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segunda-feira, 2 de julho de 2018

BATATAS, FRETES E AUXÍLIO MORADIA



Como dizia Mario Henrique Simonsen, “é uma regra latino-americana achar que uma política errada deve ser tentada indefinidamente até dar certo”.

Imaginem o seguinte: um ministro do Supremo Tribunal Federal convoca produtores, atacadistas, comerciantes e consumidores — todos devidamente representados por suas associações —, mais funcionários do governo federal, para fixar o preço das batatas em todo o Brasil. Não um preço qualquer, mas um que seja “bom” para todas as partes.

Ridículo, não é mesmo? Como é que fariam uma tentativa a sério — patrocinada pelo STF! — de buscar um objetivo impossível? Seria o Supremo organizando um cartel, uma grave violação à lei da livre concorrência. Um produtor que quisesse vender sua batata com desconto estaria cometendo uma ilegalidade.

Pois substituam batata por frete rodoviário — e teremos exatamente o que está acontecendo. O ministro Luiz Fux consulta associações de caminhoneiros e do agronegócio, mais membros do governo e da Procuradoria-Geral da República — a primeira reunião foi no dia 21 — para tabelar o preço do frete rodoviário.

Ou seja, está-se organizando um cartel — o que já é ilegal e um baita equívoco econômico e político. Mas é também um cartel duplamente injusto, pois deixa de fora muita gente interessada, a começar pelos consumidores brasileiros, que pagarão os preços dos produtos transportados.

Dirão, assim pelo óbvio: fretes não são batatas; um serviço não pode ser misturado com um tubérculo. Mas a questão do preço é a mesma. Ou é livre mercado ou é tabelado. Nos dois casos, o tabelamento, ilegal, causaria graves desequilíbrios econômicos.

Considerem o frete. Como um grupo organizado pelo STF pode saber qual o preço do quilômetro rodado em todas as estradas deste país? E mais: para os variados tipos de caminhão e diferentes cargas e viagens? Assim, qualquer preço tabelado estará errado, caro para uns, barato para outros, fonte de lucro aqui, prejuízo ali.

Claro que as partes tentarão passar os custos adiante. Se o frete da batata da fazenda até o supermercado ficar muito caro, para lucro dos transportadores, os produtores e comerciantes tentarão repassar para o varejo, que não terá alternativa senão tentar repassar para o consumidor ou simplesmente não comprar, se desconfiar que o consumidor não irá pagar. Isso dá ou inflação, ou desabastecimento, ou as duas coisas ao mesmo tempo.

Pior, vai acabar faltando batata para o consumidor e frete para o caminhoneiro — como já está ocorrendo com diversos produtos agrícolas, pois está em vigor uma tabela de frete, baixada pelo governo, que todo mundo sabe que é impraticável. A bobagem repetida é achar que se pode encontrar uma outra que seja justa para todos.
Não existe isso. É simples assim, não há preço justo para todos — há apenas o preço definido pelo mercado. O que acaba prevalecendo, pois ninguém cumpre uma tabela tão equivocada.

Chama-se a polícia se um caminhoneiro quiser cobrar mais barato que o preço oficial? Ou tentar cobrar mais caro porque a estrada está um barro só? Que tal, então, tabelar tudo?
Parece absurdo, é absurdo, mas muita gente ainda acha que pode funcionar, mesmo que todas as experiências mundiais de congelamento e tabelamento tenham dado errado. Como dizia o sábio Mario Henrique Simonsen: é uma regra latino-americana, essa de achar que uma política errada deve ser tentada indefinidamente… até dar certo.

E tem também a história do auxílio-moradia dos juízes. Eles estão recebendo o benefício faz tempo, com seus vencimentos superando o teto salarial, mas uma ação de inconstitucionalidade chegou ao Supremo. O ministro Luiz Fux, relator do processo (e autor da liminar que permite o pagamento até o momento), mandou o caso para uma arbitragem patrocinada pela AGU. O órgão convocou associações de magistrados e de outros interessados, mais funcionários do governo, para arbitrar uma solução. Começou errado. Faltou chamar o contribuinte brasileiro, que é quem vai pagar a conta.

