sexta-feira, 18 de julho de 2025

MAIS MITOS SOBRE CELULARES, BATERIAS E RECARGAS

A LEALDADE É CONSEQUÊNCIA DA LIDERANÇA, E A LIDERANÇA, CONSEQUÊNCIA DA COMPETÊNCIA.

São vários e diversos os mitos antigos que continuam circulando por aí como se fossem a última palavra em tecnologia, embora sua validade tenha vencido há anos — ou décadas. No post anterior, mencionei algumas dicas que faziam sentido na era das baterias de níquel-cádmio dos dumbphones, mas hoje são inócuas — quando não prejudiciais — diante das baterias de íons ou polímeros de lítio presentes na maioria dos smartphones modernos.

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O acordo de colaboração homologado por Alexandre de Moraes em 2023 previa que Mauro Cid obteria o "perdão judicial" ou uma pena mixuruca de dois anos de prisão, em regime inicialmente aberto. Entretanto, à medida que as apurações avançavam, a PF se deu conta de que o ex-ajudante de ordens dava informações a conta-gotas, e só gotejava quando era espremido pela descoberta de suas omissões e contradições.

Nas alegações finais, Gonet tratou Cid como um delator contraditório, omisso e seletivo. Trocou o "perdão judicial" por uma eventual premiação fixada em "patamar mínimo" — diminuição de apenas um terço da pena. Na ponta do lápis, os cinco crimes atribuídos ao ex-ajudante de ordens do ex-presidente golpista podem resultar numa pena máxima de 43 anos de prisão. Aplicando-se o prêmio no  patamar sugerido por Gonet, o castigo cairia para algo como 29 anos. Se isso se confirmar, além de ir em cana, o tenente-coronel seria expulso do Exército.

Durante uma sessão da primeira turma do STF, o ministro Luz Fux resumiu a ópera: "Nove delações representam nenhuma delação". Cármen Lúcia e Cristiano Zanin também acenaram com a perspectiva de rebaixar a premiação de Cid — que, podendo elevar a própria estatura, preferiu encolher o próprio prêmio.

Quanto maior a amperagem da bateria — expressa em miliampere-hora (mAh) —, maior tende a ser sua autonomia. No entanto, o consumo energético do aparelho varia conforme as exigências do hardware, as configurações do sistema, a quantidade de aplicativos instalados e o modo como eles são utilizados. Se duas pessoas têm celulares idênticos, mas uma é heavy user e a outra só usa o aparelho para chamadas de voz, a bateria desta pode durar dois ou três dias, enquanto a daquela pode precisar de recarga duas vezes por dia.

 

Outro mito comum é a alegada segurança provida pela navegação anônima (in private). Embora esse modo evite o registro local do histórico, cookies e dados de formulários, os sites acessados, o navegador (e suas extensões), o provedor de internet, o administrador da rede (se houver) e sistemas de publicidade e rastreamento ainda conseguem identificar o usuário. Anonimato de verdade, como manda o figurino, só mesmo com o uso de ferramentas como o uso do Tor Browser ou de VPNs, que criptografam os dados e ocultam o IP dos sites acessados.

 

Assim como a frequência de operação não é o único fator que define o desempenho de um processador — um PC com CPU modesta e bastante RAM pode ser mais ágil que outro com processador de ponta e pouca memória —, a quantidade de megapixels não é sinônimo de qualidade fotográfica, pois ela depende também do tamanho do sensor, da abertura da lente, do processamento de imagem e até das condições de iluminação no momento do clique.

 

Com sua base de usuários gigantesca, o Windows virou alvo preferencial de vírus, crackers e cibercriminosos em geral. Despeitados, linuxistas e macmaníacos apelidaram o sistema da Microsoft de “ruíndows”, “peneira” e “colcha de retalhos”, e chegaram a chamar a versão NT de "nice try" (boa tentativa). Mas acreditar que os sistemas da Apple são muralhas intransponíveis é o mesmo que acreditar que Lula é a alma viva mais honesta do Brasil e Bolsonaro, um ex-presidente de mostruário que vem sendo perseguido injustamente por "Xandão" e seus pares togados.

