sábado, 12 de julho de 2025

TRUMP, BOLSONARO E DISTINTA COMPAHIA

O PROBLEMA NÃO É O QUE DISSERAM, MAS QUEM O DISSE. 

Edmar Bacha criou o termo belíndia para definir um país onde até morador de rua paga impostos (81% sobre uma garrafa de cachaça), mas o grosso dos trilhões arrecadados anualmente é consumido pela máquina pública e o pouco que sobra, quando não escoa ralo da corrupção, não dá sequer para os serviços essenciais.

Em vez de cortar custos para reduzir o déficit público, Lula torra bilhões em projetos assistencialista-eleitoreiros. O Congresso, fisiologista, cria 18 novas cadeiras novas cadeiras na Câmara — que custarão mais R$ 748,6 milhões por ano aos cofres públicos —, como se precisássemos de mais deputados, e não de políticos probos. Mas o que esperar de um eleitorado majoritariamente ignorante, que repete a cada eleição o que Pandora fez uma única vez?

 

Em 1989, depois de 29 anos sem votar para para presidente, essa choldra levou Collor e Lula ao segundo turno, embora Ulysses Guimarães, Mario Covas e Leonel Brizola figurassem entre os mais de 20 postulantes ao Planalto. Isso explica por que desde 2002, quando FHC ficou sem novos coelhos para tirar da velha cartola, tivemos Lula, Dilma, Temer, Bolsonaro e novamente Lula na presidência e prefeitos, vereadores, governadores, deputados estaduais e congressistas demagogos corporativistas, demagogos e, não raro, corruptos.

 

Em 2018, a rejeição ao lulopetismo deu azo ao bolsonarismo. Em 2022, ocorreu o inverso. E deu no que está dando. O capetão — a quem não faltaram motivos para ser impichado e condenado durante sua execrável gestão — posa de candidato, mesmo estando inelegível até 2030 e em via de ser julgado — e provavelmente condenado — por tentativa de golpe de Estado. No outro extremo do tablado político-ideológico, o desempregado que deu certo e ex-presidiário mais famoso do Brasil sonha com a reeleição, mesmo amargando a maior rejeição de toda sua trajetória política. 


Observação: Bolsonaro foi o maior responsável pela soltura de Lula, e Lula pode ser o responsável pela vitória de um candidato de extrema-direita em 2026.

Como não há nada tão ruim que não possa piorar, "Dudu Bananinha" e seus cupinchas tanto fizeram que Donald Trump — que parece pensar ter sido eleito para o cargo de Deus — sobretaxou em 50% os produtos brasileiros em retaliação ao que chamou de "caça às bruxas". Em resposta, o Sun Tzu de Garanhuns prometeu reciprocidade.

Mas não é só: em meio a essa crise diplomática, a Comissão de Relações Exteriores de Defesa Nacional da Câmara aprovou uma moção de louvor a Trump, exaltando-o como "exemplo de democracia moderna e justa", enquanto aliados do governo atribuem a saia-justa à interferência política de zero três.

O viés bolsonarista da sanção da Casa Branca deu à política nacional uma aparência de centro terapêutico onde Trump é o maníaco, Bolsonaro, o depressivo, e os ministros do STF, os terapeutas.

Trancado em seus rancores, o aspirante a golpista atrai para a psicanálise de grupo personagens como Tarcísio de Freitas, que não sabe se defende as forças produtivas de São Paulo ou se adiciona Lexotan à sua sopa.


Um político pode trair o país ou o eleitorado. Bolsonaro traiu seu país ao permitir que o filho se exilasse nos EUA para tramar contra os interesses do Brasil, e emboscou o eleitorado ao cavar a vinculação do julgamento por tentativa de golpe à chantagem tarifária de Trump. Além de se tornar ator coadjuvante de um ataque estrangeiro contra empresários e trabalhadores brasileiros, arrisca-se amargar, ele próprio, uma traição.


Se o rompimento com Musk serviu de alguma coisa, foi para mostrar que Trump — que não é leal senão a si mesmo — está acorrentado aos interesses de Bolsonaro por grilhões de barbante.

sexta-feira, 11 de julho de 2025

SALVE-SE QUEM PUDER (CONCLUSÃO)

PODES ENGANAR OS OUTROS DE LONGE, MAS, DE PERTO, SÓ A TI MESMO.

