SE A VELHICE É UMA DOENÇA, ENTÃO A MORTE É A CURA.
Com sua famosa equação E = mc², o maior físico do século XX — senão de todos os tempos — facilitou o entendimento de conceitos como fusão e fissão nuclear.
Curiosamente, o mesmo princípio que deu azo ao desenvolvimento das bombas atômicas que destruíram as cidades de Hiroshima e Nagasaki — fato determinante para o fim da Segunda Guerra Mundial — pavimentou o caminho para as usinas nucleares, que hoje respondem por uma parcela significativa da eletricidade gerada no mundo.
CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA
Para governantes, pressão leva à pressa, e pressa apressa resultados. Em guerra contra o relógio, Lula pressiona sua equipe para acelerar a devolução dos bilhões roubados dos aposentados e pensionistas do INSS. Nesta semana, em audiência de conciliação no Supremo, o governo propôs reembolsar as vítimas em lotes quinzenais, a começar em 24 de julho.
Candidatos não dão ponto sem nó. O pretexto de Lula é abreviar o sofrimento das vítimas da rapinagem, a maioria velhinhos pobres, mas o motivo real da pressa é se antecipar ao início da CPI que esmiuçará o escândalo no segundo semestre.
Segundo o Datafolha, 50% dos entrevistados culpam Lula pelas fraudes e 41% culpam Bolsonaro. Na CPI, os aliados de ambos jogarão merda uns nos outros. A diferença é que Bolsonaro é candidato à cadeia, daí a pressa do petista.
Enquanto equacionava sua famosa Teoria de Relatividade Geral, Einstein concluiu que a gravidade fazia o cosmos se contrair ou expandir, contrariando a visão aceita na época de que o Universo era estático. Diante dessa aparente inconsistência, ele inseriu em suas equações uma "constante cosmológica" para neutralizar o impacto da gravidade. Mais adiante, quando surgiram evidências de que o Universo está em expansão, essa constante foi considerada seu maior erro. Posteriormente, porém, descobriu-se que a expansão do Universo está se acelerando, provavelmente devido a uma misteriosa "energia escura" que a tal constante pode ajudar a explicar.
O trabalho de Einstein — incluindo o artigo de 1905 que descreve a luz como composta por ondas e partículas — ajudou a estabelecer as bases para a Mecânica Quântica, que estuda o mundo bizarro e contraintuitivo das minúsculas partículas subatômicas. Diante do famoso paradoxo do Gato de Schrödinger — segundo o qual um gato dentro de uma caixa pode ser considerado simultaneamente vivo e morto até que alguém abra a tampa para verificar —, o físico alemão escreveu para o colega Max Born que "Deus não joga dados".
Em seu artigo de 1935, escrito em pareceria com os cientistas Boris Podolsky e Nathan Rosen, ele argumentou que, se dois objetos em superposição fossem separados após terem sido conectados de alguma forma, a medição de um deles fixaria instantaneamente um valor para o outro — mesmo sem que este fosse observado. Embora concebido como uma refutação da superposição quântica, esse experimento mental abriu caminho para o desenvolvimento de uma ideia que ficaria conhecida como entrelaçamento quântico: a possibilidade de dois objetos se manterem conectados como um só, mesmo separados por grandes distâncias. Isso mostra que Einstein era brilhante até mesmo nas ideias que, à sua época, ele interpretava de forma equivocada.
Seu artigo "Sobre a eletrodinâmica dos corpos em movimento" foi a pedra fundamental da Teoria da Relatividade Especial (ou restrita), que se escora em duas ideias centrais: 1) as leis da física são as mesmas para todos os observadores em movimento uniforme (princípio da relatividade); 2) a velocidade da luz no vácuo é a mesma para todos os observadores, independentemente do seu movimento em relação à fonte de luz. As consequências são contraintuitivas: eventos simultâneos para um observador podem não sê-lo para outro; relógios em movimento medem o tempo mais devagar; objetos ficam mais curtos na direção em que se deslocam; nada no Universo se move mais rápido que a luz; massa e energia são conceitos equivalentes, relacionados pela famosa equação E=mc2.
Se recuarmos no tempo até 1895, veremos que, com base no trabalho do físico holandês Hendrik Lorentz, o matemático francês Henri Poincaré publicou uma primeira formulação do princípio da relatividade: “é impossível determinar o movimento absoluto em relação ao éter; tudo o que podemos medir é o movimento relativo entre dois corpos”. Em 1905 — no mesmo mês em que Einstein submeteu seu artigo para publicação —, Poincaré divulgou um texto de cinco páginas no qual enunciava com clareza esse princípio. No entanto, sua contribuição acabaria esquecida, e Einstein receberia o crédito integral pela nova teoria — que ele generalizaria uma década depois, ao criar a Teoria da Relatividade Geral, incorporando o fenômeno da gravitação.
Em 4 maio de 1925, Einstein escreveu em seu diário: "Chegada ao Rio ao pôr do sol, com clima esplêndido. Em primeiro plano, ilhas de granito de formato fantástico. A umidade produz um efeito misterioso”. Ele já havia estado no Brasil por algumas horas, durante a parada do navio que o levava à capital argentina, em sua incursão de um mês e meio pela América do Sul — que incluiu também uma passagem por Montevideo, no Uruguai. O objetivo da viagem era divulgar e discutir sua recém-verificada Teoria da Relatividade com estudiosos sul-americanos e estreitar laços com as comunidades judaicas e alemãs, em meio à escalada de poder do Partido Nazista.
Einstein passou sete dias no Rio de Janeiro, visitou instituições como a Fundação Oswaldo Cruz, o Museu Nacional e o Observatório Nacional, e fez duas grandes palestras públicas — uma na Academia Brasileira de Ciências e outra no Clube de Engenharia. Embora tenha reconhecido e agradecido pessoalmente o trabalho dos pesquisadores brasileiros, seus relatos íntimos revelam uma visão eurocêntrica sobre o país. Em certos momentos, ele demonstra desapreço pelos interlocutores e chega a "culpar" o clima tropical pelos costumes, que considerava inferiores. Em uma das passagens mais emblemáticas de seu diário, anotou: "Aqui sou uma espécie de elefante branco para eles, e eles são macacos para mim." Em outra, porém, escreveu: "A miscelânea de povos nas ruas é deliciosa: Portugueses, índios, negros e tudo no meio, de modo vegetal e instintivo, dominado pelo calor."
Einstein usou inúmeras vezes o termo "índios" como símbolo de selvageria e inferioridade, mas ficou tão impressionado com o trabalho do general Cândido Rondon, que chegou a recomendá-lo ao Prêmio Nobel da Paz. Por outro lado, suas anotações deixaram clara a ideia de uma suposta superioridade europeia — e também sua impaciência com o costume brasileiro dos grandes discursos elogiosos, que considerava enfadonhos. A última frase que escreveu antes de embarcar de volta para Europa, em 12 de maio, não poderia ser mais clara: "Longos discursos com muito entusiasmo e excessiva adulação, mas sinceros. Graças a Deus acabou. Finalmente livre, mas mais morto que vivo".