sexta-feira, 10 de agosto de 2018

AINDA SOBRE AS ATUALIZAÇÕES DO WINDOWS


FALAR OBSCURAMENTE, QUALQUER UM SABE; COM CLAREZA, QUASE NINGUÉM.

Até lançar o Windows 10, a Microsoft atualizava seu festejado sistema a cada dois ou três anos, e os usuários adotavam imediatamente as novas edições, ainda que para isso fosse preciso adquirir uma cópia selada que custava os olhos da cara, e nem sempre o “novo sistema” era melhor do que o anterior — caso do Millennium em relação ao Win 98, do Vista em relação ao XP e do Windows 8/8.1 em relação ao Seven

Em meados de 2015, a empresa passou a tratar o Windows como “serviço”, e a partir de então disponibilizou quatro atualizações abrangentes, a saber: Anniversary Update (build 1607), em julho de 2016, Creators Update (1703), em meados do ano passado, Fall Creators Update (1709), em novembro último, e April Update, quatro meses atrás.

Alguns desses updates deram muita dor de cabaça a quem os instalou prontamente — como eu costumo dizer, “os pioneiros são reconhecidos pela flecha espetada no peito” —, já que alguns bugs (erros de programação) só foram identificados depois do lançamento das atualizações. Aliás, antes do Windows passar a “serviço”, eu recomendava aos leitores que só migrassem para uma nova edição quando ela recebesse seu primeiro Service Pack (“pacote” de correções destinadas a solucionar problemas identificados depois do lançamento comercial do programa).

Com o lançamento do Windows 10, a Microsoft substituiu os Service Packs pelos tais updates abrangentes, o que desobriga o usuário de gastar com a aquisição de cópias seladas das novas edições. Por outro lado, os bugs recorrentes são uma aporrinhação, sobretudo porque, além de empurrar os pacotes através do Windows Update, a empresa dificultou o gerenciamento das atualizações automáticas. Além de definir o “horário ativo” do computador (para que a instalação não ocorra num momento em que o usuário tem tarefas importantes a executar) e proceder a mais um ou dois ajustes, não há como inibir a instalação dos patches — o que faz toda a diferença quando eles são problemáticos (claro que existem maneiras de contornar esse obstáculo, mas o procedimento não é nada intuitivo e, não raro, se torna inacessível para usuários menos iniciados).

Talvez por isso muita gente ainda relute me abandonar as edições vetustas do sistema, ainda que essa prática não seja recomendável, pois expõe o usuário a riscos consideráveis. Mas isso é assunto para a próxima postagem.

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quinta-feira, 9 de agosto de 2018

ELEIÇÕES — RETROSPECTO E PREVISÕES (CONTINUAÇÃO)



Em meio às convenções partidárias, catorze pré-candidatos foram promovidos candidatos (confira a lista no post anterior). Ou treze, melhor dizendo, já que Manoela d’Ávila, do PCdoB, abriu mão de concorrer para ser “trice” na chapa do PT — que lançou Haddad como vice do presidiário que continuará posando de candidato até que a Justiça bote ordem no galinheiro.

O prazo para registro de candidatos termina no próximo dia 15, de modo que ainda pode haver novidades. Mas é curioso o fato de alguns partidos lançarem candidaturas sem a menor expressividade — quem já tinha ouvido falar, por exemplo, em Vera Lucia, do PSTU, ou em João Goulart filho, do PPL?

Combinadas com a cláusula de barreira e questões específicas das legendas, a ausência de novas lideranças e as indefinições geradas pelo PT ajudam a explicar essa fragmentação — num cenário em que ninguém é forte o suficiente, todos se acham na condição de bancar sua candidatura.

A disputa entre tucanos e petistas começou em 1994, e o fim da era do PMDB deu início à do PT. Em 2002, depois de eleger FHC por duas vezes — ambas no primeiro turno e graças ao Plano Real —, nosso “esclarecidíssmo” eleitorado buscou num Lula mais moderado (após duas derrotas consecutivas) e com o aval da Carta ao Povo Brasileiro (escrita por Antonio Palocci) a “nova política” e a decência na disputa eleitoral que a sigla encarnava, sem se dar conta de que o embrião da corrupção sistêmica do lulopetismo já germinava alegremente nos governos municipais.

Com a revelação do Mensalão, em 2005, e do Petrolão, nove anos depois, o PT e seu comandante voltaram a ser os mesmos radicais de 1989 — no governo Dilma, as ideias econômicas heterodoxas do partido que acusou o Plano Real de “estelionato eleitoral” foram postas em prática através da funesta “nova matriz econômica”, que causou a maior recessão que o Brasil já viveu — e vive até hoje.

Agora, novamente diante do desânimo nacional e da descrença na classe política, os eleitores tendem a repetir os erros do passado, buscando seu salvador em dois falastrões — que em vez de matar a inflação com um único tiro, como disse que faria o caçador de marajás de araque em 1989, prometem resolver os problemas do país à bala ou reencarnando o pai dos pobres.

O Lula radical de 1989 ressurge em 2018 porque vê na Presidência sua derradeira chance de não mofar na cadeia. Mesmo condenado e preso por chefiar o maior esquema de corrupção da história deste país, o demiurgo de Garanhuns ainda ilude milhões de eleitores com a promessa de repetir o prodígio de seu primeiro mandato — como se fosse possível voltar ao tempo em que “tirou milhões da pobreza” com projetos sociais insustentáveis — tanto que o “poste” que ele fez eleger em 2010 mandou essa “nova classe média” de volta à pobreza, que somente os bocós acreditaram ter sido extinta pelo mago de nove dedos.

Apesar da fragmentação, a tendência é de um afunilamento das pré-candidaturas. Na semana passada, o PRB desistiu de lançar Flávio Rocha. DEM e Solidariedade também vão abrir mão das candidaturas de Rodrigo Maia e Aldo Rebelo, respectivamente. Os 3 partidos do centrão, junto com PP e PR decidiram apoiar Alckmin em vez de Ciro.

No outro extremo do espectro político, Jair Messias Bolsonaro surge como um representante da “nova política” — como o próprio Lula em 1989, só que tão despreparado e ainda mais destemperado que o deus pai da Petelândia. Se esse povo não acordar desse sonho estapafúrdio, não haverá salvação para este pobre país.