De todo modo, a comissão não conseguiu arbitrar nada, e o caso voltou ao STF. Mas a comissão fez sugestões de como encaminhar uma saída. Com qual propósito? Adivinharam: para legalizar de vez o pagamento do auxílio. Não ocorreu a ninguém dizer que o benefício é simplesmente ilegal — quer dizer, foi legalizado por gambiarras feitas pelos beneficiados —, duplamente ilegal quando extrapola o teto salarial e triplamente errado quando é pago a casais de magistrados que têm casa própria.

É difícil arrumar uma lei para legalizar isso tudo. Mas continuam tentando. E tentando repassar a conta.

Por Carlos Alberto Sardenberg, publicado em O GLOBO

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sábado, 26 de maio de 2018

BRASIL ― ALGUMA COISA ESTÁ MUITO ERRADA




Em meio à paralisação dos caminhoneiros, professores do ensino básico de 34 escolas da rede particular da cidade de São Paulo suspenderam as aulas na última quarta-feira (23), em protesto contra a redução do recesso de final de ano, o cancelamento do direito a bolsas de estudo para filhos e uma série de outros benefícios. Não vou entrar no mérito, mas apenas ponderar que se o objetivo era pressionar o sindicato patronal ou os estabelecimentos de ensino, a estratégia não funcionou. Seja porque a paralisação prejudicou apenas os alunos ― e, indiretamente, seus pais, que pagam caras mensalidades para que as crianças tenham aulas ―, seja por não ter sensibilizado a população em geral, que anda de saco cheio dessas coisas. E não sem razão.

Mesmo após colocar o governo de quatro, os representantes dos caminhoneiros ficaram de “discutir se aceitavam ou não a proposta”. Nesse entretempo, a absurda paralisação segue causando inestimáveis prejuízos, sobretudo ao impedir produtos perecíveis de chegar ao destino, remédios a hospitais e farmácias e combustíveis aos postos. Ainda que esse imbróglio termine neste final de semana, levará dias até que o abastecimento, o transporte e as demais rotinas voltem ao normal no país. 

Claro que as consequências seriam menos dramáticas se quem queria trabalhar não tivesse sido impedido pelos bloqueios em estradas, marginais, portos e outros pontos estratégicos, mas até aí morreu o Neves. Fato é que, além do prejuízo bilionário aos contribuintes, o único resultado palpável do acordo firmado na última quinta-feira foi expor a fragilidade de um governo mambembe, que mal se sustenta nas pernas: o “day after” amanheceu sob o comando da greve, alimentando o temor de que a situação se agravasse se o presidente e o Planalto precisasse ceder ainda mais. Só que Temer já deu os anéis; agora, só lhe restam os dedos.

Salta aos olhos a falta de entrosamento entre os presidentes da República, do Senado e da Câmara. Temer ignorou a crise e se escafedeu para o Rio ― a pretexto de comparecer a uma cerimônia qualquer ―, depois de encarregar o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, das negociações com os caminhoneiros. Eunício Oliveira deixou Brasília na tarde da quinta-feira e só voltou porque sua viagem pegou mal ― e a mídia caiu de pau. Rodrigo Maia tentou capitalizar, mas mostrou que não é bom de conta ao aprovar uma desoneração que geraria um rombo de R$ 10 bilhões. E a Abin, por sua vez, só se apercebeu das dimensões da greve quando era tarde demais. 

Ontem, como solução in extremis, Temer decidiu recorrer às Forças Armadas para desobstruir as estradas ― e convenhamos: já estava mais que na hora. A medida parece ter surtido efeito, embora alguns bloqueios persistam teimosamente, na manhã deste sábado, em diversas rodoviária do país. Aguarda-se uma coletiva de imprensa para logo depois da reunião desta manhã, no Palácio do Planalto (como foi dito na coletiva de ontem, serão duas reuniões diárias para avaliar a situação do movimento; uma logo pela manhã e outra no final da tarde).

Observação: Se alguém tem algo a comemorar, esse alguém é o ex-presidente Lula. Inconformado com o fato de sua vassala Gleisi Hoffmann ― a quem escolheu para substituir Ruy Falcão na presidência nacional do PT ― não ter conseguido “parar o Brasil” em protesto contra sua prisão, agora lhe serve de consolo o fato de os caminhoneiros terem obtido sucesso, mesmo que os motivos do protesto sejam bem outros.