 

Janja começou a seguir Lula nos anos 1990, na esteira das "caravanas da cidadania" lideradas pelo petista. A amizade ganhou força em 2011, quando ela o convenceu a fazer uma palestra no Rio, e a busca ficou mais fácil em 2018, quando ela se instalou no acampamento montado nas imediações do prédio em que o então presidiário mais famoso do Brasil cumpria pena. 

 

As visitas conjugais se amiudaram e, em 2022, a namorada do ex-presidiário virou primeira-dama — parecendo acreditar que quem vota num candidato elege um casal. No dia da posse, segurando a cadela Resistência, Janja subiu a rampa do Planalto antes do marido, e atribuiu a cena sem precedentes à necessidade de comandar o último ensaio para a entrega da faixa por um grupo de "representantes do povo brasileiro" escolhido por ela própria.

 

No início do terceiro mandato de Lula, Janja apareceu para uma entrevista à TV Globo vestindo um terninho branco abotoado sobre uma blusa roxa e carregando o que parecia um livro com mais de mil páginas — que, como ela própria esclareceu, era a lista do patrimônio da residência presidencial. "Vou mostrar como este lugar foi entregue para a gente", ameaçou. Em seguida, culpou o primeiro casal anterior por diversos estragos — de mesas avariadas a rasgos no revestimento de poltronas e focos de infiltração no teto. Ao longo da conversa, escancarou defeitos de fabricação que, somados, identificavam uma genuína alpinista social prenhe de deslumbramento.

 

Janja ocupa o gabinete do Palácio do Planalto que Michelle "Micheque" Bolsonaro ocupou de 2019 a 2022. Em seus tempos de primeira-dama, Marisa Letícia exigiu uma sala, mas nunca se soube o que fez nela, em 8 anos no posto, alguém que somou quatro declarações públicas. Sabe-se que deixava a sala no final da tarde, entrava sem bater no gabinete do marido e, com ou sem testemunhas por perto, comunicava que era hora de voltar para casa.

 

A agenda e o número de funcionários à disposição Janja são mantidos em sigilo, mas sabe-se que, ali, a exigente primeira-dama planeja contratações e demissões, compras de todo tipos e a próxima viagem do primeiro-casal, bem como transforma em adversário quem atravessa seu caminho — como Rui Costa, ministro-chefe da Casa Civil, que, no início de 2023, impediu a compra de uma mesa para o Alvorada, no valor de R$ 200 mil e vazou para imprensa que o sofá e a cama de casal custaram R$ 65 mil e R$ 42 mil, respectivamente.

 

Em Washington, Janja se meteu entre Lula e Joe Biden na hora da foto. Na índia, desembarcou ao lado do marido, juntou as palmas das mãos, recitou “namastê” e avisou que, se ninguém a segurasse, sairia dançando — mas apagou o vídeo quando foi lembrada de que tanta animação destoava das inundações devastadoras no Rio Grande do Sul. Em Delhi, de mãos dadas com Lula, invadiu a área em que os membros do G20 seriam fotografados com o primeiro-ministro Narendra Modi — e estava caprichando na pose quando foi gentilmente convidada a se retirar. "Lula não largava minha mão", justificou.

 

Em maio de 2023, a rainha-consorte contratou três chefs para comandar a cozinha do Alvorada. Sua impaciência com subordinados transborda até com câmeras por perto — como na reinauguração do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia, quando confiscou um microfone para repreender a funcionária do cerimonial: "Segura um pouco, que ele nem entregou a faixa".

 

No coração do poder, Janja se sente tão à vontade quanto deputado em sexto mandato. Invade reuniões ministeriais sem pedir licença, dá bronca em quem irrita Lula com más notícias, nomeia e demite. Com Lula o marido retido em Brasília por conta da posse do ministro Barroso na presidência do STF, ela visitou a região gaúcha alagada pela tragédia e prometeu socorro aos flagelados e ajuda aos desvalidos. 

