sexta-feira, 19 de julho de 2024

DE VOLTA À VELOCIDADE DA LUZ E AS VIAGENS NO TEMPO (PARTE IV)

NÃO COMPREENDO AS PESSOAS, A POLÍTICA, A CORRUPÇÃO E NEM MESMO O BRASIL, MAS ABOMINO A CEGUEIRA INTELECTUAL PRODUZIDA PELA ABJETA POLARIZAÇÃO.

Dizem que os tucanos (falo dos peessedebistas, não da ave usada pelo partido em seu logo) são tão indecisos que mijam no corredor quando o imóvel tem mais de um banheiro. Mas falta de consenso não é uma exclusividade do tucanato nem da política. Nas prateleiras da astronomia (não confundir com "astrologia"), o consenso é artigo permanentemente em falta. 
 
Por mais bem aceita que seja a Teoria do Big Bang, o modelo cosmológico atual e a idade do universo são contestados de tempos em tempos. Fala-se até que
 própria expansão do cosmos pode ser uma ilusão. Segundo o portal Live Science, sabe-se que o cosmos está em expansão devido ao aumento do desvio da luz para o vermelho à medida que as galáxias se afastam mais e mais do nosso sistema solar.

CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA

Estaria rico quem tivesse ganhado R$ 100 por cada besteira que Lula verbalizou desde o início do atual (e queira Deus derradeiro) mandato, mas fiquemos com a entrevista à Rádio Sociedade, na qual ele ensinou que a independência do Brasil foi um "grande conchavão" da elite que governava o país na época. Não vou entrar no mérito, mas não posso deixar de reconhecer que, de "conchavão, o presidente entende como ninguém. 
O Mensalão foi um "grande conchavão" entre a elite do PT e do Congresso Nacional, com pagamento de propina a parlamentares para que votassem a favor dos projetos do primeiro governo Lula. A impunidade dos mensaleiros foi outro “grande conchavão” que incluiu o indulto de Natal concedido por Dilma a sentenciados do quilates de José Dirceu e Valdemar Costa Neto, que saíram juntos da cadeia e hoje atuam em polos ideológicos supostamente opostos. 
O Petrolão foi mais um "grande conchavão" entre empresários companheiros e diretores indicados por Lula e seus aliados para setores da Petrobras, com os primeiros levando boladas bilionárias em contratos públicos em troca do pagamento de propina aos demais. A impunidade dos envolvidos no maior esquema de suborno da história do Brasil também foi um "grande conchavão" que uniu lulistas, tucanos e Centrão a bolsonaristas interessados em livrar o clã Bolsonaro das investigações de peculato em gabinetes passados. Os ministros das cortes supremas indicados nos governos de PT, PSDB e Bolsonaro somaram seus votos para aliviar a barra dos acusados de corrupção e lavagem de dinheiro no Petrolão e da prática de "rachadinha".
A retaliação contra juízes e procuradores da finada Lava-Jato foi mais um “grande conchavão” da mesma elite política, econômica, judicial e midiática, que resultou em piruetas na lei para cassar o mandato de deputado de Deltan Dallagnol, em processos contra Sergio Moro — até por piada de "prisão" de festa junina — e em afastamentos e procedimentos disciplinares contra a ex-juíza Gabriela Hardt e desembargadores do TRF-4 que ousaram referendar condenações no âmbito da força-tarefa anticorrupção.
O orçamento secreto, desvelado em 2020, foi igualmente um "grande conchavão" que institucionalizou os esquemas anteriores durante o governo Bolsonaro, para garantir a distribuição de verbas públicas conforme a conveniência da cúpula do Poder Legislativo, sendo mantido, de modo maquiado, no terceiro mandato de Lula, mesmo após o STF ter declarado sua inconstitucionalidade e o atual presidente ter chamado o mecanismo, durante sua campanha eleitoral, de “fonte do maior esquema de corrupção da história do país”.
A volta de empresários amigos de Lula à cena do crime em Brasília também foi um "grande conchavão" que resultou em medida provisória conveniente no setor elétrico e seleção para concluir a mais escandalosa refinaria de todos os tempos. Isto sem falar nas "coincidências" dos leilões de milho e arroz estatal, ou da megalicitação da Secom para a publicidade governista.
De conchavão em conchavão, o país vem perdendo a sua independência para uma casta privilegiada que tudo pode e se autoriza a fazer, inclusive em Portugal, como evidencia o Gilmarpalooza, em nome da mesma democracia diariamente solapada por ela. As elites colonizadoras das instituições se reúnem anualmente em Lisboa para ditar os rumos brasileiros, enquanto Lula, seu maior beneficiário, posa de defensor do povo.
Triste Brasil.
 