Vale lembrar que greve é como sexo: quando se obriga alguém a fazer, é porque alguma coisa está errada.

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sexta-feira, 25 de maio de 2018

SOBRE A PARALISAÇÃO DOS CAMINHONEIROS.



A paralisação dos caminhoneiros entra hoje em seu quinto dia. Como sói acontecer sempre que determinadas categorias realizam protestos, quem toma na tarraqueta é o povo, embora a “pressão” devesse ser dirigida ao governo federal, aos responsáveis pelas estatais, aos sindicatos patronais e aos donos de escolas particulares ― refiro-me à paralisação dos professores, na última quarta-feira, que deixou os alunos sem aulas, a despeito das caras mensalidades pagas pelos pais ou responsáveis, enquanto os donos dos estabelecimentos de ensino, ao que parece, não estavam nem aí.

Como sempre, quem “arde” é a população, pois as consequências imediatas desse lockout são congestionamentos monstruosos nas rodovias e marginais, filas quilométricas em postos de combustível, ágio no preço do litro cobrado nas bombas, caos no transporte coletivo urbano, atrasos e cancelamentos de voos nos principais aeroportos do país, desabastecimento nos entrepostos de alimentos (notadamente hortifrutigranjeiros), elevação de até 600% no preço de produtos como como cebola, batata, cenoura etc. nas feiras, sacolões e supermercados, e por aí vai.

Para tentar acabar com as manifestações, o presidente da Petrobras, Pedro Parente, anunciou na noite da última quarta-feira uma redução de 10% no preço do diesel nas refinarias, que seria mantida por 15 dias. Ele avalia que a medida resultará numa queda de 23 centavos no preço do litro nas refinarias e de 25 centavos para os consumidores, mas deixa claro que não produzirá efeitos sobre o preço da gasolina. Ainda segundo Parente, a petroleira não cedeu a pressões de movimentos sociais ou mesmo do governo federal, apenas reduziu temporariamente o preço do óleo como gesto de boa vontade, “para que o governo se entenda com os caminhoneiros”. Tá, me engana que eu gosto.

Os Correios ― que já foram considerados um “ponto fora da curva” na ineficiência das estatais tupiniquins, mas vêm prestando um serviço de merda de uns tempos a esta parte ― já suspenderam os serviços de postagem com dia e hora marcados (Sedex 10, 12 e Hoje) e avisaram que, enquanto perdurarem os efeitos dessa greve, haverá atraso nas entregas do Sedex do PAC e das correspondências em geral. Vai ser um festival de contas de consumo e boletos chegando após a data de vencimento, e o ônus (multas, juros de mora, etc.), como de costume, ficará a cargo do consumidor, que é “o último a falar e o primeiro a apanhar”.

A Câmara já aprovou a redução do PIS/COFINS sobre o diesel, mas falta o Senado votar a medida. Só que os senhores senadores debandaram para "suas bases" já na quinta-feira, insensíveis à situação caótica do país. Parece que Eunício Oliveira, que já havia embarcado para o Ceará, achou por bem voltar e marcar uma reunião de lideranças na noite de quinta-feira, mas até agora isso é tudo que eu sei (até porque estou escrevendo este texto no final da tarde da quinta-feira).

O presidente da Associação Brasileira dos Caminhoneiros afirmou nesta quinta-feira que os protestos continuarão até que a isenção da alíquota PIS/COFINS seja publicada no Diário Oficial da União. Segundo ele disse entrevista à rádio BandNews, a redução de 10% na cotação do diesel, anunciada na noite de quarta-feira pela Petrobras, não resolve a situação.

Cabe a Michel-Pato-Manco-Temer, seus assessores e conspícuos congressistas tomarem uma atitude, e com máxima urgência, pois não é admissível deixar o país paralisado por conta de um lockout como esse. No Planalto, há quem acredite que o desabastecimento de alimentos e combustíveis levará o povo às ruas, como em 2013. O temor é que, com a pressão popular, o Congresso vire uma panela de pressão e a reeleição de aliados fique comprometida. Até o início da Copa, governistas querem passar ao largo da crise. Então, por que não fazem alguma coisa?

Triste Brasil.

