Aparelhos elétricos ou eletroeletrônicos ligados desnecessariamente desperdiçam energia, mas o computador é um "ponto fora da curva". As opiniões variam entre manter a máquina ligada 24/7 ou desligá-la totalmente (ou colocar em suspensão ou em hibernação) sempre que ela estiver ociosa. Todas fazem sentido, mas nenhuma pode ser tomada como "verdade absoluta", como veremos ao longo desta sequência.
Até o padrão AT para gabinetes, placas-mãe e fontes de alimentação dar lugar ao ATX, era preciso clicar na opção Desligar do menu Iniciar do Windows, aguardar a mensagem "Seu computador já pode ser desligado com segurança" (vide ilustração) e então mudar o "power switch" do gabinete para a posição "desligado". Com a adoção do novo padrão e o advento do Windows XP, tornou-se possível desligar o computador via software.
Quando selecionamos a opção "desligar" do menu Iniciar, o sistema "entende" que deve executar suas rotinas de encerramento e interromper a passagem da corrente elétrica que alimenta o hardware. Em decorrência, o botão de "power" se tornou "soft touch" e passou a servir apenas para ligar o aparelho e desligá-lo "na marra" (mantendo o botão pressionado por cerca de 5 segundos). O Win7 foi mais além, permitindo "personalizar" a função do botão de energia e, no caso dos portáteis, vincular as opções desligar/suspender/hibernar ao fechamento da tampa. Dito isso, reformulemos a pergunta inicial: entre as três opções, qual a mais adequada?
Observação: A opção Reiniciar do menu de desligamento do Windows desliga e religa o computador tão rapidamente que as memórias voláteis e os capacitores podem não "esvaziar" totalmente. Assim, a não ser em situações muito específicas (detalhes nesta postagem), o melhor a fazer para solucionar problemas de lentidão, travamento e afins é desligar o aparelho e tornar a ligar um minuto depois.
A opção "Desligar" do menu Iniciar encerra o sistema e interrompe o fornecimento de energia; "suspender" coloca o computador em stand-by; "hibernar" transfere o conteúdo da memória primária (RAM) para a secundária e desliga o aparelho.
A Microsoft informa que "hibernar consome menos energia do que suspender", mas eu desliguei o desktop da tomada e tirei a bateria do note e ambos voltaram da hibernação normalmente. Na verdade, a suspensão depende de energia para manter os aplicativos e as configurações na memória, mas na hibernação o conteúdo da RAM é transferido para a memória de massa, de modo que não há falar em consumo de energia ou de bateria.
Minha sugestão é usar a suspensão durante ausências breves — no horário do almoço, por exemplo — e deixar a hibernação para ausências mais prolongadas — durante a noite, também por exemplo. Se você não dispõe de um nobreak, hibernar será sempre preferível a suspender, mas é bom ter em mente que reinicializações periódicas são "depurativas" (o sistema tende a ficar lento quando funciona ininterruptamente por muito tempo).
Observação: O celular também precisa ser reiniciado de tampos em tempos, seja para resolver problemas de lentidão ou travamento, seja para evitar que tais problemas venham a ocorrer. Para "matar dois coelhos com uma paulada só", sugiro desligar o aparelho antes de colocá-lo para carregar e religar quando a recarga for concluída.
Continua...