segunda-feira, 12 de setembro de 2022

ASTRONOMIA X ASTROLOGIA

PER ASPERA AD ASTRA

Se você não sai de casa sem ler seu horóscopo, saiba que não está sozinho: mais da metade dos americanos acredita que existe base científica nas previsões astrológicas. Por outro lado, 70% acham que Trump derrotou Biden em 2020, 25% ignoram que a Terra gira em torno do Sol e somente 33% acreditam no evolucionismo. 

 

No Brasil, 20% da população é terraplanista, embora Aristóteles tenha descoberto que a Terra é esférica no ano 350 a.C. e provado sua teoria com a observação da sombra da Lua na face do sol durante os eclipses lunares. Sem mencionar que fotos tiradas do espaço comprovam sobejamente o fato em questão. Considerando que o formato da Terra não é um problema científico, o terraplanismo é um distúrbio que deve ser tratado por psicólogos, psiquiatras e afins.

 

Voltando à questão do horóscopo, a astrologia surgiu no século 30 a.C. Ao observar o firmamento em busca de "sinais divinos", sacerdotes babilônicos constataram que o Sol atravessa 12 constelações ao longo de um ano — na verdade, além das 12 constelações que dão nome aos signos zodiacais, o astro-rei também cruza Ophiuchus (ou Serpentário), que "fica" entre Escorpião e Sagitário. Mas os babilônicos acharam mais fácil dividir a céu em 12 faixas de 30° para fechar os 360° graus da abóboda celeste, e assim surgiu a variante da astrologia baseada no signo solar, na qual nosso signo corresponde à "casa" ocupada pelo Sol no momento em que nascemos, e que é a mais usada pelos horoscopistas que publicam previsões em jornais e revistas.

 

Observação: A ideia era que houvesse um signo para cada mês, mas o Sol fica 45 dias em Virgem e só sete dias em Escorpião, por exemplo, daí um único mês ser compartilhado por dois signos. A constelação de Ophiuchus não foi considerada porque estava muito longe da eclíptica (o grande círculo imaginário na esfera celeste pelo qual o Sol parece se mover ao longo de um ano). Os nomes dos signos vêm das figuras que as constelações parecem formar — lembrando que essas formações não fazem sentido físico; as estrelas que as integram podem parecer próximas vistas aqui da Terra, mas na verdade estão milhares (ou milhões) de anos-luz distantes umas das outras. 

 

Depois que a cultura babilônica foi absorvida pelos gregos (por volta de 500 a.C.), a astrologia se espalhou pelo ocidente e levou a tiracolo a ideia de que a configuração dos astros no momento do nascimento de cada pessoa afetaria sua personalidade e determinaria seu futuro. Atualmente, ela está está para a astronomia assim como a alquimia para a química, embora tenham "andado juntas" até século XVII — Johannes Kepler, descobridor das leis que regem a mecânica dos planetas, ganhava a vida fazendo mapa astral. 

 

Continua...