Atualização:

Governo e representantes de caminhoneiros anunciaram na noite de ontem um acordo para suspender greve. Mesmo assim, protestos seguem em ao menos 7 dos 26 estados e no DF. O acesso ao porto de Santos continua bloqueado, e a cidade de São Paulo não tem rodízio nem coleta de lixo. Ainda que o movimento termine hoje, levará dias até que o abastecimento e as rotinas voltem ao normal, sem mencionar os danos irreparáveis, como alimentos jogados fora, animais mortos de inanição nas estradas e pacientes que ficaram sem remédios. A conta de quanto o país perdeu nos últimos dias ainda será feita. A única já computada é a da Petrobras, que, depois que cedeu à pressão e reduziu o preço do diesel, perdeu 45 bilhões de reais na bolsa, na última quinta-feira.

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domingo, 5 de março de 2017

ALADILMA E A LÂMPADA NADA MARAVILHOSA

Em nota publicada na seção SEMANA da revista ISTOÉ, Antonio Carlos Prado relembra que muita gente aplaudiu quando a anta vermelha reduziu as tarifas de energia, mas que houve também quem visse naquilo uma “pedalada da luz” (caso deste humilde articulista que vos fala). Agora, veio a notícia ― ou a conta, melhor dizendo: as transmissoras receberão indenizações de 62,2 bilhões de reais. Ou seja, as tarifas ficarão mais caras, pois, como sempre, caberá a nós pagar pela “não genialidade” da gênia.

Em atenção os mais esquecidos, segue a transcrição do pronunciamento ― ou discurso eleitoreiro, para ser mais exato ― feito pela nefelibata da mandioca em janeiro de 2013, em rede nacional, para anunciar a redução das tarifas de energia, mostrar que a economia ia de vento em popa e concitar os apedeutas ignaros a reelege-la no ano seguinte (os destaques são meus).

Queridas brasileiras e queridos brasileiros,

Acabo de assinar o ato que coloca em vigor, a partir de amanhã, uma forte redução na conta de luz de todos os brasileiros. Além de estarmos antecipando a entrada em vigor das novas tarifas, estamos dando um índice de redução maior do que o previsto e já anunciado. A partir de agora, a conta de luz das famílias brasileiras vai ficar 18% mais barata.

É a primeira vez que isso ocorre no Brasil, mas não é a primeira vez que o nosso governo toma medidas para baixar o custo, ampliar o investimento, aumentar o emprego e garantir mais crescimento para o país e bem-estar para os brasileiros. Temos baixado juros, reduzido impostos, facilitado o crédito e aberto, como nunca, as portas da casa própria para os pobres e para a classe média. Ao mesmo tempo, estamos ampliando o investimento na infraestrutura, na educação e na saúde e nos aproximando do dia em que a miséria estará superada no nosso Brasil.

No caso da energia elétrica, as perspectivas são as melhores possíveis. Com essa redução de tarifa, o Brasil, que já é uma potência energética, passa a viver uma situação ainda mais especial no setor elétrico. Somos agora um dos poucos países que está, ao mesmo tempo, baixando o custo da energia e aumentando sua produção elétrica. Explico com números: como acabei de dizer, a conta de luz, neste ano de 2013, vai baixar 18% para o consumidor doméstico e até 32% para a indústria, a agricultura, o comércio e serviços. Ao mesmo tempo, com a entrada em operação de novas usinas e linhas de transmissão, vamos aumentar em mais de 7% nossa produção de energia, e ela irá crescer ainda mais nos próximos anos.

Esse movimento simultâneo nos deixa em situação privilegiada no mundo. Isso significa que o Brasil vai ter energia cada vez melhor e mais barata, significa que o Brasil tem e terá energia mais que suficiente para o presente e para o futuro, sem nenhum risco de racionamento ou de qualquer tipo de estrangulamento no curto, no médio ou no longo prazo. No ano passado, colocamos em operação 4 mil megawatts e 2.780 quilômetros de linhas de transmissão.

Este ano, vamos colocar mais 8.500 megawatts de energia e 7.540 quilômetros de novas linhas. Temos uma grande quantidade de outras usinas e linhas de transmissão em construção ou projetadas. Elas vão nos permitir dobrar, em 15 anos, nossa capacidade instalada de energia elétrica, que hoje é de 121 mil megawatts. Ou seja, temos contratada toda a energia que o Brasil precisa para crescer, e bem, neste e nos próximos anos.

