sexta-feira, 27 de setembro de 2024

DE VOLTA À EXPANSÃO CÓSMICA

QUEM PROCURA A VERDADE NÃO PODE SE ATER ÀS PRÓPRIAS OPINIÕES.

Quando falamos em Universo, referimo-nos ao universo observável. Quando falamos em anos-luz, referimo-nos à distância que os fótons (partículas de luz) percorrem, no vácuo, ao longo de um ano. 

Considerando que a luz se propaga a 299.792,5 quilômetros por segundo, um ano-luz equivale a cerca de 9,5 trilhões de quilômetros. Considerando que a estrela mais próxima da Terra fica a 4,5 anos-luz, e que a maior velocidade já alcançada por uma sonda espacial foi de 176 km/s, viagens intergalácticas, com a tecnologia de que dispomos atualmente, estão fora de cogitação. 

À luz (sem trocadilho) da idade do Universo e da velocidade da luz, a luz do Big Bang levou quase 14 bilhões de anos para chegar até nós. Mas o cosmos vem se expandindo a uma velocidade superluminal — lembrando que são as galáxias que se afastam umas das outras, e sim a distância entre elas que aumenta, até porque a velocidade da luz é o limite máximo no Universo conhecido. Os táquions são partículas que "nascem superluminais", ganham velocidade à medida que perdem energia e se movem para traz na linha do tempo, mas isso é outra conversa.
 
Observação: É mais fácil de entender a expansão do Universo se imaginarmos o cosmos como uma bexiga de borracha e as galáxias como as letras da inscrição "Feliz Aniversário". Conforme a bexiga infla, a distância entre as letras aumenta, não por elas mudarem de lugar, mas porque elas acompanham a expansão do látex.

CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA

O lamaçal que assola a disputa eleitoral na capital paulista é fruto de um processo de degradação que não vem de hoje: há pelo menos duas décadas que o nível dos meios e modos na política vem baixando de modo permanente.
A transição do regime autoritário para o Estado de Direito foi fruto da política, atividade sem a qual não se tem um país democrático. A navegação em ondas de sentimentos antipolítica corresponde ao embarque no barco do autoritarismo. Personagens que encarnavam esse figurino faziam sucesso pontual, mas acabavam sendo expelidos ou extintos por inanição.
O que se tem hoje é um cenário onde a exceção está em via de se tornar regra de mau espetáculo. Assusta, ainda que não surpreenda, ver o circo mambembe exibido nos debates da eleição municipal da maior cidade do país. Se essa canoa virou, virou porque deixaram-na virar, e nisso a culpa é coletiva: dos partidos em sua distorção de critérios para escolha de candidatos, do eleitorado em seu apreço pelo baixo entretenimento, dos políticos mais qualificados que se deixam levar e aderem ao deboche, mas também dos organizadores dos encontros em sua busca por audiência.
As cenas de ofensas e agressões se repetem no Parlamento, onde hoje não é mais fato raro reuniões de comissões e até sessões em plenário se transformarem em tablados de vale-tudo enquanto nos bastidores se administram balcões de negócios.
O cenário político tupiniquim nunca foi esplendoroso, mas jamais foi tão tenebroso como agora. Urge que a política entre em processo de reabilitação, sob pena de degradação total. 

Se imaginarmos o Universo como uma bolha, o raio dessa bolha aumenta um ano-luz por ano. Quanto mais distante estiver o ponto de origem da luz que observamos, mais antiga será a estrela que a emitiu. Do instante em que essa luz partiu ao instante em que ela se tronou visível para nós, a expansão cósmica continuou a todo vapor, separando-nos mais e mais, e é por isso que as estrelas mais distantes aparentam ser mais antigas que o próprio Universo.  
 
O detalhe é que, conforme a velocidade da expansão cósmica aumenta, o Universo fica mais pobre, com menos galáxias visíveis. Mas o fato de não as vermos não significa que elas não continuem existindo em seus próprios universos observáveis. 

Em outras palavras, vivemos numa realidade com múltiplos universos observáveis e outros que se afastaram tanto do nosso que se desconectaram. O que acontece lá não influencia o que acontece aqui, e vice-versa. Mesmo porque qualquer influência só pode ser "comunicada" à velocidade da luz, e, como vimos, o espaço se expande a uma velocidade que a luz não consegue acompanhar.
 
Continua...