quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

PERDEU, ESQUECEU, NÃO SABE ONDE DEIXOU? EIS A SOLUÇÃO.

SE VOCÊ CONHECE O INIMIGO E CONHECE A SI MESMO, NÃO PRECISA TEMER O RESULTADO DE CEM BATALHAS. SE VOCÊ SE CONHECE, MAS NÃO CONHECE O INIMIGO, PARA CADA VITÓRIA GANHA SOFRERÁ TAMBÉM UMA DERROTA. SE VOCÊ NÃO CONHECE NEM O INIMIGO NEM A SI MESMO, PERDERÁ TODAS AS BATALHAS.

Se você vive esquecendo onde estacionou o carro, ou onde largou as chaves ou a carteira, uma boa notícia: Basta colocar o TrackR ― dispositivo do tamanho de uma moeda ― no porta-luvas do veículo, no chaveiro, na carteira (ou na coleira do seu cão ou gato de estimação) e abrir o aplicativo correspondente no seu smartphone para localizar o objeto (ou bicho) perdido.

Diferentemente da maioria sistemas de rastreamento, o TrackR custa barato (US$29.99 mais frete ― cerca de US$10) e não tem taxas mensais nem qualquer outro custo adicional. O aplicativo, que tem versões compatíveis tanto com o sistema Android quanto com o iOS, é gratuito. Para mais informações e aquisição do gadget, acesse https://www.thetrackr.com/ (texto em português).

LULA BURLA FISCALIZAÇÃO DE VOO

Na manhã de 3 de junho do ano passado, quando o jato particular de prefixo PP-SCB se preparava para decolar do Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos (SP), os pilotos e os cinco passageiros foram surpreendidos por um cerco deflagrado por fiscais da Receita Federal, conforme dá conta a revista VEJA desta semana.

Segundo a reportagem, os agentes teriam sido informados de que sete das doze malas embarcadas não haviam sido radiografadas, e a cena nada ficou devendo aos melhores filmes de ação, com viaturas ― de sirene e alertas luminosos ligados ― interceptando a aeronave e o comandante seguindo com as manobras, até que um dos carros bloqueou a pista e policiais uniformizados, armados de metralhadoras, finalmente conseguiram impedir a decolagem.

Os fiscais não sabiam quem estava a bordo nem tinham informações detalhadas do destino do avião, razão pela qual ficaram surpresos quando se depararam com Lula, seu fotógrafo particular, um assessor de imprensa, um tradutor e um segurança. Visivelmente nervoso, o petralha permaneceu trancado na cabine de comando enquanto os policiais eram informados de que o destino era Roma, onde sua insolência daria uma palestra para ministros da Agricultura de diversos países.

Enquanto um fiscal se preparava para inspecionar a bagagem, porém, o delegado Luis Pardi, chefe do plantão naquele dia, desceu para conversar com um assessor de Lula, e minutos depois determinou que a operação fosse abortada e o avião, liberado.

De acordo com um dos agentes, Pardi pareceu empenhado em retardar a ação da Receita ― que demandava pressa, pois o avião estava prestes a decolar ―, e um pedaço de papel encontrado na pista indicava que o destino do voo não era Roma, mas sim a Ilha do Sal, em Cabo Verde ― usada como entreposto para reabastecimento de aeronaves sem autonomia de voo da América do Sul para a Europa.

Devido ao inusitado dos acontecimentos, uma investigação sigilosa está em curso na PF e no MPF. Procurado pela reportagem, o delegado afirmou que “o que tinha a dizer, ele já havia explicado internamente”. Já o empresário Michael Klein, dono do jato à época, diz que “cedeu a aeronave a pedido do ex-presidente”.

Tire o leitor suas próprias conclusões.

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quarta-feira, 30 de novembro de 2016

MULTAS MAIS CARAS A PARTIR DE NOVEMBRO ― ESPELHE SEU CELULAR COM A CENTRAL MULTIMÍDIA E EVITE PONTOS NA CARTEIRA E MORDIDAS NO BOLSO

A MAIORIA DAS PESSOAS IMAGINA QUE O IMPORTANTE, NO DIÁLOGO, É A PALAVRA. ENGANO: O IMPORTANTE É A PAUSA. É NA PAUSA QUE DUAS PESSOAS SE ENTENDEM E ENTRAM EM COMUNHÃO.

Pegando um gancho no post de ontem, lembro a meus caríssimos leitores que, a partir do último dia 1º, as multas de trânsito tiveram seus valores revistos e atualizados ― em meio à uma crise econômica que torna o momento bem pouco oportuno para o governo meter a mão mais fundo no bolso da população. Além do aumento, houve mudanças de categoria, como no caso da multa para quem usa o celular enquanto dirige ― infração que passou a ser considerada “gravíssima”, implicando em 7 pontos a mais na carteira de motorista e R$ 293,47 a menos no bolso.

De acordo com o Departamento Nacional de Trânsito, a intenção dos reajustes não é aumentar a arrecadação (nossa!, será que alguém iria pensar isso?), mas até aí morreu Neves. O que importa mesmo é saber que a lei não proíbe falar ao celular através do sistema de espelhamento com a central multimídia do veículo. Nessa hipótese, você sabe quem está ligando pela tela multimídia e atende (ou derruba) a chamada pressionando um botão no volante, por exemplo. Se atender, ouvirá a voz do interlocutor pelo sistema de som do veículo, e sua voz será transmitida por um pequeno microfone, estrategicamente posicionado para esse fim.

Vale salientar que isso não se aplica ao viva voz do celular, já que aí é preciso manusear o aparelho para fazer ou atender as ligações ― no espelhamento, geralmente é possível fazer ligações por comando de voz, o que, em tese, dispensa o motorista de tirar as mãos do volante. Também é proibido usar fones de ouvido (seja para falar ao telefone, seja para ouvir música), já que a legislação que regulamenta o assunto é explícita nesse sentido.   

Enfim, se seu carro oferece a possibilidade de espelhamento, não deixe de habilitá-la. Já bastam as “infrações” registradas por radares fotográficos e lombadas eletrônicas (algumas delas quando se está a menos de “absurdos” 50 km/hora), instalados em pontos previamente selecionados com vistas a alimentar indústria da multa e penalizar os infelizes proprietários de veículos, que já pagam um absurdo de IPVA, taxa de licenciamento, seguro obrigatório e outros que tais.

RODRIGO CONSTANTINO X REINALDO AZEVEDO

Admiro ― ou será que admirava? ― o colunista Reinaldo Azevedo, ex-colega de VEJA. Estivemos juntos algumas vezes, todas em momentos de bate-papo agradável. Além disso, aprecio seu estilo de escrever, e costumava concordar com a maioria das coisas, tanto que vivia o citando em meu blog, sem me importar com a ausência de recíproca. Não sou muito vaidoso, e prefiro focar na causa e nos resultados.

Acompanhei sua estranha guinada à esquerda (ou para longe da Lava-Jato) com alguma curiosidade, sempre preservando o benefício da dúvida. Lia e relia seus textos com boa fé, tentando refletir sobre os argumentos. Cheguei a questionar se não haveria um bom ponto neles, se eu é que poderia estar equivocado.

Num dos textos que escrevi, disse que o seu apreço ao legalismo parecia excessivo, mas que eventualmente eu mesmo poderia migrar nessa direção caso a Lava-Jato assumisse ares de justiceira extralegal. Mas estamos longe disso, muito longe!

Por isso fui vendo o massacre de Reinaldo Azevedo nas redes sociais em silêncio, lamentando e cada vez encontrando menos razão para defendê-lo. Em sua coluna na Folha, esse limite do obsequioso silêncio foi ultrapassado. Em respeito aos meus leitores, preciso me posicionar, tenho de reagir.

Reinaldo simplesmente compara a atuação de Sergio Moro com a de Robespierre na Revolução Francesa, e ainda diz que Lula não fez um governo de esquerda. Como assim?! Era “populista” e “ladrão”, mas não de esquerda? Balela! Esse discurso falso só interessa à própria esquerda, mais especificamente aos tucanos da velha guarda que pretendem substituir o PT na defesa do esquerdismo. O socialista José Serra que o diga. Azevedo escreve:

Tampouco me incomoda a figura de Lula, que tanto rancor desperta na extrema-direita boçal: porque operário na origem, porque supostamente ignorante, porque nordestino, porque padece de idiopatia gramatical, porque é eneadáctilo… A propósito: Geddel Vieira Lima tem dez dedos. Lula ainda é uma das maiores inteligências políticas do Brasil. Sua trajetória prova isso. De resto, nunca foi esquerdista. Tampouco fez um governo de esquerda. O que matou o PT foi o misto de populismo e roubalheira. O primeiro levou a economia para o buraco. A outra minou-lhe a reputação. E, sim, era Lula o chefe inconteste da equação”. 

