sexta-feira, 2 de maio de 2025

DE VOLTA ÀS VIAGENS NO TEMPO — 23ª PARTE

SE DEUS DESSE ASAS ÀS COBRAS, TIRAVA O VENENO.

 

O Multiverso de Nível 3, que é largamente explorado nos filmes de ficção científica, se baseia na Interpretação de Muitos Mundos da mecânica quântica, que é uma alternativa à mais tradicional Interpretação de CopenhaguePara facilitar o entendimento, vamos descomplicar a essência desses conceitos.

 

Proposta por Niels Bohr e Werner Heisenberg, a Interpretação de Copenhague sustenta que as partículas quânticas existem num estado de superposição (múltiplas possibilidades) até serem medidas, quando então o ato de observação as obriga a "escolher" um estado definido. Essa ideia sugere que, até a observação, as partículas permanecem num limbo, com suas possibilidades em aberto.

 

Já na Interpretação de Muitos Mundos, de Hugh Everett, em vez do "colapso" das possibilidades ao serem observadas, cada evento quântico cria uma ramificação do universo, e todas as possibilidades acontecem, mas em universos diferentes. Cada uma dessas realidades paralelas é a concretização das múltiplas possibilidades que, segundo a Interpretação de Copenhague, seriam "escolhidas" na observação, e a soma desses universos paralelos é descrita pelo Espaço de Hilbert, um espaço matemático que engloba todos os estados quânticos possíveis.

CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA

Não se trata de ser de esquerda, de direita ou de centro, mas de ser a favor do Brasil. E parlamentar que defende orçamento secreto e emenda do relator e ameaça "paralisar votações" caso o pedido de urgência da PEC da impunidade não seja pautado deve ser defenestrado do Congresso, sob pena de continuarmos reféns de políticos fisiologistas, que tratam o país como um balcão de negócios.
Lula voou da prisão para o Planalto (com as bençãos do STF) porque podar as asas de Bolsonaro era fundamental. Mas reconduzir o criminoso à cena do crime (como disse o picolé de chuchu antes de se tornar candidato a vice-presidente na chapa do dito-cujo) era opcional.
Lula vem apanhando diariamente da opinião pública não catequizada e do minguado seguimento da imprensa que não sucumbiu à polarização. A surra é merecida porque não há outro culpado senão a própria “alma viva mais honesta deste país”, responsável pelo time de economistas irresponsáveis e ministros envolvidos direta ou indiretamente em corrupção, por adular e apoiar ditadores mundo afora, por se amancebar com a banda podre do Congresso e por permitira que a primeira-dama torre dinheiro dos brasileiros como se não houvesse amanhã. 
Durante a campanha, Lula prometeu pendurar as chuteiras ao final do terceiro mandato. Também prometeu "a volta da picanha e da cervejinha" à mesa dos mais pobres. No levantamento divulgado no início do mês, 71% dos entrevistados afirmaram que o petista não tem cumprido o que prometeu, e 56% disseram que desaprovam seu governo. A volta da inflação, a história mal contada do Pix e o anúncio do pacote fiscal levaram-no a beijar a lona, e três pancadas recentes — o apoio de deputados da base governista ao PL da impunidade, a recusa do deputado Pedro Lucas a assumir o Ministério das Comunicações e os mais R$ 6 bilhões rapinados de aposentados e pensionistas do INSS — quase o nocautearam.
O lulopetismo — criado nos anos 1980 a pretexto de moralizar a política não roubando e não deixando roubar — tornou-se sinônimo de administração corrupta, e agora conquista um novo "selo de qualidade" na matéria, enquanto seu xamã amarga índices de rejeição superiores a 50% nas pesquisas de opinião pública. 
Apesar disso (e de mais um pouco), Lula diz que pretende disputar a reeleição no ano que vem. Mas Bolsonaro diz o mesmo, embora esteja inelegível até 2030 e em via de ser condenado pelo STF por tramar um golpe de Estado fracassado. 
 
No experimento do gato de Schrödinger, um átomo decide o estado de um gato trancado dentro de uma caixa, que pode ser vivo ou morto. Na Interpretação de Copenhague, o gato está em superposição (vivo e morto ao mesmo tempo) até a abertura da caixa, e na Interpretação de Muitos Mundos, o universo se divide em dois ramos: num ramo, o gato vive; no outro, ele morre.
 
A existência de inúmeros universos paralelos parece absurda, mas não é mais incoerente do que uma partícula se comportar como onda e estar em vários locais ao mesmo tempo até ser observada, quando então muda de estado e "escolhe" um local para habitar. Se isso soa esquisito e confuso para você, seja bem-vindo ao clube. Aliás, Richard Feynman, ganhador do Nobel de Física em 1965, foi cirúrgico: "ninguém realmente compreende a mecânica quântica".

 

É importante destacar que a Interpretação de Muitos Mundos é apenas uma das interpretações da mecânica quântica, e que o debate científico sobre a natureza da realidade quântica continua. Cientistas que se opõem a essa teoria costumam se escorar na navalha de Occam — princípio filosófico segundo o qual a explicação mais simples tende a ser a correta. Segundo eles, seria muito complexo ter que adicionar infinitos universos paralelos para justificar a existência do nosso. Já o cosmólogo Sean Carroll, adepto da teoria dos Muitos Mundos, publicou em seu Blog que "não conseguimos ver outros mundos diretamente, mas eles não são adicionados à teoria, eles surgem automaticamente a partir da mecânica quântica".


Observação: O mais interessante é que a Interpretação de Muitos Mundos é apenas uma maneira diferente de olhar para os mesmos dados e os mesmos resultados, já que as equações que sustentam a existência desses universos já existem. 

 
No Multiverso de Nível 3, tudo o que pode acontecer de fato acontece, a partícula quântica nunca entra em colapso; em vez disso, ela ocupa todos os lugares, dando origem á infinitas realidades diferentes a cada segundo, que existem em um Espaço de Hilbert. 

 

Ainda segundo Carroll, se o formalismo prevê a existência de muitos mundos, devemos aceitar que a realidade que vivenciamos é uma fatia indescritivelmente fina de tudo, e que os cientistas devem formular a melhor descrição possível do mundo como ele é, e não forçar o mundo a se adequar a seus conceitos pré-concebidos.

Continua…