 

Ao virar capa de revista, deixou claro que o que antes parecia difícil de engolir se tornara intragável. Na sessão de fotos de Bob Wolfenson, usou seis trajes concebidos por estilistas brasileiros dos quais é cliente. "Compro o que eles fazem porque a gente precisa falar mais sobre moda brasileira", justificou. Entre outras declarações, informou que continuará palpitando sobre o que lhe der na telha: "Não é porque sou mulher do presidente que vou falar só de batom". Mas reafirmou sua antiga paixão por cremes para os cabelos, cosméticos, roupas e sapatos — como os da grife Hermès, avaliados em cerca de R$ 8,5 mil.

 

Depois de Lula, das roupas de grife e dos sapatos caríssimos, o que Janja mais ama são as viagens no avião presidencial. Só nos dez primeiros meses de governo, visitou 19 países, hospedando-se nos melhores hotéis, com diárias de fazer corar bilionários da Forbes. Também cabe a ela conferir a lista de integrantes das comitivas — que ultrapassam 300 felizardos. Chegou até a pedir ao marido uma aeronave nova, com banheiro, cama de casal e maior autonomia de voo. 

 

Observação: Durante sua primeira gestão Lula aposentou o Boeing 707 usado desde 1986 e comprou um Airbus A319CJ (vulgo Aerolula) por US$ 56,7 milhões — mais US$ 13,5 milhões para incluir uma suíte presidencial. A aeronave tem vida útil até 2033, mas cogita-se equipar um dos Airbus A330 herdados da gestão Bolsonaro com uma suíte de casal, banheiro com chuveiro, escritório, sala de reuniões e 100 poltronas para acomodar a comitiva presidencial e os jornalistas. Conforto é prioridade para a primeira-dama, como ele deixou claro ao renovar a mobília do Alvorada.


A vida que Janja teria pedido a Deus se acreditasse Nele fica ainda mais ensolarada quando a mídia amplifica seus poderes. O jornal francês Le Monde chegou a qualificá-la como "vice-presidente de fato" — uma ascensão e tanto para quem nasceu em União da Vitória (PR), numa família "reacionária e conservadora", que reprovou sua filiação ao PT em 1983, quando ela tinha 17 anos. Em 1986 foi, contratada pela liderança do partido na Assembleia Legislativa do Paraná. Em 2005, já no primeiro mandato de Lula, virou "socióloga de campo" em Itaipu — sem concurso. Ao deixar o emprego para se dedicar em tempo integral ao vidão de primeira-dama, embolsava R$ 20 mil mensais.

 

Primeiras-damas não têm mandato por voto popular nem ocupam qualquer cargo ou função na esfera administrativa. No entanto, com o aval de Lula, a atual segue cumprindo uma agenda própria de encontros e reuniões. Em setembro de 2023, representou Lula (que se recuperava de uma cirurgia no quadril) em compromissos no Vale do Taquari (RS). Era esperado que o vice. Geraldo Alckmin, o fizesse, mas Janja ocupou o posto informalmente.

 

Se não fosse prisioneira do deslumbramento, Janja poderia administrar com competência programas sociais, como fizeram suas antecessoras. Valorizasse a discrição, poderia tocar projetos específicos — qualquer comparação com Ruth Cardoso seria um insulto à memória da ex-primeira-dama. Mas ela parece vocacionada a se intrometer em tudo, e acaba não fazendo nada. Suas atitudes lembram as de Eva Perón (1919-1952), com quem ela disse se identificar. Evita — como ficou conhecida a primeira-dama no regime populista de Juan Perón — atuou como ministra de fato do Trabalho e da Saúde durante o governo do marido, mas o protagonismo de Janja reflete o deseja de ampliar sua influência com base apenas no vínculo conjugal. 

 

"Minhas conversas com o presidente são em casa, no dia a dia, e nos fins de semana, tomando uma cervejinha. Ele me ouve com muita atenção", garante a doutora em tudo. Durante um jantar oficial na China com Xi Jinping, quebrou o protocolo ao pedir a palavra para criticar algoritmos de uma rede social. A situação foi constrangedora, mas ela não se deu por achada: "Não há protocolo que me faça calar, recitou madame — e Lula não viu nada de mais. À semelhança de Hillary Clinton e Cristina Kirchner, Janja parece ambicionar mais e mais poder — talvez até o Palácio do Planalto se o marido não disputar a reeleição, optando por ser a "eminência parda" num eventual governo dela.

