segunda-feira, 19 de março de 2018

REVOGADA MEDIDA ESTAPAFÚRDIA QUE DIFICULTA A RENOVAÇÃO DA CNH


Os personagens que mandam na vida pública do Brasil de hoje, muitos dos quais não receberam um único voto para exercerem os cargos que ocupam, parecem ter como objetivo dificultar ainda mais a vida dos cidadãos ― ou dos contribuintes, como são chamados os que pagam impostos para bancar os salários não raro nababescos dessa corja de desqualificados ― governando o país através de medidas burocráticas sem sentido, baixadas por indivíduos cujo maior mérito é ter acesso ao Diário Oficial da União. Assim, fazem o que lhes dá na telha e ficam observando o que acontece. Se a plebe ignara obedece, ótimo, “as instituições funcionaram”. Se não obedecem, paciência; tenta-se alguma outra coisa, ou deixa-se tudo mais ou menos como está.

Digo isso porque li recentemente que o Conselho Nacional de Trânsito publicou no último dia 8 um conjunto de regras para dificultar a renovação da Carteira Nacional de Habilitação. Atualmente, só quem está com a carteira vencida há mais de 5 anos precisa se submeter a um curso de “atualização”, com 10 horas-aula, ministrado nas entidades credenciadas pelo Detran, e em seguida fazer uma prova na qual é preciso acertar pelo menos 21 das 30 questões apresentadas. Então, pensaram alguns “pilotos de prova de escrivaninha”, por que não estender essa exigência para todos os motoristas? Quando nada, aumenta-se a arrecadação (claro que é preciso pagar para assistir às aulas e fazer a prova). Já em termos de benefícios práticos... bem, considerando que as autoescolas não forma condutores, mas apenas atuam como intermediárias dos órgãos de trânsito na concessão das carteiras de habilitação...

Enfim, a sumidade que pariu as novas regras ― que entrariam em vigor a partir de junho ― determinou ainda a realização de “exames de aptidão física e mental” para a renovação das carteiras nas categorias A e B (motos e carros de passeio, respectivamente), que seriam repetidos a cada 5 anos (ou a cada 3 anos, caso o motorista tenha mais de 65 anos de idade). Já nas categorias C, D e/ou E, além dos exames de aptidão, os motoristas também teriam de se submeter a um teste toxicológico de “larga janela de detecção” (?!).

Passando ao que interessa, a coisa repercutiu mal, e na noite do último sábado o Ministério das Cidades informou que a norma seria revogada "para não alterar a vida de quem precisa renovar a carteira, além de reduzir custos e facilitar a vida do brasileiro". Segue excerto da publicação:

"Por determinação do ministro das Cidades, Alexandre Baldy, o diretor do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) e presidente do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), Maurício Alves, revoga a resolução 726/2018 que torna obrigatória a realização e aprovação em Curso de Aperfeiçoamento para renovação da Carteira Nacional de Habilitação (...). Esclarecemos que a medida é tomada com todo respeito ao trabalho da Câmara Temática de Educação, Habilitação e Formação de Condutores, ao trabalho realizado pelo Contran e todos os profissionais envolvidos. Neste sentido, informa-se que os técnicos do Denatran, do Ministério das Cidades, seguirão na busca de alcançar o objetivo de promover a cada vez mais a segurança dos usuários de trânsito, mas sempre com absoluto foco na simplificação da vida dos brasileiros e na constante busca pela redução de custos de forma a não afetar a rotina dos condutores que precisam renovar suas carteiras de habilitação por todo o Brasil".

De acordo com a assessoria da pasta, a revogação será formalizada “no próximo dia útil”, ou seja, nesta segunda-feira, 19.

Para quebrar um pouco o sizo desta segundona, transcrevo uma fábula de Esopo, que de certa forma endossa a tese que defendi no início da postagem. Vale a pena ler até o final:

Elevado ao posto de Primeiro Mandatário do Reino dos Animais, o Lobo decretou como sua primeira Lei, esperando futura reeleição, que "toda caça, pesca, coleta de frutos que cada um produzisse, seria reunida e repartida pelo Poder Central, por igual entre todos, tivessem ou não contribuído para a sua produção.

Um Jumento, que, como sabemos, raciocina bem melhor que os demais bichos das selvas florestais,
rurais e urbanas, ao ouvir essa edição de leis igualitárias, comentou: "Mesmo sendo velha lei tentada desde os tempos de Cain, acho uma bela ideia, até porque surgiu da mente de um Lobo, mas, por que motivo a tua caça destes dias está recolhida no fundo da tua cova com teus filhos? Traze-a e reparte-a com todos, conforme a Lei". 

Diz a fábula que, ato contínuo, o Lobo revogou a tal lei igualitária.

Moral da história: Legisladores em geral querem parecer justos, mas não aceitam viver sob as leis que produzem. “A lei, ora a lei!”, disseram Getúlio, Hitler, Mussolini, Stálin, Mao, Fidel e tantos seguidores desses sacripantas. Que bela matilha de Lobos compõe nossas Assembleias Legislativas.

Resumo da ópera: Qualquer cidadão normal prefere estar na Matilha maldosa do que ser Jumento
Inteligente, e, como o Lobo, prefere revogar a Lei, porém somente na parte que não lhe convém obedecer! E ainda assim quer que a lei putrefata continue valendo para os demais!

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AINDA SOBRE MALWARE E CORREIO ELETRÔNICO

O TEMPO É O LADRÃO DA MEMÓRIA.

Bill Gates, mesmo sendo um gênio da tecnologia e dono da segunda maior fortuna do mundo, nunca foi bom em profecias. Sua previsão ― feita em 2004 ― de que o spam estava com os dias contados se revelou mais um de seus vaticínios furados. Para a felicidade daqueles que estão sempre dispostos a testar soluções mágicas para aumentar o tamanho do pênis, emagrecer 20 quilos em uma semana, comprar relógios, canetas e óculos de grife por preços inacreditavelmente baixos, as mensagens publicitárias não solicitadas continuam firmes e fortes, e o mesmo vale para os emails de phishing.

Não há como fugir dessas mensagens, a não ser deixando de usar o correio eletrônico ou, melhor ainda, desconectando-se de vez do mundo virtual. Mas isso está fora de cogitação, naturalmente, de modo que o jeito é adotar providências que ajudem a minimizar o aborrecimento causado pelo junk mail e os riscos representados pelo phishing scam.

