NENHUM CURIOSO É IDIOTA. QUEM NÃO FAZ PERGUNTAS É QUE PERMANECE IGNORANTE PELO RESTO DAS VIDA.
O município mineiro de Varginha ficou conhecido como a capital da ufologia tupiniquim em 1996, depois que três meninas se depararam com um ser marrom-escuro de pele viscosa, olhos vermelhos e três protuberâncias na cabeça, que estava agachado num terreno baldio.
Consta que no dia 13 de janeiro — uma semana antes do avistamento — o sistema de rastreamento por satélites dos EUA já havia alertado as FFAA brasileiras sobre uma movimentação de OVNIs no sul de Minas Gerais. Naquele mesmo dia, um piloto de ultraleve avistou um objeto alongado e sem asas desparecer por trás de um morro.
Ao seguir por uma estrada vicinal para ver o que havia acontecido, o piloto encontrou homens do Exército e da Polícia Militar cercando os destroços. Um dos militares o advertiu rispidamente a deixar o local e "esquecer o que viu", mas ele desobedeceu a ordem, e seu relato está no livro do advogado e ufólogo Ubirajara Rodrigues e na mais recente publicação sobre o "Caso Varginha", do ufólogo Marco Petit (mais detalhes no próximo capítulo).
Em nenhum momento dos últimos 26 anos as três meninas — hoje mulheres adultas e mães de filhos — mudaram uma vírgula sobre o ocorrido em 20 de janeiro de 1996. Outras pessoas também disseram ter visto seis bombeiros de Varginha capturaram uma "criatura” e a entregaram aos militares.
Consta que o "ser" foi levado para a Escola de Sargento das Armas, em Três Corações (MG), e de lá para Campinas (SP), onde cientistas e pesquisadores da Unicamp — entre os quais o conhecido médico legista Badan Palhares — teriam realizado uma bateria de exames. Consta também que um OVNI teria ficado fazendo evoluções sobre o prédio durante os exames, e que o sangue da criatura — que se parecia com Coca-Cola semicongelada — coagulou quase instantaneamente durante o hemograma, chegando mesmo a danificando os aparelhos da Unicamp.
De acordo com o pesquisador Edison Boaventura Jr. — fundador e atual presidente do Grupo Ufológico do Guarujá e editor de uma revista especializada em ufologia —, o incidente não foi uma "simples confusão", mas "um Arquivo X real', com ingredientes de acobertamento. O relatório do Inquérito Policial Militar foi concluído em 1997, mas seu conteúdo só veio a público em 2010 — há documentos sobre a operação que jamais foram divulgados publicamente, e alguns poderão ficar sob sigilo até pelo menos 2046.
O comandante do 24º Batalhão de Polícia Militar de Varginha afirmou que o suposto alienígena era na verdade um rapaz de trinta e poucos anos. Segundo ele, "Mundinho" tinha problemas mentais e costumava "andar agachado pelas ruas", recolhendo bitucas de cigarro e outros objetos do chão. A intensa movimentação de bombeiros e policiais deveu-se às chuvas daquele dia, explicou o comandante. Só que as chuvas ocorram horas depois do avistamento da criatura.
No que concerne ao tráfego intenso de caminhões da ESA em Varginha no dia do incidente, o comandante explicou que oito veículos foram levados até a concessionária Mercedes Benz Automáco Comercial e Importadora LTDA, em Varginha, conforme a nota fiscal de R$ 432 reais que foi anexada aos autos. Ocorre que a concessionária não abria nos finais de semana — o avistamento aconteceu num sábado — e o endereço mencionado pelo Sistema Integrado de Administração Financeira do governo diverge do que aparece na nota fiscal apensada ao inquérito.
Passado um mês do episódio, o policial Marco Eli Chereze — que ajudou a capturar o suposto alienígena — foi submetido a uma cirurgia para a retirada de uma pústula da axila direita e morreu de tromboembolia séptica pulmonar. No laudo da necropsia, consta que seu sangue continha "8% de uma cultura desconhecida". Dois meses depois, outra criatura semelhante à descrita pelas meninas, mas com uma espécie de capacete na cabeça, foi vista nas proximidades do zoológico de Varginha — dias antes, dois veados, uma anta, uma jaguatirica e uma arara azul haviam morrido de causas desconhecidas.
Em entrevista ao ufólogo Boaventura Jr., o ex-recruta Saulo José Machado — que só aceitou falar depois que o prazo de 25 anos em que o caso deveria ficar sob sigilo expirou — relatou que foi convocado de madrugada para participar de uma "operação especial" com destino ignorado. Disse ainda que ficou frente a frente com um ser de cabeça desproporcional ao corpo, olhos vermelhos, pele oleosa e cheiro de acetona, que precisou assinar um "termo de confidencialidade" e que só soube que tinha estado em Varginha quando a imprensa divulgou o caso.
Na avaliação do ufólogo — que continua investigando o caso em questão —, todos os depoimentos colhidos apontam para a conclusão de que algo fora do normal aconteceu. Devido à profusão de avistamentos de OVNIs, inclusive com relatos de pousos, hipóteses como as de experiência genética, animal com deformidade e outras que tais não se sustentam. Para ele, tudo indica que o ser era realmente extraterrestre, e que só não há comprovação definitiva devido ao sigilo imposto pelos militares.
Continua...