Por que reduzir tanto o papel sombrio de Lula na podridão em que o Brasil se encontra hoje? Por que compará-lo a um Geddel Vieira? Este, por acaso, quase se tornou o Chávez brasileiro, o Fidel Castro da terra brasilis? O que matou o PT foi um misto de populismo e roubalheira, sim, mas também com sua visão esquerdista de mundo! Ignorar isso é má-fé ou desinformação. E tenho dificuldade de ver Reinaldo Azevedo como alguém ignorante.

O projeto lulopetista tem tudo a ver com o esquerdismo, com uma visão de mundo em que o estado assume um papel cada vez maior, controlador, intervencionista, “justiceiro social”. Como dissociar isso da esquerda? Por que fazer esse esforço? Reinaldo diz:

Causavam-me ainda repúdio a contaminação ideológica de organismos de Estado como Ministério Público, Defensorias e Judiciário; a transformação das universidades públicas em aparelhos do partido; a permanente crispação que buscou dividir o país entre ‘nós (eles) e eles (nós)’; a determinação de eliminar os adversários, não apenas de vencê-los; as ações concretas e objetivas que buscavam instaurar, na prática, um regime de partido único no país, ainda que as siglas fossem se multiplicando”.

Mas, ora bolas, ele está descrevendo justamente as táticas esquerdistas de chegada e permanência no poder! Foi assim na Argentina, na Venezuela, na Bolívia, no Equador… E depois diz que isso não tem nada com a esquerda? Abana o rabo como um cachorro, late como um cachorro, mas não é cachorro? É gato? É pato?

Voltando à Lava-Jato, Reinaldo se diz um liberal defensor do Estado de Direito, um legalista purista, mas esquece que o poder Executivo, em conluio com o Legislativo, está tentando barrar a lei, operar na sombra para impedir o avanço no combate à corrupção. O que a maioria dos políticos atuais quer é impunidade!
Só alguém com um termômetro muito mal calibrado pode estar mais preocupado hoje com eventuais excessos de Sergio Moro e Deltan Dallagnol do que com os esquemas dos grandes partidos no Congresso, com apoio do Planalto, para enterrar a Lava-Jato. Em que mundo vive? Reinaldo conclui:

Não darei a demiurgos os seus dez meses de Terror Salvacionista. Já tiveram a chance de dizer a que vieram, durante a Revolução Francesa, entre setembro de 1793 e julho de 1794. Não foi bacana. Meu apoio à Lava Jato, nos limites da lei e da Constituição, é incondicional. Meu liberalismo não admite um período de autoritarismo profilático. Liberalismo assim é coisa de abestado”.

Lamento, mas coisa de abestado é usar a energia, o espaço na imprensa e os neurônios para combater a Lava-Jato, como se ela estivesse agindo fora dos limites da lei, e ainda fazer isso em nome do liberalismo, como se a turma da nova direita estivesse toda clamando por justiceiros, déspotas esclarecidos, e não pelo próprio cumprimento da lei, que está ameaçado por conta dos parlamentares corruptos! 

Diante disso tudo, pergunto: Reinaldo Azevedo está mesmo defendendo apenas a lei, o Estado de Direito, os interesses do Brasil, ou teria outro interesse mais obscuro por trás dessa batalha que ele resolveu travar? Pois parece que ligou uma motosserra e a apontou na direção de Moro. Serra, serra e serra, até dividir o povo do lado de cá, que deveria estar unido no propósito de impor, de fora para dentro, as mudanças necessárias e inadiáveis na política nacional, endireitando assim o país. Serra…


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terça-feira, 29 de novembro de 2016

COMO OCULTAR O ID AO FAZER LIGAÇÕES PELO CELULAR

QUANDO ALGUÉM ABUSA DO PODER, É PORQUE ESSE ALGUÉM TEM PODER DEMAIS.

Dentre outros “benefícios”, a telefonia móvel celular popularizou o BINA (sigla de “B Identifica o Número de A”), que até alguns anos atrás não era oferecido pelas operadoras de telefonia fixa (mais adiante, elas passaram a oferecê-lo mediante pagamento de uma taxa mensal, mas isso já é outra história).

A identificação de chamada é útil, na medida em que permite saber quem está na outra ponta da linha antes de atender a ligação. Mas o lado ruim da história, digamos assim, é que os celulares padronizaram essa configuração, e há casos em que, por uma série de motivos que eu não vou detalhar aqui, pode não ser interessantes que a pessoa para quem ligamos não tenha acesso ao número da nossa linha.

ObservaçãoCom o ID oculto, você pode ligar para uma empresa sem se preocupar com o fato de seu número ficar registrado no banco de dados e ser repassado para o pessoal do telemarketing, por exemplo, ou falar com pessoas que seu cônjuge não aprovaria (para dizer o mínimo) sem se arriscar a receber ligações inesperadas em momentos impróprios, também por exemplo.

Alguns aparelhos incluem o bloqueio do ID em seu menu de configurações, mas, dependendo da operadora, esse ajuste pode impedir a realização da chamada. Então, o jeito é pedir à operadora que habilite o recurso na própria linha, mas aí corre-se o risco de o destinatário não atender (muita gente tem por hábito derrubar chamadas não identificadas, temendo que elas sejam provenientes de presídios, e coisa e tal). O ideal, então, é escolher caso a caso quem poderá (ou não) ver o número do seu telefone, o que, felizmente, pode ser feito de maneira bem simples, e o melhor é que funciona independentemente da marca e modelo do aparelho e da operadora que presta o serviço de telefonia móvel.  

Por exemplo, para ocultar seu ID ao ligar para 992861739, digite #31#99286-1739. Supondo que esse número seja de um município diferente daquele em que você está, adicione o código da operadora de longa distância e o código de área respectivo. Supondo que você use uma linha da Claro e que o número hipotético também seja da Claro, digite #31#04113992861739, onde #31# é o comando que bloqueia a ID, 0 é o indicativo de chamada interurbana, 21 é o código da Embratel (que, para usuários da Claro, resulta em menor preço nas ligações de longa distância), 13 é o código de área para Santos, São Vicente, Praia Grande e adjacências, e 992861739 o número que se deseja chamar. Simples assim.

Observação: Experimente usar esse truque com algum amigo ou familiar, de modo a conferir o resultado no ato. Depois, memorize o comando e, se preferir, adicione-o aos números da agenda para os quais você deseja ocultar seu ID. Para quem é cliente VIVO, o código de longa distância recomendado é 15; na TIM, é 41 e na OI, o 31.

Para não ter de se preocupar com questões de privacidade, existe um método infalível: faça a chamada de um “orelhão”. Aproveite enquanto eles ainda existem, já que outra consequência da popularização dos celulares é a redução significativa da quantidade de telefones públicos.

DELAÇÃO DO FIM DO MUNDO, MARACUTAIAS DOS PARLAMENTARES E O FAMIGERADO CAIXA 2

Uma “operação abafa” vem sendo tramada pelos rufiões da pátria e proxenetas da Parlamento ― dentre os quais o presidente do Congresso, senador Renan Calheiros, que, pasmem, é alvo de nada menos que 12 investigações no STF ―, com vistas a conceder uma anistia ampla, geral e irrestrita a políticos, empresários e executivos de estatais e repartições federais antes de a Delação do Fim do Mundo ser homologada pelo ministro Zavascki.

Observação: Já se sabe que mais de uma centena de políticos deverão ser atingidos pelas delações do “Príncipe das Empreiteiras” e outros 76 executivos da Odebrecht. Além dos petralhas Lula, Dilma, Palocci e Mantega, destacam-se tucanos como Aécio e Alckmin, sem falar no presidente Michel Temer, seus ministros José Serra e Eliseu Padilha, o agora ex-ministro Geddel Vieira Lima, o governador Fernando Pimentel, de MG, e o ex-governador Sergio Cabral, do RJ. Os acordos são considerados devastadores não só pela importância dos atingidos, mas também pela riqueza de detalhes e fartura de provas dos crimes (para saber mais, siga este link).