 

Observação: Nos sistemas da Apple, os apps são executados em sandboxes — ambientes isolados que limitam a interação entre apps, dificultando ações maliciosas. Mas essa proteção também impede que antivírus tradicionais funcionem como deveriam, já que não conseguem monitorar o comportamento dos outros apps. A Apple não recomenda soluções de terceiros, mas é prudente usar ferramentas com funções antiphishing e antirrastreamento.

 

Ver todas as barrinhas de sinal cheias dá a impressão de que a internet vai voar baixo, mas esse ícone indica apenas a força do sinal da operadora. A qualidade da conexão móvel (3G/4G/5G) depende de vários fatores, tais como o congestionamento da rede, a distância da torre próxima, eventuais interferências e até o plano contratado com a operadora.

 

Na teoria, fechar aplicativos em segundo plano economiza bateria e melhora o desempenho do celular. Na prática, o efeito pode ser o oposto. Tanto o iOS como o Android são projetados para gerenciar os apps de forma inteligente. Se você forçar o encerramento constante, o sistema terá de reabrir tudo do zero — o que consome ainda mais energia. A não ser que um app esteja travado ou consumindo recursos demais, o melhor é deixar o gerenciamento por conta do sistema.

quinta-feira, 17 de julho de 2025

O PRESIDENCIALISMO DE COOPTAÇÃO

POLÍTICOS SÃO COMO AMANTES ARGENTINAS; QUANTO MAIS CEDEMOS A ELES, MAIS ELES TOMAM DE NÓS. 


Durante o Gilmarpalooza, Flávio Dino fez uma longa explanação sobre a crise institucional e culpou o presidencialismo de coalizão, mas citou diretamente apenas um presidente. Ao tratar da questão do IOF, afirmou que, apesar de rasa e simplória, a controvérsia foi elevada a um tema constitucional de altíssima indagação devido a fatores que escapam à alçada do STF. Perguntado sobre as emendas parlamentares, atribuiu os problemas à desestruturação do presidencialismo de coalizão. Confrontado com o fato de o STF ter considerado constitucionais as emendas impositivas, reconheceu tratar-se de uma dificuldade adicional para a corte. 


Dino mencionou diretamente o governo Collor e indiretamente o de Bolsonaro, mas evitou tecer críticas a Lula, que é apontado pelo cientista político Carlos Pereira como responsável direto pela crise atual. Já o sociólogo Celso Rocha de Barros, em artigo na Folha, seguiu a cartilha lulista, culpando diretamente o Congresso. Mas o buraco é bem mais embaixo.

 

A distorção institucional começou em 1997, quando o então presidente Fernando Henrique alterou as regras do jogo para permitir a própria reeleição. Em 2010, seguindo a cartilha de Vladmir Putin, Lula articulou a eleição de um "poste" para manter aquecida a poltrona que ele pretendia voltar a ocupar quatro anos depois. Mas o "poste" não entendeu (ou não topou) encenar o espetáculo escrito pelo criador, acabou expurgada. E assim teve início o descolamento entre Executivo e Legislativo que culminou no orçamento secreto sob Bolsonaro. 

 

O mesmo Supremo que ora se propõe a mediar a crise entre Executivo e Judiciário anulou as condenações de Lula na Lava-Jato — como fez em outras grandes investigações que ousaram envolver políticos relevantes — e o trouxe de volta por linhas tortas ao Palácio do Planalto, onde ele tenta limpar a própria biografia a qualquer custo — já que a conta será paga pelos contribuintes brasileiros — e disputar um quarto mandato.

 

Com raras e honrosas exceções, os semideuses supremos mantêm laços estreitos com os presidentes que os indicaram, participam de jantares com parlamentares, comentam publicamente processos que eles próprios julgarão, interferem em questões legislativas e têm passados que contaminam seus votos. Dino foi indicado por Lula como ministro com a cabeça política, e Barroso, presidente de turno da corte, caiu na armadilha de declarar publicamente que nós derrotamos o bolsonarismo.

 

Isso nos leva a questionar a capacidade do STF para mediar disputas políticas que seus membros ajudaram a criar fazendo o que eles agora apresentam como solução: interferir no jogo político. O fim da reeleição vem sendo vendido como panaceia para todos os males do nosso sistema político, mas Aristóteles já dizia que um bom governo depende da virtude do governante.