Comece habilitando a ferramenta antispam do seu serviço de email. Hotmail, Gmail, Yahoo! e outros webmails gratuitos oferecem esse recurso, que também está presente na maioria dos serviços pagos. A configuração costuma ser intuitiva, mas, na dúvida, basta consultar a ajuda. Se você preferir, instale um aplicativo antispam (há diversas opções pagas e gratuitas; o Baixaki, por exemplo, não só lista mais de uma centena delas como também as avalia e detalha seu funcionamento.

Aproveite o embalo para instalar um também um antispyware, já que os antivírus nem sempre bloqueiam programinhas espiões. Sugiro o excelente SuperAntispyware ― embora o antimalware da Malwarebytes seja considerado superior, eu deixei de utilizá-lo porque ele enxerga o UC-Browser como um programa mal-intencionado e o remove a cada varredura.

Tenha pelo menos dois endereços eletrônicos (pode ser no mesmo provedor ou em provedores diferentes, tanto faz) e reserve um deles para usar como endereço de email pessoal e o outro ― que não deve ser baseado no seu nome e sobrenome ― para se cadastrar em sites, fóruns públicos, redes sociais (*), lojas virtuais, etc.

Se você usa um programa cliente de correio eletrônico, desabilite a exibição automática das mensagens, e, antes de abrir um email, atente para o título (campo “assunto”) e a procedência (“remetente”). Na dúvida, delete a mensagem, inclusive da lixeira.

Não responda mensagens de spam e jamais abra os anexos ou clique nos links que as acompanham. Aliás, aquele link que supostamente serve para remover seu endereço eletrônico da lista de distribuição costuma fazer exatamente o contrário, ou seja, ao clicar nele, você estará validando seu email, o que poderá resultar em muito mais spam.

(*) Se você é daqueles que adoram compartilhar cada minuto do seu dia nas redes sociais, tenha em mente que divulgar sua data de nascimento pode ter consequências bem mais graves do que simplesmente ser cumprimentado pelo seu aniversário (essa informação costuma ser uma mão na roda para os famigerados “ladrões de identidade”). Pense duas vezes também antes de divulgar seu status de relacionamento, sua localização (endereço residencial ou do local de trabalho), fotos da casa onde mora, dos filhos, e por aí afora. E se for publicar uma foto do carro (supondo, por exemplo, que você esteja vendendo o veículo), “borre” as letras e números da placa.

Continua na próxima postagem.

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domingo, 18 de março de 2018

TEMER E SUA EQUIPE DE NOTÁVEIS (CONTINUAÇÃO)



Desde maio de 2016, quando assumiu interinamente a presidência, poucos foram os momentos em que Michel Temer se viu distante de desgastes políticos envolvendo a Esplanada dos Ministérios. A partir dos primeiros anúncios sobre seu alto escalão ― uma equipe de notáveis, segundo o presidente ―, uma relação de controvérsias marcou sua gestão no campo ministerial. Aliás, logo de início ele anunciou que reduziria de 32 para 23 no número de pastas, mas voltou atrás diversas vezes, e hoje temos 29 ministérios, três a menos do que quando Dilma foi afastada.

Da tal equipe de notáveis ― que na verdade era uma notável agremiação de investigados, denunciados e réus na Lava-Jato ― o senador Romero Jucá foi o primeiro a cair, depois de comandar por apenas 11 dias o ministério do Planejamento. Jucá é também o primeiro político com foro privilegiado a se tornar réu no STF a partir das delações da Odebrecht, conforme eu comentei na postagem anterior e voltarei a comentar numa próxima publicação).

Criticado por ter montado um staff sem diversidade racial e de gênero, Temer ― que dizia não se preocupar em ser popular, mas sim em recolocar o país nos trilhos ― indicou mulheres para postos importantes, como Maria Silvia Bastos para chefiar o BNDES (ela se demitiu em maio de 2017) e Flávia Piovesan para a secretaria de Direitos Humanos (ela foi exonerada no fim de 2017). Aliás, a secretaria de Direitos Humanos (para que diabos precisamos disso?), depois de ganhar status de ministério, tornou-se palco da tragicomédia protagonizada pela desembargadora aposentada Luislinda Valois (que se demitiu no mês passado ― e não deixou saudades).

Quando Temer assumiu a presidência, a Lava-Jato (que completou 4 anos na última sexta-feira) soprava sua segunda velinha, e já havia inquéritos envolvendo “notáveis” como Romero Jucá, Henrique Eduardo Alves e Fábio Medina Osório. Em janeiro do ano seguinte, a homologação das delações da Odebrecht deu origem a mais uma centena de inquéritos e envolveu pelo menos 8 ministros, aí incluídos amigos próximos do presidente, como Eliseu Padilha e Moreira Franco. Mas a promessa de demitir ministros que fossem denunciados formalmente (detalhes no post anterior) foi solenemente ignorada depois que sua conversa de alcova com o açougueiro bilionário Joesley Batista veio a público. A partir de então, Temer mandou às favas os escrúpulos e acionou sua tropa de choque para comprar os votos necessários ao sepultamento das denúncias Janot. Conseguiu, mas a um preço absurdo, além de queimar seu capital político e se tornar um pato-manco, refém das marafonas do Congresso.

Entre este mês e o próximo, o presidente terá de substituir ao menos 10 ministros, para que eles possam disputar as próximas eleições. A julgar pelo imbróglio que se seguiu à nomeação da filha de Roberto Jefferson para a pasta do Trabalho, será um caminho espinhoso a trilhar.

Um levantamento feito pelo G1 revela que quase metade dos 54 senadores cujos mandatos terminam neste ano perderão o foro privilegiado se não se reelegerem. Dentre os emedebistas, cito o onipresente Romero Jucá ― ora réu no STF e alvo de pelo menos mais uma dúzia de inquéritos na Justiça ―, o atual presidente do Senado, Eunício Oliveira, seu antecessor, Renan Calheiros (que também é réu no STF), os ex-presidentes da Casa Garibaldi Alves Filho, Jader Barbalho e Edison Lobão (todos investigados na Lava-Jato), além de Valdir Raupp, que já é réu no Supremo, e Eduardo Braga.

Nas fileiras do PT, destaco Gleisi Hoffmann (presidente do partido e ré no STF) e seus esbirros Lindbergh Farias, Humberto Costa e Jorge Viana. No mesmo barco estão os presidentes do DEM, Agripino Maia, e do PP, Ciro Nogueira (além do líder do PP no Senado, Benedito de Lira, e do senador Ivo Cassol, já condenado pelo Supremo numa ação sem ligação com a Lava-Jato). Lídice da Mata e Vanessa Grazziotin, líderes do PSB e do PC do B, respectivamente, também estão no último ano do mandato e são alvo da Lava-Jato. 

