hora e ainda tem a cara-de-pau de inventar uma história em que só um imbecil acreditaria.
— Mas, meu bem...
— Eu sei onde está essa aliança. Perdida no tapete felpudo de algum motel. Dentro do ralo de alguma banheira redonda. Seu sem-vergonha!
E ela sairia de casa, com as crianças, sem querer ouvir explicações. Ele chegou em casa sem dizer nada. Por que o atraso? Muito trânsito. Por que essa cara? Nada, nada. E, finalmente:
— Que fim levou a sua aliança? E ele disse:
— Tirei para namorar. Para fazer um programa. E perdi no motel. Pronto. Não tenho desculpas. Se você quiser encerrar nosso casamento agora, eu compreenderei.
Ela fez cara de choro. Depois correu para o quarto e bateu com a porta. Dez minutos depois reapareceu. Disse que aquilo significava uma crise no casamento deles, mas que eles, com bom-senso, a venceriam.
— O mais importante é que você não mentiu pra mim.
E foi tratar do jantar.

(Texto de Luiz Fernando Veríssimo).

Abraços a todos e até segunda, se Deus quiser..

P.S. - A figurinha que ilustra esta postagem reproduz uma placa-mãe do tempo em que o cache L2 era externo (o L, no caso, significa nível). Alguns processadores integram até 3 níveis de cache, mas hoje em dia todos eles são internos, ou seja, integrados ao respectivo DIE (núcleo) do chip.