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MICROSOFT LANÇOU 3 PATCHES DE SEGURANÇA DO WINDOWS 10 SOMENTE NO MÊS DE JULHO


A VERDADE NÃO RESULTA DO NÚMERO DOS QUE NELA CREEM.

Navegar na Web está mais para um safári do que para um passeio no parque, daí a importância de se manter o PC (aí incluído o sistema operacional, seus componentes e todos os demais aplicativos) atualizado, seja migrando para as versões mais recentes dos programas, seja aplicando as correções críticas e de segurança que a Microsoft disponibiliza regularmente via Windows Update.

Falando em Windows Update, só no mês de julho houve três grandes atualizações cumulativas para o Windows 10. No chamado Patch Tuesday — que corresponde à segunda terça-feira de cada mês —, a empresa liberou atualizações cumulativas para todas as versões suportadas do Windows 10; seis dias depois, um segundo conjunto de atualizações cumulativas foi disponibilizado para corrigir erros introduzidos pelas atualizações originais, e um terceiro conjunto foi lançado dali a uma semana, novamente para todas as versões do Windows 10.

Instalar atualizações/correções pode ser uma encheção de saco, seja porque o download e a instalação propriamente dita demoram e limitam o uso do computador enquanto estão em andamento, seja pela possibilidade de os remendos trazerem mais problemas do que soluções. Por outro lado, se é ruim com ela é ainda pior sem elas (não vou entrar em detalhes porque basta o leitor digitar atualizações, ou Windows update, no campo de buscas do Blog para encontrar dúzias de postagens acerca desse tema).

Amanhã a gente continua. Abraços a todos e até lá.

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quarta-feira, 8 de agosto de 2018

ELEIÇÕES — RETROSPECTO E PREVISÕES



Em 2 de outubro de 2016, exatos 32 dias depois que Dilma foi definitivamente penabundada do Planalto, o PT perdeu mais da metade das prefeituras que tinha em 2012. Nas capitais, só conseguiu emplacar um comparsa em Rio Branco (AC) e levar outro ao segundo turno no Recife; nos 645 municípios paulistas, elegeu apenas 8 prefeitos — contra 72 que havia emplacado em 2012.

O cenário atual é bem diferente, mas ainda mais alarmante: a dois meses do primeiro turno, 35 partidos com pouca ou nenhuma representatividade popular fazem alianças baseadas na conveniência e no oportunismo, dê olho nos votos de um eleitorado apático, descrente da política e dos políticos. Para piorar, desde o ano passado que as pesquisas de intensão de voto apontam como “preferidos do eleitores” um esquerdista preso e um extremista de direita — e ambos, cada qual a sua maneira, regurgitam discursos que ameaçam nossa frágil democracia.

O PT desafia o Judiciário com a candidatura de um condenado que cumpre pena por corrupção e lavagem de dinheiro. No outro extremo do espectro político, o dublê de deputado e capitão reformado do Exército diz sentir saudades da ditadura e exibe um despreparo desconcertante para lidar com questões vitais para o país, como economia, educação e saúde. Ambos contam com milhões de seguidores — cuja fidelidade canina chega às raias do fanatismo religioso.

Lula precisa permanecer “candidato” para continuar ditando os rumos do partido e não acabar relegado ao esquecimento na cela em que se encontra. Daí sua insistência de negar o plano B, ora consubstanciado na bizarra chapa tríplice onde Haddad subirá de posto quando o TSE finalmente negar a candidatura do molusco, e Manuela d’Ávila, que abriu mão de sua improvável candidatura pelo PCdoB, passará a vice da chapa petista. Os mais maldosos garantem que o PT só descartou uma coligação com o PCC porque Marcola, a exemplo de Lula, está na cadeia e Gegê do Mangue foi morto no início do ano.

Em suma: Para ser candidato, Lula precisa continuar preso, tanto que sua defesa abriu mão da possibilidade de o petista ganhar liberdade diante da chance de o STF declará-lo inelegível desde já.

O prazo para a Justiça Eleitoral se pronunciar acerca da inelegibilidade dos candidatos termina em 17 de setembro. Segundo o presidente do TSE, Lula não é um candidato sub judice, mas sim um candidato inelegível: “não pode concorrer um candidato que não pode ser eleito; aqueles que já tiveram sua situação definida pela Justiça não são candidatos sub judice, são candidatos inelegíveis”, afirmou o ministro Luiz Fux.

Como se não bastasse todo esse imbróglio, 60% dos eleitores estão em dúvida sobre anular o voto, votar em branco ou simplesmente não comparecer às urnas. Mas não é só: no Brasil, 29% de jovens e adultos de 15 a 64 são considerados analfabetos funcionais — 8% são analfabetos absolutos e 21% estão no nível considerado rudimentar (os dados são do Datafolha).

Sempre que o brasileiro buscou um salvador da pátria, a vaca foi para o brejo. Basta relembrar as eleições de 1989, quando Collor foi eleito, e de 2002, quando Lula finalmente conseguiu se eleger. Em ambas ocasiões — como agora — o eleitorado estava frustrado com as experiências anteriores e buscava soluções fáceis, que se revelaram apenas ilusões. Em sua coluna do último sábado, Merval Pereira relembra que, na primeira eleição direta pós redemocratização, o país, que havia amargado a morte de Tancredo — outro que parecia o salvador da pátria, mas não teve tempo de ser testado —, levou para o segundo turno ninguém menos que o caçador de marajás de araque e o demiurgo de Garanhuns.

Collor venceu, e Lula reconheceu mais tarde (em 2010) que não estava preparado para presidir o país: “Hoje eu agradeço a Deus por não ter ganhado em 1989, porque eu era muito novo, muito mais radical do que eu era em 2002 e, portanto, eu poderia ter feito bobagem, não porque eu quisesse fazer, mas pela impetuosidade, pela pressa de fazer as coisas”. Mas o caçador de marajás de araque também não era boa bisca, tanto que renunciou para evitar a cassação (mas perdeu os direitos políticos mesmo assim). O hoje candidato ao governo de Alagoas não faz autocrítica, mas já lamentou não ter sabido lidar com o Congresso — ao contrário de Lula, como atestam o Mensalão e o Petrolão, e de Temer, como ilustra a ultrajante compra de votos para barrar as denúncias da PGR. Mas isso já é outra história.