Entre os tucanos, são investigados na Lava-Jato e correm o risco de perder o foro privilegiado o vice-presidente do Senado, Cássio Cunha Lima, o ex-presidente do partido, Aécio Neves, o atual ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes (que foi candidato a vice-presidente da República em 2014, na chapa encabeçada por Aécio) e os senadores Ricardo Ferraço e Dalirio BeberTutti buona gente. Cabe a nós, eleitores, botar um ponto final nessa putaria franciscana.

E falando em "buona gente" e em suruba, volto a Romero Jucá na próxima postagem. Até lá.

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sábado, 17 de março de 2018

TEMER E SUA EQUIPE DE NOTÁVEIS



Na última terça-feira, por 4 votos a zero (o ministro Luiz Fux não estava presente, mas, se estivesse, provavelmente teria votado com a maioria), a primeira turma do STF tornou Romero Jucá o primeiro réu, naquela Corte, em um processo o pela delação da Odebrecht.

Arroz de festa na política tupiniquim desde os tempos de antanho, Jucá foi governador biônico de Roraima por indicação de Sarney e ministro da Previdência durante o primeiro governo Lula. Deixou à pasta depois de apenas 4 meses, devido a denúncias de corrupção. Voltou à Esplanada dos Ministérios em 2016, quando Michel Temer assumiu interinamente a presidência, mas chefiou a pasta do Planejamento por míseros 11 dias, também devido a denúncias de corrupção. Atualmente, ele é investigado em pelo menos uma dúzia de inquéritos, mas continua orbitando o poder central, na condição de líder do governo no Senado e vice-líder no Congresso.

Em maio de 2016, quando Dilma foi afastada, Temer aguardava como marido ansioso o parto do seu triunfo, posando para fotos com Jucá em segundo plano. Na época, Roberto Pompeu de Toledo reproduziu em sua coluna na revista Veja um texto que havia publicado originalmente em 2007:

Procura-se alguém capaz de servir a (e servir-se de) diferentes regimes e governos? Dá Jucá na cabeça. Alguém que já saltou repetidas vezes de um partido para outro? Dá Jucá. Alguém com suficiente número de escândalos nas costas? Outra vez, Jucá não decepciona. Alguém que, representante de um estado pobre, de escassa oferta de oportunidades, consegue construir respeitável patrimônio pessoal? Jucá cai como uma luva. Um político que traz parentes para fazer-lhe parceria na carreira? Jucá! Proprietário de emissora de TV? Jucá! Um político que, derrotado aqui e denunciado ali, no round seguinte se reergue, pronto para novos cargos e funções? Jucá! Jucá!”.

Prossegue o colunista, agora em 2016:

"De lá para cá, Romero Jucá só fez ser fiel a si mesmo. Depois de servir como líder no Senado aos governos FHC e Lula, serviu também ao de Dilma Rousseff. Tudo somado, ficou mais de dez anos na liderança do governo dos três últimos presidentes. Pulou do barco de Dilma na campanha de 2014, quando só a presidente não percebeu que era uma ótima oportunidade para perder, e apoiou Aécio Neves. Como era previsível, teve seu nome incluído na famosa “lista do Janot”, em que o procurador-geral da República arrolou os políticos implicados no escândalo da PetrobrasCom a ascensão de Temer à presidência da República, Jucá substituiu-o na presidência do PMDB (hoje MDB) e comandou a cabala de votos em favor do interino e a consequente oferta de empregos no futuro governo. Com Jucá em posição de relevância, não havia possibilidade de mudança no sistema político. Não se encontraria entre os políticos brasileiros um mais fiel seguidor da regra de que, quando as coisas mudam, é para ficar tudo igual".

A duradoura influência de Jucá na política brasileira embute um enigma. Ele não se distingue como orador e carece de magnetismo pessoal. Nunca se ouviu dele uma ideia inovadora ou um discurso coerente sobre os rumos nacionais. Representa um estado pequeno (500 000 habitantes) e, fora do mundinho da política, poucos ligarão o nome à pessoa. Uma hipótese é que seu sucesso repouse exatamente na soma de tais deficiências. Por não fazer sombra a nenhum dos pares, circula com desenvoltura entre eles. Por não representar nenhuma ideia, não há como ser desafiado no campo intelectual. Jeitoso, conhece o caminho para, em todas, ficar do lado vencedor.

Havia outros sinais de que o sistema seguiria o mesmo. A condescendência com Eduardo Cunha era o mais eloquente. Sempre que um deputado acusava o presidente da Câmara, sua voz era abafada por um coro de desprezo. Seguiu-se uma articulação aberta para salvá-lo das punições que o ameaçavam. Foi constrangedor ver um réu por crime de corrupção e lavagem de dinheiro no comando da sessão de impeachment e era inimaginável vê-lo como o segundo na linha de sucessão presidencial. Cunha perdia de Jucá, porém, em itens decisivos. Ele se expunha, enquanto o outro se poupava. Era atrevido como um jogador de cassino, enquanto o outro soava respeitoso como um sacristão. Por mais protegido que fosse, Cunha já não tinha condição de figurar numa foto junto ao provável futuro presidente. Jucá, no entanto, acompanhou Temer em um almoço com o ex-ministro Delfim Netto, e o trio foi fotografado à saída.

Dilma, que uniu a inépcia à arrogância, não tinha como continuar no comando do país. Seu governo derreteu-se na mesma medida em que se derretia a economia e esgotavam-se seus recursos para deter o desastre. Mas quem esperava que, em acréscimo, viria uma mudança no modo de fazer política perdeu. Deu Jucá.

Amanhã eu conto o resto.

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sexta-feira, 16 de março de 2018

VIROU MODA: COMO LULA, TEMER VÊ NO ATAQUE AO JUDICIÁRIO SUA MELHOR ESTRATÉGIA DE DEFESA (E MANDA SEU PITBULL PEDIR O IMPEACHMENT DO MINISTRO BARROSO)



Michel Temer nos prometeu um ministério de notáveis e entregou um notável bando de corruptos, que foram caindo um a um, por denúncias de corrupção. O primeiro foi Romero Jucá, nomeado ministro do Planejamento no dia 12 de maio de 2016 e exonerado no dia 23, depois que veio a público uma conversa gravada pelo ex-presidente da Transpetro, na qual o ministro defendia um pacto para “estancar a sangria da Lava-Jato”. Depois foi a vez de Fabiano Silveira, ministro ― pasmem! ― da Transparência, Fiscalização e Controle, exonerado uma semana depois de Jucá. E assim seguiu a procissão.