 

Dilma governou sem existir politicamente até ser expelida pelo sistema; Bolsonaro foi a alternativa para os eleitores que não queriam o país governado por um presidiário que nunca esteve à altura do cargo e, como desgraça pouca é bobagem, hoje governa com os olhos no retrovisor, uma agenda personalíssima e um discurso falacioso, como evidenciam seu posicionamento sobre as guerras na Ucrânia, em Gaza e no Irã, e o velho e batido ramerrão dos ricos contra pobres.

 

O mandato-tampão de Michel Temer começou como um sopro de ar fresco numa catacumba e tinha tudo para avançar nas reformas estruturais, mas seu prometido ministério de notáveis se revelou uma notável confraria de corruptos — sem falar na conversa de alcova com Joesley Batista. Ainda assim, ficou claro que, mesmo falho e capenga, o sistema político brasileiro pode funcionar, desde que não seja sabotado por dentro — como disse Churchill, a democracia é a pior forma de governo, excetuando-se todas as demais já experimentadas.

 

O presidencialismo exige um chefe do governo à altura do cargo — ou, no mínimo, com respaldo popular e capacidade de governar. O Brasil só teve isso por breves momentos e por acaso. Discutir a implementação do parlamentarismo —  ou de um semipresidencialismo, como se tem cogitado — pode ser útil, mas tudo dependerá de como os que comandam o sistema se comportarão.


Com Rodolfo Borges e revista Crusoé 

quarta-feira, 16 de julho de 2025

MAIS SUTILEZAS DO GMAIL

A VERDADE DEVE SER DITA APENAS A QUEM ESTÁ DISPOSTO A OUVI-LA.

Se você usa o Gmail com frequência, marcar todos os e-mails como lidos permite gerenciar melhor o que é prioridade e remover notificações incômodas de mensagens antigas. 

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Antes tarde do que nunca: nesta segunda-feira, em alegações finais de 517 páginas, Paulo Gonet pediu que Bolsonaro e outros sete réus sejam declarados culpados por tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa armada, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União, e deterioração de patrimônio tombado — as penas máximas e agravantes podem somar 43 anos de prisão. 

A defesa de Mauro Cid tem 15 dias para se manifestar. Depois, o mesmo prazo será aberto para os demais réus. Encerrados esses prazos, a corte irá marcar a data do julgamento. O ministro André Mendonça deve negar o pedido dos advogados de Felipe Martins para interromper as investigações da tentativa de golpe — o pedido deveria ter sido feito à Primeira Turma, onde corre o processo, além do que, segundo a jurisprudência, um ministro não pode anular monocraticamente uma decisão de outro — no caso, o relator Alexandre de Moraes.

Desde que o ex-ajudante de ordens do capetão começou a colaborar com a PF, uma pergunta tornou-se complemento inevitável de todos os desdobramentos da investigação: Quando será o indiciamento? Quando os comandantes do Exército e da Aeronáutica revelaram em depoimentos que se negaram a avalizar o golpe, a interrogação foi atualizada: Quando Bolsonaro será denunciado? Quando o STF colocou o alto comando do golpe no banco dos réus, surgiu nova indagação: Quando será condenado? Depois das alegações finais da PGR, a grande dúvida nacional passou a ser a seguinte: Será que Bolsonaro vai fugir?

Quando se começou a duvidar de Bolsonaro, é porque já não havia a menor dúvida. Em novembro de 2020, quando a Covid já havia matado mais de 160 mil brasileiros, Bolsonaro disse: "Todos nós vamos morrer um dia. [...] Tem que deixar de ser um país de maricas". Hoje, sabendo-se indefensável, o dito-cujo roça as grades pedindo ao Congresso que o anistie de um golpe que diz não ter tramado. Espera-se que receba o título de presidiário como homem. Um pedido de prisão domiciliar não faria jus a sua fama de "imbrochável", mas seria menos constrangedor do que uma fuga para a Embaixada dos Estados Unidos.z 


No computador:
 
1) Abra o Gmail em seu navegador e, na tela inicial, marque a caixinha no canto superior esquerdo (oriente-se pela ilustração desta postagem); 


2) Clique em Selecionar todas as [número] conversas em Principal;


3) Clique na opção Marcar como lida (ícone de carta aberta) no menu superior.

