sexta-feira, 24 de maio de 2024

CONSCIÊNCIA E VIDA APÓS A MORTE (PARTE V)

A PALAVRA IMPOSSÍVEL FOI CRIADA POR ALGUÉM QUE DESISTIU.
 
O governador fluminense Cláudio Castro, seu vice, Thiago Pampolha, o presidente da Alerj, Rodrigo Bacelar, e outros 10 réus mostraram que já não há pecados originais no estado em que cinco governadores passaram pelo sistema prisional e perversões manjadas continuam sendo recicladas. Em vez do orçamento secreto, a folha sigilosa; no lugar da rachadinha em conta-gotas, um rachadão milionário de saques de servidores fantasmas na boca do caixa.
Nesse cenário, a alternativa a passar na lâmina os mandatos dessas ilustres figuras seria a desmoralização da Justiça Eleitoral. 
Quando o poder político vira um ramo do crime organizado, eleva-se a responsabilidade do eleitor. O problema é que o discernimento se torna uma qualidade embaçada quando todos os gatunos ficam pardos. 
Quando bichanos gordos são flagrados na tuba, cabe à Justiça agir, sob pena de converter o voto num mero equívoco renovado a cada quatro anos. E a Justiça agiu: por 4 votos a 3, todos foram absolvidos das acusações.

Quando se trata de EQMs, mediunidade, psicografia, lembranças de vidas passadas e premonições, uma experiência empírica vale mais que dez de "segunda mão". Na falta dela, acrescento aos exemplos anteriores o caso de Pam Reynoldsque a equipe médica precisou "matar" para remover um aneurisma na base do cérebro, em 1991, e depois "trazer de volta à vida", porque essa era a única maneira de fazer a cirurgia. 

Esse caso é particularmente emblemático porque a "morte" da cantora americana foi induzida e monitorada de perto pela do início ao fim. A temperatura corporal foi reduzida para 10 °C, os pulmões pararam de funcionar, o coração deixou de bater, o sangue parou de circular e os aparelhos não registravam qualquer atividade cerebral. 

Apesar disso, Pam relatou que viu o próprio corpo e a sala de cirurgia, que seus sentidos estavam mais aguçados, que enxergava tudo com clareza e que ouvia nitidamente as conversas de médicos e enfermeiras (embora seus olhos permaneceram cobertos com fita adesiva e seus ouvidos, tampados com protetores auriculares). 

Pam contou ainda que foi conduzida por uma "força invisível" até um grande ponto de luz e recebida afetuosamente por familiares já mortos — entre os quais um tio muito querido. A experiência foi tão agradável que ela não queria mais ir embora. Para que voltasse a viver — e pudesse contar a história —, foi preciso que o tio "empurrasse" seu espírito de volta ao corpo. 

Todos os integrantes da equipe médica reconheceram a morte clínica da paciente, que também foi comprovada pelos dados coletados durante a cirurgia. As conversas relatadas foram compatíveis com o que realmente foi falado durante a operação, e os instrumentos usados para abrir o crânio da paciente foram descritos pela paciente com minúcia e exatidão. 

Mesmo não havendo como comprovar o encontro com o tio falecido, tudo indica que ela visitou a "terra dos pés juntos", e o fato de sua consciência permanecer ativa enquanto o corpo estava morto é uma evidência (ainda que não uma prova cabal) da existência de vida após a morte.
 
Em 1871, um queda levou o geólogo suíço Albert Heim a uma EQM. Trazido de volta à vida, ele relatou uma grande expansão de sentidos, como se ouvisse e enxergasse muito melhor. Disse que sentiu o tempo "passar mais devagar" e uma "profunda aceitação" da morte iminente. 

O episódio despertou a curiosidade de Heim, que coletou mais de 30 relatos semelhantes de colegas montanhistas e os publicou no estudo Notes on Death from Falls. Todos coincidiam com sua própria experiência, e alguns traziam novos elementos, como ver a vida passar rapidamente diante dos olhos e ouvir músicas tocando no vazio.

Nos anos 2000, um levantamento semelhante, conduzido pelo cardiologista Pim van Lommel, revelou que a maioria dos 344 sobreviventes de perdas cardiorrespiratórias entrevistados teve consciência de que havia morrido, vira o corpo de um ponto externo, túneis ou luzes e se encontrou parentes já falecidos. 

A pergunta que se coloca é: até que ponto uma pessoa que relata uma experiência como essa está "morta" de verdade? 

A resposta fica para o próximo capítulo.