ANARQUIA NÃO É DESORDEM, DESORDEM É UM CONGRESSO DE LADRÕES QUE ROUBAM O PRÓPRIO POVO.
Churrasco sem caipirinha é heresia. Já basta a gente abrir mão da picanha, que, malgrado as promessas de Lula, continua custando os olhos da cara. Mas isso é outra conversa. O assunto desta postagem é o uso de bebidas para deixar a carne mais macia e suculenta — prática cada vez mais comum entre os churrasqueiros de fundo de quintal. E a protagonista dessa técnica é outra paixão nacional: a cachaça.
O alto teor alcoólico da branquinha ajuda a quebrar as fibras da carne, realçar os temperos, potencializar os aromas e preservar a suculência, garantindo um churrasco memorável, e suas propriedades naturais dão um toque especial ao sabor e complementam os demais ingredientes da marinada. Mas o verdadeiro segredo está em como preparar a carne antes de levá-la à grelha.
CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA
Beneficiário de uma impunidade de 33 anos desde que foi penabundado do Planalto, Collor permaneceu na cadeia por menos de uma semana. Em pleno feriado do Dia do Trabalhador, Alexandre de Moraes acatou o parecer da PGR e presenteou o condenado com uma "prisão domiciliar humanitária", arrastando uma tornozeleira eletrônica no conforto do lar.
Nos anos 70, durante uma aula de direito penal, um colega perguntou ao professor por que somente os pobres iam para a cadeia no Brasil, e ouviu dele a seguinte resposta: Porque os ricos contratam Frederico Marques, e os pobres contratam você, caso seja aprovado no exame da OAB.
O ministro Gilmar Mendes — que foi voto vencido no julgamento que condenou Collor a oito anos e dez meses de cadeia no âmbito da falecida Lava-Jato — ajudou a compor a maioria que, em 2016, aprovou a prisão dos réus depois da condenação em segunda instância. Ao proferir seu voto, disse que a presença de "ilustres visitantes" melhoraria as cadeias e destacou que já havia até chuveiro elétrico nos cárceres de Curitiba. Mais adiante, porém, pegou em lanças para defender a volta do status quo ante e o fim da maior operação anticorrupção da história desta banânia.
Em 2023, quando já havia sepultado a Lava Jato — com lápide fornecida pela suspeição de Sergio Moro —, o STF julgou inconstitucional a situação das prisões brasileiras e ordenou a elaboração de um plano capaz de civilizar as cadeias — que foi homologado pelo próprio Supremo no final do ano passado e ganhou o nome de "Pena Justa".
Collor poderia ter sido um bom começo, mas se tornou um triste fim. Três décadas atrás, ele se vangloriava no Planalto de ter "aquilo roxo". Há dez anos, quando foi denunciado, vendia saúde. Agora, aos 75 anos, pode ficar preso porque sofre de doença de Parkinson, apneia grave do sono e bipolaridade. Moraes poderia exigir a qualificação de uma unidade prisional, mas optou por enviar o desqualificado para casa.
Na picanha, o sal grosso é tempero suficiente, mas maminha, contrafilé e miolo da alcatra ficam mais macios e saborosos depois de marinar por algumas horas numa mistura de vinagre ou suco de limão, azeite, sal, pimenta-do-reino ou calabresa, cebola, alho, orégano e ervas finas. Já a cachaça suaviza fibras mais rígidas, atenua a gordura e cria um equilíbrio interessante entre o sabor natural da carne e os temperos utilizados — desde que você use cachaça de boa qualidade, de preferência branca, que tem sabor mais neutro e equilibrado, e não exagere na quantidade, ou o sabor da bebida irá predominar sobre o da carne.
Para preparar uma marinada perfeita, lave e seque bem um vidro com tampa (como os de palmito ou maionese), coloque a cachaça, o azeite, o alho esmagado, cheiro-verde picado, ervas frescas (como alecrim ou tomilho) e um toque de sal grosso, feche bem e agite por alguns segundos, até que os ingredientes fiquem bem misturados.
Acomode a carne em uma vasilha, adicione o molho, massageie por alguns minutos, transfira para um saco de marinada (ou para uma vasilha plástica com tampa) e deixe na geladeira de véspera, virando a carne de tempos em tempos (se for deixar marinar por menos tempo, assegure-se de que a carne fique totalmente coberta pelo molho).
Com com uma boa marinada, o corte que você escolher para substituir a picanha pode transformar seu churrasco em uma experiência gastronômica única, mas para isso a carne deve ser assada corretamente.
Para saber se o braseiro está no ponto, estenda a mão sobre ele a cerca de dois palmos de distância e conte até cinco. Se o calor obrigá-lo a tirar a mão no quatro ou no três, coloque a carne para assar.
Cortes menores devem ficar a cerca de 20 cm da brasa, peças inteiras a pelo menos 40 cm, e a costela, a 70 cm (isso vale tanto para o preparo no espeto quanto na grelha).
Cupim, costela e outras carnes mais duras precisam assar por mais tempo do que picanha, maminha, fraldinha e outros cortes mais macios, que podem (e devem) ser servidos malpassados. Já as carnes de frango e de porco precisam ser bem-passadas.
Tão importante quanto as características de cada corte e a preferência dos comensais é não deixar que a carne asse por tempo demais, não só para evitar que ela perca a maciez e a suculência, como para inibir o aumento da concentração de HPA (Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos) e APA (Aminas Policíclicas Aromáticas), que, na proteína esturricada, enseja o aparecimento de células cancerígenas.
Bom apetite!