Dos vinte e tantos pré-candidatos ao Planalto, restaram no páreo Álvaro Dia (Podemos); Cabo Daciolo (Patriotas); Ciro Gomes (PDT); Geraldo Alckmin (PSDB); Guilherme Boulos, (PSOL); Henrique Meirelles (MDB); Jair Bolsonaro (PSL); João Amoedo (Novo); João Goulart Filho (PPL) José Maria Eymael (DC); Marina Silva (Rede) e Vera Lucia (PSTU). Manuela d’Ávila, que concorreria à presidência pelo PCdoB, agora é “trice” de Haddad, que é vice de Lula, mas só até o TSE botar ordem nesse galinheiro.

A propósito: por que os partidos nanicos lançam desconhecidos que não têm a menor chance de passar para o segundo turno?  Eis uma boa pergunta. A resposta fica para amanhã.

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CULTURA INÚTIL

QUEM SABE FAZ, QUEM NÃO SABE ENSINA.

Embora o assunto fuja um pouco do nosso trivial, resolvi pegar um gancho no post de anteontem para esmiuçar algumas expressões que muita gente ouve e até usa no dia-a-dia, mas cujo significado ou origem nem sempre conhece — em outras palavras, “ouve-se o galo cantar, mas não se sabe onde”.


Jogar a toalha é o mesmo que pedir o boné; ou seja, desistir, dar-se por vencido. A expressão tem origem no boxe, onde o corner (espécie de treinador) joga uma toalha dentro do ringue para sinalizar ao árbitro que seu lutador desiste do combate e reconhece a vitória do adversário (a propósito, pedir o boné é mais usado como sinônimo de deixar o emprego, pedir demissão).

Ideia de jerico é algo estúpido, estapafúrdio — até porque jerico é o mesmo que jumento.

Boca de siri é o que se pede ao interlocutor quando se deseja que o assunto da conversa fique em segredo. A expressão advém do fato de a boca do siri — crustáceo semelhante ao caranguejo — ser minúscula e difícil de abrir.

Confundir alhos com bugalhos é o mesmo que trocar as bolas, ou, por extensão, meter os pés pelas mãos. O que muita gente não sabe é que bugalhos são bulbos comestíveis de textura semelhante à do alho, cujo formato de pênis inspirou um fado que os marujos lusitanos cantavam nos tempos de Cabral: “não confundas alhos com bugalhos / nem tampouco bugalhos com c***lhos”.

Bode expiatório, como o próprio nome sugere, é o inocente útil escolhido para levar a culpa pelo que outros fizeram. O bode era o animal mais comumente oferecido em sacrifício, nos rituais pagãos, como forma de expiar os pecados daqueles que efetivamente os cometeram.

Entre a cruz e a caldeirinha (ou entre a cruz e a espada) significa estar num dilema, numa situação difícil em que não se sabe para que lado correr. Para alguns, a tal da caldeirinha remete ao utensílio em que os padres colocavam a água benta para purificar o ambiente e os fiéis, mas há quem afirme que estar entre a cruz e a caldeirinha é escolher entre Deus e o Diabo. Seja como for, a imagem do dilema permanece.

Sem eira nem beira designa um pobretão, alguém que não tem onde cair morto. Eira é um tipo de quintal, enquanto beira tanto pode ser uma faixa de terra quanto uma aba de telhado.

Perder as estribeiras equivale a rodar a baiana, descer do salto, subir nas tamancas, armar um barraco. Significa perder a compostura ou a paciência e, por extensão, dar um esporro monumental. Estribeira é a correia que prende o estribo onde o cavaleiro coloca o pé quando sobe na montaria; assim, quem perde a estribeira perde o controle do animal e acaba em maus lençóis (no século XVIII, visando dizimar uma tribo de índios hostis aos ingleses, o comandante das tropas britânicas nos EUA mandou distribuir aos nativos lençóis e cobertores provenientes de um hospital onde ocorrera uma epidemia de varíola.

Cair a ficha é de uma obviedade ululante, mas não para quem nasceu a partir da década de 90 só conheceu telefones públicos de cartão. Nos orelhões, a gente colocava uma ficha na ranhura e ouvia-a cair num compartimento interno do aparelho quando a chamada era atendida — quando a ligação não era completada, a ficha era devolvida ao usuário, embora isso nem sempre acontecesse. Nos EUA e em outros países mundo afora, os telefones públicos funcionam com moedas, mas o brasileiro sempre foi avesso avesso a carregar moedas, sem mencionar que a inflação corroía rapidamente seu valor. Tudo isso para dizer que, quando alguém meio “tapado” finalmente compreende alguma coisa, a gente diz que “caiu a ficha”.

Paciência de Jó tem a ver com o personagem bíblico homônimo, que foi submetido a inúmeras provações pelo diabo, mas suportou tudo estoicamente, sem jamais perder a fé em Deus. 
Separar o joio do trigo é diferenciar coisas boas de ruins, verdades de mentiras, e por aí afora. Joio é o nome dado a uma praga que prolifera no meio das plantações, daí o significado da expressão ser óbvio.

Já a imagem que ilustra este post traduz a expressão tirar água do joelho — uma maneira “educada”, ainda que um tanto "pueril", de alguém dizer que vai urinar.

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terça-feira, 7 de agosto de 2018

LULA E SEU CONTO-DO-VIGÁRIO



Nem todo mundo sabe que, na origem da expressão conto-do-vigário, não há um golpista de batina. O vigário entrava na história apenas para agregar respeitabilidade à lorota do trapaceiro. O sentido, que todo mundo conhece, é de trapaça, ou seja, o vigarista tece uma história rebuscada, geralmente envolvendo uma grande soma em dinheiro, com o intuito de explorar a ingenuidade ou a cobiça das vítimas. Nada muito diferente, aliás, do que fazem os políticos nos palanques, do alto dos quais buscam votos mediante promessas que jamais irão cumprir. 

Um bom exemplo é a autodeclarada alma viva mais honesta do Brasil, cuja trajetória política, de tão imaculada, garantiu-lhe nada menos que 7 ações criminais e (por enquanto) uma condenação a 12 anos e um mês de prisão. Concluindo esse preâmbulo, segue a transcrição da coluna de J.R. Guzzo, que foi publicada na edição impressa de Veja desta semana.

