sexta-feira, 27 de maio de 2022

AINDA SOBRE AS MEMÓRIAS DOS PCs E SMARTPHONES

O INFERNO ESTÁ VAZIO. OS DEMÔNIOS QUE NÃO ESTÃO NO CONGRESSO ESTÃO NO EXECUTIVO — EXCETO OS QUE SE ABOLETARAM NA MAIS ALTA CÚPULA DO JUDICIÁRIO.

Continuando de onde paramos no capítulo anterior, falta de memória física se resolve com um upgrade de RAM — que é considerado o upgrade setorizado mais fácil de ser implementado e que produz melhores resultados no desempenho do computador, desde que o gargalo de dados decorra realmente de insuficiência de memória (Windows 11 com 4 GB de RAM, nem pensar). Para além disso, essa evolução precisa ser tecnicamente possível (falo das limitações da placa-mãe e do próprio sistema operacional) e economicamente viável. 

 

No que tange à placa-mãe, cito o exemplo do meu desktop “Frankenstein”, que passa bem, obrigado, embora continue na UTI e sem previsão de alta. Ele dispõe de 64 GB de RAM, mas a placa-mãe limita o acesso a 32 GB — o que é uma pena, pois o Win10 Pro x64 manipula até 512 GB. Por falar nisso, a Microsoft deixou de oferecer edições de 32 bits quando lançou a versão mais recente do Windows (no Win10 Home x32, o limite era de míseros 4 GB).

 

Antes de comprar mais memória para seu PC, verifique se o sistema é 32-bit ou 64-bit. As principais diferenças são o “comprimento da palavra” (sequência de bits de tamanho fixo que o chip é capaz de processar) e o tamanho dos “registradores” (memória temporária usada no processamento das instruções), que definem quanta memória o processador é capaz de endereçar e o sistema operacional, de “enxergar”. O Win10 Home x86 endereça 4 GB e o x64128 GB; assim, instalar mais de 4 GB de RAM num PC cujo sistema seja de 32 bits é gastar boa vela com mau defunto.

 

A redução no preço do SSD (drives baseados em memória flash) deve aposentar em breve os jurássicos discos rígidos eletromecânicos. Mesmo que a RAM seja muito mais rápida, um drive de memória sólida faz toda a diferença (sobretudo com as versão mais recentes do Windows). Guardadas as devidas proporções, isso também se aplica ao armazenamento interno dos ultraportáteis (tanto eMMC quanto UFS, que é o padrão de memória flash mais utilizado em smartphones).

 

Ao escolher um computador, seja de mesa, portátil ou ultraportátil, esquadrinhe as especificações técnicas. Como dito alhures, todo computador é tão rápido quanto seu componente mais lento. Muita gente supervaloriza o HDD/SSD, que chama de "memória" — o que não é errado; errado é confundir alhos com bugalhos (ou a memória primária e a secundária, no caso em tela) e não priorizar uma configuração equilibrada.     

  

O culpado pelo desempenho sofrível do seu computador pode não ser a insuficiência de RAM, mas pouca RAM resulta invariavelmente em baixo desempenho. Para rodar as versões mais recentes do Windows é recomendável dispor de 8 GB de RAM. Os requisitos mínimos estabelecidos pela Microsoft são mais modestos, mas a questão é que a gente não usa apenas o sistema operacional, e os aplicativos — sobretudo os browsers — são vorazes consumidores de memória. 


Mutatis mutandis, o mesmo se aplica aos smartphones, já que, sem aplicativos, os telefoninhos inteligentes não passam de um caríssimos pesos de papel. Mas isso é assunto para o próximo capítulo.