No último dia 12, Renan recebeu para uma feijoada os presidentes da República, Câmara dos Deputados e Tribunal de Contas da União. Só faltou a presidente do STF, que parece decidida a manter-se como último bastião do decoro neste país de desavergonhados. O propósito do convescote ― o pente-fino que o anfitrião tenciona fazer nos “supersalários” dos dignitários do Judiciário e do Ministério Público ―, aparentemente republicano, perdeu tal característica por se tratar de mera retaliação (para quem não se lembra, Renan se indispôs com juízes e procuradores durante Operação Metis, que resultou na prisão do chefe de sua milícia e de mais três subordinados). Outra questão indigesta para a nação brasileira, mas saboreada com prazer pelos comensais ― com muito limão, cachaça, feijão preto e carne-seca ―, foi pacote de medidas contra a corrupção, que inclui uma polêmica a anistia ao caixa 2 em campanhas eleitorais.

Observação: A criminalização do caixa 2 faz parte das 10 medidas de combate à corrupção defendidas pelo MPF que serviram de base para o projeto de lei em tramitação na Câmara. O texto aprovado na comissão especial, no entanto, exclui duas das medidas propostas pelos procuradores: a previsão de realização de testes de integridade para funcionários públicos e mudanças relativas à concessão de habeas corpus. Em conformidade com o MPF, o relator manteve fora da proposta a possibilidade de magistrados e membros do Ministério Público serem processados por crime de responsabilidade, apesar da pressão de parlamentares de diversos partidos que eram a favor da inclusão de dispositivo prevendo a possibilidade de punição a procuradores e juízes.

José Nêumanne, em artigo reproduzido por Augusto Nunes em sua Coluna, diz que a criminalização se faz necessária para atingir ex-políticos, candidatos derrotados e partidos; que o relator, Ônix Lorenzoni, manteve-a no parecer que apresentou, mas avisou que parlamentares poderão alterar seu texto final para anistiar quem praticou o delito antes da vigência da lei, com base no princípio constitucional de que norma penal não retroagem contra o réu; e que já foram ensaiadas tentativas malandras de aprovar a infâmia.
Diogo Raia, pesquisador da FGV, publicou na  Folha um elenco de ponderações que merecem reflexão, dentre as quais eu destaco a seguinte: “Embora constitua uma novidade legislativa, a criminalização do caixa dois englobará práticas já previstas em outros dispositivos legais. O que não era criminalizado passa a sê-lo. Entretanto, para os atos que já eram criminalizados, o que se tem é a continuidade. Não parece haver novidade capaz de atingir atos já concretizados sob a norma antiga: o que era crime não deixa de ser.”

Reinaldo Azevedo ― cujas opiniões eu respeito, embora isso não significa que concordo sempre com elas ―, avalia que “mesmo não havendo punição específica para caixa 2 praticado até a vigência do novo texto, até porque a lei não retroage para punir o réu, outros crimes a ele associados, no passado, no presente ou no futuro, receberão o tratamento que estiver previsto em lei”. E cita o disse Raia na Folha: “Assim, a existência de uma norma que crie o específico crime de caixa dois não teria a capacidade de anistiar automaticamente os atos que já eram criminalizados por outras normas. (...) Por força de nossa engenharia constitucional, a questão pode ser ainda levada ao Judiciário. A constitucionalidade de uma anistia ampla e irrestrita poderia ser alvo de questionamentos no Supremo. (…) Parece que, independente da direção que o legislativo seguir, a posição final será mais uma vez do STF”.

Na avaliação do jornalista [Reinaldo], trata-se de muito barulho por nada: ainda que um texto que anistiasse o caixa 2 viesse a ser aprovado pelo Congresso, não seguiria adiante, como bem sabem os ministros do STF, Rodrigo Janot e os procuradores da Lava-Jato. Mas a polêmica não para por aí.

Na visão de Cláudio Lamachia, presidente da OAB, os deputados não podem legislar em causa própria. A proposta prevê explicitamente que políticos e partidos não poderão ser punidos nas “esferas penal, civil e eleitoral” caso tenham praticado o crime “até a data da publicação” da lei. Já o parecer do deputado Onyx Lorenzoni, aprovado por unanimidade na comissão especial, prevê a tipificação da prática, mas não deixa explícita a anistia retroativa. Sobre as notícias a respeito da existência de um acordo para anistiar crimes de caixa do caixa 2”, o advogado afirmou: “É surreal a possibilidade de a Câmara atuar em desconformidade com o interesse público, aprovando uma anistia para a prática criminosa do caixa 2 e outros desvios relacionados, como corrupção e lavagem de dinheiro. É impensável que detentores de função pública queiram usar a oportunidade ímpar de avançar no combate ao caixa 2 para perdoar crimes do passado. Os deputados, representantes da sociedade, devem respeitar os princípios constitucionais da moralidade e da impessoalidade em suas ações. Não podem legislar em causa própria”.

Rodrigo Maia, presidente da Câmara Federal, negou a existência do suposto acordo costurado nos bastidores para anistiar o caixa 2. Na sua visão, “ninguém precisa anistiar um crime que não existe; se está se tipificando o crime é porque o crime não existe, então não existe anistia. Essa polêmica é muito grande, mas é desnecessária... Não haverá anistia em hipótese alguma”. Pelo sim ou pelo não, Maia adiou para hoje, 29, a votação do projeto pelo plenário da Casa.

Tamanha celeuma levou o juiz Sérgio Moro ― responsável pelas ações em primeira instância da Lava-Jato ― a divulgar uma nota manifestando preocupação com a questão. Segundo o magistrado, uma anistia poderia impactar nas investigações e até nos processos já julgados na Lava-Jato, notadamente se for incluído o perdão a crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, o que foi refutado com veemência por Rodrigo Maia.

Para quem gosta de salada, essa discussão é um prato cheio.

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segunda-feira, 28 de novembro de 2016

DRIVERS DE DISPOSITIVOS E DRIVERMAX

COM SORTE, VOCÊ ATRAVESSA O MUNDO; SEM SORTE, VOCÊ NÃO ATRAVESSA A RUA.

Quem acompanha minhas postagens sabe que drivers (ou controladores) são programinhas de baixo nível (designação que nada tem a ver com o grau de sofisticação do software, mas sim com seu envolvimento com o hardware) que funcionam como “ponte” entre o sistema operacional e os componentes físicos que integram ou estão conectados ao computador. Sem o driver da impressora, por exemplo, o Windows não saberia qual é a versão do aparelho, em qual porta ele está conectado, se está ou não funcional, se há papel na bandeja e tinta nos cartuchos, e assim por diante.

A partir de um respeitável banco de drivers “nativos”, o Windows é capaz de reconhecer, instalar e operar a maioria dos dispositivos fabricados até a época do seu lançamento (note que drivers desenvolvidos para o Win10 não obrigatoriamente funcionam no 8.1 ou no 7, por exemplo, e vice-versa). Mas aqui há dois detalhes dignos de nota: 1) Devido à rapidez com que a tecnologia evolui no âmbito do hardware, esse repositório não demora a ficar desatualizado; 2) É sempre mais indicado usar drivers desenvolvidos pelos próprios fabricantes dos componentes, pois eles não só costumam ser mais eficientes que os genéricos, mas também ampliam a gama de recursos e funções do hardware.

Observação: Até pouco tempo atrás, PCs “de grife” vinham acompanhados de mídias (inicialmente disquetes, e mais adiante CD-ROMs) com os drivers da placa-mãe, do chipset e dos demais componentes e periféricos (monitor, teclado, mouse, etc.). No entanto, visando reduzir os custos, os fabricantes deixaram de fornecer até mesmo o DVD de instalação do sistema operacional.