Quando ainda prezava pela imagem de presidente probo e honesto, Temer garantiu que afastaria quaisquer ministros que fossem denunciados por corrupção e exoneraria os que se tornassem réus, mas a promessa se revelou tão verossímil quanto conversa de camelô paraguaio. Para piorar, em maio do ano passado, quando vieram a público sua conversa nada republicana com Joesley Batista e o vídeo com Rodrigo Rocha Loures correndo pela rua com uma mala recheada de dinheiro (R$ 500 mil), o presidente balançou, mas não renunciou. No pronunciamento que fez à nação quase 24 horas mais tarde, disse que o inquérito no STF seria “o território onde surgiram as provas de sua inocência”, mas transformou o Palácio do Planalto num mercado persa, onde cargos, verbas e emendas parlamentares foram trocados por votos para barrar as denúncias apresentadas contra ele por Rodrigo Janot. Às favas, portanto, os escrúpulos.

Temer escolheu Raquel Dodge para suceder ao procurador vermelho, mas a trégua não durou muito. Agora, ele é novamente alvo de investigações, desta feita por suposto recebimento de propina para alterar regras no setor portuário em benefício da Rodrimar e outras empresas.

Temer encaminhou à PGR um parecer do jurista Ives Gandra Martins e uma carta do ministro da Justiça, Torquato Jardim, segundo os quais a investigação de um presidente por episódios ocorridos antes do início de seu mandato é inconstitucional. Além disso, determinou que sua tropa choque atacasse publicamente as recentes decisões do ministro Barroso ― que derrubou o indulto de Natal concedido a condenados por crime do colarinho branco, decretou a quebra do seu sigilo bancário e autorizou a investida contra o ex-deputado Rodrigo da Rocha Loures e o coronel João Baptista Lima ― pessoas da mais estreita confiança do presidente, pelo menos até que a merda batesse no ventilador.

Para os paus-mandados do Planalto, o STF virou uma “corte dividida e politizada”, com Barrosoultrapassando todos os limites”. Ex-esbirro de Eduardo Cunha e atual pitbull do planalto, Carlos Marun chegou a dizer que o inquérito sobre Decreto dos Portos é desperdício de dinheiro público. O deputado Darcísio Perondi, um dos vice-líderes do governo na Câmara, referiu-se ao ministro Barroso como “o novo escrevedor monocrático da Constituição”.

Marun, aliás, deverá se licenciar da Secretaria de governo, reassumir seu mandato parlamentar  e apresentar um pedido de impeachment contra Barroso. Não será o primeiro caso: desde dezembro de 2015, nada menos que 17 solicitações neste sentido foram apresentadas ao Senado, inclusive contra ex-ministros (caso de Joaquim Barbosa). Segundo levantamento realizado pela Gazeta do Povo, o ministro-deus Gilmar Mendes encabeça o ranking, com 6 pedidos de impeachment.

Observação: O afastamento de um ministro do STF pode ser solicitado por qualquer brasileiro, e a lei que determina suas regras é a mesma que trata do impeachment de presidente da República. Aliás, dormitam nos escaninhos da presidência da Câmara mais de 20 pedidos de impeachment contra Michel Temer.  

Marco Aurélio Mello também foi alvo de um pedido em abril do ano passado (apresentado pelo Movimento Brasil Livre). Há ainda três petições contra Ricardo Lewandowski, outras duas contra Luís Roberto Barroso, e uma que questiona decisão colegiada de Rosa Weber, Edson Fachin e (novamente) Barroso. Em todos os casos, os autores dos pedidos discordam de decisões do Supremo e usam essa divergência para postular o afastamento dos magistrados. Até agora, todos os pedidos foram arquivados pelo Senado.


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MAIS SOBRE MALWARE E CORREIO ELETRÔNICO


SE FOR PARA SUAR A CAMISA, QUE SEJA GOZANDO A VIDA.

Até 2004, o espaço miserável que os serviços de webmail ofereciam fazia com que o acúmulo de spam entupisse as caixas de entrada e impedisse o recebimento de mensagens importantes. Mas isso começou a mudar quando o Google criou o Gmail, que concedia 1 GB.

Hoje, espaço deixou de ser problema, mas o spam continua nos aporrinhado, como nos aporrinhavam anos atrás as malas diretas e os folhetos de propaganda que entupiam nossas caixas de correio (refiro-me àquelas caixinhas que ficam no muro da frente das casas, onde o carteiro coloca a correspondência). 

Mas o spam não é aborrecido somente porque descarrega um caminhão de mensagens indesejáveis. O "x" da questão é que os cibervigaristas se aproveitam da celeridade do correio eletrônico e de sua capacidade de transportar anexos para aplicar seus golpes (modalidade de ataque conhecida como phishing scam).

Na maioria das vezes, o risco não está em abrir um email de phishing, já que a maracutaia costuma estar no arquivo anexo ou no link clicável que o remetente introduz no corpo de texto da mensagem. E como ninguém é bobo de abrir um arquivo “vírus.exe”, por exemplo, ou clicar num link que aponte claramente para um site fraudulento, o estelionatário se vale da engenharia social para explorar a inexperiência, inocência, boa-fé ou ganância das vítimas.

Observação: Os cibervigaristas costumam adulterar as mensagens de modo que o campo “remetente” exiba o nome de pessoas, empresas, instituições financeiras ou órgãos públicos acima de qualquer suspeita. Há casos em que a maracutaia salta aos olhos, mas noutros a reprodução da logomarca e demais elementos da mensagem é tão convincente que a maioria dos destinatários segue as instruções sem pestanejar, achando realmente que o email foi enviado pelo Banco, pela Receita Federal, pela Justiça Eleitoral, etc.

De acordo com um relatório apresentado pela Kaspersky em meados do ano passado, o Brasil, com 18,09%, foi o país com maior percentual de usuários afetados por ataques de phishing. A empresa recomenda o uso de uma solução de segurança confiável para detectar e bloquear ataques de spam e phishing, e oferece produtos para pequenas e grandes empresas, inclusive com monitoramento em tempo real. Para usuários domésticos, todavia, há alternativas mais simples e econômicas, ainda que nenhuma delas garanta 100% de segurança. Isso porque nenhum software é “idiot proof” a ponto de proteger o usuário de si próprio, daí o bom senso ser fundamental em qualquer situação.

Lembre-se: segurança absoluta na Web tão verossímil quanto hipopótamos dançando polca ou conversa de camelô paraguaio.

Para não estender demais esta postagem, o resto fica para a próxima.