O Brasil vive uma situação segura na área de energia desde que corrigiu, em 2004, as grandes distorções que havia no setor elétrico e voltou a investir fortemente na geração e na transmissão de energia. Nosso sistema é hoje um dos mais seguros do mundo porque, entre outras coisas, temos fontes diversas de produção de energia, o que não ocorre, aliás, na maioria dos países.

Temos usinas hidrelétricas, nucleares, térmicas e eólicas, e nosso parque térmico, que utiliza gás, diesel, carvão e biomassa foi concebido com a capacidade de compensar os períodos de nível baixo de água nos reservatórios das hidrelétricas. Praticamente todos os anos as térmicas são acionadas, com menor ou maior exigência, e garantem, com tranquilidade, o suprimento. Isso é usual, normal, seguro e correto. Não há maiores riscos ou inquietações.

Surpreende que, desde o mês passado, algumas pessoas, por precipitação, desinformação ou algum outro motivo, tenham feito previsões sem fundamento, quando os níveis dos reservatórios baixaram e as térmicas foram normalmente acionadas. Como era de se esperar, essas previsões fracassaram. O Brasil não deixou de produzir um único quilowatt que precisava, e agora, com a volta das chuvas, as térmicas voltarão a ser menos exigidas.
Cometeram o mesmo erro de previsão os que diziam, primeiro, que o governo não conseguiria baixar a conta de luz. Depois, passaram a dizer que a redução iria tardar. Por último, que ela seria menor do que o índice que havíamos anunciado.

Hoje, além de garantir a redução, estamos ampliando seu alcance e antecipando sua vigência. Isso significa menos despesas para cada um de vocês e para toda a economia do país. Vamos reduzir os custos do setor produtivo, e isso significa mais investimento, mais produção e mais emprego. Todos, sem exceção, vão sair ganhando.

Aproveito para esclarecer que os cidadãos atendidos pelas concessionárias que não aderiram ao nosso esforço terão, ainda assim, sua conta de luz reduzida, como todos os brasileiros. Espero que, em breve, até mesmo aqueles que foram contrários à redução da tarifa venham a concordar com o que eu estou dizendo.

Aliás, neste novo Brasil, aqueles que são sempre do contra estão ficando para trás, pois nosso país avança sem retrocessos, em meio a um mundo cheio de dificuldades. Hoje, podemos ver como erraram feio, no passado, os que não acreditavam que era possível crescer e distribuir renda. Os que pensavam ser impossível que dezenas de milhões de pessoas saíssem da miséria. Os que não acreditavam que o Brasil virasse um país de classe média. Estamos vendo como erraram os que diziam, meses atrás, que não iríamos conseguir baixar os juros nem o custo da energia, e que tentavam amedrontar nosso povo, entre outras coisas, com a queda do emprego e a perda do poder de compra do salário. Os juros caíram como nunca, o emprego aumentou, os brasileiros estão podendo e sabendo consumir e poupar. Não faltou comida na mesa, nem trabalho. E nos últimos dois anos, mais 19 milhões e 500 mil pessoas, brasileiros e brasileiras, saíram da extrema pobreza.

O Brasil está cada vez maior e imune a ser atingido por previsões alarmistas. Nos últimos anos, o time vencedor tem sido o dos que têm fé e apostam no Brasil. Por termos vencido o pessimismo e os pessimistas, estamos vivendo um dos melhores momentos da nossa história. E a maioria dos brasileiros sente e expressa esse sentimento. Vamos viver um tempo ainda melhor, quando todos os brasileiros, sem exceção, trabalharem para unir e construir. Jamais para desunir ou destruir. Porque somente construiremos um Brasil com a grandeza dos nossos sonhos quando colocarmos a nossa fé no Brasil acima dos nossos interesses políticos ou pessoais.

Muito obrigada e boa noite.

Só pra lembrar:

Dilma torturou a verdade ao negar a autoria do dossiê que forjou em parceria com a melhor amiga, Erenice Guerra, para reduzir Fernando Henrique e Ruth Cardoso a um casal perdulário que torrava em vinhos caros o dinheiro dos pagadores de impostos.

