Poder e corrupção sempre andaram de mãos dadas. Na Igreja Católica, a ascensão política e econômica se deu através de alianças com impérios, manipulação de monarcas, interesses escusos e casos de corrupção de deixar a banda podre do Congresso Nacional se roendo de inveja. Mas nada se compara ao pontificado de Alexandre VI (r. 1492-1503), que foi marcado por acusações de nepotismo, promiscuidade, simonia e corrupção. Não à toa, ele é lembrado como o papa mais corrupto de todos os tempos (detalhes nesta postagem).
Pedro, cujo nome original era Simão, foi o primeiro chefe da Igreja Católica, mas jamais recebeu o título de "papa" e foi crucificado por ordem do imperador Nero, o déspota crossdresser, cruel e violento que governou Roma de 54 a 68 e, dizem as más-línguas, assistiu ao grande incêndio dedilhando sua lira e cantando.
Depois que Calígula foi assassinado, Cláudio subiu ao trono e se casou com Agripina, mãe de Nero, que já tramava a ascensão do filho ao trono imperial. Com a morte "misteriosa" do marido e Nero no poder, a maquiavélica achou que seria a éminence grise, mas morreu esfaqueada a mando do filho, que se suicidou quando o Senado o declarou inimigo público.
Nos primeiros séculos do cristianismo, a Igreja conviveu com a perseguição romana. Em 313, o imperador Constantino legalizou a fé cristã, e Silvestre I assumiu o papado no ano seguinte. Com a queda do Império Romano do Ocidente (476), os papas passaram a atuar como líderes políticos, e a Igreja se tornou a instituição mais poderosa da Europa, detendo, inclusive, o poder de coroar e excomungar reis.
A rivalidade entre pontífices e governantes era flagrante, e a simonia (comercialização de cargos eclesiásticos) e a interferência na política feudal, tão corriqueiras quanto a corrupção na política dos dias atuais. Leão I (r. 461-468) ficou conhecido por convencer Átila a não saquear Roma em troca de uma pilha de saques. Formosus (r. 891-896) foi exumado em 897, vestido com trajes completos, sentado em um trono papal, levado a julgamento e condenado, seus éditos papais foram considerados inválidos, os dedos que ele usava para oficiar sacramentos foram decepados. Seus restos mortais foram jogados no rio Tibre.
Consta que o papa João (r. 855-877) teria sido uma mulher, mas não há provas que sustentem essa versão. Em 964, cansados do comportamento corrupto e venal dos pontífices, os romanos guindaram Bento V ao Trono de Pedro, mas ele renunciou quando o Rei Otto elegeu Leão VIII como "antipapa". Já Bento IX foi papa em três ocasiões entre 1032 e 1048 e o primeiro a vender papado.
Consta que o papa João (r. 855-877) teria sido uma mulher, mas não há provas que sustentem essa versão. Em 964, cansados do comportamento corrupto e venal dos pontífices, os romanos guindaram Bento V ao Trono de Pedro, mas ele renunciou quando o Rei Otto elegeu Leão VIII como "antipapa". Já Bento IX foi papa em três ocasiões entre 1032 e 1048 e o primeiro a vender papado.
Vários papas morreram dias ou semanas depois do conclave — entre os quais Estêvão (752), Damásio II (1048) e Celestino IV (1241) —, mas o reinado mais breve da história foi o de Urbano VII (1590), que durou apenas 12 dias.
João Paulo I foi encontrado morto em seus aposentos 33 dias após a unção. Na véspera, dizem, ele havia confidenciado a seu secretário que "alguém mais forte e que merecia estar em seu lugar sentou-se a sua frente durante o conclave". Esse alguém era o cardeal polonês Karol Wojtyla, que se tornou João Paulo II (mais detalhe no próximo capítulo).