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quinta-feira, 15 de março de 2018

FERNANDO HENRIQUE REDESCOBRE UM LULA QUE NUNCA EXISTIU


O Lula que o ex-presidente Fernando Henrique deu para elogiar de uns tempos para cá é um homem imaginário. Até agora ninguém parece ter entendido direito o que ele está querendo dizer com essa súbita descoberta de virtudes no personagem que até outro dia, pelo menos em público, o tratava como o político mais desprezível do Brasil.

Lula, na verdade, passou anos a fio cuspindo em Fernando Henrique. Jamais admitiu que o seu antecessor na presidência da República tivesse tido o menor mérito em nada do que fez durante os oito anos em que esteve no governo. Ao contrário: inventou a mentira de que tinha recebido dele uma “herança maldita”, responsável por tudo que havia de errado no Brasil. Dirigiu-lhe ofensas pesadas. Tratou-o sempre com rancor, despeito e inveja. Mais que tudo, Lula agiu no Palácio do Planalto de maneira oposta às ideias gerais de Fernando Henrique. Agora, sem que se saiba por que, tornou-se um líder político exemplar na opinião do adversário de sempre. Mudou Lula ou mudou FHC?

Lula, com certeza não mudou nada ― ou melhor, mudou para muito pior do que jamais foi em toda a sua carreira. Quem mudou, então, foi FHC. É melancólico. Mas a vida tem dessas coisas ― como mostra tão bem a experiência, o cérebro humano não é necessariamente um lugar coerente.

Na falta de uma explicação capaz de fazer algum nexo, o que se pode imaginar, com base no “Manual de Psicologia Para Amadores”, é que Fernando Henrique está de volta aos seus sonhos de 40 anos atrás. Lembram-se dele? Era, então, o retrato acabado do intelectual de esquerda brasileiro enquanto jovem ― ou, se preferirem, mais ou menos jovem. Trazia na alma e na mente as fantasias clássicas do socialista de Terceiro Mundo, armado de leituras europeias e à procura de um regime que até hoje só existiu na imaginação das salas de aula da universidade: o “socialismo com liberdade”. Ou, então, uma nova “ditadura do proletariado”, que viesse só com proletariado e sem ditadura.

Na São Bernardo do final dos anos 70, FHC e seus pares se deslumbravam com a possibilidade de ver um operário de carne e osso, ou pelo menos um líder sindical, virar uma força política de verdade. Até então, como tantos dos intelectuais brasileiros, talvez nunca tivesse visto um operário ao vivo e a cores. De repente, não só vê, mas descobre que um “homem do povo” como Lula pode crescer num sistema de liberdades, com eleições, direitos individuais, separação de poderes, etc. Bom demais, não é mesmo? Encantada, a classe intelectual da época “pirou”, como se diz.

Depois, na vida real, Fernando Henrique esqueceu por completo a figura da fábula ― ao constatar que Lula, o herói das massas populares que iria fazer a “passagem pacifica para o socialismo”, era apenas uma invenção. Pior do que um simples equívoco, Lula era uma falsificação, como ficou comprovado assim que passou a mandar. Junto com o PT, transformou o seu governo, e o da sucessora que inventou, numa caçamba de lixo a serviço de empreiteiras de obras públicas, fornecedores da Petrobras e outros marginais hoje na cadeia, réus confessos e condenados por corrupção em massa. Onde acabou caindo o líder operário? Foi apenas mais uma quimera desfeita ― só isso.

No percurso entre São Bernardo e a 13ª. Vara Criminal de Curitiba rolou uma vida inteira. Lula e FHC passaram a ser inimigos ― os mais extremados da política brasileira moderna. Agora, aos 87 anos de idade, Fernando Henrique faz um salto espetacular rumo ao passado ― e passa a orar para um herói que nunca existiu, nem na época e muito menos agora. Justamente agora, aliás, Lula está no seu ponto mais baixo ― condenado como ladrão em três instâncias, por nove magistrados diferentes, abandonado pelas “massas” e necessitado de um golpe no Supremo para não acabar na cadeia.

O ex-presidente, ex-sonhador e ex-inimigo migrou para o seu lado do demiurgo criminoso e condenado, é verdade, mas nenhum dos dois parece ter muito a ganhar com isso. Se Lula se livrar da penitenciária, ninguém do PT e da “esquerda”, e muito menos o próprio Lula, vai dizer uma única palavra de agradecimento a FHC. Se não se livrar, o seu apoio não terá servido para coisa nenhuma. Esse mundo é mesmo injusto.

Com J.R. GUZZO.

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O PERIGOSO COMPADRIO ENTRE O MALWARE E O CORREIO ELETRÔNICO


O AMOR É CEGO, MAS O CASAMENTO ABRE OS OLHOS.

Vimos que as ameaças digitais ganharam impulso com a popularização do correio eletrônico, tanto por conta da celeridade desse serviço quanto pelo fato de os emails poderem transportar arquivos anexados, o que foi um verdadeiro presente para os criadores de malwares, espalhadores de SPAM e cibervigaristas em geral.

O SPAM é um tipo de presunto enlatado ― fabricado pela HERMEL FOODS ― que ficou famoso por ser pedido de maneira jocoso na comédia inglesa MONTY PYTON. No âmbito da informática, no entanto, esse termo designa emails não solicitados e enviados em massa (uma espécie de correspondente digital da “mala direta” convencional).

Inicialmente, as mensagens em massa tinham propósitos meramente publicitários, mas logo os próprios internautas começaram a repassar para sua lista de contatos as indefectíveis anedotas, correntes da fortuna, pedidos de ajuda, fotos, curiosidades e que tais. O maior inconveniente, do ponto de vista do destinatário, era ter de apagar as mensagens regularmente, sob pena de não receber emails importantes ― vale lembrar que até o Gmail disponibilizar 1 GB de espaço, as caixas de entrada da maioria dos provedores de correio eletrônico eram bastante miseráveis.

Não demorou para que os cibervigaristas passassem a se valer do spam para a prática do phishing ― ou phishing scam, que é como se convencionou chamar as mensagens enviadas em massa com objetivos desonestos. Com isso, as mensagens em massa deixaram de ser apenas um aborrecimento e se tornaram um risco real para os internautas, já que, mediante técnicas conhecidas como engenharia social, a bandidagem passou explorar a ingenuidade, curiosidade ou mesmo cobiça das vítimas potenciais para levá-las a infectar seus sistemas abrindo anexos contaminados e/ou seguindo links maliciosos.