Como a integração caseira de PCs caiu no ostracismo ― em parte porque os notebooks vêm substituindo com vantagens os “jurássicos” desktops ―, não vou discorrer sobre a instalação manual de drivers (que era uma etapa importante da configuração do hardware), embora seja oportuno lembrar que isso não desobriga o usuário de fazer checagens periódicas e substituir drivers antigos por suas versões mais recentes, que geralmente estão livres de bugs e outros problemas identificados nas anteriores e, não raro, ampliam o leque de recursos e funções dos componentes. Por conta disso, o recomendável é fazer a primeira verificação tão logo o aparelho (novo) seja posto em funcionamento, e as demais a cada 30 dias.

Diferentemente do que ocorria na pré-história da computação pessoal, já não é preciso garimpar atualizações no site do fabricante do PC (ou da placa-mãe, do monitor, etc.) e tampouco instalá-las manualmente (coisa que dava uma mão de obra danada). Até porque existem aplicativos ― tanto pagos quanto gratuitos ― que se encarregam do trabalho pesado e dão cabo em poucos minutos uma tarefa que levaria horas para ser concluída manualmente. Essa e outras peculiaridades dos drivers foram detalhadas numa sequência de 4 postagens que eu publiquei em meados de 2011, após testar alguns desses programinhas. Confira a seguir um excerto das minhas conclusões:

Fica aqui registrado que o festejado Drive Pack Solution me desanimou pelo tamanho ― 2,3 GB ―, e que o Device Doctor, além de não ter concluído o download de alguns drivers, tampouco removeu da lista os componentes que conseguiu atualizar. Para completar, o driver que ele indicou para o meu mouse tornou o dispositivo inoperante, forçando-me a recorrer ao teclado para comandar a restauração do sistema ― que, infelizmente, também não funcionou.

Adicionalmente, eu disse ter elegido o DriverMax a melhor ferramenta entre as que testei naquela avaliação, ainda que ele não fosse o mais intuitivo (o tutorial do Baixaki ajudou um pouco) e limitasse o download a dois drivers por dia, mas por realizar o trabalho de cabo a rabo ― ou seja, identificar os drivers desatualizados, baixar as últimas versões e fazer as substituições de maneira prática, rápida e eficiente ―, aspecto esse que o destacou dos demais.

Mais de cinco anos se passaram e muitas coisas mudaram desde então. O DriverMax foi uma delas, mas, felizmente, a mudança foi para melhor. Ao reavaliar o app (agora na versão 9), fiquei agradavelmente surpreso com sua nova interface ― com ícones que facilitam sobremaneira a navegação pela gama de recursos disponíveis ―, com a agilidade nos downloads e com a amplitude de cobertura de dispositivos. Antes de executá-lo, eu rodei o Driver Booster ― providência que costumo fazer semanalmente ― e ainda que ele não apontasse qualquer providência necessária, o DriverMax atualizou oito componentes ignorados pelo programa da IOBit.

Observação: A bem da lisura, cumpre destacar que o Driver Booster usado no comparativo integra a versão Freeware da (excelente) suíte de manutenção IOBit Advanced System Care, ao passo que o DriverMax foi avaliado na versão paga (veja detalhes mais adiante).

Segundo a Innovative Solutions ― empresa romena fundada em 1997, presente em mais de 30 países e líder em desenvolvimento de softwares para a otimização e segurança de PCs ―, o DriverMax 9 não só é compatível com o Windows 10 de 32 e 64 bits (e anteriores, a partir do XP), mas também conta com uma biblioteca de drivers maior (são mais de 200.000 drivers originais de mais de 3.500 fabricantes) e mais veloz. Demais disso, o novo algoritmo de equiparação identifica a alternativa mais adequada quando o driver original não está disponível, e um servidor web otimizado suporta mais requisições simultâneas dos usuários. Sua interface (aspecto que logo me chamou a atenção) foi redesenhada para se tornar mais intuitiva e responsiva, e o português passou a integrar a lista de idiomas disponíveis (o que é fundamental para quem não tem intimidade com o idioma do Tio Sam).

Resumo da ópera: A versão freeware do DriverMax, que pode ser baixada do site oficial do aplicativo, atende as necessidades de usuários domésticos comuns, mas a opção PRO dá direito a downloads diários ilimitados (contra 2 drivers por dia até o total de 10 por mês da gratuita), permite baixar os drivers em segundo plano e atualizá-los em lote, e ainda oferece um serviço de suporte diferenciado. A licença, válida por um ano e que dá direito a usar o programa simultaneamente em até 5 PCs, custava cerca de R$90 no dia da avaliação, e o valor podia ser pago em 6 parcelas de R$15,16 mensais. Fica aqui a sugestão.


A QUE PONTO CHEGA A CARA DE PAU DE CERTOS INDIVÍDUOS E A ESTUPIDEZ DOS QUE NELES ACREDITAM!

Durante a abertura do 25º Congresso Professores da Educação Oficial do Estado de São Paulo, na última quarta-feira (23), os cerca de mil professores presentes ouviram de líderes de partidos políticos, sindicatos e associações um discurso pela unidade dos campos populares na política nacional ― do Partido da Causa Operária ao PT, passando por PCBMSTPSOLCUTMTST e UNE (como se vê, o crème de la crème).

Na efeméride, Lula, o parlapatão, disse que primeira universidade brasileira foi criada 422 anos depois do descobrimento, que até então “filho da elite ia estudar na Europa”, que seu governo foi um marco para o ensino público universitário e técnico, que nos 13 anos do PT no poder foram criadas 282 escolas técnicas federais e 18 novas universidades federais, e blá, blá, blá.

Na avaliação do molusco abjeto, o processo de democratização do ensino foi interrompido porque “parte da elite deste país não gosta de dividir o que é público com os mais pobres. Por isso é que deram um golpe. Deram um golpe sabendo que estavam construindo uma mentira, que depois foi aceita pela Câmara e pelo Senado. Porque estavam cumprindo uma missão para a elite brasileira. Se aproveitando de um momento difícil do governo, de baixa popularidade na opinião pública, fizeram um serviço a mando das elites. Mas de uma coisa eu tenho certeza: tiraram a Dilma de lá, não por coisas ruins do governo dela, mas sim por coisas boas”.

Por fim, sua insolência perorou sobre o processo de perseguição jurídica de que se julga alvo, e que, na sua avaliação, é parte da mesma mobilização de interesses que levaram ao golpe contra Dilma: confira o excerto a seguir: 

Alguns jovens da Polícia Federal produzem mentiras para que meios de comunicação as transmitam. Depois, jovens procuradores do Ministério Público Federal se utilizam dessas montagens para construir mais mentiras. Então, apresentam uma denúncia falsa ao juiz Moro, que ajuda os procuradores a montar melhor suas teses. Mas eu não tenho medo. Já estou processando o Moro e um delegado da PF. Não vou sair do país, nunca vou me exilar. Um dia, quem vai querer se exilar desse país é quem está contando todas essas mentiras sobre mim”.

Até quando, Catilina, abusarás da nossa paciência?

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domingo, 27 de novembro de 2016

AINDA SOBRE MICHEL TEMER E A PRISÃO DE LULA.

Michel Temer estranhou a repercussão da sua colocação (infeliz) sobre uma eventual prisão de Lula provocar instabilidades no seu governo (mais detalhes nesta postagem). Em conversas off the record, o presidente esclareceu que se referiu à prisão preventiva, não à prisão após uma eventual condenação. Vá lá que seja. Mas que foi uma colocação infeliz, isso foi.

Na avaliação do jornalista Ricardo Fiuza, a prisão do molusco abjeto trará instabilidade para o Brasil enquanto não acontecer. Por mais que pipocassem manifestações da tigrada vermelha aqui e acolá ― como pipocaram quando Dilma foi finalmente penabundada ― a sociedade já se conscientizou de que a quadrilha que arrancou as calças do Brasil é petista. Por mais que a Lava-Jato alcance outros partidos, os mais ameaçados por ela são os aloprados do Lula ― além do próprio.

Enquanto o capo di tutti i capi não for preso, o Brasil estará mais instável pela sobrevivência da lenda e por sua utilização para 2018. Se a Lava-Jato não for até o fim, a jararaca terá veneno para fazer estragos em 2018. E não necessariamente com uma candidatura própria: os genéricos estão por aí, facilmente identificáveis entre os que defenderam do “golpe” a anta petralha, e os que se fingiram de paisagem quando deveriam se manifestar sobre o impeachment. Por essas e outras, a lenda sempre poderá ser reincorporada numa Marina Silva, num Ciro Gomes ou noutra aberração capaz de requentar os delírios de esquerda. 