Está sendo feita hoje no Brasil o que talvez seja a maior campanha pela ilegalidade já tentada neste país desde que os acionistas majoritários da vida pública nacional resolveram que isso aqui deveria ficar com cara de lugar sério e fizeram uma Constituição com 250 artigos e mais de 100 emendas — sendo que boa parte dessa maçaroca não foi regulamentada até hoje, de maneira que não dá para saber direito o que vale e o que não vale. Escreveram mais leis do que qualquer outro país do planeta. Criaram uma espécie de Espírito Santo chamado “instituições”, ente invisível que flutua em cima de tudo e de todos, embora muito pouca gente saiba realmente o que vem a ser isso.

O tempo e os fatos mostraram que esse esforço para montar um Brasil civilizado se transformou numa piada — na verdade, a democracia moderna que se pretendia criar foi sendo desmanchada, na prática, a cada artigo da Constituição que ia sendo escrito. A ofensiva, agora, é para desmontar de vez o princípio básico segundo o qual a lei tem de ser obedecida por todos. É isso, e apenas isso, que quer dizer a campanha para soltar o ex-presidente Lula da cadeia, achar um jeito para ele concorrer à próxima eleição presidencial e garantir que volte ao Palácio do Planalto.

Trata-se de um conto do vigário de tamanho inédito, a começar pela ambição da mentira contada ao público. Nada do que o sistema de apoio a Lula pretende, e que a mídia divulga diariamente como a coisa mais normal do mundo, pode ser feito sem desrespeitar a lei. É como se alguém quisesse participar de um concurso popular para ser escolhido imperador vitalício do Brasil, ou algo parecido — não dá para fazer uma coisa dessas, não é mesmo? Mas é este o tema número 1 do debate político do momento.

Lula, como se sabe, está no xadrez, condenado a doze anos de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro. Recebeu sua sentença de condenação na 13ª. Vara Criminal da Justiça Federal em Curitiba, no dia 12 de julho de 2017, e de acordo com a lei, recorreu em liberdade da decisão. Essa sentença foi confirmada e aumentada seis meses depois, em 24 de janeiro de 2018, por unanimidade de votos, por três desembargadores do TRF-4 de Porto Alegre, o tribunal superior encarregado de julgar o caso. No último dia 7 de abril, enfim, não havendo mais nada a se fazer, Lula foi preso. Ao longo dessa história, seus advogados entraram com mais de 70 recursos; não dá para dizer, em nenhum momento, que qualquer dos direitos do réu para se defender foi violado.

O ex-presidente está na cadeia porque não poderia, muito simplesmente, estar em nenhum outro lugar — é para lá que a lei penal manda os criminosos depois de condenados em segunda instância. Fazer o quê? Muita gente pode achar que a sentença foi injusta, assim como há muita gente achando que foi justíssima. Mas achar uma coisa ou a outra não muda nada. Só a Justiça, e ninguém mais, tem autorização para resolver, no fim de todas as contas, se alguém é culpado ou não.  Em algum momento, mais cedo ou mais tarde, o sistema judiciário precisa dizer se as provas apresentadas contra o réu são válidas ou não; se forem consideradas válidas, o sujeito vai para a penitenciária. Isso não depende da opinião de quem gosta de Lula ou de quem não gosta. É a lei que decide ─ e ela é igual para todos. Ou se faz assim ou ninguém é condenado nunca, porque os advogados vão continuar dizendo até o fim da vida que seus clientes não fizeram nada de errado.

Só que Lula e os seus fiéis não aceitam isso. Obviamente, um indivíduo que está preso não pode, ao mesmo tempo, ser presidente da República. A saída da esquerda, então, tem sido manter de pé uma fake news monumental — Lula é um “preso político” que tem de ser solto para candidatar-se à Presidência, ganhar a eleição e recomeçar os seus “programas sociais” em favor dos pobres. Além do mais, “todas as pesquisas” dizem que o presidente tem de ser ele. Onde já se viu uma bobagenzinha como a aplicação da lei penal, mais a Lei da Ficha-Suja, ficarem atrapalhando tamanho portento?

É essa novena que vem sendo pregada todos os dias pelo Brasil pró-Lula ─ artistas, “intelectuais”, “celebridades”, a maior parte da mídia, a Rede Globo, os empreiteiros de obras, os fornecedores de lixo enferrujado para a Petrobras e todos os que estão impacientes para voltarem a roubar em paz. Não há nem sequer uma sombra de presença do povo brasileiro, não do povo de verdade, em nada disso aí. É pura sabotagem contra o que ainda sobra de nossa escassa legalidade.

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COMO DESABILITAR O WINDOWS DEFENDER


TOME MUITO CUIDADO COM O VAZIO DE UMA VIDA OCUPADA DEMAIS.

Embora tenha desenvolvido o sistema operacional para PCs mais popular do planeta, a Microsoft nunca foi feliz em suas incursões pelo universo dos antivírus. Mesmo assim, depois de comprar a Giant em 2004, a empresa passou a oferecer um programinha antispyware que não produziu nenhuma revolução no mercado, mas ao menos deu origem ao Windows Defender — que, combinado com o Windows Firewall, é uma solução interessante para usuários do Windows 8 e 10 que não têm uma suíte “Internet Security” de terceiros.

Observação: O antivírus nativo do Windows vem habilitado por padrão, recebe atualizações via Windows Update e é desativado automaticamente quando o usuário instala um antivírus de varejo — nesse caso, os ajustes manuais ficam inoperantes, mas voltam funcionar quando o firewall de varejo for desinstalado

O Defender provê proteção em tempo real, fiscaliza tudo que é baixado e executado no computador e pode ser desligado temporariamente, se necessário. Para tanto, clique no botão Iniciar, selecione Configurações > Atualização e segurança > Windows Defender e faça a alteração desejada. Não é possível escolher o espaço de tempo durante o qual a proteção permanecerá inativa; uma vez desativada ela permanecerá assim até que o computador seja reiniciado. Note ainda que a tela que permite desligar temporariamente o Defender permite também atualizar manualmente o programa, bastando pressionar o botão Atualizar, que é exibido na parte superior da janela.