 
A versão do Gmail para smartphone não permite selecionar todos os emails da caixa de entrada, já que existe uma limitação de até 50 conteúdos. Assim:
 
1) Na tela inicial do app, toque e segure em uma mensagem não lida;


2) Marque a caixa Selecionar tudo;


3) Toque em Marcar como lida (ícone de carta aberta) no canto superior direito.

terça-feira, 15 de julho de 2025

SMARTPHONE — DESEMPENHO E AUTONOMIA DA BATERIA

PODERÍAMOS SER MELHORES SE NÃO QUISÉSSEMOS SER TÃO BONS.

O computador não faz o que o usuário quer, mas o que usuário manda, e seu componente mais problemático costuma ser "aquela pecinha que fica entre a cadeira e o monitor". Smartphones são mais fáceis de usar que desktops e notebooks, mas isso não significa que sejam 100% idiot-proof nem que a maioria dos problemas que os acomete não seja causada pelos próprios usuários.

 

Observação: Por utilizarem memórias voláteis, dispositivos computacionais precisam de um refresh para prevenir (ou resolver) problemas de lentidão ou travamento. Ainda que possa permanecer ligado por mais tempo que sues " irmãos maiores", o smartphone não foge à regra. No entanto, recarregar a bateria com o aparelho desligado não só economiza tempo como desobriga o usuário de reiniciar o aparelho a cada dois ou três dias para esgotar totalmente as reservas de energia e esvaziar a RAM.

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A briga entre os Poderes se tornou uma luta insana, mas o que mais impressiona é a incapacidade das partes de avançar rumo a um consenso estratégico, com foco não nas eleições do ano que vem, e sim no interesses maiores do país. 
Para piorar, caiu no colo do STF a função de conciliar e criar consenso, embora a corte não tenha sido criada para funcionar como "poder moderador". Como diz o ditado, em casa onde falta o pão, todos brigam e ninguém tem razão. 
No caso do Brasil, a falta é de foco nos interesses nacionais, e se deve, em grande medida, à falta de lideranças — não só, mas principalmente na política.
Não é surpresa que um presidente impopular — que, desde a posse, se dedicou a arrecadar para atender à expansão dos gastos que se recusa a cortar — vista a fantasia de justiça tributária. No entanto, além de não resolver nossos problemas, a briga pelo poder sem foco leva à perda de oportunidades abertas pela bagunça geopolítica no âmbito internacional.

O que era um símbolo de status nos anos 1990 tornou-se um artigo de primeira necessidade, e a dependência do celular é tamanha, atualmente, que o termo nomofobia foi cunhado para definir a ansiedade patológica que acomete algumas pessoas quando elas são privadas de usar seus dispositivos (segundo a Forbes, aproximadamente 21% da população mundial adulta sofre de nomofobia grave e cerca de 71% têm nomofobia moderada). 
 
Mesmo quem não padece desse transtorno precisa de autonomia, daí a capacidade da bateria ter se tornado um parâmetro tão importante quanto o poder de processamento, a quantidade de RAM e o tamanho do armazenamento interno. Os dumbphones de antigamente consumiam pouca energia porque suas funções eram básicas, mas os smartphones rodam aplicativos pesados, mantêm conexões ativas o tempo todo e têm telas grandes e brilhantes, de modo que convém escolher um modelo com bateria de pelo menos 5.000 mAh.
 
Observação: O intervalo entre as recargas não depende apenas da capacidade da bateria, mas também de como o aparelho é usado. Mesmo com uma bateria de 6.000 mAh um usuário acostumado a jogar, assistir a vídeos, navegar em redes sociais e usar o GPS terá de fazer um pit stop entre as recargas completas.
 
As baterias são projetadas para suportar de 300 a 500 ciclos completos de carga (usar 50% da bateria em um dia, carregá-la até 100%, usar outros 50% no dia seguinte e tornar a carregá-la também conta como um ciclo completo), o que representa uma vida útil de 3 a 5 anos. Por outro lado, a maioria de nós troca o aparelho bem antes disso, de modo que essa vida útil costuma ser mais que suficiente.
 