 

Com seus carros blindados, seguranças vergados sob o peso de armas automáticas, cartões de crédito com sigilo centenário e diárias de hotel no exterior que se aproximam dos R$ 40 mil, Lula e Dilma representam a caricatura do milionário brasileiro subdesenvolvido. Levam vidas de paxá a custa dos impostos que nós pagamos ao abastecer o carro ou comprar uma dúzia de ovos. Neste Brasil às avessas, o governo soca mais impostos na economia em vez de cortar despesas, e promete que os ricos pagarão a conta. Mais uma vez, a safadeza se repete: o dinheiro "tirado dos ricos" vai para as burras do Estado, e não há ninguém mais rico que o Estado nesta republiqueta de bananas.

 

O padrão de vida de Lula, de Janja e de quem mais mama nas tetas do Tesouro não será afetado pelo aumento do IOF. Magistrados e castas do funcionalismo continuarão recebendo salários de R$ 100 mil ou 200 mil mensais, enquanto o povo paga mais caro pelo crédito, perde o emprego, enfim, toma na tarraqueta com mais um "Plano Caracu" — em que o governo entra com a "cara" e o povo com... o resto.  

 

Se imposto eliminasse a pobreza, não haveria pobres no Brasil. Ao jogar os pobres contra os ricos. Lula, Janja e a extrema esquerda requentam a velha "guerra de classes". É a velha cantilena de sempre: o pobre só é pobre porque existe o rico, e o rico só é rico porque tira dinheiro do pobre. Mas "acabar com os ricos" não soluciona o problema dos pobres. Lula promove hoje o maior programa de concentração de renda do mundo — enriquecendo o Estado — e o maior programa de perpetuação da miséria — o Bolsa Família, com 54 milhões de dependentes. Fala em políticas sociais e opção pelos pobres, mas a única opção que faz é por si mesmo e por seus apaniguados. 

 

Resumo da ópera: Enquanto Janja viaja sozinha para a Rússia num avião da FAB com capacidade para 200 passageiros, ostentando bolsas e acessórios de preços estratosféricos, Lula não sabe há mais de 40 anos o que é a fila no SUS, no transporte público, ou o valor da conta de luz. Juntos, forma um casal podre de rico, como os que aparecem na revista Caras, exibindo a mesa do café da manhã em suas mansões cinematográficas, símbolo perfeito de um país virado do avesso.

Triste Brasil.

quinta-feira, 10 de julho de 2025

GMAIL — COMO USAR O MODO CONFIDENCIAL

SEGREDO ENTRE TRÊS, SÓ MATANDO DOIS.

Se você deseja enviar mensagens ou conteúdos sigilosos utilizando o Gmail, o "modo confidencial" pode ser bastante útil, pois impede que o destinatário compartilhe o email com outras pessoas e até mesmo exige uma senha para visualizar o material recebido. 


Vale lembrar que o modo confidencial do Gmail não impede que o destinatário realize capturas de tela ou tire fotos do material.

 

Para isso, abra o Gmail, pressione o botão Escrever, clique no ícone de cadeado no menu inferior, escolha a data de expiração e como o destinatário receberá a senha, e então clique em Salvar. Feito isso, escreva o conteúdo da mensagem e clique em Enviar.


CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA


Depois que o slogan "ricos contra pobres" tirou a militância petista das cordas nas redes sociais, alguma coisa subiu à cabeça de Lula. Além de vaticinar que "se acontecer tudo que eu estou pensando, este país vai ter pela primeira vez um presidente eleito quatro vezes", o petista já nem se dá ao trabalho de fingir apreço pelas contas: "o modelo da austeridade não deu certo em nenhum país do mundo". Por outro lado, até um relógio quebrado acerta a hora duas vezes por dia: em resposta a Donald Trump — para quem o Judiciário brasileiro está fazendo uma "caça às bruxas" e "Bolsonaro não é culpado de nada, exceto de ter lutado pelo povo brasileiro" —, o macróbio mandou dizer que "a defesa da democracia no Brasil é um tema que compete aos brasileiros", e que "o país é soberano e não aceita interferência ou tutela de quem quer que seja". É como se não houvesse problemas bem mais preocupantes, tanto lá quanto cá.