Para examinar pastas ou arquivos específicos, você só precisa selecionar o item desejado, clicar com o botão direito sobre ele e escolher a opção Examinar com o Windows Defender. Se algum elemento mal-intencionado for identificado, a ferramenta exibirá uma recomendação sobre o que você deverá fazer para manter seu computador seguro.

Já o Firewall do Windows filtra os dados que o PC recebe da internet e bloqueia programas potencialmente prejudiciais. Se quiser desativá-lo, digite firewall na caixa de pesquisas da barra de ferramentas (ou da Cortana, conforme a configuração do seu sistema), selecione Windows Firewall e faça o ajuste em Ativar ou desativar o Firewall do Windows. Note que as suítes de segurança de terceiros que embutem um módulo de firewall desligam o recurso nativo automaticamente, visando prevenir conflitos. 

Para desativar permanentemente o Windows Defender — ou seja, evitar que ele volte à atividade depois que o computador for reiniciado —, o roteiro varia conforme a versão do sistema. Se você usa o Windows 10 Pro (ou outra versão corporativa, como a Enterprise ou Education):

1 - Tecle a combinação de teclas Windows + tecla R para abrir a caixa do Menu Executar
2 - Digite gpedit.msc e clique em OK. 
3 - Na janela do Editor de Política de Grupo Local, clique em Configurações do Computador > Modelos Administrativos > Componentes do Windows > Windows Defender Antivírus.
4 - Dê duplo clique em Desativar o Windows Defender e faça o ajuste (o escudo do programa desaparecerá da área de notificação do sistema assim que você reiniciar o computador).

Observação: Para reativar o Windows Defender a qualquer momento, basta seguir os mesmos passos, selecionar a opção Não configurado e reiniciar a máquina.
Como nas edições anteriores ao Ten, a versão Home não conta com o Editor de Política de Grupo Local, mas você pode desativar o Defender fazendo uma rápida incursão pelo Registro do Windows, que deve ser precedida da criação de um ponto de restauração do sistema e/ou de um Backup do próprio Registro.

Observação: Para fazer um backup do Registro, digite regedit na caixa de diálogo do Menu Executar, clique em regedit (executar comando) e em Sim na caixa de diálogo que será exibida em seguida. Na janela do Editor do Registro, selecione o menu Arquivo e clique na opção Exportar. Em “Intervalo de exportação”, marque TODOS para efetuar backup de todo o Registro ou clique em Ramificação Selecionada e digite o nome da chave desejada (recomendável). Nomeie o arquivo, indique o local onde ele deverá ser salvo (sugiro a Área de Trabalho) e clique em Salvar. Se quiser reverter as modificações mais adiante, dê um clique direito sobre o arquivo de backup (que é salvo com a extensão .REG), escolha a opção Mesclar e confirme a restauração.

Criado o ponto de restauração e o backup da chave do registro, faça o seguinte:

1- Volte à janela do Editor, expanda a chave HKEY_LOCAL_MACHINE selecione a opção SOFTWARE.
2 - clique em Policies > Microsoft > Windows Defender, dê duplo clique sobre DisableAntiSpyware e mude o valor para 1

Se você não encontrar a chave DisableAntiSpyware, clique com o botão direito do mouse em um espaço vazio dentro da janela do editor, selecione Novo, clique em Valor DWORD (32 bits), nomeie a nova chave como DisableAntiSpyware, atribua-lhe o valor 1 e reinicie o computador.

Para reativar o Windows Defender, basta seguir os mesmos passos e reverter o valor da chave DisableAntiSpyware para o valor padrão (zero).

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segunda-feira, 6 de agosto de 2018

ELEIÇÕES 2018, HORÁRIO POLÍTICO OBRIGATÓRIO E O ESCAMBAU.



Se você já não suporta mais ouvir falar em eleições, sucessão presidencial e o escambau, seja bem-vindo ao clube, mas tenha em mente que a coisa ainda vai piorar antes de melhorar: a abjeta propaganda eleitoral obrigatória começará a ser veiculada no próximo dia 31 e vai até 4 de outubro — devendo retornar no dia 12, já que dificilmente não haverá segundo turno.

Nunca é demais lembrar que, embora costume ser chamada de "propaganda eleitoral gratuita", essa esbórnia custa rios de dinheiro, e quem arca com esse ônus não são as emissoras de rádio e TV, que são compensadas por isenções fiscais, mas sim os contribuintes — a exemplo do voto obrigatório, esse anacronismo deveria ter sido extinto há muito tempo, mas como a decisão cabe aos políticos, que disputam a tapa míseros segundos de exposição na mídia, a conclusão é óbvia.

As eleições deste ano custarão menos que as de 2014, dada a proibição do financiamento empresarial e à redução do tempo de campanha dos candidatos. A propaganda eleitoral obrigatória irá ao ar por “apenas” 35 dias — 10 a menos que da última vez — e os blocos do horário eleitoral serão cortados pela metade, mas as inserções de 30 e 60 segundos ao longo do dia mais que dobrarão.

Sem as doações da iniciativa privada, nossos caros parlamentares aprovaram uma nova modalidade de financiamento de campanha no valor de R$ 1,7 bilhão, a ser dividido entre as 35 legendas (!?) conforme a representação política de cada uma no Legislativo federal — isso quando não há dinheiro para investir em saúde, segurança pública, educação e o escambau. Por outro lado, os postulantes à Presidência devem gastar bem menos que os astronômicos R$ 350 milhões desperdiçados na campanha de Dilma (lembram dela?) em 2014.

Com o retorno da cláusula de barreira — segundo a qual os partidos terão de comprovar que representam uma parcela mínima da população para ter acesso ao Fundo Partidário e ao tempo de televisão —, siglas sem representação morrerão de inanição. Considerados os resultados da última eleição, 14 legendas não superariam a marca, entre elas o PSL e o Podemos, que lançaram a candidatura de Jair Bolsonaro e de Álvaro Dias, respectivamente.