Smartphones de entrada de linha com 4 GB de RAM e 32 GB de armazenamento interno devem ser evitados. Se não puder investir num modelo com 8 GB e 256GB (ou 12 GB e 512 GB), compre um aparelho de pelo menos 64 GB e amplie esse espaço com um cartão de modelo, capacidade e classe de velocidade compatíveis, lembrando que iPhones e a maioria dos celulares Android "premium" não aceitam cartão.
 
É importante utilizar carregadores e cabos originais (ou homologados pelo fabricante do celular), não expor o smartphone a altas temperaturas e condições ambientais adversas e recarregar a bateria antes que o aparelho desligue automaticamente (o ideal é manter a bateria com 40% ~ 80% de carga). A maioria dos modelos atuais suporta o carregamento rápido, e com o carregador adequado — que geralmente é vendido separadamente — 15 minutos na tomada bastam para meia carga e cerca de 1 hora para carga total.
 
Smartphones da marca Honor com baterias de silício-carbono oferecem até 3 dias de autonomia e mantém a capacidade máxima de carga mesmo depois três anos de uso. O Honor Magic 7 Lite vem com uma bateria de 6.600 mAh que, com 2% de carga, permite até 1 hora de conversa por voz, ou 20 minutos de streaming de vídeo, ou 30 minutos de navegação em redes sociais.
 
Se seu telefone não passa um dia inteiro longe da tomada, considere a aquisição de um carregador “automotivo”, mas evite produtos genéricos, como os que são vendidos por ambulantes e marreteiros. Por serem de baixa qualidade, eles podem danificar a bateria, o telefone e até mesmo o circuito elétrico do veículo, sobretudo se forem ligados ao mesmo tempo que o ar-condicionado, o desembaçador do vigia traseiro ou outro acessório que possa causar um pico de tensão.
 
Vale também reduzir o brilho da tela e o tempo de "timeout" e ativar os modos escuro e de economia de energia, desativar o disparo automático do flash, a sincronização automática de fotos e vídeos, as conexões sem fio, o serviço de GPS e os alertas sonoros/vibratórios. Em trânsito, desative o Wi-Fi e ative os dados móveis, e só ligue o Bluetooth quando for realmente necessário. 
 
Evite armazenar muitos arquivos multimídia e instalar apps desnecessários — mesmo os programas úteis devem ser impedidos de permanecer rodando em segundo plano sem necessidade. Execute o CCleaner (ou equivalente) duas ou três vezes por mês e use o Z-Device Test ou o Phone Doctor para identificar e reparar problemas sem precisar restaurar as configurações de fábrica.
 
Jamais tente remendar uma tela trincada ou rachada. Para prevenir acidentes, proteja o display com uma película de cerâmica, hidrogel ou vidro temperado e o celular com um capinha TPU, de silicone ou acrílica — elas custam mais que as vendidas nos camelódromos, mas bem menos que a troca do display ou um aparelho novo.

segunda-feira, 14 de julho de 2025

DE VOLTA ÀS VIAGENS NO TEMPO — 36ª PARTE

FARE E DISFARE È TUTTO UN LAVORARE.

Diversas teorias foram tidas como verdades absolutas até serem colocadas em xeque por novas evidências. O geocentrismo, por exemplo, foi aceito durante séculos, até que Copérnico, Galileu e outros polímatas demonstraram que é a Terra que gira em torno do Sol, e não o contrário. 

 

Outro caso emblemático é o da gravidade, que Newton descreveu como uma força de atração direta, mas que Einstein reescreveu como a curvatura do espaço-tempo provocada por objetos massivos — uma deformação que afeta o movimento de outros corpos, incluindo a luz, e influencia até mesmo a passagem do tempo.


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O inimigo do nosso inimigo não é necessariamente nosso amigo — mas pode, sim, ser um aliado valioso. Por outro lado, interesses em comum costumam gerar disputas quando deixam de convergir. Quando isso ocorre, o resultado costuma ser cizânia.