Dilma mentiu ao negar a existência do encontro, marcado pela quadrilheira Erenice, em que tentou convencer Lina Vieira a esquecer as maracutaias da famiglia Sarney investigadas pela Receita Federal.

Dilma caprichou na pose de doutora em economia pela Unicamp até que a imprensa implodisse a mentira.

Dilma atravessou a campanha de 2014 tapeando o eleitorado com invencionices que transformavam um país a caminho da falência numa espécie de Pasárgada com praia e carnaval.

Nesta quinta-feira, confrontada com as primeiras revelações de Marcelo Odebrecht, a anta vermelha estocadora de vento afirmou que o ex-parceiro resolveu contar mentiras para prejudicar a imagem de uma mulher irretocavelmente honesta.

Dilma, sobra cinismo e falta vergonha. A afilhada tem tanto apreço pela verdade quanto o padrinho Lula.

Tendo tempo e jeito, assista ao vídeo a seguir:


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sábado, 3 de dezembro de 2016

DILMA PARA O BEM DO BRASIL

Coisa que não falta no Brasil é palpiteiro. De futebol, então, todo mundo entende. Mas daí a aparecer alguém competente para treinar a seleção vai uma longa distância.

Na política, a coisa é ainda pior. Talvez porque o quadro político seja mais dramático que o futebolístico. Mas o que tem de gente que confunde alhos com bugalhos, defende quem não presta, presta vassalagem a quem não merece e polui as redes sociais com o que um amigo meu classifica como “bostagens” não está no gibi. 

No âmbito da economia, então, a coisa é gritante. Gente que está com a corda no pescoço, com o cheque especial estourado e o cartão de crédito bloqueado ousa ensinar o padre-nosso ao vigário. E como economia e política se fundiram (leia direito antes de pensar bobagem) numa crise sem precedentes, gerada e parida pela mulher sapiens -- também conhecida por “Janete”, como nossa cara ex-presidanta se identifica ao atender ligações de telemarketing ―, o que não falta é ex-ministro da Fazenda, do Planejamento, da Economia ― ou seja lá que nome tivesse a pasta quando o palpiteiro a comandou ― dando pitacos. Resolver os problemas do país, que é bom, nenhum deles resolveu (ou até resolveu, se pensarmos no Plano Real de FHC, mas isso é outra história).

Seja como for, alguns pitacos merecem cuidadosa reflexão, como o de Maílson da Nóbrega, ex-ministro da Fazenda no governo Sarney. (Lembra do Plano Cruzado? Pois é! Só que o “pai” desse desatino foi Dilson Funaro; Maílson sucedeu a Bresser e sob seu comando amargamos o igualmente desditoso Plano Verão, que cortou três zeros da nossa moeda e a rebatizou de Cruzado Novo, mas isso também é outra história).

Em seu artigo na edição de Veja desta semana, Maílson pondera que, mesmo sem ter intenção, a ex-grande-chefa-toura-sentada-ora-impichada acabou prestando ― com enormes custos, ressalva o economista paraibano ― dois favores ao Brasil. Primeiro, ela provou que ideias fracassadas de política econômica não se tornaram virtuosas sob gestão petista. Segundo, ela acelerou o encontro com uma dura realidade fiscal, o que antecipou uma agenda da qual o país não escaparia, talvez quando as contas estivessem mais fragilizadas. Confira um excerto do texto:

Em seu tempo, Dilma ressuscitou ações cuja época havia passado ou que foram malsucedidas em outros momentos. Na verdade, a adoção de medidas ‘desenvolvimentistas’ equivocadas teve início com Lula. Foi ele quem degradou a autonomia e a qualidade profissional das agências reguladoras. A desastrosa lei sobre a exploração do petróleo do pré-sal foi obra essencialmente lulista. Isso nos fez perder tempo e oportunidades, e, ao obrigar a Petrobras a assumir as respectivas obrigações, impôs à estatal um insano endividamento. A corrupção institucionalizada na empresa começou no governo dele”.