Se Moro puser o filho do Brasil atrás das grades, choverão protestos contra essa “arbitrariedade”, essa “injustiça”, esse “ato fascista” contra um trabalhador (?!) humilde que veio do nordeste, virou sindicalista, defendeu os direitos de seus pares, tornou-se presidente e erradicou a miséria do Brasil. A prisão dele o tornará um mártir, uma vítima inocente do poderio da mídia, das “zelites”, da direita conservadora, da Justiça tendenciosa, e por aí vai (se o Brasil engoliu até a comparação de Dilma com Getúlio, engole qualquer coisa).

Mas os movimentos de rua da resistência democrática de aluguel vão passar. O povo perderá a paciência para a lenda e tocará a vida, deixando os revolucionários a sós com seu ridículo ― e aí eles próprios, que não têm causa ideológica alguma, botarão a viola no saco e irão parasitar em outra freguesia.

Se a Lava-Jato fizer o que tem de ser feito, o pai poderá escapulir pela mesma rota usada pelo filho Luleco ― que já se amoitou no Uruguai, a pretexto de integrar a equipe de um time de futebol de pouca expressividade.

Então, presidente Temer, olhe bem para quem o senhor estende a mão. A jararaca está aí, a reputação do PMDB é péssima e, para o Brasil, vossa excelência é o mordomo ― que no final dos romances policiais sempre acaba levando a culpa.

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sábado, 26 de novembro de 2016

CALERO, GEDDEL E A MULHER DE CÉSAR

Diante das declarações de Marcelo Calero, esperava-se que Geddel fosse devidamente defenestrado ― até por uma questão de coerência: em entrevista concedida em maio ao Fantástico, dias depois de assumir interinamente a Presidência da Banânia, Temer disse ter alertado seus ministros de que se algum deles não agisse "adequadamente" seria demitido. No entanto, contrariando as expectativas, Geddel não caiu ― pelo menos até o momento em que escrevo estas linhas.

Para Temer, a situação é, no mínimo, desconfortável. Interessa-lhe manter Geddel na Secretaria do Governo, onde o amigo é peça-chave na articulação de importantes medidas para tirar o país da crise ― dentre as quais a PEC dos gastos ―, sem mencionar que demití-lo seria reconhecer que um de seus principais assessores de confiança tramou para se beneficiar pessoalmente. Por outro lado, a saída de Calero do ministério não foi mera divergência interna, e ignorar suas denúncias ― de que Geddel tê-lo-ia pressionado para favorecer interesses pessoais ― o presidente se vê no velho dilema da mulher de César, que além de ser honesta precisa parecer honesta.

Calero foi o quinto ministro a deixar a Esplanada desde que Temer assumiu a presidência. Antes deles, saíram Romero Jucá (Planejamento), Fabiano Silveira (Transparência), Henrique Alves (Turismo) e Fábio Osório (Advocacia-Geral da União). Geddel será o sexto?
Segundo O GLOBO, o caso Geddel reproduz o dilema do caso Jucá, quando Temer se viu obrigado a escolher entre priorizar a amizade ou defender um padrão ético minimamente aceitável no poder. Aliás, ser ético e ter reputação ilibada é o mínimo que se espera de um ministro de Estado ― ou não? No entanto, sua excelência não deixou dúvidas sobre sua posição: mesmo sob pressão para afastar Geddel do cargo, ele escolheu manter o amigo.

Para entender melhor essa novela ― que parece estar longe de terminar ―, o empreendimento imobiliário La Vue Ladeira da Barra, do qual Geddel é proprietário de uma unidade e seus parentes são representantes legais do edifício, foi embargado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Apesar das tentativas via AGU, o órgão determinou que o prédio não tivesse mais do que 13 andares (o projeto original previa 31 pavimentos), contrariando os interesses da construtora Cosbat. Calero diz que Geddel tê-lo-ia pressionado a liberar o projeto, que as pressões continuaram mesmo depois do parecer contrário do Iphan, que Temer teria dito que a decisão do órgão criara “dificuldades operacionais” em seu gabinete, que “o ministro Geddel se encontrava bastante irritado”, e que “política tinha dessas coisas, esse tipo de pressão”. Além de Temer e de Geddel, o ex-ministro implica também Eliseu Padilha, chefe da Casa Civil, que lhe teria recomendado “construir uma saída com a AGU”.

Temer disse que tratou duas vezes com Calero sobre a divergência com Geddel, mas negou que tenha feito pressão para modificar decisão do Iphan. Em nota pública, o presidente afirma que sugeriu uma avaliação jurídica da AGU sobre o tema, uma vez que “o órgão federal tem competência legal para solucionar eventuais dúvidas entre órgãos da administração pública”. Na última segunda-feira (21), a Comissão de Ética Pública da Presidência da República decidiu abrir um processo para investigar a conduta de Geddel no episódio. Nos últimos dias, Geddel admitiu ser proprietário de um apartamento no empreendimento, confirmou que procurou o então ministro da Cultura para tratar do embargo à obra, mas negou que o  tivesse pressionado para liberar a obra.

Aguardem novas emoções.

ATUALIZAÇÃO:

Novas emoções que vieram logo em seguida, com o pedido de exoneração apresentado por Geddel, que continuará sendo investigado ― e agora, vale lembrar, sem a prerrogativa de foro.

Resta saber o que realmente contém a gravação que Calero diz ter feito durante sua conversa com Temer, mas a verdade é uma só: os dois envolvidos deixaram de ser ministros, e, restando comprovada a culpa deste ou daquele, a punição de perda do cargo já não faz mais sentido. Temer, todavia, continua à frente da Presidência ― e deverá continuar, a despeito do ridículo pedido de impeachment que o PSOL deverá protocolar na próxima segunda-feira.

Para o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, a saída de Geddel encerra a crise, e  agora o presidente deve se preocupar em colocar no lugar do (mui) amigo outro articulador que lhe faça as vezes. Até porque o país precisa seguir adiante, e a PEC dos gastos, a reforma da Previdência, o combate à corrupção (as famosas 10 medidas que já chegaram a 18) e outras tantas precisam ser votadas e aprovadas o quanto antes.  

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sexta-feira, 25 de novembro de 2016

BLACK FRIDAY ― O QUE É IMPORTANTE OBSERVAR

A PIOR FORMA DE SOLIDÃO É A COMPANHIA DE UM PETISTA.

Mania importada dos EUA, onde acontece logo após o Dia de Ação de Graças, a Black Friday tupiniquim conquistou rapidamente os consumidores locais. Tanto é que os comerciantes vêm investindo mais nessa “promoção” do que nas vendas de Natal e Dia das Mães. Sua quarta edição ocorre hoje, quando, espera-se, milhares de produtos das mais diversas categorias sejam oferecidos a preços reduzidos.

Observação: A Black Friday funciona como estratégia para liquidar estoques, estimular os consumidores a visitar as lojas e comprar outros artigos que não necessariamente estão em promoção. Muitas lojas ― tanto físicas quanto virtuais ― anteciparam os descontos, até porque precisam fazer caixa diante da crise. A título de ilustração, na última terça-feira em vi na Web uma Smart TV LG 4K de 50 polegadas anunciada por R$1,5 mil ― o que é uma pechincha, considerando que em fevereiro eu paguei (estou pagando, melhor dizendo) R$2,3 mil por um modelo similar, mas menor, com tela de 40 polegadas.

Como não adianta chorar sobre o leite derramado, o jeito é tomar cuidado para não cair no conto do vigário dos comerciantes que aumentam artificialmente os preços dos produtos e então aplicam “descontos mirabolantes”, levando os incautos a acreditar que estão fazendo um negócio da China. Para evitar dissabores e prevenir arrependimentos, atente para as seguintes sugestões:

Mantenha sua lista de desejos dentro dos limites do seu orçamento. Estabeleça prioridades e planeje com antecedência a melhor forma de pagamento (à vista, no cartão de crédito, em parcelas, e por aí afora.

― Antes de fornecer seus dados pessoais e de cartão de crédito, tenha certeza que o site de é seguro. Esta confiabilidade é confirmada por um cadeado ao lado do endereço no navegador ou pelo URL da página, que deve começar por https. O “s” indica que as informações são criptografadas, o que aprimora a segurança. Observe ainda se o site exibe o selo Black Friday Legal, que garante descontos reais e prova que a loja realmente existe.