Tarcísio de Freitas, eleito governador de São Paulo com as bênçãos e o apoio de Jair Bolsonaro, meteu-se numa briga com Eduardo Bolsonaro (vulgo "Bananinha") por conta de uma decisão estapafúrdia de Donald Trump: sobretaxar em 50% as exportações brasileiras.

Após tratar o tiro da calopsita alaranjada como uma vitória do capetão, Tarcísio — tentando temperar seu bolsonarismo com algum resquício de racionalidade em defesa dos interesses do PIB paulista — postou nas redes que "é preciso negociar", com base em "dados e argumentos consolidados". E, como se não bastasse, apresentou a ministros do STF uma proposta pra lá de indecorosa: autorizar o "mito" a ir aos EUA negociar diretamente com o "mico".

Em postagem malcriada, Zero Três cravou: "Qualquer tentativa de acordo sem um primeiro passo do regime em direção a uma democracia será interpretado como mais um acordo Caracu." Nessa versão, Tarcísio entraria no acerto com a cara — e Bolsonaro, com o resto.

Como bem sintetizou Josias de Souza: "Acreditava-se que a autofagia fosse uma doença da esquerda. Mas a fome com que o afilhado e o filho disputam os despojos de Bolsonaro — num caso clássico de briga de antropófago com canibal — revela que a direita pode morrer de indigestão antes mesmo de escolher um candidato ao Planalto."


Einstein também postulou que existem, no Universo, três dimensões espaciais e uma temporal, e que espaço e tempo formam uma estrutura única e indissociável: o espaço-tempo. No entanto, a despeito de ter resistido a todos os ataques sofridos ao longo dos últimos cem anos, a Teoria da Relatividade não é capaz de conciliar a gravidade com a Mecânica Quântica num mesmo modelo

 

A Teoria M — que unifica cinco versões anteriores da Teoria das Cordas — propõe que o Universo se desenrola em dez dimensões espaciais e uma temporal. As sete dimensões adicionais estariam compactificadas em escalas da ordem do comprimento de Planck, e sua detecção exigiria uma quantidade absurda de energia. 

 

Mas a pergunta que se coloca é: será que existe um multiverso, com um universo paralelo em que haja um sistema solar como o nosso, com um planeta como o nosso, onde vivem versões alternativas de cada um de nós? A resposta, como costuma acontecer com perguntas desse tipo, é: "depende" — nesse caso específico, depende daquilo que entendemos por "dimensões".

 

Em um mundo com apenas duas dimensões espaciais, a realidade seria como uma folha de papel: haveria apenas largura e comprimento, mas nenhuma noção de altura. Se colocássemos uma caixa tridimensional nesse mundo hipotético, seus habitantes, confinados à bidimensionalidade, não compreenderiam a natureza do objeto, pois perceberiam apenas um quadrado surgindo do nada. 

 

Do mesmo modo, nós não conseguimos acessar diretamente dimensões além das nossas três espaciais (supondo que elas existam), embora seja possível inferir sua presença indiretamente, por meio de medições sofisticadas das energias e forças que atuam em nossa própria dimensão.

 

Esse exemplo ajuda a ilustrar a dificuldade de conceber realidades que transcendam nossa experiência direta. Se, para os habitantes bidimensionais, a terceira dimensão seria inconcebível, o que dizer de nós, confrontados com a hipótese de sete dimensões espaciais adicionais, como propõe a Teoria M?

 

De acordo com essa proposta, as dimensões extras não são amplas e extensas como as que conhecemos, mas compactificadas, enroladas sobre si mesmas em escalas microscópicas, da ordem do comprimento de Planck (10-33 cm). Para entender melhor, imagine uma mangueira: à distância, ela parece unidimensional, como uma linha; de perto, nota-se a existência de uma dimensão extra — a circunferência. Assim, mesmo que não possamos perceber diretamente essas dimensões ocultas, elas podem deixar marcas sutis no comportamento das partículas e das forças fundamentais.

 

Alguns físicos especulam que a relativa fraqueza da gravidade (quando comparada com as outras forças da natureza) poderia ser explicada por sua dispersão através dessas dimensões adicionais. Enquanto o eletromagnetismo e as forças nucleares estariam confinados ao nosso espaço tridimensional, a gravidade poderia "vazar" para as dimensões extras, diluindo-se e, por isso, se tornando mais fraca.

