Um século antes da "Era das Grandes Navegações" os chineses contornaram a África, deram meia volta nas proximidades da Tanzânia (percorrendo quase o dobro da distância entre Brasil e Portugal) e aportaram no litoral do Maranhão ou de Pernambuco.
A Navegação de São Brandão, escrita na Irlanda em 900 d.C., narra a saga um monge irlandês que explorou as águas do Atlântico em 556 d.C. e encontrou a fabulosa terra de Hy Brazil, "cheia de bosques e grandes rios recheados de peixes". Bem antes disso, lá pelo século I a.C., o romano Diodorus Siculus anotou num dos 40 tomos que compõem a Bibliotheca Historica que um certo capitão fenício singrou o "Oceano Ocidental" e chegou a uma "grande terra, fértil e de clima delicioso", mas a descoberta foi mantida em segredo para evitar que outros povos explorassem o lugar.
Como disse o padre Antonio Vieira, "cada um sonha como vive". Uma tormenta judicial parece aproximar Bolsonaro de um pesadelo, mas o avanço de Trump rumo à Casa Branca inspirou a instalação de um acampamento bolsonarista no mundo da Lua.
Do ponto de vista da tecnologia, o mundo avançou mais nos últimos 150 anos do que da invenção da roda ao final do século XIX. A viagem que Cabral levou 40 dias para fazer em 1500 hoje é feita em 10 dias por mar e em pouco mais de 9 horas por ar (o Concorde, aposentado em 2003 por questões de segurança, fazia esse percurso em pouco mais de 4 horas; o Aerion AS3, que atinge 5.513 km/h, é capaz de fazê-lo em cerca de 3 horas).
Mas algumas "novidades" não são "tão novas" quanto se costuma imaginar. A camisinha de látex, por exemplo, começou a ser fabricada em 1901, mas os chineses já usavam preservativos feitos com papel de seda e óleos lubrificantes no século X a.C.. O telefone celular, também por exemplo, começou a se popularizar nos anos 1990, mas a Bel Labs criou seu primeiro protótipo em 1947 e a Ericsson, em 1956.
A transmissão automática foi patenteada em 1904, mas sua aplicação em automóveis só se tornou dali a 3 décadas, depois que dois engenheiros brasileiros aprimoraram o sistema e o venderam à General Motors. Como a gasolina custava US$ 0,27 o galão, o conforto compensava o aumento no consumo, e a novidade logo caiu no gosto os norte-americanos (as gerações mais novas sequer aprenderam a usar câmbio manual).
No Brasil, porém, o custo de manutenção, a escassez de mão de obra especializada e o preço da gasolina fizeram com que os veículos automáticos fossem vistos com desconfiança até alguns anos atrás. Mas não há nada como o tempo para passar.
Continua...