O destinatário receberá a mensagem com os botões de copiar, colar, baixar, imprimir e encaminhar desativados. A mensagem estará disponível até a data de validade estipulada, mas você pode revogar o acesso ao conteúdo a qualquer momento.

Como diz o ditado, "segredo entre três, só matando dois".

quarta-feira, 9 de julho de 2025

SALVE-SE QUEM PUDER (CONTINUAÇÃO)


VOCÊ NUNCA VAI CHEGAR A SEU DESTINO SE PARAR PARA ATIRAR PEDRAS EM CADA CÃO QUE LATE.

No post do último sábado, vimos que Lula se casou em primeiras núpcias em 1969, enviuvou três anos depois, teve um caso — e uma filha — com Míriam Cordeiro e se casou com Maria Letícia da Silva, que lhe três filhos — além de Marcos Cláudio, do primeiro casamento dela. Marisa morreu em 2017, cinco meses antes de Sergio Moro sentenciar Lula por corrupção e lavagem de dinheiro. 

No velório, o viúvo inconsolável proferiu um discurso lacrimoso; nas redes sociais, mensagens de solidariedade se misturaram a posts que oscilavam entre o mau gosto e o grotesco. Militantes e puxa-sacos relembraram a infância pobre da finada, mas ninguém mencionou que ela "fechava os olhos" (metaforicamente falando) para Rosemary Noronha, com quem seu marido tinha um caso desde anos 1990 (mas que só veio a público em 2012, quando a PF deflagrou a Operação Porto Seguro).

A "segunda-dama" acompanhou o petista (a quem ela se referia como "Deus") em nada menos que 32 viagens oficiais. Seu nome não constava do manifesto de voo e ela não se hospedava na mesma suíte do chefe — mas ficava nos melhores hotéis, frequentava restaurantes estrelados e recebia uma mesada de R$ 50 mil da OAS, segundo a delação de Leo Pinheiro. Quando o escândalo veio a público, o repórter Thiago Herdy e o jornal O Globo entraram na Justiça para obter a quebra do sigilo dos gastos de Rose nos cartões corporativos da Presidência, mas o STJ varreu o imbróglio para debaixo do tapete.

Em 2014, quando o movimento "Volta, Lula" começou a ganhar tração, Dilma — fiel à promessa de "fazer o diabo para se reeleger" — ameaçou divulgar as despesas da concubina real, forçando seu criador e mentor a sair do caminho. Segundo o blog Diário do Poder, os gastos com cartões corporativos durante os governos petistas giraram em torno de R$ 50 milhões por ano, em média, contra R$ 3 milhões no último ano de FHC. 

Em setembro de 2013, Augusto Nunes escreveu em sua coluna na revista Veja que Lula completava 288 dias de silêncio sobre o escândalo que transformou o escritório da Presidência da República em São Paulo em esconderijo de quadrilheiros chefiados pela amante. Na mesma edição, Felipe Moura Brasil revelou que, além da reforma do sítio e da conclusão do triplex à beira-mar, Leo Pinheiro concedeu um terceiro "favor" a Lula: calar sua amásia, que ameaçava abrir o bico ao se sentir abandonada — pouco tempo depois, o marido de Rose passou a constar na folha de pagamento da empreiteira.

Nunca se soube quem pagou os honorários dos 38 advogados que defenderam madame quando a PF desmantelou a quadrilha que aproximava autoridades de empresários em troca de propinas. Segundo a investigação, Rose ocupava posição de destaque na organização e jamais conseguiu explicar como comprou tanto com o pouco que ganhava.

Em nome da intimidade com o "chefe", a assessora dos cabelos vermelhos e dos vestidos e óculos sempre exuberantes fazia valer suas vontades, mesmo que afrontasse superiores ou humilhasse subordinados. Nos eventos palacianos, ela colecionou tantos desafetos (começando pela primeira-da­ma, que a detestava) que acabou sendo transferida para São Paulo, onde viveu dias de soberana até a PF acabar com a festa. Demitida, banida do serviço público e indiciada por formação de quadrilha e corrupção, chegou a ameaçar envolver Lula no escândalo.

