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sexta-feira, 1 de setembro de 2017

CRONÓGRAFO COM PONTEIROS DESSINCRONIZADOS? RESOLVA VOCÊ MESMO (Parte II)

RELÓGIO QUE ATRASA NÃO ADIANTA.

Todo relógio precisa de uma fonte de energia para funcionar. No final da década de 60, a maioria dos modelos de pulso continha uma mola (para gerar energia), uma espécie de massa oscilatória (para oferecer referência de tempo), dois (ou três) ponteiros, um mostrador enumerado e diversas engrenagens, até que a Bulova resolveu substituir a roda de balanço por um transistor oscilador, que, alimentado por uma bateria, mantinha um diapasão funcionando a algumas centenas de hertz. Mais adiante, o cristal de quartzo ― cujas propriedades já eram conhecidas e usadas para proporcionar a frequência exata em transmissores/receptores de rádio e computadores ― assumiria as funções desse diapasão e agregaria maior precisão ao mecanismo.

Se você tenciona comprar um relógio, escolha algo que seja funcional e confiável. Caixas de aço ou titânio são excelentes opções. O ouro é mais nobre, naturalmente, mas encarece significativamente o produto e chama a atenção dos amigos do alheio. E o mesmo vale para modelos de grife ― Patek, Rolex, Omega, Panerai, Hublot, IWC, Breitling, Tissot, Tag Heuer e distinta companhia ―, que chegam a custar centenas de milhares de dólares.

Observação: O Grandmaster Chime, da Patek Philippe (confira na foto que ilustra esta postagem) tem duas faces ― dependendo do lado usado para cima, ele exibe as horas ou o calendário perpétuo instantâneo. A caixa redonda de 47,4mm é feita de ouro rosa 18k e adornada com cristais de safira. O preço é de arrepiar: 2,5 milhões de francos suíços (cerca de R$ 8 milhões).

Quanto ao mecanismo responsável pelo movimento (também conhecido como calibre), você pode optar por modelos a quartzo ou mecânicos. No primeiro caso, que, como vimos, utiliza um oscilador regulado por uma peça de quartzo, a alimentação geralmente é feita por uma bateria. Já os modelos mecânicos funcionam “à corda”, que pode ser manual ou automática. Para os verdadeiros connoisseurs, apenas calibres mecânicos ― e de preferência manuais ― são aceitáveis, em que pese sua limitada reserva de marcha (em média, 24 horas). Isso significa que o relógio deixa de trabalhar quando fica muito tempo fora do pulso (modelos automáticos) ou quando não recebe corda (modelos manuais), e aí é preciso ajustar a hora e o calendário antes de voltar a "vesti-lo".

Mecanismos a quartzo alimentados por bateria funcionam ininterruptamente por anos a fio ― modelos com cronógrafo e outras papagaiadas tendem a consumir mais energia, mas uma bateria original ou equivalente costuma durar mais de dois anos. Existem opções alimentadas por energia solar (que dispensam a troca da bateria) ou térmica (como o smartwatch Matrix, que usa o calor do pulso como fonte de energia). 

Quanto à maneira de mostrar as horas, os relógios podem ser analógicos (de ponteiros), digitais (display de cristal líquido) ou híbridos (combinação de ambos). Via de regra, os analógicos consomem mais energia que os digitais ― a menos que você use muito a luzinha que ilumina o display, deixe os contadores de tempo e os alarmes e demais sinais sonoros ativados, e por aí vai. Nos digitais, além dos tradicionais cronógrafo e calendário simples ou duplo (com dia do mês e da semana) que os modelos de ponteiros costumam oferecer, você encontra contador de tempo regressivo, altímetro, bússola, termômetro e uma porção de outras papagaiadas.

Por hoje chega. Amanhã a gente conclui.

MENDES E OS CÃES SEM RABO

Gilmar Mendes, o inefável, não foi feliz na analogia entre juízes que “insistem em desafiá-lo” e rabo do cachorro.