Observação: Via de regra, os cibercriminosos adulteram os emails de modo que o campo “remetente” exiba o nome de pessoas, empresas, instituições financeiras ou órgãos públicos acima de qualquer suspeita. Em alguns casos, a maracutaia salta aos olhos, mas em outros a reprodução da logomarca e demais elementos da mensagem é tão convincente que o destinatário não desconfia e segue as instruções sem pestanejar, achando realmente que se trata de algo proveniente do seu Banco, da Receita Federal, da Justiça Eleitoral, e assim por diante.

Resumo da ópera: Um único email malicioso pode causar um bocado de dor de cabeça, de modo que é importante por as barbilhas de molho e seguir algumas dicas simples, mais eficazes ― ainda que segurança 100% na Web seja algo tão verossímil quanto hipopótamos dançando polca ou conversa de camelô paraguaio.

Para não estender demais esta postagem texto, o resto fica para a próxima. Até lá.

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quarta-feira, 14 de março de 2018

CÁRMEN LÚCIA DEVE RECEBER SEPÚLVEDA PERTENCE. HAJA PRESSÃO!



O site jurídico Jota ouviu Carlos Velloso e Ayres Britto, ex-presidentes do STF, sobre a possibilidade de se levar o pedido de habeas corpus preventivo de Lula “em mesa” para julgamento (detalhes na postagem anterior). Para Velloso, o caso do petista não preenche os requisitos necessários para ser julgado sem estar pautado. Ele lembra que o entendimento firmado pelo STF é no sentido da execução antecipada de pena e não vê motivo para mudar esse precedente. Britto evitou comentar a situação do HC de Lula, mas disse que é “muito raro” haver julgamento em mesa no Supremo.

Na última sexta-feira, a ministra Cármen Lúcia antecipou a pauta de julgamentos de abril sem incluir as ações relacionadas com o cumprimento da pena após condenação em juízo colegiado (detalhes na postagem anterior). Mas as pressões vêm de todos os lados, inclusive de alguns de seus pares ― por meio de decisões e de manifestações públicas ―, para que ela paute não um caso específico, mas as duas ações que tratam de maneira mais abrangente sobre a execução antecipada de pena.

Até agora, nenhum dos ministros se mostrou disposto a levar um habeas corpus à mesa do plenário ― não só para não bater de frente contra a presidente, mas também porque alguns entendem que o debate deve ser travado nas ações que discutem o tema de maneira mais ampla, e não num caso em particular. Relator das duas ações que discutem a prisão em segunda instância, Marco Aurélio Mello diz não é tradição do tribunal colocar ações em mesa no plenário. “Nós não fazemos isso aqui”, disse o ministro.

Cármen Lúcia vem resistindo bravamente às pressões, mas decidiu receber o advogado de Lula, Sepúlveda Pertence. A audiência está marcada para hoje, ao meio dia. Naturalmente será mais uma tentativa de levar a Corte a marcar o julgamento do habeas corpus, mas considerando que os argumentos para livrar o petralha não mudaram, qual será a última cartada do ex-ministro?
Enfim, o julgamento dos embargos declaratórios de Lula no TRF-4 deve ocorrer até o final do mês. O próprio PT já trabalha com a possibilidade de Lula ser preso antes da Páscoa. Vamos ver se a presidente do Supremo resiste à pressão até lá.

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AINDA SOBRE O SPYWARE


INVEJO A BURRICE. AFINAL, ELA É ETERNA.

Assim como o Windows, o sistema operacional do seu smartphone ou tablet pode ter brechas passíveis de serem exploradas por bisbilhoteiros ou criminosos. Então, assim como você mantém seu PC protegido com as atualizações críticas e de segurança fornecidas pela Microsoft (saiba mais nesta postagem), deve proteger também seus dispositivos móveis aplicando as correções/atualizações disponibilizadas pelo Google (para o Android) ou pela Apple (para iPhone e iPad).
   
É fato que, no caso dos smartphones e tablets, o grande vilão costuma ser os aplicativos, daí ser importante baixá-los somente de fontes oficiais (como a loja do próprio fabricante do sistema ou do aparelho) e ficar de olho nas permissões exigidas durante a instalação.

Qualquer que seja a plataforma, a ação do spyware se dá de maneira dissimulada, praticamente invisível por quem não é tecnicamente habilidoso para saber exatamente onde procurar. Diante da suspeita de infecção, varra o sistema com um antimalware responsável; se não resolver (pode não ser possível neutralizar a ameaça), faça um backup dos seus arquivos mais importantes, reinstale o sistema no seu PC (ou resete seu dispositivo móvel) e mude suas senhas (de email, netbanking, Facebook etc.).

ObservaçãoNo caso de tablets e smartphones baseados no Android, acesse Configurações, selecione Backup e reset e escolha redefinir dados de fábrica. No iOS, selecione Configurações > Geral > Redefinir > apagar todo conteúdo e configurações.

A melhor defesa contra o spyware ― e também contra os demais malwares ― é manter um arsenal de defesa responsável e evitar abrir emails de remetentes desconhecidos e baixar arquivos sem antes certificar-se da idoneidade da fonte. Igualmente importante é não seguir links sem antes verificar para onde eles realmente levam (na dúvida, não clique).

Quando for instalar uma suíte de segurança (tipo Internet Security), assegure-se de que a opção que você tem em vista ofereça proteção em tempo real ― ou por outra, que seja capaz de bloquear as ameaças antes que elas se instalem, já que removê-las a posteriori nem sempre é possível ou, quando é, geralmente requer um procedimento complexo e trabalhoso. Sem mencionar que entre o momento da infecção e a identificação da praga pela ferramenta de segurança um cibercriminoso pode bisbilhotar seus dados e capturaar suas senhas e outras informações confidenciais/pessoais. 

Antivírus que se baseiam somente na assinatura das pragas não provem proteção adequada, já que são capazes de identificar ameaças que ainda não estão nos seus bancos de dados. A versão premium do Malwarebytes é bem-conceituada entre os especialistas, de modo que fica aqui a sugestão.

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terça-feira, 13 de março de 2018

CÁRMEN LÚCIA ANTECIPA PAUTA DE ABRIL SEM PEDIDO DE LULA



A ministra Cármen Lúcia não incluiu na pauta do STF para o mês de abril o pedido de habeas corpus de Lula ou quaisquer outras ações que poderiam levar a revisão da regra que determina o início do cumprimento da pena após decisão colegiada. A divulgação antecipada do calendário de votações não é um procedimento usual; ao adotá-lo, a presidente da Corte sinaliza que pretende resistir à pressão para que o caso do petralha seja pautado no plenário.