Voltando ao velório: Lula trombeteou que a esposa morreu "triste com a maldade que fizeram com ela". Que foi mãe, foi pai, foi tia, foi tudo; que eles nunca brigaram; que ela jamais pediu um vestido, um anel. E concluiu, emocionado, que continuaria grato a ela até o dia da própria morte, quando voltaria a encontrá-la usando o mesmo traje vermelho escolhido para o enterro: "A gente não tinha medo de vermelho quando era vivo, e a gente não tem medo do vermelho quando morre".

Em um vídeo de 6 minutos, Joice Hasselmann sintetizou a desfaçatez do viúvo que transformou o esquife da mulher em palanque e foi aplaudido pelos micos amestrados de sempre, embora muitos tenham lido nas entrelinhas a monstruosidade moral de um safardana nauseabundo, capaz de usar a morte da esposa como palanque para proselitismo político.

Lula e Rosângela da Silva (hoje Rosângela Lula da Silva) se conheceram nos anos 1990. Filiada ao PT desde os 17 anos, ela trabalhou na Itaipu Binacional e na Eletrobras. O namoro começou em 2017, durante a inauguração do campo de futebol "Dr. Sócrates Brasileiro", em Guararema (SP). 

Quando Lula foi preso, Janja se tornou uma figura constante nas vigílias em frente da Superintendência da PF em Curitiba. Foi ela quem puxou o "Parabéns para Você" no microfone e soprou as velinhas de 74 anos do petista, e era dela a casa que ele usou como QG provisório para entrevistas quando saiu da prisão. 

Eles se casaram em maio de 2022, durante a pré-campanha presidencial do petista, e a união repercutiu internacionalmente.

Conclui no post de sexta-feira.

terça-feira, 8 de julho de 2025

BYE-BYE META

O PENSAMENTO É O ENSAIO DA AÇÃO. 

Depois que Elon Musk comprou o Twitter, muita gente migrou para o Bluesky ou manteve apenas o Facebook, o Instagram e o WhatsApp — que, juntos, têm mais de 3 bilhões de usuários. 

 

O apoio público de Mark Zuckerberg a Donald Trump (que era vidro e se quebrou) e as mudanças políticas que reduziram a verificação de fatos afrouxaram as regras no Face, desagradando a muita gente. Mas livrar-se dos produtos da Meta pode ser um problema para quem é fã de carteirinha das redes ou usa o WhatsApp para trabalhar e/ou se comunicar com familiares. 


CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA


Falta pouco para a paz armada virar guerra declarada. Em meio à beligerância que eletrifica as relações entre governo e Congresso, Lula fez uma tímida concessão: Em entrevista à TV Bahia nesta quarta-feira, disse que vai conversar com os presidentes da Câmara e do Senado depois que retornar da viagem à Argentina e de participar da reunião de cúpula dos Brics, no Rio de Janeiro. "Vamos voltar à normalidade política nesse país", rosnou o macróbio, com o dedo em riste, a voz roufenha e os garranchos verbais que se tornaram sua marca registrada.

A "normalidade" de que fala Lula é material indisponível no Congresso. Ao assumir o controle de R$ 50 bilhões do orçamento federal, deputados e senadores conquistaram a autossuficiência. Quem tem o dinheiro tem o poder, e quem pode mais chora menos. No anos de chumbo, quando queriam subjugar os congressistas, os generais fechavam o Congresso. De lá para cá, o sistema se tornou mais sofisticado. O Legislativo ora se vendia, ora se rendia — ou se rendia depois de se vender. 

Até o governo FHC, o Planalto comprava governabilidade liberando verbas a conta-gotas. Nos seus primeiros mandatos, Lula comprou o apoio parlamentar com o mensalão e o petrolão. Na gestão Dilma, o Congresso começou a tornar impositivos pagamentos de emendas que eram opcionais. Sob Bolsonaro, o melado passou a escorrer pelo ladrão das emendas secretas. 

Hoje, os parlamentares mandam e, sobretudo, demandam em cerca de 25% do pedaço do Orçamento disponível para investimentos. Nesse contexto, a governabilidade idealizada por Lula já não depende de acertos do Executivo com os chefes da Câmara e do Senado. No limite, o apoio às iniciativas do governo depende de acertos com cada um dos 513 deputados e dos 81 senadores. 