―  As ofertas das lojas participantes da Black Friday podem ser encontradas durante as 24 horas do dia 29 de novembro, separadas por lojas e categorias, no site oficial da ação ― onde é possível fazer um cadastro para receber as ofertas e novidades por email e concorrer a prêmios. Mas o Mercado Livre e outros websites afins permitem conferir a reputação dos vendedores e consultar comentários deixados por outros consumidores. Acesse-os, e tenha sempre em mente que produtos com valores muito abaixo da média do mercado devem ser verificados com especial atenção.

 Uma lista divulgada pelo Procon reúne 500 sites que você deve evitar. Para consultá-la, siga este link.

― Caso você tenha pressa em receber a mercadoria, evite pagar utilizando boleto bancário (isso sem mencionar o risco de fraudes). Tenha em mente que, mesmo efetuando o pagamento no dia da emissão do boleto, o produto só será liberado após a compensação, e diante do grande número de compras nessa data, a entrega pode demorar bem mais do que o esperado.

― Falando em entrega, não deixe de atentar para o valor do frete ― alguns comerciantes não cobram esse adicional, ao passo que outros o embutem no preço do produto. E lembre-se: pagamento parcelado pelo mesmo preço à vista embute, sim, acréscimos que o comerciante não revela ao consumidor.

― Evite fazer compras online através de computadores compartilhados (da escola, de cybercafés, bibliotecas e assemelhados) e/ou redes Wi-Fi abertas. Mesmo usando seu notebook ou smartphone e acessando sites seguros, a bandidagem digital pode invadir o roteador e capturar seus dados pessoais, informações bancárias e de cartão de crédito. Em último caso, opte por uma rede que exija senha.

― Para melhor direcionar as reclamações dos consumidores, o Busca Descontos fez uma parceria com o site, Reclame Aqui, onde há canal exclusivo para denúncias e reclamações de usuários sobre as ofertas da Black Friday Brasil 2016.

Boas compras.

E como hoje é sexta-feira:


QUE PAÍS É ESTE?

No acordo de delação que vem negociando com a Justiça, Emílio Odebrecht afirma que o “ITAQUERÃO” (estádio construído na zona leste de São Paulo pela empreiteira do grupo Odebrecht) foi uma espécie de presente ao deus pais da petelândia ― da mesma forma que as suntuosas reformas que a OAS do amigão Leo Pinheiro bancou no sítio de Atibaia e no triplex do Guarujá, cuja propriedade sua insolência insiste pateticamente em negar, a despeito da cachoeira de evidências em contrário.  

Voltando ao Itaquerão: Lula, que é corintiano roxo, vinha atribuindo à falta de um estádio próprio o desempenho sofrível ao Timão ― que foi rebaixado em 2007 e amargou o quinto lugar no Campeonato Paulista, o terceiro no Brasileiro e o nono na Libertadores em 2010, último ano do segundo mandato do petralha. Então, no melhor estilo “gênio da lâmpada de Aladim”, a Odebrecht pôs mãos à obra (literalmente) e atendeu o desejo do petralha.
A arena custou R$1,2 bi ― 46% a mais do que o previsto inicialmente. Desse total, R$750 milhões foram financiados pelo BNDES e pela CEF, e o restante, bancado por isenção de impostos concedida pela prefeitura de Sampa (dinheiro público, portanto). No entanto, dos R$420 milhões em títulos com emissão autorizada pela prefeitura, apenas R$25 milhões foram vendidos, e como a arrecadação do estádio não tem correspondido às expectativas (no ano passado, foram arrecadados R$90 milhões dos R$112 milhões previstos), o clube vem enfrentando dificuldades para pagar as parcelas mensais de R$ 5,7 milhões ao BNDES, e pode vir a perder a “menina dos olhos de Lula” para a Odebrecht.

Observação: Na versão do presidente do conselho de administração da Odebrecht, a construção do Itaquerão foi uma retribuição à ajuda do ex-presidente ao grupo, cujo faturamento cresceu de R$17,3 bilhões para R$132 bilhões de 2003 a 2015, impulsionado pelos ventos benfazejos soprados pelos governos petistas. Aliás, o então presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, havia dito [em 2011 à revista "Época"] que Emílio participara do projeto financeiro da arena: "Quem fez o estádio fomos eu e o Lula. Garanto que vai custar mais de R$ 1 bilhão. Ponto. A parte financeira ninguém mexeu. Só eu, o Lula e o Emílio Odebrecht". Curiosamente ― ou nem tanto ―, todos esses personagens são alvo da Lava-Jato.

Mas nem só de Itaquerão vive o zoológico de elefantes brancos da Copa de 2014. A reforma do Maracanã, no Rio de Janeiro, também custou R$1,2 bilhão (o dobro do previsto) ― e serviu para encher as burras do ex-governador Sérgio Cabral, que foi preso na semana passada e continua hospedado em Bangu 8, ao contrário do também ex-governador Anthony Garotinho (que, depois ser transferido do Bangu 8 para um hospital particular, passou a cumprir domiciliar, mas há suspeitas de maracutaia: numa conversa gravada pela PF antes de sua prisão, Garotinho dizia ao advogado Fernando Fernandes que “tudo seria resolvido com a ‘ajuda’ da ministra Luciana Lóssio, do TSE”).

Na Arena Amazônia, construída em Manaus, a propina chegou a ser cotada em 10% do valor da obra ― taxa padrão no governo do peemedebista Eduardo Braga. Na Arena das Dunas, em Natal, as irregularidades puseram na mira dos investigadores o ex-ministro Henrique Alves e o ex-senador José Agripino Maia, que teriam recebido propina em troca de ajuda no processo de liberação do financiamento para a obra.

E os cidadãos de bem ― ou “contribuintes”, como o governo se refere aos otários que pagam religiosamente seus impostos ― é que vão bancar mais essa conta milionária. Enquanto isso, os Três Poderes continuam a desperdiçar bilhões em mordomias, privilégios, salários acima do teto, benefícios vitalícios, auxílios moradia e transporte... Tudo inadmissível num país que sofre com desemprego, inflação e outras consequências do governo inepto e pantagruélico da nefelibata da mandioca ― é, ela mesma, que agora, pasmem, resolveu reivindicar cartão-combustível de R$3 mil por mês!!!

Que país é este?

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quinta-feira, 24 de novembro de 2016

DO DISQUETE AO PENDRIVE E COMO RECUPERAR O ESPAÇO ORIGINAL NOS UTILISSIMOS “CHAVEIRINHOS” DE MEMÓRIA (Final)

O MARIDO NÃO DEVE SER O ÚLTIMO A SABER. O MARIDO NÃO DEVE SABER NUNCA.

A formatação do pendrive apaga todos os dados armazenados e recupera o sistema de arquivos e o espaço livre, neutralizando eventuais malwares e outros problemas em nível de software. Já vimos como fazer isso ― na terceira postagem desta sequência ― usando a ferramenta nativa do Windows, mas eu achei por bem voltar ao assunto para detalhar melhor o procedimento e adicionar algumas considerações importantes. Confira.

Por sistema de arquivos, entenda-se o conjunto de estruturas lógicas que permite ao Windows acessar e gerenciar dispositivos de memória (como HDs, SSDs e chips de memória flash presentes em pendrives e SD Cards). Cada sistema de arquivos possui suas peculiaridades ― como limitações, qualidade, velocidade e gerenciamento de espaço, entre outras características ―, que definem como os dados que formam os arquivos serão armazenados, e de que forma o sistema operacional terá acesso a eles. A escolha fica a critério do usuário, que deverá selecionar a opção mais indicada ao uso que será feito do dispositivo e o tipo de aparelho ao qual ele será conectado.