Explicando melhor: o juiz federal Marcelo Bretas ― tido como o “Sérgio Moro carioca” ― mandou prender Jacó Barata Filho, o “rei do ônibus”, e Mendes mandou soltar; Bretas mandou prender de novo, e o supremo ministro do Supremo, de novo, mandou soltar. E emendou: “Em geral, o rabo não abana o cachorro, é o cachorro que abana o rabo”.

A declaração ofensiva, vulgar e imprópria de um juiz da Suprema Corte foi repudiada pela sociedade em geral e pelos magistrados em particular, embora nada tenha de atípica: o magistrado sul-mato-grossense é conhecido pela arrogância, amor ao protagonismo, língua ferina e total falta de comedimento nas relações com seus pares e juízes que estão abaixo dele na hierarquia do Judiciário.

Para qualquer pessoa minimamente racional, o fato de Mendes ter sido padrinho de casamento da filha de Barata com um sobrinho de sua mulher, Guiomar Mendes, que trabalha no escritório de advocacia que defende Barata ― que, por sua vez, é sócio de um cunhado do ministro numa empresa de ônibus ― já deveria bastar para o ministro se dar por impedido de atuar no caso. Mas não Gilmar, para quem “o juiz deve se afastar do caso quando é ‘amigo íntimo’ das partes, e essa qualificação não contempla padrinhos de casamento”.

É tanto compadrio misto que a chega a ser difícil de acreditar, mas o "deus-sol da magistratura" não vê aí “nenhuma suspeição”. Talvez por isso ele seja alvo de abaixo-assinados que pedem sua saída do STF ― o da Change.org já conta com quase 900.000 assinaturas. Ou também por isso, já que fedem suas relações semipresidencialistas com amigão Michel Temer e seus frequentes encontros fortuitos “nos porões do Jaburu”; a soltura de réus como José Dirceu e Eike Batista, que deixa clara sua habitualidade na concessão de habeas corpus a poderosos e põe em dúvida sua imparcialidade; o empenho na absolvição da chapa Dilma-Temer num julgamento patético, que envergonhou o país por ignorar a profusão de provas contra os réus a pretexto de “manter a governabilidade”, e por aí segue a interminável procissão.

Rodrigo Janot, ora no apagar das luzes de sua gestão à frente da PGR, pediu ao Supremo que a quintessência do saber jurídico seja impedida de atuar no caso da máfia do transporte no RJ. Resta saber como a presidente e os demais membros do STF se posicionarão sobre a questão. A sociedade já deixou claro que repudia um membro da mais alta Corte do país que atua não como operador da justiça, mas como distribuidor de privilégios.

Na última segunda-feira, a ministra Cármen Lúcia notificou Mendes sobre o pedido de suspeição apresentado por Janot, para quem “os vínculos são atuais, ultrapassam a barreira dos laços superficiais de cordialidade e atingem a relação íntima de amizade”. Vamos ver que bicho dá.

ObservaçãoNenhum pedido dos 80 pedidos impedimento ou suspeição de ministros do STF foi atendido nos últimos dez anos; todos foram rejeitados pelo presidente do STF da época e não tiveram os méritos discutidos pelo colegiado. 

E como hoje é sexta-feira:


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quinta-feira, 23 de abril de 2015

SEGUNDOS INTERCALARES, JUNHO COM 24 HORAS E UM SEGUNDO, HORÁRIO UTC/GMT

OS DOIS ÚLTIMOS TESOUREIROS NACIONAIS DO PT ESTÃO PRESOS; O ANTES CARISMÁTICO EX-PRESIDENTE NÃO SE ARRISCA A APARECER EM PÚBLICO, E SUA SUCESSORA RIFA O PODER ENTRE SEUS ALIADOS DE OCASIÃO NO CONGRESSO. MESMO ASSIM, ALGUNS FALAM EM "VITÓRIA", POIS HOUVE MENOS GENTE NA MANIFESTAÇÃO DE 15/03 DO QUE NA DE 12/04, IMAGINANDO, TALVEZ, QUE QUEM FOI NA PRIMEIRA E NÃO VOLTOU NA SE ARREPENDEU E PASSOU A APOIAR O GOVERNO. COMO BEM DISSE JOSÉ SARAMAGO, "A CEGUEIRA É UM ASSUNTO PARTICULAR ENTRE AS PESSOAS E OS OLHOS COM QUE NASCERAM; NÃO HÁ NADA QUE SE POSSA FAZER A RESPEITO". 