Além do HC de Lula, tramitam naquela Corte duas ADCs (ações declaratórias de constitucionalidade) apresentadas pela OAB e pelo PEN, que poderiam levar a discussão sobre a prisão após a segunda instância. Nenhuma delas foi pautada, ainda que o relator, ministro Marco Aurélio, tenha pedido a inclusão no final do ano passado.

Uma maneira de forçar a discussão do tema na Corte seria colocar “em mesa” um habeas corpus de condenado em segunda instância, mas nenhum ministro se dispôs até o momento a lançar mão desse estratagema (por colocar “em mesa”, entenda-se levar a questão diretamente à discussão durante uma sessão plenária, sem prévio aval da presidente).

O pedido de Lula está nas mãos do relator dos processos da Lava-Jato no STF, que dificilmente provocaria a rediscussão da jurisprudência estabelecida em 2016 pela apertada maioria de 6 votos a 5 (e que nem todos os ministros da Corte têm seguido). Mas a pressão para que o Supremo firme um entendimento único sobre a possibilidade de prisão em segunda instância é grande, e vem aumentando a cada dia com a proximidade do julgamento dos embargos de declarações do processo de Lula no TRF-4. A ver.

(Com Augusto Nunes) 

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UMA PRAGA CHAMADA SPYWARE


RECONHECER OS PRÓPRIOS ERROS NÃO DIMINUI. AO CONTRÁRIO: ENGRANDECE.

Como o próprio sugere, o spyware é um software espião, ou seja, programado para recolher informações confidenciais/pessoais das vítimas (como senhas bancárias, números de documentos e cartões de crédito, histórico de navegação, conteúdo de formulários etc.) e enviá-las ao cibercriminoso, que dispõe do módulo cliente do programinha em seu computador.

Diferentemente do vírus tradicional, essa praga dispensa o hospedeiro e atua nos bastidores, de maneira dissimulada (para evitar que seja detectada e neutralizada ou removida), monitorando os hábitos de navegação do internauta, capturando tudo o que ele digita no teclado e, em alguns casos, tirando “prints” de telas de logon).

Assim como a maioria dos malwares, o spyware se dissemina através de anexos de email e links maliciosos, mas é possível o internauta se infectar simplesmente acessando uma webpage maliciosa ou “sequestrada” (contaminada por códigos nocivos). Também é comum é o código vir embutido nos arquivos de instalação de aplicativos “legítimos” ― geralmente freewares baixados da Web ― ou disfarçado de barra de tarefas para o navegador, mecanismo de buscas, ferramenta para correção de erros do Windows, etc. Em alguns casos, pode-se descartar o spyware durante a instalação do aplicativo legítimo ― daí a importância de ler o contrato de uso do software (EULA) e acompanhar atentamente o processo de instalação (ou usar o UNCHECKY para fugir de penduricalhos indesejados). 

Convém ficar  esperto também com banners e janelinhas pop-up que dizem que você ganhou um prêmio, que seu PC está infectado ou contém erros que estão deixando a máquina lenta. Jamais clique no link ou botão que se propõe a resolver os supostos “problemas”, pois é aí que mora o perigo.

O termo spyware como sinônimo de software espião surgiu pela primeira vez na imprensa em 1999. Em junho de 2000, o primeiro aplicativo antispyware foi lançado no mercado; em 2004, uma pesquisa realizada pela AOL e pela NATIONAL CYBER-SECURITY ALLIANCE revelou que 80% dos internautas estavam infectados, e que, desses, 90% desconheciam o fato.

Observação: Dada a sua popularidade, o Windows é o alvo mais visado pelos criadores de malware, mas nem os macmaníacos nem os adeptos do Linux estão livres desse risco.

Existem spywarescomerciais” ― vendidos legalmente para uso em empresas, no monitoramento dos funcionários, ou por usuários domésticos, para fiscalizar o que os filhos ou o cônjuge fazem no computador.

Depois que os celulares foram promovidos a computadores de bolso (smartphones) e do surgimento dos tablets, o spyware passou a atacar também os sistemas Android e iOS, podendo monitorar mensagens recebidas/enviadas, registros de chamadas, listas de contatos, emails, histórico de navegação, fotos, e até gravar conversas por voz. 

Observação: Se você usa seu smartphone ou tablet no local de trabalho, fique esperto, porque seu aparelho pode servir de trampolim para alguém não autorizado acessar a rede da empresa.

O uso de redes Wi-Fi públicas, como as de aeroportos, cibercafés etc., aumenta significativamente o risco de ser bisbilhotado. Fique atento às mensagens de advertência que seu dispositivo porventura venha a exibir, sobretudo se ela indicar que a identidade do servidor não pode ser verificada. 

Continuamos na próxima postagem.

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segunda-feira, 12 de março de 2018

GILMAR COMPLETA 30 DIAS SEM SOLTAR NINGUÉM E É INTERNADO COM CRISE DE ABSTINÊNCIA.



Não é Fake News, não, é gozação mesmo.

Segundo o SENSACIONALISTA, o sal amargo de toga foi internado num hospital de Brasília, na manhã da última quinta-feira, depois de completar 30 dias sem soltar ninguém e de perder o papel de garoto-propaganda de uma marca de arroz que tem como slogan “O que está sempre soltinho”.

De acordo com o depoimento de amigos, o jurista apresentava forte tremedeira nas mãos e repetia o gesto de quem bate um martelo na mesa. Ao ser levado para a ambulância, ele deu voz de prisão a um transeunte, apenas para soltá-lo dois minutos depois.

Dizem as más-línguas que tudo começou quando Gilmar não conseguiu encontrar sua caneta Montblanc, mas outros afirmam que sua secretária desvendou o mistério quando reparou que o ministro-Deus estava com um supositório de glicerina atrás da orelha.

E já que o mote é a gozação, vamos chutar o pau da barraca:


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NOVO UPDATE DO WINDOWS 10 EM ABRIL?


A ÚNICA VOZ QUE O ORGULHO RESPEITA É A DA HUMILDADE.

Em 2015, a Microsoft “promoveu” seu famoso sistema operacional a serviço e ofereceu gratuitamente o "Ten" para usuários do Windows 7 e Windows 8/8.1

De lá para cá, a empresa já disponibilizou 3 atualizações abrangentes: o Anniversary Update (versão 1607), lançado em julho de 2016; o Creators Update (versão 1703), lançado em meados de 2017, e o  Creators Fall Update (1709), que foi incluído no Patch Tuesday de novembro passado.

