terça-feira, 17 de junho de 2025

DE VOLTA ÀS VIAGENS NO TEMPO — 30ª PARTE

SOMENTE OS TOLOS BUSCAM A PERFEIÇÃO; OS SÁBIOS SE CONTENTAM COM A COERÊNCIA.

Uma viagem relativística (ou seja, realizada a velocidades próximas à da luz) pode parecer a solução ideal para cruzar distâncias cósmicas sem os efeitos do envelhecimento, mas a sobrevivência dos viajantes depende de avanços significativos em biotecnologia, engenharia gravitacional e proteção contra radiação.


Assim como ocorre com astronautas após meses em microgravidade na Estação Espacial Internacional (ISS), viagens a velocidades próximas à da luz — inviáveis com a tecnologia atual, mas, daqui a algumas décadas, quem sabe? — podem provocar atrofia muscular e óssea, alterações cardiovasculares, cálculos renais e outros problemas severos. Além disso, a nave precisaria contar com uma blindagem robusta contra raios cósmicos e partículas de alta energia, que representam risco de mutações genéticas, câncer e danos neurológicos irreversíveis. Mesmo com o tempo passando mais devagar para os tripulantes, não se sabe como células e tecidos reagiriam a esse “congelamento” relativo.


CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA


Quem sai aos seus não degenera, e filho de peixe, peixinho é. Com a naturalidade de quem comenta o Brasileirão ou a próxima Copa do Mundo, Flávio Bolsonaro disse em entrevista à Folha que o candidato que extrema-direita apoiar precisa se comprometer não apenas a conceder indulto a seu pai, mas também a garantir que o STF não o revogue, mesmo que isso exija “usar a força”. 

Tudo somado e subtraído, o que o filho do pai defende é desfechar em 2027 o golpe que fracassou em 2022 — ou há outra maneira de impor ao Supremo "decisão forçada, dentro das "quatro linhas", que não seja mediante a interpretação distorcida do Art. 142 da Constituição?

Evitar a reeleição de Bolsonaro era fundamental, trazer Lula de volta, opcional, mas custou caríssimo: com a popularidade abaixo do cu do cachorro e encurralado pelo escândalo do INSS, o macróbio emula Dilma — o “poste” que “fez o diabo” para se reeleger em 2014 — para conquistar um quarto mandato.

Resumo da ópera: Flávio Bolsonaro já disse o que o bolsonarismo pretende e deixou claro que a conspiração está em curso, e Lula deixa claro que está cagando e andando para o arcabouço fiscal. Entre uma desgraça e outra, o eleitorado segue firme na intenção de repetir em 2026 o que Pandora fez, uma única vez, sabe Zeus quando. Triste Brasil.


Se retornassem à Terra após anos viajando pelo cosmos, os astronautas encontrariam um mundo profundamente transformado, onde amigos já teriam partido e a sociedade, evoluído, o que poderia gerar alienação, depressão e dificuldades de reintegração. A criação de gravidade artificial, seja por módulos rotatórios, seja por tecnologias futuras de manipulação do espaço-tempo, poderia ajudar a mitigar a atrofia muscular e óssea, sobretudo se combinada a exercícios rigorosos e etapas de readaptação em ambientes com gravidade variável antes do retorno. Mas vale reforçar: sem avanços em biotecnologia, engenharia gravitacional e proteção contra radiação, uma viagem relativística seria fisicamente debilitante — ou mesmo fatal.


A hibernação induzida — técnica ainda experimental que consiste em reduzir a temperatura corporal e a taxa metabólica dos tripulantes, diminuindo a necessidade de oxigênio, água e comida — poderia suavizar os efeitos da microgravidade e ajudar a enfrentar os impactos psicológicos do confinamento prolongado. Em estudo publicado na Nature Metabolism, pesquisadores induziram um estado semelhante à hibernação em ratos e camundongos utilizando um pequeno capacete que emite ultrassom no hipotálamo, reduzindo a frequência cardíaca em 47% e a temperatura corporal em 3ºC.

Se comprovada viável em humanos, essa tecnologia poderá ser usada em situações de longa espera e escassez, como em futuras viagens interestelares. No entanto, o desenvolvimento de câmaras de hibernação confiáveis ainda é um desafio. Caso essa solução não seja possível no curto prazo, outras estratégias precisarão ser adotadas: na Estação Espacial Internacional, os astronautas se exercitam por cerca de duas horas diárias, mas missões longas exigem abordagens mais eficazes. A simulação de gravidade por força centrífuga, em naves com módulos rotatórios, surge como uma das alternativas mais práticas.

Isolamento, monotonia e distância da Terra podem gerar estresse e ansiedade. Simulações imersivas, agendas fixas, atividades sociais e interações programadas com amigos e familiares — mesmo com três minutos de delay na comunicação (como ocorre em missões a Marte) — são medidas que podem preservar o bem-estar psicológico.

Como levar grandes estoques de comida é inviável, é fundamental desenvolver sistemas autossuficientes de produção alimentar. Experimentos na estação espacial já demonstram a viabilidade do cultivo de vegetais em microgravidade, enquanto bioimpressão 3D e carne cultivada em laboratório poderão suprir a demanda por proteínas, dispensando a criação de animais a bordo. Com monitoramento genético e análise em tempo real, seria possível adaptar as refeições às necessidades individuais, otimizando o metabolismo e prevenindo deficiências nutricionais.

A conferir.