Na noite de ontem, por 41 votos a 33, o Senado chancelou o aumento do número de deputados federais de 513 para 531 a partir das eleições de 2026. Quando a Câmara aprovou essa excrescência, falou-se que o custo — R$ 64,4 milhões — seria absorvido pelo orçamento da própria Casa. Como cada novo deputado terá direito a uma cota de R$ 38 milhões em emendas orçamentárias, 18 novas cadeiras somam R$ 684 milhões em emendas, totalizando uma despesa extra de R$ 748,6 milhões por ano. Para tornar a desfaçatez mais palatável, o relator incluiu uma emenda que proíbe qualquer aumento de despesas, incluindo verbas de gabinetes e cotas parlamentares, passagens aéreas e auxílio moradia.
A decisão era bola cantada: às vésperas de deixar a presidência da Câmara, Arthur Lira sinalizou o que estava por vir: "Ninguém embarca em um navio se sabe que vai naufragar." Na noite de ontem o deputado Hugo Motta, pupilo e sucessor de Lira, tratou o governo Lula como um Titanic cujo comandante tem encontro marcado com um iceberg na sucessão de 2026.
Lula 3 nunca conseguiu formar uma base de apoio parlamentar consistente. Líder do PT na Câmara, o deputado Lindbergh Farias vislumbrou na articulação um ensaio de desembarque dos partidos do centrão e legendas assemelhadas. O impeachment só não acontece porque interessa mais à oposição manter Lula sangrando até as próximas eleições.
Embora a Teoria da Relatividade tenha revolucionado a compreensão que os cientistas tinham do universo, a descoberta que rendeu a Einstein o Prêmio Nobel de Física foi o efeito fotoelétrico — talvez porque a relatividade ainda era considerada muito controverso no início dos anos 1920. Ao contrário do que se costuma ouvir, ele não foi um estudante medíocre. Essa desinformação advém do fato de que a nota máxima nas escolas suíças era 6, e a mínima, 1.
Observação: Einstein teve atritos com alguns professores por ser autodidata — aos 12 anos, já dominava a geometria euclidiana, e aos 15, cálculo diferencial e integral. Se não passou no exame de admissão do Instituto Federal de Tecnologia de Zurique na primeira tentativa, foi por ser dois anos mais jovem que os outros candidatos e ter enfrentado dificuldades com idiomas e ciências humanas, mas ele sempre foi brilhante em matemática e física
Einstein previu a existência de ondas gravitacionais —geradas por eventos cósmicos cataclísmicos, como colisões entre buracos negros ou estrelas de nêutrons — em 1916, mas foi somente um século depois que um par de interferômetro localizados na superfície da Terra as detectou pela primeira vez. A existência dos buracos negros, inicialmente considerada absurda e sem suporte observacional, foi comprovada experimentalmente em 2019, quando o Event Horizon Telescope fotografou pela primeira vez um desses corpos celestes. Já pontes Einstein-Rosen (também conhecidas como buracos de minhoca) seguem no campo das especulações, mas os cientistas acreditam que, se elas possuírem entradas com raios entre 100 e 10 milhões de quilômetros e forem tão comuns quanto as estrelas, detectá-las é apenas uma questão de tempo.
Para dizer que alguma coisa tem velocidade, é preciso dizer em relação a quê. A bordo de um avião com as janelas fechadas, a impressão que se tem é de estar parado. Do ponto de vista de quem está na aeronave, é o chão que está se movendo para trás a 900 km/h. Em outras palavras, percebemos nitidamente a aceleração e a desaceleração, mas não temos percepção de movimento quando nos movemos a uma velocidade constante.
Segundo a relatividade especial (ou restrita, porque vale apenas para situações de velocidade constante, em que não há influência da gravidade nem qualquer outra forma de aceleração), quanto mais rápido alguém se desloca, mais devagar o tempo passa na percepção desse alguém (fenômeno conhecido como dilatação temporal). Ou seja, o espaço e o tempo se distorcem para que a velocidade da luz seja absoluta. Como s luz viaja à velocidade máxima do Universo e se desloca exclusivamente no espaço, da perspectiva dos fótons o tempo está parado (ou não existe).
Einstein descobriu que massa pode se transformar em energia e vice-versa, e que a quantidade de energia (E) contida em uma porção de matéria é igual à massa dessa matéria (m) multiplicada pelo quadrado da velocidade da luz (c²). O problema é que acelerar algo a uma velocidade próxima da luz exige uma quantidade absurda de energia — quanto mais rápido um corpo se move, mais sua massa aumenta e maior a quantidade de energia necessária para sua velocidade aumentar ainda mais. Na velocidade da luz, a massa tende ao infinito, exigindo uma quantidade igualmente infinita de energia para continuar a acelerar.
Se vivemos num "mundo newtoniano", onde os relógios marcam um certo horário, é porque nada ao nosso redor se move com rapidez suficiente para exibir efeitos relativísticos. A sonda espacial mais veloz lançada pela NASA até hoje alcançou 692 mil quilômetros por hora — uma velocidade impressionante, é verdade, mas que corresponde a míseros 0,064% da velocidade da luz.
Num gráfico cartesiano, um corpo a uma velocidade constante é representado por uma linha horizontal. Conforme esse corpo acelera, a linha se torna ascendente. Einstein percebeu que o tecido do espaço-tempo também se curva, e que, como em nosso hipotético gráfico, as curvas equivalem representam as acelerações, e aceleração e gravidade são curvas no grande gráfico da realidade. Parafraseando o físico John A. Wheeler, "O espaço-tempo diz à matéria como se mover e a matéria diz ao espaço-tempo como se curvar".
A gravidade estica o espaço e dilata o tempo. É por isso que os relógios dos satélites que orbitam a Terra atrasam aproximadamente 7 microssegundos por dia devido à velocidade de 28.000 km/h, mas adiantam cerca de 45 microssegundos por dia por causa da gravidade menor a 20.000 km de altitude em relação à superfície. Esse mesmo efeito faz com que o centro da Terra, onde a gravidade é maior, seja 2,5 anos "mais jovem" que a superfície do planeta — diferença acumulada ao longo dos 4,5 bilhões de anos de existência terrestre.
Einstein dedicou seus últimos anos de vida à busca por uma "teoria de tudo", que acomode a relatividade geral e a mecânica quântica numa mesma equação matemática. Considerada o "Santo Graal" dos físicos, essa solução ainda não foi encontrada — mas também nesse caso pode ser apenas uma questão de tempo.
Observação: A famosa foto de Einstein mostrando a língua foi tirada no dia 14 de março de 1951, no momento em que o físico deixava uma festa na Universidade de Princeton, nos Estados Unidos. O fotógrafo Arthur Sasse, da agência United Press International, pediu-le que sorrisse, mas, por cansaço ou impaciência, ele resolveu mostrar a língua. Embora não tenha gostado da foto no início, o cientista acabou encomendando cópias para distribuir a amigos e colegas, A imagem se tornou um ícone cultural e foi leiloada por quase R$ 400 mil em 2017.
Continua...