Outro trecho lapidar: 

Dilma continuou a marcha da insensatez. Restabeleceu a regra de conteúdo nacional mínimo, em especial na exploração do pré-sal. Desprezou lições da história, as quais haviam provado que o protecionismo inconsequente inibe a adoção de tecnologias avançadas, o que prejudica a produtividade e o potencial do crescimento. Ela reintroduziu o controle de preços de combustíveis, causando enorme prejuízo à Petrobras e aos produtores de etanol (...) e desarticulou o setor elétrico, com efeitos negativos ainda não de todo absorvidos” (...) Em seu período, a economia teve o pior desempenho em mais de 100 anos. Doze milhões de brasileiros estão sem emprego (...) a renda per capita voltará ao nível de 2013 somente em 2024”.

E mais outro: 

A síntese dos equívocos de Dilma foi a Nova Matriz Econômica, fonte básica de enormes disfunções. Essa matriz abandonou uma política econômica sensata que nos havia assegurado estabilidade econômica e previsibilidade. (...) A gestão de Dilma acarretou uma combinação fatídica de queda do PIB, desemprego, redução de receitas tributárias, inflação e elevação da dívida pública. (...) Dilma levou o Brasil à beira do precipício, mas, como no velho ditado, há males que vêm para o bem (...) Ao levar ao extremo a insensatez de políticas fiscais suicidas, a ex-presidente retroagiu à irresponsabilidade inaugurada com a Constituição de 1988. Isso nos pôs diante da hora da verdade. Desse modo, ainda que por vias tortas, ela terminou por prestar favores ao país.

Como se vê, no fundo, beeeeeeeem no fundo, tudo sempre tem um lado bom. Mas daí a ter saudades dessa sacripanta vai uma boa distância. Vade retro, Satanás! 

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segunda-feira, 13 de junho de 2016

NO BRASIL, A GRANDE DISCUSSÃO, NO MOMENTO, É SABER SE OS QUE NÃO FIZERAM VÃO VOLTAR AO GOVERNO PARA CONTINUAR NÃO FAZENDO.

Em mais um artigo magistral, J.R. Guzzo fecha a edição de Veja desta semana com uma análise imperdível do cenário político tupiniquim.

Segundo o jornalista, não faz o menor sentido comparar o Brasil com a Suíça ou esperar que os dois países fiquem parecidos, algum dia, em termos de conduta do poder público. Mas chama a atenção do leitor para uma “coincidência” interessante, que eu resumo a seguir (vale a pena ler a íntegra da matéria; a revista ainda está à venda, mas será possível acessar seu conteúdo através do acervo digital de VEJA depois que a próxima edição chegar às bancas).

O novo túnel do Monte São Gotardo, com quase 600 km perfurados na rocha bruta, é o mais longo do mundo, e sua construção tornou-se uma epopeia comparável à travessia subterrânea do Canal da Mancha, entre Inglaterra e França. Aberta ao público dias atrás, a obra foi entregue seis meses antes do prazo contratado e custou o que deveria custar ― o equivalente a pouco mais de 10 bilhões de dólares.

Por uma dessas coincidências da vida, a soma é praticamente igual aos 35 bilhões de reais de dívida que as empresas estatais responsáveis pela TRANSNORDESTINA têm a apresentar como resultado de seus avanços até agora. Daí se infere que, quando a Suíça resolve fazer uma estrada de ferro, as pessoas passam a andar de trem (e a 250 km/h), enquanto que no Brasil, ficam devendo: dez anos após anunciadas as obras, não existe ferrovia nenhuma; dos 1700 km de estrada, só há trilhos em 600 km, pelos quais não passa trem algum e cuja função, no momento, é serem deteriorados pelo tempo ou furtados e para a venda a peso do seu aço. Uma beleza!

Quanto mais a tecnologia avança no mundo desenvolvido, mais as obras públicas brasileiras demoram para ficar prontas. Numa época em que a ciência da engenharia é capaz de vencer os mais ingratos desafios da natureza, dentro dos prazos e orçamentos previstos, é como se o Brasil estivesse vivendo nos tempos da régua de cálculo e do trator a gasolina; no ritmo do trabalho seguido pelos dois últimos governos, a ponte Rio-Niterói ainda estaria em obras!

Para piorar, o governo que não faz é o mesmo que não deixa fazer, na sua paixão contra o resultado prático e no seu pânico diante de qualquer benefício público feito pela iniciativa privada.

Por aqui, a grande discussão é saber se os que não fizeram vão voltar ao governo para continuar não fazendo.