terça-feira, 23 de dezembro de 2025

CARREGADORES DE CELULAR — DICAS PARA NÃO LEVAR GATO POR LEBRE

A MELHOR MANEIRA DE PREVER O FUTURO É INVENTÁ-LO.

Depois que os dumbphones se tornaram smartphones, o consumo de energia aumentou substancialmente, e a capacidade das baterias passou a ser tão importante quanto a memória RAM e o armazenamento interno. 


Como nem mesmo as baterias de 5.000 ou 6.000 miliampere-hora livram os heavy users de um “pit stop” entre recargas completas, os carregadores rápidos tornaram-se itens de primeira necessidade. O problema é que o preço dos acessórios originais e/ou homologados pelos fabricantes incentiva a proliferação de produtos falsificados, que podem comprometer tanto o desempenho quanto a segurança dos próprios celulares. 


Em situações normais, o carregador e o cabo que acompanham o telefone têm vida útil igual ou superior à do próprio aparelho, mas, quando é preciso substituí-los, a aparência externa dos carregadores revela muito sobre sua autenticidade.


CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA


Em política, todo mal começa com as explicações. Até aqui, o Planalto imaginou que bastaria enaltecer a independência da PF e repetir que o roubo começou no governo Bolsonaro, mas se não melhorar seu enredo sobre o filho Luis Cláudio, Lula fará da corrupção um tema incontornável para 2026.

A PF jogou no ventilador detritos do Legislativo, do Executivo e do Judiciário. Pilhado com R$ 430 mil guardados num saco de lixo no guarda-roupa, o deputado Sóstenes Cavalcante, líder bolsonarista na Câmara, foi pendurado de ponta-cabeça nas manchetes ao lado do colega Carlos Jordy, outro expoente da facção legislativa do bolsonarismo. 

Segundo a PF, suas excelências desviaram verbas federais da cota parlamentar num esquema que envolve a locação de veículos de empresas fantasma — assessores da dupla movimentaram R$ 27 milhões em cinco anos. 

Sóstenes se diz vítima de uma perseguição contra a direita, mas a tese perde o nexo quando ele se agarra a dados recolhidos pela mesma PF para torpedear Lula e, virando-se para o Supremo, se diz "impressionado" com o contrato de R$ 129 milhões firmado pelo Banco Master com a advogada Viviane Barci, mulher de Alexandre de Moraes. 

Uma boa explicação começa com um bom começo e termina com um bom final, ambos o mais perto possível um do outro. O esclarecimento de Sóstenes sobre o dinheiro encontrado em seu guarda-roupa começou mal e terminou muito pior.

Ao expressar em palavras a ausência insubstancial da inanidade de sua versão, o deputado encheu linguiça, e o nada se tornou um vocábulo que ultrapassa tudo. A explicação soou mal no começo porque o parlamentar quis vestir na PF uma carapuça ideológica que destoa dos fatos — na véspera, a mesma PF prendeu o número 2 do Ministério da Previdência de Lula e varejou a casa do líder do governo no Senado.

O esclarecimento terminou pior porque Sóstenes vinculou os R$ 430 mil acoitados em guarda-roupa a uma transação imobiliária que tem a consistência de um pote de gelatina: alegou ter vendido uma propriedade em Minas Gerais e que foi pago com dinheiro lícito, mas não exibiu a escritura, não informou a data da transação e tampouco revelou o nome do comprador.

Num primeiro momento, Sóstenes disse que possuía o tal imóvel desde 2020. Nessa hipótese, teria mentido para a Justiça Eleitoral em 2022, quando declarou que todo o seu patrimônio — R$ 4.926,76 — estava depositado em duas contas bancárias. Num segundo momento, jurou ter comprado o imóvel depois do pleito de 2022, mas faltou situar oportunamente num ponto qualquer do calendário.

Há no mundo gente cansada de trabalho, de ideias e de altruísmo, mas poucos exibem enfado pelo dinheiro como Sóstenes — que, podendo engordar o patrimônio num bom fundo de investimento, optou por uma variante da forma mais primitiva de poupança: em vez do colchão, enfiou seu quase meio milhão de reais num saco de lixo e acondicionou o pacote no armário. “Com a correria do trabalho, não fiz o depósito", lamentou.

Na versão do líder da facção legislativa do bolsonarismo, quem vive de corrupção não guarda dinheiro em casa. Trata-se de uma meia-verdade, e o problema das meias-verdades é que elas exaltam exatamente a metade que não é verdade. 

Os bancos são obrigados a reportar depósitos acima de R$ 50 mil ao Coaf. Havendo indícios de lavagem de dinheiro, a movimentação é classificada como "atípica" e comunicada à Receita, ao Ministério Público e à PF. Quer dizer: quem vive de corrupção tem milhões de razões para fugir do sistema bancário.

Devoto de Bolsonaro, o pastor Sóstenes considera-se vítima da mesma hipotética perseguição que levou o ex-mito à carceragem da PF. "Não basta prender um inocente", declarou, em timbre exaltado. "Eles querem limpar e extirpar a força que a direita e os conservadores têm, tentando nos manchar com a lama deles, que é a da corrupção."

Se o enredo de Sóstenes fosse uma novela de mistério, não seria necessário espiar a última página para identificar o culpado — seu nome estaria estampado na capa: o autor. 

 

Produtos de baixa qualidade ou falsificados costumam apresentar acabamento malfeito, com rebarbas, imperfeições e peso inferior ao dos originais. A qualidade da impressão nas etiquetas também é um bom indicativo, mas os principais sinais de alerta são a ausência do selo da Anatel e o preço muito abaixo do praticado no mercado.

 

Para não levar gato por lebre, cheque a compatibilidade — nem todo carregador rápido é adequado para o seu aparelho, e um modelo incompatível pode danificar a bateria —, e desconfie de carregadores que prometem "carregar 100% em 10 minutos" ou outros prodígios de magia que tais. 

 

Modelos de boa qualidade oferecem proteções contra curto-circuito, sobretensão e sobreaquecimento, sem falar que o cabo é tão importante quanto o adaptador, pois pode causar falhas de carregamento, superaquecimento e até incêndios. Portanto, se o carregador ou o celular esquentarem demais durante o uso, interrompa imediatamente o processo.

 

Compre esses dispositivos em lojas confiáveis, compare o preço com o valor oficial no site do fabricante, fuja de produtos vendidos em embalagens genéricas e, quando possível, verifique o tempo de carregamento do aparelho e a temperatura do carregador após alguns minutos de uso.

 

Boa sorte!