Segundo a Computerworld dos EUA, um novo update (build 1803, codinome Redstone) deve chegar já no mês que vem. A Microsoft ainda não anunciou a data de lançamento oficial, mas já se fala que o nome da atualização será WINDOWS 10 SPRING CREATORS UPDATE.


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domingo, 11 de março de 2018

SOBRE O PTB, CRISTIANE BRASIL ― AQUELA FOI SEM NUNCA TER SIDO ― E OUTRAS CONSIDERAÇÕES


O começo deste ano foi marcado por mais um embate entre o Executivo e o Judiciário, desta vez envolvendo a nomeação da filha de Roberto Jefferson ― aquele do Mensalão ― para o ministério do Trabalho. No entanto, ao decretar a intervenção federal no RJ, o presidente Temer mandou para as calendas a reforma previdenciária, e a pendenga da nomeação perdeu o objeto, já que os votos da bancada petebista (vinculados à nomeação da moçoila por exigência de seu papai) deixaram de ser prioridade para o governo. 

Numa das minhas postagens sobre esse tema, ponderei que “As sucessivas derrotas na Justiça desgastam a imagem do presidente, mas ele não quer desagradar o PTB de Roberto Jefferson por razões fáceis de entender. Difícil é compreender por que Cristiane não abre mão do cargo de ministra, a despeito de toda essa celeuma. O que move a moçoila não é o foro privilegiado, que, como deputada, ela já tem. Tampouco me parece ser o salário, visto que um deputado federal ganha R$ 33.763,00 por mês”. E concluí com a seguinte pergunta:Será apenas uma questão de ego, ou será que tem dente de coelho nesse angu? Responda quem souber

A resposta veio na edição de Veja da semana passada, sob o título “O NOVO ESQUEMA DO PTB”. Assinada por Thiago Bronzatto, a matéria detalha a corrupção no ministério do Trabalho e associa ao fato a insistência de Roberto Jefferson em manter a pasta sob o comando de um petebista de sua confiança ― aliás, como eu disse mais de uma vez, se a nomeação da filhota prosperasse, seria o papai quem puxaria os cordéis.

Segundo a reportagem, uma conversa mantida no ano passado e gravada por um dos interlocutores revela dois lobistas pedindo R$ 4 milhões a um empresário em troca de um serviço junto ao ministério do Trabalho.

Observação: É nítida a semelhança entre esse episódio e o ocorrido em 2005, quando Maurício Marinho ― então funcionário do alto escalão dos Correios ― foi filmado confidenciando a um interlocutor que havia chegado ao posto por indicação do PTB e que sua missão era arrecadar propinas para o partido. O esquema, como se descobriu mais adiante, era replicado em dezenas de repartições e gabinetes, e acabou conhecido como “Mensalão” ― depois que o mesmo Roberto Jefferson trouxe à público seus detalhes sórdidos. Curiosamente, o maior beneficiário da maracutaia disse que nada viu, nada ouviu e de nada sabia, e escapou incólume da ação penal 470, na qual 37 réus foram julgados e 24, condenados (dentre os quais Dirceu, Genoino, Delúbio, Vaccari e outros petralhas notórios).

Agora, o mesmo PTB do mesmo Roberto Jefferson aparece operando o mesmo esquema. A diferença é que a base das operações ilegais se transferiu para o ministério do Trabalho ― o mesmo ministério que sua filha ficou 47 dias lutando para ocupar. Isso nos leva de volta à pergunta: Por que Cristiane Brasil insistiu tanto em ser ministra do Trabalho? A resposta está no diálogo a que eu me referi parágrafos atrás, mantido entre os lobistas e o empresário gaúcho Afonso Rodrigues de Carvalho.

Dono de uma pequena transportadora e presidente do Sintrave ― um sindicato de microempresas do Estado de Goiás ― o gaúcho Afonso Rodrigues de Carvalho pelejava para obter um registro sindical para oficializar sua atividade. Vendo que o processo não avançava, o empresário recorreu à lobista Verusca Peixoto da Silva, que dizia ter “boas conexões políticas”, e foi apresentado a seu parceiro de negócios, Silvio Assis, dono de uma consultoria financeira e que tem livre trânsito em diversos ministérios e órgãos públicos.

Para resumir a história, Rodrigues gravou a conversa em que Assis revelou a existência de um conluio entre o PTB e o Solidariedade para achacar o setor de registro de sindicatos. Para destravar o processo, o lobista pediu R$ 1 milhão no ato e R$ 3 milhões quando o registro fosse concedido, explicando que parte do dinheiro seria usada para subornar o pessoal técnico do ministério, e a outra parte, para o pessoal político ― entre eles o deputado Jovair Arantes, do PTB. O empresário procurou a PF, que o orientou a manter os contatos enquanto os agentes monitoravam tudo. E assim foi feito.

Rodrigues negociou com Verusca um abatimento, e conseguiu baixar o preço para R$ 3,2 milhões. Para fechar o negócio, um “contrato de consultoria” foi assinado e entregue ao empresário num posto de gasolina no interior de Goiás (o encontro foi filmado; para assistir ao vídeo, clique aqui). Orientado pela PF, Rodrigues pediu uma nova reunião, que foi realizada num hotel em Brasília e contou com a presença de Rogério Arantes, sobrinho do deputado Jovair Arantes e diretor do INCRA indicado pelo PTB. Rogério prometeu interceder junto a Leonardo Arantes ― outro sobrinho do deputado Jovair, indicado pelo tio para o ministério do Trabalho em maio de 2016, quando Dilma foi afastada e Temer assumiu interinamente a presidência.

Para resumir a novela, as investigações da PF apontam que quem dá as cartas no ministério do Trabalho é o PTB e o Solidariedade (ambos fazem parte da base aliada do governo Temer). Os agentes continuam realizando operações monitoradas, e um pedido para investigar elementos do esquema que contam com prerrogativa de foro já foi apresentado ao supremo. O segredo de Justiça não permite saber que são esses indivíduos, mas os únicos políticos com foro privilegiado no caso são Jovair Arantes e Paulinho da Força.

Com exceção da lobista Verusca, que entregou candidamente a rapadura ― “se você não paga, não sai”, disse ela à reportagem de Veja ― todos os envolvidos negam qualquer irregularidade. Mas até aí morreu o Neves. Lula também protesta inocência, foi condenado a 9 anos e meio e teve a pena aumentada para 12 anos 1 mês de prisão pelo TRF-4.

Como dizia José Saramago, prêmio Nobel de literatura em 1998, “a cegueira é um assunto particular entre as pessoas e os olhos com que nasceram; não há nada que se possa fazer a respeito”.  

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