O novo normal é a falência do presidencialismo de coalizão (ou de cooptação). Algo profundamente anormal precisaria acontecer para que o país e o orçamento público sejam salvos.

 

Para "ensaiar um desembarque" antes de excluir definitivamente suas contas, desinstale os aplicativos do celular — isso não afeta as contas nem os dados, que continuarão acessíveis caso você reinstale os apps futuramente. Já se a ideia for chutar o balde"No Facebook: 


Acesse sua conta, siga este link e clique em Excluir minha conta. A partir desse momento, você terá até 30 dias para se arrepender; basta fazer login dentro desse prazo para a conta ser automaticamente reativada. Note que fotos em que você foi marcado por terceiros não serão removidas. Para isso será preciso solicitar a exclusão a quem as publicou ou recorrer à plataforma, alegando que a postagem não foi autorizada

No Twitter (X): 

— Vá às de configurações de conta e selecione Desativar a minha conta  a exclusão definitiva ocorrerá em algumas semanas. 

No LinkedIn

— O processo é semelhante, faça logon na rede, vá à aba Conta e selecione a opção Encerrar sua conta.

No Instagram:

— Use o navegador para acessar página de exclusão, insira seus dados de login, selecione um motivo, digite sua senha novamente e toque em "Excluir (nome do usuário)". A conta poderá recuperada em até 30 dias; caso não se logue nesse prazo, a exclusão pode levar até 90 dias (período em que a plataforma mantém uma cópia dos dados por motivos legais, violações de termos e prevenção de danos). 


Antes de tomar qualquer decisão, baixe uma cópia dos comentários, curtidas, mensagens, publicações e fotos salvas. Ter uma lista de amigos ou seguidores também facilita a criação de contas em outras plataformas. No caso do Instagram e do Threads, talvez seja necessário baixar dois conjuntos distintos de informações. 


Para baixar seus dados:

 

No Face:


— Acesse Menu > Configurações e privacidade > Configurações > Central de contas > Suas informações e permissões > Baixar suas informações > Baixar ou transferir informações e escolha entre Informações disponíveis (tudo) e Tipos específicos de informações (personalizado). Indique o local de destino, defina o intervalo de datas, marque HTML como formato, toque em Criar arquivos e aguarde a notificação de conclusão do processo.

 

Observação: Você pode salvar os arquivos no seu dispositivo ou na nuvem, mas terá de abrir o arquivo Start here no navegador para visualizar os dados. 

 

No Insta, acesse seu perfil, toque nas três linhas verticais (no canto superior direito), entre em Central de contas, selecione Suas informações e permissões e siga os mesmos passos do Face. Se quiser baixar apenas os dados do Threads, siga os mesmos passos para chegar à página Download your information > Download current activity > Algumas de suas informações > Threads.

 

Os dados do Messenger estão incluídos no download do Face, mas você pode acessá-los diretamente tocando em Menu > Configurações > Central de contas e seguindo os mesmo passos do Face.

 

No WhatsApp, acesse Configurações > Conta > Solicitar informações da conta > Solicitar relatório da conta. O relatório final pode levar até três dias e não incluirá suas mensagens, mas trará uma lista de números de telefone sem nenhum nome. Você será avisado quando ele estiver disponível para download. 

 

Também é possível transferir alguns dados para o Google Photos, Dropbox e outros serviços de armazenamento. No Face ou no Insta, acesse a Central de contas Meta > Suas informações e permissões > Transferir uma cópia de suas informações, selecione a conta desejada, os arquivos que quer transferir e o respectivo destino. 


Por último, mas não menos importante: trocar o WhatsApp pelo Telegram ou pelo Signal pode ser interessante, desde que você consiga convencer seus contatos a fazerem o mesmo. Caso resolva continuar com os apps da Meta, restrinja as informações que a plataforma coleta/divulga.

segunda-feira, 7 de julho de 2025

DE VOLTA ÀS VIAGENS NO TEMPO — 35ª PARTE

TUDO QUE RESPIRA TAMBÉM CONSPIRA.