Tempos atrás, a
 constante cosmológica — também conhecida como lambda (Λ) — levou os cientistas a concluírem que a velocidade da expansão do cosmos vem aumentando. No entanto, ela foi descrita por Einstein há mais de 100 anos, e desde então vem sendo um desafio para os cosmólogos. Buscando explicar discrepâncias entre as previsões teóricas e as observações reais, a existência de novas partículas ou forças foram propostas. Mas o professor Lucas Lombriser, da Universidade de Genebra, sugere que o universo não está se expandindo, mas é plano e estático, como Einstein propôs inicialmente. A constante cosmológica ainda varia com o tempo, mas essa variação se deve à mudança da massa das partículas (hipótese dificilmente poderá ser verificada empiricamente no medio prazo.
 
Não se sabe quanto tempo a inflação levou para desaguar no Big Bang, mas sua natureza quântica sugere que a expansão do cosmos terminou em algumas regiões e continua acontecendo em outras, dando azo à teoria do multiverso. Se o Universo fosse finito e esférico, uma espaçonave que viajasse em linha reta por tempo suficiente voltaria ao ponto de partida. Como tudo indica que ele é infinitamente maior que sua porção observável, quanto mais longe os telescópios alcançam, mais "enxergamos" o passado, e menos evoluído o cosmos se nos apresenta. 

É possível que existam múltiplos universos semelhantes ao nosso e no mesmo espaço-tempo, ainda que com algumas diferenças fundamentais. Mas todos estariam abrigados em um universo real e tenderiam ao infinito em progressão exponencial. Essa teoria foi proposta nos anos 1950 pelo físico Hugh Everett. Segundo ele, quando se realiza um experimento quântico com diferentes resultados possíveis, cada resultado ocorre em cada multiverso paralelo. Outra teoria sustenta que o cosmos seria uma bolha que incha, e existiriam mais universos com a mesma aparência, todos imersos em um mar energizado e em eterna expansão. Essas bolhas se expandiriam em um vácuo infinito a tal velocidade que jamais poderiam se encontrar. 
 
Observação: Ainda que a inflação tenha gerado inúmeros universos dentro de um multiverso, a quantidade de realidades possíveis não são teorias em si, mas previsões de certas teorias que sugerem a existência de fenômenos impossíveis de ser observados. A relatividade geral prevê o interior de buracos negros — lugares que nunca poderemos acessar, mas que, apesar de não poderem ser estudados diretamente, fazem parte do pacote. E o mesmo se aplica aos 
universos paralelos em teorias como as da inflação infinita e da mecânica quântica.
 
Talvez existam inúmeras versões de cada um de nós vivendo em inúmeros universos semelhantes ou completamente diferentes. A cada decisão que tomamos, os outros "nós" podem fazer escolhas diferentes em seus universos paralelos (a soma dos universos paralelos quânticos é chamada de Espaço Hilbert ou Multiverso de Nível 3). 

No experimento do gato de Schröedinger, um gato é trancado numa caixa e um único átomo decide se ele vai morrer ou sobreviver. Segundo a interpretação de Copenhague, o felino está em um estado de sobreposição quântica — vivo e morto ao mesmo tempo —, e seu futuro será decidido no momento em que a caixa for aberta. Na interpretação de Everett, o universo se separa em dois; num deles, o gato está vivo, e no outro, ele está morto. Cada uma das múltiplas realidades fica permanentemente conectada aos estados do átomo, e só participa de um dos universos paralelos, que, uma vez separados, seguem seus próprios caminhos sem jamais interagir com os demais.
 
A existência dos universos paralelos parece menos absurda quando fazemos uma analogia o mundo dos computadores. Diferentemente dos bits da computação tradicional, que assumem apenas um valor por vez (0 ou 1), os bits quânticos (qubits) podem assumir os valores 0, 1 ou 0 e 1 ao mesmo tempo. Na esteira desse raciocínio, 
tudo que pode acontecer no Multiverso de Nível 3 realmente acontece. Em vez de colapsara, a partícula quântica ocupa todos os lugares, dando origem a múltiplas realidades diferentes no Espaço Hilbert

Em última análise, tudo o que observamos é esquisito e confuso. Mas Richard Feynman não disse que ninguém realmente compreende a mecânica quântica?

Continua...