A propósito, vale relembrar (porque isso já foi explicado em outra oportunidade) que o limitado FAT16 (FAT é a sigla de File Allocation Table) era padrão até o Win95, mas foi substituído mais adiante pelo FAT32 e, mais recentemente, pelo NTFS (sigla de New Technology File System), que oferece suporte a criptografia e recursos de recuperação de erros. O FAT16 não era capaz de gerenciar drives com mais de 2 GB, e o tamanho avantajado de seus clusters (setores de alocação) resultavam em grande desperdício de espaço. O FAT32, que foi usado até a edição ME do Windows, trabalhava com clusters menores, mas era até 6% mais lento que o anterior, não gerenciava partições maiores que 32 GB, não reconhecia arquivos com mais de 4 GB e, para completar, era considerado inseguro, daí o Windows XP e seus sucessores terem adotado o NTFS, que não utiliza clusters (e, portanto, não propicia desperdício de espaço) e permite configurar permissões para cada tipo de arquivo, de modo a impedir que usuários não autorizados acessem determinados arquivos do sistema operacional.

A maioria dos pendrives é formatada em FAT32, de modo a garantir a leitura e gravação de arquivos em computadores com Windows, Mac OS e Linux, além de videogames e aparelhos que possuem interfaces USB. Mas formatar um SD Card em FAT32 ― no qual, como dito, o tamanho dos arquivos é limitado a 4 GB, pode resultar numa indesejável divisão dos arquivos quando gravamos um clipe de vídeo, por exemplo, de modo seria adequado a pendrives e dispositivos de armazenamento externo mais antigos e de baixa capacidade de armazenamento (menos de 4 GB), ou que não suportem outras opções de formatação.

O NTFS, criado em 1993 e utilizado inicialmente no Windows NT, foi adotado também nas versões domésticas do sistema a partir do XP e continua sendo utilizado até hoje, inclusive no Windows 10. Todavia, muitos especialistas não recomendam sua adoção em pendrives e dispositivos de armazenamento externo, já que eles realizam atividades de leitura e gravação maiores do que os sistemas FAT32 e exFAT ― o que diminui a vida útil desses dispositivos ― e não são compatíveis com consoles Playstation, por exemplo.

O exFAT surgiu em 2006 e foi adicionado às edições XP e Vista do Windows mediante atualizações. Trata-se de um sistema de arquivos otimizado para pen drives ― até porque é eficiente como o FAT32 e, como o NTFS, não apresenta limitações de tamanho dos arquivos ―, sendo, portanto, a opção mais indicada para dispositivos de armazenamento externo com capacidade superior a 4 GB.

Resumo da ópera: Prefira o NTFS para formatar HDs internos operados pelo Windows, use o exFAT em pendrives e HDs externos (USB) e opte pelo FAT32 somente no caso de o dispositivo que você for formatar não suportar outros sistemas de arquivos.

Feita essa ressalva, cumpre mencionar que o formatador nativo do Windows nem sempre produz bons resultados. Eu mesmo tive problemas com ele recentemente, ao formatar um chaveirinho de memória de 16GB (para o qual eu havia copiado os arquivos de instalação a partir do CD de uma edição antiga do Office para instalar o aplicativo no meu all-in-one, já que o aparelho não dispõe de drive de mídia óptica). Depois que executei o procedimento, consultei o espaço livre (abrindo a pasta Computador no Windows 10, dando um clique direito na unidade de mídia removível em questão e clicando em Propriedades) e constatei que só eram reconhecidas algumas centenas de megabytes ― ou seja, a capacidade original não foi restaurada. E o problema persistiu depois que tornei a formatar o chaveirinho (outras duas vezes). 

Se algo assim acontecer com você, sugiro clicar neste link, esperar a página carregar e selecionar a opção Baixar através do navegador (oriente-se pela figura que ilustra esta postagem). O programinha é um arquivo executável (que dispensa instalação). Para utilizá-lo, basta extrair o arquivo da pasta compactada, inserir o pendrive numa portinha USB do seu PC, dar duplo clique no ícone respectivo e, na janelinha que irá se abrir, escolher o dispositivo a ser formatado (no campo Destination Disk) e clicar no botão Parts Manage.

Observação: Certifique-se de escolher a unidade do pendrive corretamente. Se você selecionar a unidade do disco rígido do computador, por exemplo, poderá perder seus dados. Note que a identificação das unidades correspondentes a mídias removíveis é da sigla RM, e a dos discos rígidos, de HD.

Na próxima janela, clique no botão Re-Partitioning; na seguinte, em marque a opção USB-HDD Mode (Single Partition) e clique em OK. Clique novamente em OK na caixa de diálogo de confirmação e, se tudo correr bem, em poucos segundos será exibida uma nova caixa de diálogo com os dizeres Congratulations! Formatting was succesful! (Parabéns! A formatação foi feita com sucesso!). Para conferir a capacidade de armazenamento do pendrive, abra a pasta Computador (ou clique em Windows Explorer), dê um clique direito na unidade do pendrive e selecione a opção Propriedades.

Era isso, pessoal. Na próxima postagem eu vou compartilhar com vocês um texto bem legal sobre pendrives ― só não faço isso agora porque este post já ficou mais longo do que eu gostaria).

Boa sorte a todos e até lá.

AINDA SOBRE SÉRGIO CABRAL

Em depoimento prestado à Polícia Federal no Paraná, Sérgio Cabral disse estar indignado com a situação por que passa, e que nunca recebeu qualquer propina: "Estou com a consciência tranquila quanto às mentiras absurdas que me foram imputadas", afirmou candidamente o Marajá do Oxigênio, agora hóspede do Bangu 8.  

Será que o ex-governador teve aulas de desfaçatez com o molusco de nove dedos? Só assim para bancar o inocente diante das revelações estarrecedoras de executivos da ANDRADE GUTIERREZ e da CARIOCA ENGENHARIA, que embasaram a prisão do político à luz de um esquema de corrupção que teria movimentado mais de R$ 220 milhões (dos quais R$40 milhões teriam ido para o bolso de sua excelência, segundo os investigadores).

Enquanto o Estado do Rio não tem dinheiro nem para o papel higiênico das repartições públicas, os acólitos de Cabral farreavam com guardanapos na cabeça em restaurantes caríssimos, e a mulher do sacripanta exibia seu Louboutin em Paris.

De milhão em milhão, o ex-governador foi apurando seus gostos: viagens ao exterior, casas de praia, jóias e até, suspeita-se, uma lancha e um helicóptero. Quando lhe perguntavam quem bancava essa orgia financeira, Cabral apontava o concorridíssimo escritório de advocacia da mulher, Adriana Ancelmo, a quem chamava carinhosamente de RIQUEZA.

Assim como Cláudia Cruz, mulher de Eduardo Cunha, Adriana passou anos fechando contratos milionários com prestadoras de serviços ao governo no marido sem ver nisso problema algum. E soube gastar: um item da investigação registra R$ 57 mil gastos na compra de seis vestidos, tudo pago em dinheiro vivo, da mesma forma que o grosso das propinas que forraram o bolso do maridão. 

Vão ser caras de pau assim na PQP!

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quarta-feira, 23 de novembro de 2016

DO DISQUETE AO PENDRIVE E COMO RECUPERAR O ESPAÇO ORIGINAL NOS UTILISSIMOS “CHAVEIRINHOS” DE MEMÓRIA (Parte 4)

TANTO ROUBA QUEM VAI À HORTA QUANTO QUEM FICA À PORTA.

Como não poderia deixar de ser, especialmente num país onde se falsifica até aguardente 51, a popularização dos pendrives estimulou a comercialização informa de produtos falsificados ou adulterados. Note que o problema não é o contrabando (ou também é, mas isso não vem ao caso para efeito desta abordagem), mas o risco de levar gato por lebre (o que pode ocorrer até mesmo em lojas idôneas, que recebem artigos falsos de seus fornecedores e os revendem como legítimos, na boa fé, com nota fiscal e tudo).

Comprar (conscientemente) um troço de segunda linha para economizar alguns reais é uma coisa, mas pagar o preço de mercado por algo supostamente original e levar uma imitação é outra bem diferente. Por outro lado, é de se convir que um pendrive SanDisk de 16GB custa menos de R$ 20 em hipermercados e grandes magazines, e se a economia não paga nem uma passagem de ônibus, não vejo razão para correr o risco. Até porque nem sempre é fácil reconhecer a fraude.  