 

Claro que tudo isso está no campo da especulação, apoiado em modelos matemáticos elegantes, mas que carecem de evidências experimentais conclusivas. Detectar essas dimensões requereria energias muito superiores às que conseguimos gerar atualmente — talvez ordens de grandeza além das alcançadas pelo mais potente dos aceleradores de partículas — o Large Hadron Collider. 

 

Talvez por isso a teoria do "multiverso" ainda é vista como pseudociência, embora o cosmos seja gigantesco e esteja em permanente expansão. Segundo a teoria da cosmologia inflacionária, a inflação cósmica poderia ter criado uma constelação de universos-bolha, com propriedades semelhantes ou diferentes das dos nosso, mas que não podemos observar diretamente. Já a Interpretação dos Muitos-Mundos descreve matematicamente o comportamento da matéria e prevê a presença de linhas de tempo ramificadas (ou realidades alternativas) onde as decisões que tomamos se desenrolam de maneiras diferentes e produzem resultados distintos. 

 

ObservaçãoNem todas as teorias que tratam de outros universos sugerem a existência de versões de nós mesmos, até porque as propostas surgem de diferentes correntes científicas, mas todas apontam para a existência de um multiverso. 

Na visão míope dos céticos, a teoria do multiverso não é empiricamente testável, já que, por definição, os universos paralelos seriam independentes do nosso e impossíveis de acessar. Mas o fato de ainda não termos descoberto o teste certo não significa que não possamos descobri-lo mais adiante. Ademais, formular teorias sobre realidades que escapam à nossa experiência direta já diz muito sobre a capacidade humana de extrapolar, modelar e imaginar. 

Ainda não existem evidências de uma dimensão espacial extra do tamanho das três que já conhecemos, mas não há nada como o tempo para passar — e a curiosidade humana para avançar. Resta saber se um dia conseguiremos não apenas inferir, mas efetivamente perceber e explorar essas dimensões ocultas, ou se permaneceremos, como os habitantes do mundo bidimensional, aprisionados ao conforto da nossa ignorância. Até porque o verdadeiro limite talvez não esteja na estrutura do universo, mas na ousadia de quem se atreve a desvendá-la.

 

Continua...

domingo, 13 de julho de 2025

CROQUETES DE CARNE

OS MELHORES PRESENTES QUE A VIDA NOS DÁ SÃO AS LEMBRANÇAS, E  OS PIORES SÃO AS SAUDADES.

 

No último domingo, vimos como fazer baurus iguais aos que eu comia na Leiteria Lírico, nos idos anos 1980. Hoje, a bola da vez são os croquetes de carne — os servidos lá eram dourados por fora, úmidos por dentro... enfim, deliciosos. 


Esse petisco surgiu na França e se popularizou no Brasil com diversas variações de recheio, mas o de carne moída se destaca por ser uma maneira de reaproveitar sobras de carne (como ensinou Lavoisier, o bife que sobra vira picadinho, e o picadinho que sobra, croquete de carne). Além de ser uma receita econômica, o preparo é simples, e você pode servir como tira-gosto, acompanhado de caipirinha, cerveja, vodca-tônica, uísque, etc.