O próximo dia 30 de junho terá 24 horas e um segundo. Se isso lhe parece bizarro, saiba que segundos adicionais vêm sendo inseridos na contagem oficial do tampo desde 1972, quando foi estabelecido o padrão UTC (sigla, em inglês, de Tempo Universal Coordenado). Curiosamente, esse acréscimo não ocorre em intervalos regulares, como o dia 29 de fevereiro, que dá o ar de sua graça a cada quatro anos: entre 1972/1979 houve nove “segundos intercalares”, mas entre 1999/2005 não houve nenhum.

Essa história tem a ver com o princípio dos relógios de sol, que marcam exatamente o meio-dia somente duas vezes por ano, nos equinócios de outono e da primavera, quando o dia tem duração igual à da noite e, com o sol a pino, a sombra desaparece totalmente sob a haste. Isso significa que os “dias solares” não são todos iguais, embora correspondam ao período de tempo em que a Terra da uma volta completa em torno de seu eixo (se quiser saber mais, clique aqui).

Enfim, aprendemos na escola que o dia tem 24 horas e o ano, 365 e seis horas, daí o acréscimo de um dia ao mês de fevereiro a cada quatro anos. No entanto, a evolução tecnológica permite medições cada vez mais acuradas, e agora se sabe que o ano solar corresponde, em média, a 365,2421897 dias, e cada dia, a 86.400 segundos.  Demais disso, se os jurássicos relógios à corda do século passado eram considerados precisos se atrasassem ou adiantassem até um minuto por dia, a precisão do modelo Precisionist, da Bulova, é de 10 segundo por ano! Isso sem falar nos relógios atômicos, baseados em átomos que "vibram" bilhões de vezes por segundo, e portanto erram no máximo dois nanossegundos por dia ou seja, para adiantar ou atrasar um segundo, um bom relógio atômico demoraria mais de 1 milhão de anos!

Em suma, atualmente utilizamos dois padrões de medição de tempo: o UTC, baseado na emissão de radiação atômica, e o GMT, baseado na movimentação dos corpos celestes. A questão é que a velocidade de rotação da Terra é variável e resulta num aumento de 1,7 segundo por século na duração do dia médio solar, além de uma variação de 4 milésimos de segundo em períodos de 1.500 anos. Daí a necessidade de inserir os “segundos intercalares” à medida que esses pequenos desvios se acumulam.

Passando agora ao âmbito da Informática, esse segundo de acréscimo pode interferir no funcionamento de computadores, notadamente naqueles que executam funções críticas, como gerenciamento de usinas atômicas e cálculo de rotas aéreas, por exemplo, mas é necessário para que os relógios atômicos que indicam o horário oficial não fiquem adiantados. Aqui pelas nossas bandas, o acerto será na noite de 30 de junho, às 20h59m59s, horário que será repetido uma vez antes de avançar para as 21h00m00s.

O Comitê Gestor de Internet no Brasil recomenda aos profissionais da área que façam simulações para ver se e como seus sistemas e programas serão afetados, até porque, em 2012, vários sites acabaram caindo, pois o computador pode travar quando é instruído a realizar uma operação em um segundo repetido. Embora não prevejam problemas graves,  o número de internautas cresce a cada ano, e isso leva a crer que mais usuários podem ser afetados. Como prevenir acidentes é dever de todos, algumas empresas já estão adotando as devidas providências o Google, por exemplo, vem adicionando regularmente milissegundos ao relógio, de modo a “ludibriar” seus servidores por ocasião do evento.

Um ótimo dia a todos e até mais ler.