Por último, mais não menos importante: o Brasil inteiro está de olho no dia 17 de setembro, que é quando termina o prazo para o TSE rejeitar as candidaturas de políticos inelegíveis — como é o caso do criminoso Lula, que o PT insiste em manter sob os holofotes até o último minuto (mais detalhes nas postagens publicadas ao longo de toda a semana passada). Para encerrar, transcrevo (mais) um texto imperdível de J.R. Guzzo, publicado originalmente na edição impressa da revista EXAME, sob o sugestivo título “Deu ruim”:

O Brasil vive um desses momentos em que tudo parece acertado para “dar ruim”, como se diz. A economia está doente — crescimento perto do nada, desemprego devastador, falta de confiança na responsabilidade do governo, da oposição e de quem mais está fazendo política, atraso apavorante no entendimento e na aplicação de tecnologia. A educação caminha para garantir a permanência de milhões de brasileiros na escuridão; suprime-se cada vez mais a transmissão de conhecimento, substituída pela transmissão das crenças, dos desejos e da pura e simples ignorância de professores e burocratas que mandam no ensino. Foi eliminado no Brasil o trabalho livre: os cidadãos e as empresas são servos da classe que transformou a máquina pública em sua propriedade particular e hoje, na prática, trabalham apenas para sustentar o Estado. Não há mais financiamento; há agiotagem. O Tesouro Nacional está quebrado.

Quando se chega a esse nível de desastre, morre qualquer conversa de “política econômica” — e, mais ainda, a costumeira fraude de “discutir com a sociedade” as soluções a tomar. Não tem de conversar nada, e muito menos perguntar para o doente qual o tratamento que ele prefere. A única saída racional é apagar o incêndio que está rolando aí, e para apagar o incêndio utilizam-se os meios conhecidos desde sempre — como, por exemplo, jogar água em cima do fogo. Depois, quando não houver mais risco de morte, talvez venha ao caso debater se o melhor é tratar a economia assim ou assado. Mas o que se vê todos os dias no Brasil é a cegueira coletiva diante do fogaréu. Discutem-se fórmulas em vez de se trazer o caminhão pipa. Ou, então, não se discute coisa nenhuma a sério — só despejam mais gasolina sobre as chamas.

Estamos em plena campanha presidencial e até agora nenhum dos candidatos, seus partidos e os sistemas que os apoiam deram o mais remoto sinal de que pretendem trazer água para apagar o incêndio que está queimando o país. Ao contrário: falam de tudo, menos disso. Estão diariamente na mídia, mostrando-se escandalizados e indignados com os horrendos problemas à vista de todos, mas não lhes passa pela cabeça comprometer-se com nenhuma das providências mais elementares, todas elas conhecidas desde a Arca de Noé, para enfrentar a emergência. Pior: nem sequer percebem que eles próprios, com a sua maneira de pensar e de praticar política, fazem parte do problema, e não da solução. Propor o que, então, se o problema são eles? Ninguém diz que não há nenhuma possibilidade, mas nenhuma mesmo, de se chegar a algum lugar enquanto o Brasil tiver, como tem no momento, mais de 700.000 funcionários públicos que jamais fizeram concurso para ocuparem seus cargos. Ninguém lembra que é inviável, simplesmente, um país onde o Senado tem uma gráfica própria. Ninguém percebe que é impossível melhorar alguma coisa enquanto o governo usar o dinheiro da população para manter no ar um canal de televisão que jamais saiu da casa dos 0% de audiência desde que existe.

O último magnata a falar sobre “projeto econômico” foi o suposto candidato por procuração do PT, Fernando Haddad — dos outros minions do ex-presidente Lula é melhor nem dizer nada. As propostas de Haddad, em sua aparente função de Guia Econômico da Esquerda Nacional, seriam ouvidas com algum interesse, talvez, no tempo do faraó Ramsés II. De lá para cá, ele parece não ter adquirido consciência de que surgiram economias modernas e que elas têm elementos mínimos de funcionamento. Não é só que Haddad desconheça a existência do capitalismo; o real problema é que desconhece o que vem acontecendo na economia do mundo nos últimos dez anos. Sua grande ideia: usar o dinheiro das reservas internacionais para “investir” e “criar empregos”. Por que não tentar descobrir uma mina de ouro no semiárido do Nordeste? Por que não trazer professores cubanos para melhorar o ensino da matemática? Por que não mandar uma expedição à Marte?

O Brasil, às vezes, parece que não tem conserto.

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FAKE NEWS E OUTRAS COISAS QUE VOCÊ DEVE EVITAR

COLLOR NÃO É CORRUPTO, PABLO ESCOBAR NÃO É BANDIDO, MADURO É DEMOCRATA, LULA É A ALMA VIVA MAIS HONESTA DA GALÁXIA E O BRASIL É UM PAÍS SÉRIO.

Num cenário tumultuado pela polarização político-partidária, as fake news são um prato cheio, não só para os políticos de má-fé e suas espúrias assessorias, mas também para os malfeitores digitais. Então, a recomendação é redobrar os cuidados com anexos e links que você receber por email e/ou através de redes sociais e mensagens de WhatsApp — o Google e o Facebook estão trabalhando para aprimorar seus sistemas de inteligência artificial, mas identificar e remover as fake news, que já é trabalhoso para seres humanos, torna-se uma missão hercúlea para um algoritmo que ainda está aprendendo a separar o joio do trigo.

Evite repassar mensagens de cunho político, mesmo as que expressam sua opinião ou se alinham com seu posicionamento político-partidário. Deixe o trabalho sujo para os candidatos e seus marqueteiros, já que o Congresso aprovou uma verba astronômica (retirada do suado dinheiro dos impostos) para patrocinar as campanhas (deixar essas decisões por conta do Legislativo é o mesmo que dar a Herodes a chave do berçário, mas enfim...).  

Sempre que você ficar em dúvida quanto à veracidade de uma notícia, investigue se a informação foi publicada também nos grandes portais, como G1, UOL, Terra e afins. O blog Me Engana que Eu Posto, hospedado no site de Veja, também pode ajudá-lo nesse mister, a exemplo da página Agência Lupa, hospedada no site da Folha, e do site Fake ou News.

A propósito — e isto não é fake news —, o PT foi o único grande partido a não assinar o acordo elaborado pelo TSE contra a disseminação de fake news. O documento foi firmado há um mês e meio e as legendas aderiram ao termo aos poucos (entre os nanicos, ficaram de fora o PCO, o Pode, o PMB, o PSTU e o PTC). Ao jornal VALOR, a assessoria petista justificou que “espera o cumprimento da Constituição sem depender de termo de compromisso”. Me engana que eu gosto!