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Magalhães Pinto ensinou que política é como as nuvens: a gente olha e elas estão de um jeito; olha de novo, e já mudaram. Acompanhar essas mudanças é como trocar o pneu com o carro em movimento — e, graças à polarização, o que já era ruim conseguiu piorar.
Einstein dizia que duas coisas são infinitas: o Universo e a estupidez humana. A prova cabal desse axioma é o eleitorado tupiniquim repetir, a cada eleição, o que Pandora fez uma única vez. Em 2018, a desgraça que escapou da caixa se chamava Jair Bolsonaro — eleito para evitar que o país fosse presidido por um presidiário. Em 2022, elegeu-se o mesmo presidiário retrocitado (então libertado, descondenado e reabilitado politicamente), numa espécie de desforra surreal: o mal menor era livrar-se da perpetuação do estrupício golpista no poder. E como nada é tão ruim que não possa piorar, a polarização promete novo embate em 2026 entre a esquerda lulopetista e a direita bolsonarista. 
Bolsonaro está inelegível e na bica de ser sentenciado por tentativa de golpe de Estado, mas “Micheque”, “Dudu Bananinha” e Tarcísio de Freitas disputam a "honra" de lhe servir de bonifrate — a exemplo do que Haddad fez por Lula em 2018. Lula, mesmo combalido pela idade, pela saúde e pelos maiores índices de rejeição de sua trajetória, não abre mão de disputar um quarto mandato, e para isso está disposto a aumentar ainda mais o déficit público — o maior da história republicana desta banânia — com seus pacotes de bondades populistas e eleitoreiras. 
Há duas semanas, havia no palácio um presidente enfraquecido à procura de um discurso. Mas quem tem padrinho não morre pagão — mesmo que o padrinho seja vermelho, tenha chifres, cascos e rabo em ponta de seta. Lula foi agraciado pelos adversários com dois inimigos que teria pedido a Deus, se porventura acreditasse em Deus — os bilionários e o Tio Sam — e retirou da mochila duas ferramentas velhas de guerra: a luta de classes e o nacionalismo. 
Se virasse roteiro de cinema, a conjuntura das últimas semanas renderia uma tragicomédia. Deve doer nos operadores da oposição bolsonarista perceber que comprometem a cena ao fazer o papel de vassalos desastrados, num enredo confuso em que o protagonista é um gorila cor de laranja, o coadjuvante é um capitão golpista — e o epílogo é a cadeia.

Você vai precisar de:

 

1) 1 kg de patinho ou coxão-mole; 

2) 2 batatas médias;

3) 1 colher (sopa) de manteiga; 

4) 3 dentes de alho picados; 

5) 1 cebola média picada ou ralada; 

6) ½ pimentão médio picado (sem as sementes);

7) ½ xícara de farinha de trigo e o mesmo tanto de farinha de rosca; 

8) 1 xícara de leite; 

9) 2 ovos (clara e gema); 

10) Um pacote (100 g) de queijo parmesão ralado; 

11) Sal, pimenta do reino, cheiro verde e molho inglês a gosto.

Se não sobrou nada do churrasco de domingo, limpe um pedaço de patinho ou coxão-mole, cozinhe na pressão junto com as batatas, deixe esfriar e passe tudo pelo processador (ou duas vezes por moedor convencional).

 

Aqueça a manteiga numa panela de tamanho adequado, coloque a carne e as batatas já processadas ou moídas e, sempre mexendo com uma colher de pau, acrescente os ovos, o alho, a cebola, o cheiro-verde, o pimentão, o queijo ralado e os demais temperos, a farinha dissolvida no leite, e continue mexendo. 

 

Quando a massa ficar bem homogênea, desligue o fogo, deixar esfriar, unte as mãos com um pouco de óleo, enrole os croquetes (o tamanho fica a seu critério), passe-os na farinha de trigo, depois numa mistura de ovo batido e água e então na farinha de rosca. Separe a quantidade que for você consumir, coloque os que sobrarem num pote (tipo Tupperware) com tampa e guarde na geladeira por até 3 dias ou no congelador por até 3 meses (proceda da mesma maneira se sobrarem croquetes fritos, e use o forno, o micro-ondas ou a airfryer para reaquecer).

 

Esquente bem o óleo numa panela ou frigideira do borda alta (mergulhe um palito de fósforo no óleo; quando ele acender, é porque está no ponto) e frite os croquetes em pequenas quantidades, de modo a evitar que o óleo esfrie e encharque a fritura. Quando estiverem dourados, transfira-os para uma travessa forrada com toalhas de papel, deixe absorver o excesso de gordura e sirva.

 

Dicas: Se preferir, asse os croquetes no forno preaquecido a 200°C por 20 a 30 minutos (de acordo com a potência do seu forno). Para que eles fiquem mais crocantes, deixe-os na geladeira por pelo menos uma hora antes de fritar. Para deixar o recheio ainda mais saboroso, coloque um pedaço de muçarela ou gorgonzola dentro de cada croquete (ou de alguns croquetes, ao gosto do freguês).


Bom proveito.