quinta-feira, 14 de março de 2024

A MÁQUINA DO TEMPO DE RON MALLET

O TEMPO É O GRANDE LADRÃO DA MEMÓRIA.


A espada de Dâmocles que pende por um fio sobre o senador Sérgio Moro pode cair no dia 1º de abril. Lula afirmou que só vai sossegar depois que foder o ex-juiz que o condenou, mas disse que a provável cassação de seu algoz é um erro político. Pode parecer um contrassenso, mas não é. Lula vê Moro como um morto-vivo no Congresso, um senador sem qualquer influência, mas receia que sua cadeira seja conquistada extrema-direita bolsonarista. Imagina-se que a ex-primeira-dama Micheque pode seja a "sujeita oculta" do temor presidencial. 


De acordo com o astrofísico Ron Mallet, é possível usar o laser para formar um "feixe de luz circundante" capaz de produzir uma curvatura no espaço-tempo e, através desse "túnel", voltar ao passado ou avançar para o futuro. 


Em entrevista à CNN, o cientista ensinou que gravidade não é uma força, mas uma dobra feita no espaço por objeto massivo, e ecoou Eistein sobre o espaço-tempo poder ser distorcido pela matéria. Mas sua teoria não entusiasmou a comunidade científica, que até admite a possibilidade (teórica) de viajar para futuro, mas não de retornar ao passado. 

 

O desejo de reencontrar o pai, morto quando Mallet tinha 10 anos, despertou seu interesse do físico pela viagem no tempo. Ele construiu "uma respeitável carreira acadêmica" estudando os buracos negros e a teoria da relatividade geral, mas reconhece que sua "máquina do tempo" ainda não foi comprovada na prática, e que existem desafios significativos a serem superados  entre os quais a necessidade de criar fontes de energia extremamente poderosas e materiais capazes de suportar as enormes forças geradas pela rotação do anel laser.


Podemos comparar o passado a um lugar distante para onde gostaríamos de viajar, mas as viagens "de verdade" dependem basicamente de quanto podemos gastar, enquanto uma visita a tempos idos esbarra nas leis da física. Sabe-se que o tempo acelera e desacelera conforme a velocidade com que um objeto se move; a uma velocidade próxima à da luz, o tempo passa mais lentamente para o viajante do que para quem ficou na terra, como ilustra o paradoxo dos gêmeos (que foi comprovado experimentalmente com o uso de relógios atômicos em aviões). 


De acordo com o astrofísico Paul Sutter, voltar ao passado é admissível à luz da teoria da relatividade geral. Em sua concepção, o tempo é a progressão aparente dos eventos do passado para o futuro, numa evolução que parece ser contínua e irreversível. Einstein teorizou que a experiência do fluxo do tempo é relativa (dependendo do observador e da situação), contrariando a ideia do “relógio mestre” de Newton, que mantinha o tempo sincronizado em todo o universo. 


Observação: Na relatividade especial, publicada em 1905 no artigo "A Eletrodinâmica dos Corpos em Movimento", Einstein escreveu que relógios em movimento funcionam lentamente, que quanto mais rápido nos movemos no espaço, mais lentamente progredimos no tempo, e quanto mais próximos da velocidade da luz estivermos, maior será esse efeito (vale destacar que dois relógios atômicos posicionados em alturas diferentes produzem medições diferentes, ainda que a diferença de altura entre eles seja de alguns milímetros).

 

Faltam explicações mais concretas e consensuais para a possibilidade de viajar no tempo. Um vídeo em que se vê uma bola a subir e cair no solo está na ordem correta ou inversa? Não se sabe. A maioria das leis e equações usadas pelos físicos é simétrica no tempo e, portanto, pode ser revertida. Mas aí entra o conceito de entropia — uma espécie de medida da desordem das partículas num sistema físico, que parece respeitar um fluxo de tempo. Curiosamente, basta alguém teorizar sobre viagens no tempo para uma parte da física vir e acabar com a festa. No caso em tela, a estraga-prazeres é 2ª lei da termodinâmica, segundo a qual entropia aumenta sempre num sistema fechado, e essa evolução não pode ser revertida

 
Falhas na teoria de Mallet foram expostas por Ken D. Olum e Allen Everett, do Departamento de Física e Astronomia da Tufts University, mas nem tudo são críticas. No livro "Como construir uma máquina do tempo", o 
escritor britânico de ciência Brian Clegg afirmou que nem todos concordam que o dispositivo planejado pelo astrofísico americano poderia funcionar, mas essa possibilidade é interessante o suficiente para que se promova uma tentativa experimental.

 
Mallet vem tentando conseguir fundos para realizar mais experimentos, mas deixa claro que "não é como no cinema; não vai acontecer depois de duas horas, ao custo do que você paga pelo ingresso". Quando perguntado sobre as implicações éticas de voltar ao passado, ele cita o filme de 1994 "Timecop — O Guardião do Tempo", no qual Jean-Claude Van Damme interpreta um policial que trabalha para uma agência que regulamenta viagens no tempo. W se diz fã do filme “Interestelar”, que lida com ideias sobre como o tempo impacta pessoas no espaço diferentemente de pessoas na Terra e cujo embasamento científico foi alavancado pelo envolvimento do Nobel de física Kip Thorne.

Às vésperas de completar 79 anos, Mallet dificilmente conseguirá voltar fisicamente à Nova York dos anos de 1950, mas, graças à magia do cinema, ainda pode ter um vislumbre do passado onde sonha em encontrar o pai uma última vez.