Erros ortográfico-gramaticais podem denunciar armadilhas digitais, mas são bastante comuns em emails, postagens em blogs, redes sociais e por aí afora. O corretor ortográfico de processadores de texto, clientes de email e navegadores de Internet pode ser uma mão na roda, ainda que costume produzir o efeito oposto ao desejado, por fazer correções inadequadas (falamos sobre isso na sequência de postagens iniciada por esta aqui), de modo que nada substitui uma revisão minuciosa do texto pelo próprio autor.

Alguns erros decorrem da pressa em responder uma mensagem, enviar um email ou publicar um texto na Web, mas em alguns casos o responsável é o chamado “vício de linguagem” (ou, em situações extremas, a mais pura e simples ignorância). A língua portuguesa é pródiga em armadilhas, e nem todo mundo é o Professor Pasquale, mas daí a dizer (ou, pior, escrever) para MIM fazer, AO par (de um fato ou assunto) ou entrega À domicílio, por exemplo, ninguém merece.

Outros bons exemplos de construções que “doem no ouvido” são os chamados pleonasmos viciosos, como entrar para dentro, subir para cima, etc. Muita gente também “escorrega” ao usar o verbo FAZER, que deve ficar no infinitivo quando expressa a ideia de tempo — como em FAZ cinco anos, FAZ dois séculos, FEZ 15 dias. Ou do verbo HAVER no sentido de EXISTIR — o certo é HOUVE muitos acidentes, DEVE HAVER outros casos iguais, e assim por diante. Falando no verbo HAVER, nunca diga HÁ dez anos ATRÁS — nesse contexto, tanto quanto ATRÁS indicam o tempo passado, de modo que o correto é HÁ DEZ ANOS ou DEZ ANOS ATRÁS, uma coisa ou outra.

Segue uma lista de palavras que muita gente fala (e escreve) errado. Confira:

"Asterístico" — A forma correta é asterisco (*).
"Bicabornato" — O correto é bicarbonato — sal derivado do ácido carbônico.
"Toráxico" — O certo é torácico — refere-se a alguma coisa relacionada ao tórax.
"Supérfulo" — O correto é supérfluo — refere-se a alguma coisa dispensável ou desnecessária.
"Beneficiente" — A forma correta é beneficente — termo que designa algo ou alguém que faz caridade e ajuda os necessitados.
"Previlégio" — O correto é privilégio — expressa uma vantagem ou direito concedido a apenas algumas pessoas.
"Losângulo" — A forma correta é losango — quadrilátero com dois ângulos agudos, dois obtusos e os lados iguais.
"Triologia" — O certo é trilogia — conjunto de três obras sequenciais que se complementam.
"Reinvindicar" — A palavra correta é reivindicar — indica o ato de exigir alguma coisa.
"Entertido" — O certo é entretido — refere-se ao estado de quem está compenetrado ou absorto em alguma coisa.
"Madastra" — A forma correta é madrasta — termo que designa o cônjuge de alguém que não é a mãe do filho ou da filha desse alguém.
"Milhonário" — A certo é milionário.
"Intrevista" — A forma correta é entrevista — remete ao diálogo ou encontro entre duas ou mais pessoas (os propósitos podem variar, mas a grafia não).
"Degladiar" — O certo é digladiar — expressa o ato de combater corpo a corpo com espada ou, por extensão, discutir ou brigar.
"Impecilho" — O correto é empecilho — no sentido de obstáculo ou impedimento.
Há ainda quem fale poblema ou pobrema em vez de problema; cabelelero em vez cabeleireiro; cocrante em vez de crocante; mindingo em vez de mendigo; imbigo em vez de umbigo; priguiça em vez de preguiça; pertubar em vez de perturbar; estrupo em vez de estupro, sombrancelha em vez de sobrancelha; mortandela em vez de mortadela; iorgute em vez de iogurte; cardaço em vez de cadarço; largato em vez de lagarto (tanto em relação ao animal quanto à carne); barguilha em vez de braguilha, e assim por diante.

Espero ter ajudado.

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domingo, 5 de agosto de 2018

O PRESO POLÍTICO E O POLÍTICO PRESO


Desde que Gleisi Hoffmann teve a brilhante ideia de comparar o ex-presidente Lula ao traficante Fernandinho Beira-Mar, pedindo isonomia para que seu amado líder também pudesse dar entrevistas de dentro da cadeia, essa relação entrou no debate político. Na quarta-feira, na “Central das Eleições” da GloboNews, o pré-candidato do PDT, Ciro Gomes, deixou implícito um paralelo quando acusou Lula de ter operado “freneticamente” de dentro da prisão para isolá-lo politicamente, impedindo que o PSB o apoiasse.

Mesmo preso e incomunicável, Lula recebe visitas de políticos, advogados e dublês de políticos e advogados que atuam como meninos-de-recados, ajudando-no a contornar a decisão da juíza da 12ª Vara Federal de Curitiba, que o proibiu de gravar vídeos, dar entrevistas, participar por videoconferência de atos de pré-campanha e comparecer à convenção do PT (como se já não bastassem as regalias que lhe são concedidas, a começar pela sala especial na Superintendência da PF em Curitiba).

Outros criminosos, como Fernandinho Beira-Mar (e Marcinho VP, também citado pela defesa de Lula) se comunicam de dentro dos presídios através de celulares que lhes chegam às mãos clandestinamente. Já o petralha,  sozinho numa sala de 15 metros quadrados e sob vigilância constante de agentes da Polícia Federal, não teria como usar um celular se ser flagrado. Aliás, atribui-se a ele um comportamento distinto do ex-governador Sérgio Cabral, por exemplo, que seria arrogante e pretensioso, mesmo na condição em que se encontra. Lula é afável, conversador, e numa dessas conversas teria revelado achar ninguém no PT com condições de substituí-lo e ganhar as eleições (isso vai ao encontro do que eu disse postagens atrás, sobre o molusco jamais ter dado espaço para que outra liderança crescesse a ponto de lhe ofuscar o brilho).