Embora nasça das experiências humanas e influencie a maneira como percebemos a realidade, a arte inspira mudanças culturais e antecipa avanços científicos. Parafraseando Oscar Wilde, "a vida imita a arte", mas a recíproca também é verdadeira.

 

No livro Da Terra à Lua (1865), Júlio Verne descreveu em detalhes a proeza que a Apollo 11 realizaria dali a 104 anos, errando por poucas milhas o local de lançamento do Saturno V. O filme Star Trek (1964) previu celulares e impressoras 3D, e o profético desenho animado Os Jetsons (1962) antecipou de videochamadas e aspiradores de pó inteligentes a carros voadores e mochilas a jato.


CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA


Lula venceu o pleito de 2022 graças a uma minoria de eleitores (1,8% do total de votos válidos) que queria mandar Bolsonaro para o diabo que o carregue. Agora, com a popularidade em patamares abissais, em paz armada com o Congresso e na bica de uma campanha que promete ser dura de roer, o macróbio não pode se dar ao luxo de rifar o voto dos "isentões". 

A guinada à esquerda e a ressurreição do slogan "nós contra eles" que animou a patuleia nas redes e levou a militância às ruas pode afugentar a minoria conservadora do eleitorado, que, por absoluta falta de opção, guindou o ex-presidiário ao Planalto pela terceira vez, e o fato de o capetão ter sido expulso de campo não significa que a extrema-direita não tenha alternativas tão imprestáveis quanto ele e dispostas a trocar seu apoio pela promessa de anistiá-lo em caso de vitória. 

Triste Brasil.

 

Filmes como De Volta para o Futuro (1985), Se Eu Não Tivesse Te Conhecido (2018) e Questão de Tempo (2013) nos levam a especular não se, mas quando o fruto mais cobiçado da árvore da relatividade será colhido. São inúmeros os obstáculos a superar, mas não custa lembrar que, no final dos anos 1990, o Concorde fazia em menos de três horas o que a esquadra de Cabral levou 44 dias para fazer. 

 

Tudo somado e subtraído, viajar no tempo pode ser... uma questão de tempo. E a chave pode estar nas hipotéticas cordas cósmicas — fios invisíveis ao olho nu, mas com massa equivalente à de milhares de estrelas e formatos variados, de tubos que se estendem ao infinito a laços fechados sobre si mesmos. 


teoria das cordas sugere que as partículas fundamentais do universo são cordas vibrantes que surgiram durante as transições cósmicas ocorridas nas primeiras fases do universo. Movendo-se a velocidades próximas à da luz, essas cordas cósmicas poderiam criar um loop no espaço-tempo que abriria uma passagem para o passado ou o futuro. No entanto, estudos recentes indicam que elas podem ser menos densas do que se pensava — e ainda mais difíceis de identificar. Uma alternativa seria observar o fenômeno de microlente gravitacional em estrelas individuais: ao passar diante de uma estrela, uma corda cósmica dobraria temporariamente seu brilho, criando pistas para sua identificação e ajudando a desvendar como viajar no tempo sem criar paradoxos.

 

Novas pesquisas sobre os loops temporais sugerem que as leis da mecânica quântica impõem uma autoconsistência capaz de anular incongruências como o famoso "paradoxo do avô", e estudos recentes indicam que a entropia dentro de um loop temporal pode se resetar ao estado original, permitindo que o tempo se inverta dentro do ciclo. Mas os buracos negros continuam sendo os candidatos mais promissores para a distorção temporal. Regiões próximas a esses corpos celestes podem criar efeitos de dilatação temporal extremos, e um viajante espacial que orbitasse um buraco negro supermassivo experimentaria o tempo de forma diferente de alguém longe dessa influência gravitacional. 


Isso pode parecer roteiro de filme de ficção científica, mas Einstein ensinou que o impossível só é impossível até que alguém duvide e prove o contrário; Carl Sagan, que ausência de evidência não é evidência de ausência; e Arthur C. Clarke, que desafiar limites é o único caminho para superá-los. Se a ficção já previu tantas revoluções, pode ser apenas uma questão de tempo até que uma descoberta que nos leve não só mais longe, mas também para trás e para frente no tempo.


Continua...