Quanto a pendrives de marcas desconhecidas e origem duvidosas, não tem segredo: é não comprar e ponto final. Mas há falsificações quase impossíveis de identificar a olho nu, além de produtos legítimos reprogramados para exibir capacidades superiores à verdadeira e “simular” a gravação dos dados (para o caso o cliente exigir comprovação do marreteiro), além daqueles que “entregam” a capacidade declarada, mas com qualidade e confiabilidade inferiores às dos modelos originais. Então, procure adquirir pendrives em lojas regularmente estabelecidas, em vez de recorrer a camelôs e vendas pela internet. Mesmo assim, se o preço for muito abaixo do praticado pela concorrência, redobre os cuidados. Assegure-se de que o produto venha no blister lacrado (daqueles que a gente só consegue abrir usando uma tesoura) e, se possível, peça ao lojista que o teste para você.

Nem todos os comerciantes aceitam testar o produto, alegando que irão substituí-lo em caso de problemas, mas eu acho melhor não levar do que ter que voltar para reclamar. Então, se o lojista não impuser restrições, espete-o na porta USB e repare na tela da Reprodução Automática: os produtos Kingston são identificados pelo nome do fabricante seguido da letra que o sistema lhes atribui ― KINGSTON (E:), por exemplo ―, ao passo que os falsos aparecem como Disco Removível (E:). E o mesmo se observa na tela Remover Hardware com SegurançaKingston Datatraveler 2.0 USB Device para o produto legítimo, também por exemplo, e algo como Ameco Flash Disk USB Device para o falso. Vale também gravar uma quantidade de dados que se aproxime de capacidade máxima nominal do drive, espetá-lo em outro computador e tente abrir os arquivos ou transferi-los para outra pasta. Se não conseguir, é fria. E no caso de não ser possível testar o produto, exija a nota fiscal e o certificado de garantia; se identificar qualquer problema, peça a devolução do dinheiro (no caso de substituição, é possível que você receba outro “mico”).

Observação: Tempos atrás, a Kingston criou uma página, em seu website, com dicas para diferenciar seus produtos das falsificações que inundaram o mercado (para mais detalhes, clique aqui).
Vale lembrar que os pendrives devem ser conectados DEPOIS que o sistema operacional for inicializado e removidos ANTES do desligamento do computador (evite ainda manter o dispositivo permanentemente espetado na portinha do PC, a menos que ele seja configurado como extensão da memória RAM). Sempre que for desconectar um dispositivo USB, clique no ícone com a setinha verde, na área de notificação, selecione o item em questão e clique em Parar ― assim, a leitura ou a gravação de dados será concluída antes de a mídia ser desconectada do computador. Caso queira desacopla-la com segurança sem precisar avisar o sistema, clique em Meu Computador, dê um clique direito sobre o ícone que representa o drive em questão e clique em Propriedades. Na aba Hardware, selecione o dispositivo, clique no botão Propriedades e, na aba Diretivas, marque a opção “Otimizar para remoção rápida”. Mesmo assim, só desconecte o pendrive quando ele não estiver copiando ou movendo arquivos; se o modelo que você utiliza dispõe de um LED, jamais o remova enquanto a luzinha estiver piscando. 

Amanhã a gente conclui, pessoal. Abraços e até lá.

BRASIL - PAÍS DE CONTRASTES E INVERSÕES DE VALORES

Vivemos num país sui generis, onde existe jabuticaba e um plugue de três pinos incompatível com qualquer tomada de qualquer lugar do mundo. Mas não fica nisso. Dentre outros exemplos de idiossincrasias que dariam para encher páginas e páginas, nossos “direitos humanos” privilegiam a banda podre da sociedade em detrimento do cidadão de bem.

Quando bandidos matam policiais ― o que ocorre com uma frequência absurda ―, a mídia publica, a população lamenta, mas, com exceção de familiares e colegas de farda das vítimas, ninguém sai às ruas para protestar contra a barbárie. Já quando bandido é morto em confronto com a polícia, a grita é ensurdecedora. E se o meliante é “di menó”, pior ainda: os policiais são taxados de despreparados e truculentos e a morte dos “anjinhos”, de chacina, execução, carnificina, e por aí vai. E não faltam padrecos, intelectualóides, jornalistas e outros indefectíveis defensores incondicionais do que não presta protestar contra “essa desumanidade”, pouco importando se os “querubins” estavam fortemente armados e tinham dezenas de passagens pela polícia.

Cortemos para a Lava-Jato ― o último bastião das nossas esperanças. Em meio a diversas acordos de delação em andamento, o de Marcelo Odebrecht (e mais uma penca de ex-executivos da empreiteira) promete revelações estarrecedoras sobre gente graúda ― como o ex-presidente petralha e sua deplorável sucessora, ministros do atual governo, políticos de alto quilate do PT, do PMDB, do PP, do PSDB, do PDT, e por aí afora. E diante desse cenário, rufiões da pátria e proxenetas do Parlamento (na brilhante definição do ex-senador Delcídio do Amaral) costuram medidas suprapartidárias para “estancar essa sangria” (na menos depois de sua posse, mas que continua sendo um dos principais articuladores políticos de Temer).

Cortemos agora para Lula, que no mês passado se tornou réu pela terceira vez por atos “pouco republicanos” (formação de quadrilha, ocultação de patrimônio, obstrução de justiça, venda de medidas provisórias, tráfico de influência internacional, dentre outros). Carentes de elementos sólidos para refutar as acusações, o petista e sua trupe de criminalistas partiram para o ataque. Primeiro, eles denunciaram à Comissão de Direitos Humanos da ONU supostas arbitrariedades praticadas pela Lava-Jato e pelo juiz Sergio Moro; depois (mais exatamente na última sexta-feira), apresentaram uma queixa-crime contra o magistrado, numa absurda inversão de valores. Segue o excerto:

Após expor todos os fatos que configuram abuso de autoridade, a petição pede que o agente público Sergio Fernando Moro seja condenado nas penas previstas no artigo 6º da Lei 4.898/65, que pune o abuso de autoridade com detenção de dez dias a seis meses, além de outras sanções civis e administrativas, inclusive a suspensão do cargo e até mesmo a demissão”, diz o texto.

Explicando melhor: Lula entrou com uma queixa-crime contra Moro por abuso de autoridade ― na condução coercitiva do petista em março passado, no mandado de busca e apreensão em sua residência (e em endereços de familiares) e na divulgação de gravações telefônicas feitas fora do prazo autorizado pela Justiça. Como a PGR não respondeu, a defesa do petralha apresentou uma “queixa crime subsidiada”, embasando-se no artigo retro citado e no inciso LIX do Artigo 5º da Constituição de 1988, que dispõe o seguinte: “Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal”.

Cabe ao TRF da 4ª Região acatá-la ou não. Para Reinaldo Azevedo, essa truanice ― que visa caracterizar o petralha como vítima de uma campanha de natureza política, que nada teria a ver com a Justiça ― foi um tiro no pé, até porque Moro não perdeu nenhuma demanda naquela Corte. Na minha humilde avaliação, Lula está “atirando no mensageiro” ― prática que os psicólogos definem como dissonância cognitiva e cujos portadores, por não serem capazes de assimilar os fatos e diminuir o impacto de suas consequências, negam a realidade e buscam desconstruir a reputação de quem prenuncia os acontecimentos nefastos.

Cortemos de volta para a Lava-Jato (números atualizados até setembro passado): 

1.397 procedimentos instaurados;
654 buscas e apreensões;
174 conduções coercitivas;
77 prisões preventivas, 92 temporárias e 6 em flagrante;
112 pedidos de cooperação internacional;
70 acordos de delação premiada;
6 acordos de leniência (e 1 termo de ajustamento de conduta);
52 acusações criminais contra 254 pessoas (sem repetição de nome) por crimes de corrupção, contra o sistema financeiro internacional, tráfico de influência, formação de organização criminosa, lavagem de ativos, entre outros, 23 das quais já julgadas;
7 acusações de improbidade administrativa contra 38 pessoas físicas e 16 empresas, pedindo o pagamento de R$12,1 bilhões (R$38,1 bi incluindo as multas);
118 condenações, contabilizando 1.256 anos, 6 meses e 1 dia de pena.

Apesar disso, não faltam apedeutas contrários à Operação, e justamente por isso, políticos de todos os partidos e esferas do poder vêm movendo mundos e fundos para melar a Lava-Jato. E a militância vermelha abestalhada continua gritando seus réquiens pelo moribundo PT e alardeando a inocência e honestidade de seu amado líder, tão reais quanto uma nota de 3 reais. Deu para entender ou quer que eu desenhe?

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