Mas Lula tem mais liberdade que os bandidos comuns para mandar seus “salves” — recados enviados para fora da cadeia por líderes de facções criminosas, com a conivência de visitantes ou mesmo de advogados. Foi através desses “salves” que ele costurou o isolamento de Ciro Gomes e a estratégia para forçar o PSB a ficar neutro na campanha presidencial — o PT apoiará a reeleição do governador Paulo Câmara em Pernambuco em troca do apoio do PSB a Fernando Pimentel na disputa pelo governo de Minas Gerais (com isso, Marcio Lacerda, candidato do PSB ao governo mineiro, teve de abandonar a disputa).

Mesmo preso, o criminoso de Garanhuns comanda com mão de ferro seu grupo político — classificado de “organização criminosa” nas sentenças que o condenaram —, para, como dito linhas e postagens atrás, inibir o surgimento de novas lideranças que lhe façam sombra. Da cadeia, ele condena à morte política que se atreve a desafiar suas ordens, da mesma forma como fazia quando estava solto e comandava a ORCRIM.

Durante a sabatina na Globo News, na noite da última quarta-feira, Ciro Gomes ponderou que, mesmo considerando injusta a prisão de Lula, é impossível tê-lo na conta de “preso político”. Por sua atuação “frenética”, o petista não passa de um político preso tentando se manter no controle da esquerda — coisa que eu também já disse isso em diversas oportunidades. Mas para não ficar apenas com a minha opinião, transcrevo a seguir o que disse Dora Kramer em sua coluna em Veja desta semana:

Tudo na abordagem eleitoral do PT de insistir numa candidatura presidencial legalmente impossível mostra que a sigla voltou a apostar no quanto pior, melhor — partindo do princípio de que, perdido por um, perdido logo de uma vez por mil. E nada pior para o país que a eleição de um brucutu enlouquecido, cuja ascensão ao poder equivaleria à assinatura de um contrato com o aprofundamento de todas as crises, a quebra da ordem social, a desorganização da economia e a desestabilização institucional.

O traço desse cenário caótico não é fruto de exagero, de delírio, muito menos de posicionamento ideológico. Resulta apenas da soma dos atributos mentais, orais e gestuais do deputado Jair Bolsonaro, cuja exibição não deixa a menor dúvida. Faz sucesso? Ora, a figura do rinoceronte Cacareco (Google, juventude!) em tempos idos também fez, e de lá para cá houve vários campeões de audiência no quesito voto inútil nas eleições. Uns eleitos, outros apenas fermento no índice de nulos.

Isso dito, não é Bolsonaro o foco aqui. Ou melhor, é e não é, mas vamos adiante. O tema mesmo é a rota escolhida pelo PT nesta eleição, um caminho rumo ao abismo. O partido, ou a parte que segue Lula (a outra existe, mas só sussurra ou simplesmente se cala), optou pelo suicídio. Não elegerá o presidente, embora faça de conta que isso não acontecerá por obra das “forças do atraso”. Não pode, por causa da candidatura fantasma, organizar-se nos estados. Não articula alianças política e eleitoralmente eficazes e, portanto, tende a eleger poucos parlamentares no âmbito nacional e estadual.

Candidaturas majoritárias — a presidente, governador e senador — impulsionam a eleição dos representantes nos pleitos proporcionais tanto ao Congresso quanto às assembleias legislativas. Na disputa pela Presidência, Lula se fará procurador de alguém que poderá ser Jaques Wagner, Fernando Haddad ou outrem para ficar ali fingindo que joga a sério. Como só pretende definir o delegado(a) aos 45 minutos, este(a) não terá tempo nem autoridade para estruturar bons palanques estaduais. Como consequência, o PT tende a eleger bancada parlamentar ínfima, ficando, assim, relegado à irrelevância do ponto da influência política sobre o próximo governo. Considerando-se que tal estratégia não resulta de burrice, de ingenuidade nem de desconhecimento de causa por parte de Lula, sobra uma hipótese: extinta a relevância institucional do coletivo, restaria ao partido a tarefa de sustentar o mito com base na fantasia da vítima do “sistema”.

Daí que Lula joga o partido ao naufrágio a fim de sobreviver na condição de uma ilha de excelência regressiva a ser resgatada das cinzas, dando de ombros à própria responsabilidade na deflagração do incêndio. Levando-se em conta que a eleição de Bolsonaro seria a garantia do caos, não seria de todo ruim (ao contrário, seria ótimo) para o PT a eleição daquele que consolidaria a falência geral a fim de que o embuste pudesse se travestir de fênix regenerada e injustamente castigada.

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sábado, 4 de agosto de 2018

BOLSONARO — O MASSACRE E A VOLTA POR CIMA



Quando mais não seja, a sabatina transmitida pela Globo News a partir das 22h30 de ontem deixou claro que Bolsonaro não está minimamente preparado para ser presidente. E a julgar pelas suas respostas no programa, o candidato será massacrado se participar dos debates que acontecerão mais adiante.

Claro que não é essa a opinião da militância atávica, para quem seu ídolo saiu engrandecido da entrevista. Para tirar suas próprias conclusões, assista à reprise que a Globo News leva ao ar às 17h30 deste sábado  e atente especialmente para finalzinho, que foi no mínimo inusitado: ao ser perguntado por Roberto D’Ávila sobre se houve ou não ditadura militar no Brasil, Bolsonaro recitou de cor um editorial de O Globo, assinado por Roberto Marinho, defendendo o legado que salvou o Brasil de uma ditadura comunista. Atônitos, os nove jornalistas da bancada ainda ouviram do entrevistado que tanto a Globo quanto a Revista Veja foram criadas durante a “pretensa ditadura militar”.

Quando ia encerrar o programa, Miriam Leitão recebeu pelo ponto eletrônico — e repetiu simultaneamente, como se estivesse psicografando uma mensagem do além — outra nota de O Globo, desta vez justificando o fato de Roberto Marinho ter defendido a ditadura e citando outro editorial, este de 2013, que terminava assim:

“À luz da História, contudo, não há por que não reconhecer, hoje, explicitamente, que o apoio foi um erro, assim como equivocadas foram outras decisões editoriais do período que decorreram desse desacerto original. A democracia é um valor absoluto. E, quando em risco, ela só pode ser salva por si mesma.”

Para gáudio de Bolsonaro, a emenda ficou pior que o soneto (confira no vídeo).

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