terça-feira, 10 de dezembro de 2024

JOGO DE ESPELHOS?

QUANDO VIR UM DESCONFIA DE TRÊS; QUANDO VIR TRÊS, DESCONFIA DE UM.

 

Multiverso, universos paralelos, multidimensões e outras "realidades" que não percebemos a olho nu permeiam histórias em quadrinhos, livros e filmes de ficção científica, mas a possibilidade de tudo isso ser real não pode ser descartada. 

Se durasse tempo suficiente, uma viagem em linha reta até os confins do cosmos levaria a uma galáxia idêntica à Via Láctea, com uma estrela idêntica ao nosso Sol e um planeta igual à Terra, onde viveriam "clones" de cada um de nós. 

CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA

Assim como existe a Covid longa, há a bolsonarice longa. O governador Tarcísio de Freitas demora a notar, mas os efeitos prolongados da infecção bolsonarista que o acomete produzem consequências deletérias para seu governo e sua carreira política. 
Como que para comprovar o dito popular segundo o qual "quem sai aos seus não degenera", a violência policial virou uma espécie de cloroquina do governador que se dizia técnico, mas age na segurança pública como gestor sem comprovação científica, desprezando a lógica e as estatísticas e adotando negacionismo da truculência. 
Ao avalizar as chacinas da PM no Guarujá, no alvorecer da sua gestão, Tarcísio se rendeu à lógica que transforma a prática da bandidagem em política de estado. Achar que governa é o pior tipo de ilusão que pode acometer um governante. Na segurança, Tarcísio passou a ser governado pela banda bárbara da polícia. A imagem do policial militar jogando uma pessoa da ponte revela mais do que o conteúdo do vídeo: na verdade, a PM jogou o governo Tarcísio do alto da ponte, e o estrago é monumental. 
Embora o eleitorado brasileiro esteja dividido, há um miolo da sociedade que não se dispõe a avalizar barbaridades. Embora minoritário, esse contingente é grande o bastante para decidir eleições apertadas. Em 2022, Bolsonaro, padrinho político de Tarcísio, deu de ombros para a minoria silenciosa e foi reprovado nas urnas. Agindo com tem agido, o afilhado queima prematuramente a largada de 2026.

Num Universo infinito, a existência desses clones não é apenas uma possibilidade, mas uma imposição matemática. Isso porque tudo que existe é formado por partículas elementares que se combinam de modo a criar qualquer coisa, de uma massa amorfa de moléculas a um ser vivo. O que entendemos por realidade é apenas um "visual" que o Universo escolheu para o imenso número de partículas que o compõem. 

Um Universo infinito com finitas combinações possíveis de partículas implica a existência de "universos-espelho", com galáxias, planetas e clones de cada um de nós. E como uma quantidade imensa de matéria gera uma força gravitacional igualmente imensa, capaz de curvar esse Universo até deixá-lo esférico, vivemos na superfície de uma gigantesca "bexiga" tridimensional. No entanto, da mesma forma que uma formiga que caminha sobre essa superfície só pode se mover para os lados ou para frente e para trás, mas não "para cima", nós estamos "presos" a uma superfície tridimensional inserida em uma esfera 4D, onde viajar em linha leva inevitavelmente ao ponto de partida — como no jogo Pac-Man, o personagem sai por um lado da tela e reaparece pelo outro em um movimento contínuo. 

Uma vez que a energia escura produz o efeito oposto ao da massa, uma quantidade imensa de energia escura esticaria o Universo em vez de contraí-lo, e essa curvatura negativa lhe daria o formato de uma batata Pringles quadridimensional — o que é ainda mais difícil de imaginar, embora seja válido para os matemáticos. Mas se considerarmos que a quantidade de massa e de energia escura são equivalentes, uma anula a outra, e assim o Universo não seria com uma bexiga nem com uma batata chips em quatro dimensões, mas plano com uma folha de papel. 

Num Universo plano, infinito e ilimitado em qualquer direção, uma viagem em linha reta não terminaria no ponto onde começou, mas numa borda cósmica além da qual não haveria nada ou, o que é mais provável, em infinitos "universos-espelho" com clones da Terra e habitados por clones de cada um de nós. 

Observação: Em 2001, a medição da curvatura do cosmos a partir da radiação cósmica de fundo em micro-ondas deu aos cientistas 100% de certeza de que o Universo é plano. Essa conclusão foi reforçada em 2014 pela Pesquisa Espectroscópica de Oscilação Bariônica, que aferiu a densidade do cosmos com 1% de margem de erro e detectou a existência da quantidade exata de massa necessária para tornar o universo plano.
 
Como o Universo vem se expandindo — ou melhor, as galáxias vêm se afastando umas das outras — desde o Big Bang —, se pudéssemos voltar no tempo veríamos as galáxias se aproximarem umas das outras até se fundirem num Universo cada vez menor, mas ainda assim infinito, e a fusão das galáxias produzir um novo pico de densidade como o que ensejou o Big Bang.

Continua...