Pesquisadores da Universidade de Queensland (Austrália) desenvolveram uma solução matemática que pode remover os paradoxos da viagem no tempo.
Partindo do pressuposto de que o passado já aconteceu, eles propõem que eventuais mudanças levariam o Universo a se ajustar, impedindo o surgimento de paradoxos temporais, independentemente do quanto o passado fosse alterado. Mas a pergunta que se coloca é: viajar no tempo é possível ou não?
A busca por essa resposta motiva cientistas de todas as áreas a investigar as sutilezas do Universo — lembrando que o que sabemos sobre o Universo até agora é uma gota d'água no oceano.
Se qualquer tentativa de alterar o passado é automaticamente corrigida pelo próprio curso dos eventos, então o tempo seria imutável — ou pelo menos impermeável a grandes alterações. No entanto, segundo a teoria do multiverso, cada decisão ou evento gera um desdobramento alternativo, sem afetar a linha do tempo original.
CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA
A polarização entre direita e esquerda foi semeada por Lula, regada pelos tucanos e estrumada por Bolsonaro. Lula está velho, cansado e impopular. Curou-se de um câncer de garganta (porque Belzebu não admite concorrência), passou por mais de um procedimento para estancar um sangramento intracraniano decorrente de uma queda no banheiro, amarga índices de rejeição inéditos em suas três passagens pelo Planalto e lida com um Congresso hostil, uma oposição articulada e uma montanha de críticas — inclusive da mídia e de aliados. Bolsonaro está inelegível até 2023, sofre com as sequelas da facada que levou em 2018 e deve ser condenado ainda este ano por articular um golpe de Estado. Diante disso, o centro (não confundir com "Centrão") deveria se articular e oferecer algo de novo em 2026. Mas quem — e o que — sobrou do centro no Brasil?
A diferença entre nhô-ruim e nhô-pior está na maneira como cada um evita o crescimento de qualquer arvorezinha capaz de fazer sombra em seu quintal. Bolsonaro insiste que levará sua candidatura até o fim (a exemplo de Lula em 2018), embora já enfrente uma competição velada dentro do próprio bolsonarismo (leia-se Tarcísio de Freitas, Ratinho Jr., Ronaldo Caiado e companhia). O petista, por seu turno, continua se comportando como se fosse a única alternativa da esquerda — e ninguém teve peito (para não dizer colhões) de botar o dedo nessa ferida. A alternativa natural do PT e seus satélites para disputar o Planalto no ano que vem seria Haddad, que foi candidato-bonifrate em 2018, enquanto o ventríloquo cumpria pena em Curitiba.
Da feita que o "esclarecidíssimo" eleitorado se divide entre o ex-presidiário e o mais que provável futuro detento, resta à pequena parcela pensante (algo entre 20% e 30% dos eleitores) votar em branco, anular o voto ou tapar o nariz e apoiar aquele que lhe parecer "menos pior" no segundo turno. Resumo da ópera: a um ano e meio das eleições, o país continua no limbo; se há luz no fim do túnel, muito provavelmente é o farol do trem que vem na contramão dos interesses da população.
Hollywood já explorou essas possibilidades em De Volta para o Futuro, por exemplo, onde pequenas mudanças no passado geram efeitos drásticos no futuro, exigindo correções constantes. Em O Predestinado, a viagem no tempo se apresenta como um ciclo fechado, onde passado e futuro são interdependentes e inalteráveis. Outras obras, como Donnie Darko, brincam com a ideia de linhas do tempo instáveis que podem colapsar ou se sobrepor. Mas essa discussão vai além da ciência e da ficção.
Se cada evento já está predeterminado e qualquer tentativa de mudança é automaticamente corrigida, até que ponto nossas escolhas são genuínas? O livre-arbítrio seria apenas uma ilusão cósmica? Seja qual for a resposta, cada nova descoberta dá azo a novas perguntas, num interminável círculo virtuoso.
O "X" da questão é que nenhum objeto com massa pode alcançar ou ultrapassar a velocidade da luz, e os benefícios da dilatação temporal são pífios em velocidades como as que nossa tecnologia permite atingir (o recorde que tornou a Parker Solar Probe o objeto mais rápido já construído pelo homem foi de "míseros" 692 mil km/h, ou 0,064% da velocidade da luz).
Ainda que os buracos de minhoca existam e realmente interliguem dois pontos distantes, neste ou em outro universo, no presente ou em outro ponto da linha do tempo, eles se escondem em buracos negros, ondas gravitacionais e centros de galáxias ativas, e isso torna sua exploração ainda mais desafiadora. Uma viagem até o buraco negro mais próximo da Terra demoraria cerca de 1,5 mil anos, e isso com a velocidade da luz. Mas não é só.
O "X" da questão é que nenhum objeto com massa pode alcançar ou ultrapassar a velocidade da luz, e os benefícios da dilatação temporal são pífios em velocidades como as que nossa tecnologia permite atingir (o recorde que tornou a Parker Solar Probe o objeto mais rápido já construído pelo homem foi de "míseros" 692 mil km/h, ou 0,064% da velocidade da luz).
Ainda que os buracos de minhoca existam e realmente interliguem dois pontos distantes, neste ou em outro universo, no presente ou em outro ponto da linha do tempo, eles se escondem em buracos negros, ondas gravitacionais e centros de galáxias ativas, e isso torna sua exploração ainda mais desafiadora. Uma viagem até o buraco negro mais próximo da Terra demoraria cerca de 1,5 mil anos, e isso com a velocidade da luz. Mas não é só.
Acelerar uma nave a uma velocidade próxima à da luz demandaria uma quantidade colossal de energia. A fusão nuclear promete ser uma fonte limpa e quase ilimitada, mas ainda está longe de ser dominada. Ademais, o retorno ao passado poderia expor os viajantes a doenças há muito erradicadas, para as quais eles não têm anticorpos.
Mas não há nada como o tempo para passar. À medida que a ciência avança, novas descobertas abrem portas para conceitos até então considerados impossíveis. Como bem disse Arthur C. Clarke, "a única maneira de descobrir os limites do possível é ir além deles, rumo ao impossível".
Continua...