sexta-feira, 14 de março de 2025

DE VOLTA ÀS VIAGENS NO TEMPO — 9ª PARTE

TEORIAS DA CONSPIRAÇÃO SERVEM APENAS PARA FAZER GENTE BURRA PARECER ESPERTA.

 

A despeito de a relatividade especial estabelecer que nada pode acelerar até ou além da velocidade da luz, que é designada pela letra "c" e equivale a aproximadamente 1,08 bilhão de km/h, Einstein não descartou a existência de partículas superluminais (mais detalhes no capítulo anterior). 

Observação: Os táquions ainda são partículas hipotéticas, mas a existência dos buracos negros, aventada em 1783 e prevista em 1915, permaneceu no campo das hipóteses 2017, quando o primeiro exemplar foi fotografado pelo EHT.

Em tese, dobras no espaço-tempo e buracos de minhoca permitem ultrapassar "c" sem violar as leis da física, mas existem desafios significativos, como a necessidade de matéria exótica com propriedades físicas não observadas. Por outro lado, se não nos fornece um mecanismo que permita superar a velocidade da luz, a física moderna tampouco nos proíbe em princípio (para uma explicação mais detalhada, assista a este vídeo). 

CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA

Sob a ótica do Direito, os recursos de Collor — que foi condenado pelo STF a mais de 8 anos de prisão em 2023 e continua solto — compõem o devido processo legal, mas os sucessivos embargos procrastinatórios são a prova de que, conforme o nível de renda, poder e influência, criminosos condenados não vão para a prisão ou a deixam pela porta da frente arrotando inocência.
Faz bem o Supremo em correr para julgar Bolsonaro antes de 2026, mas melhor faria se determinasse a emissão do mandado de prisão contra Collor, sob pena de fornecer pano para aumentar o comprimento do manto de proscrito e perseguido que Bolsonaro veste desde que ficou inelegível. 
A visão das grades deu ao discurso da vitimização um aspecto fúnebre. Bolsonaro diz agora que o sistema não o quer preso, mas morto. Balela. A novela criminal de Collor mostra que as togas não veem com bons olhos poderosos presos, mas tampouco atiram para matar. 
Ainda que consiga condenar Bolsonaro, o Supremo terá de superar a síndrome dos recursos protelatórios — patologia que premia com a impunidade perpétua mesmo os criminosos de última instância. No caso de Collor, a corte adiou, condenou, voltou a adiar e, após ensaiar um recuo, confirmou a sentença em novembro do ano passado. Manuseando um embargo de declaração — que serve apenas para esclarecer eventuais obscuridades da sentença — a defesa guerreava por uma redução da pena. Perdeu. Mas protocolou na semana passada um embargo infringente, apelação admitida quando a decisão não é unânime. 
Ao contrário do que afirmou semanas atrás, Bolsonaro dificilmente morrerá na cadeia se for condenado; é mais provável que morra de velhice antes ver o sol nascer quadrado.

De acordo com a Relatividade Especial, o tempo é uma dimensão intrínseca ao espaço e flui como um rio de corrente variável. Quando estamos em repouso, a corrente nos leva em direção ao futuro; quando nossa velocidade aumenta, ela perde velocidade, ou seja, o tempo passa mais devagar (fenômeno conhecido como dilatação temporal), e para de passar quando alcançamos a velocidade da luz

Viajar no tempo como nos filmes de ficção requer uma velocidade próxima à da luz, e o objeto mais veloz construído até agora — a Parker Solar Probe — alcançou 693.000 km/h (0.064% de 'c'). Voltar no no tempo é ainda mais complicado, pois envolve efeitos relativísticos que impactam o tempo, o espaço e a massa, além de conflitos lógicos como o Paradoxo do AvôAinda assim, talvez seja apenas uma questão de... tempo: quando Julio Verne escreveu Da Terra à Lua, viagens espaciais eram mera ficção científica; 104 anos depois, a Apollo 11 cumpriu a profecia do escritor francês.

Buscando descobrir a razão pela qual ainda não fomos visitados por alguém do futuroSteven Hawking deu uma festa na Universidade de Cambridge em 2009, pendurou banners com as coordenadas e os dizeres "bem-vindos, viajantes no tempo", esperou, esperou, mas ninguém apareceu para tomar champanhe e degustar os canapés. Isso não quer dizer que viajar para o passado é impossível ou que não fomos visitados por alienígenas ou terráqueos vindos do futuro em diversos momentos. 

A História está repleta de mistérios e anacronismos que instigam nossa imaginação. A viagem no tempo pode ser viável, mas estar além da nossa compreensão atual ou ser cuidadosamente controlada para evitar paradoxos catastróficos. Como bem disse Carl Sagan"ausência de evidência não é evidência de ausência". Talvez possamos colher o fruto mais cobiçado da árvore da relatividade bem antes do que imaginamos. 

A verdadeira beleza da ciência não está nas respostas, mas nas novas perguntas que elas suscitam. A metáfora da barreira de Hossenfelder, por exemplo, reformula a visão tradicional da velocidade da luz como limite absoluto e a coloca entre dois regimes distintos de movimento, onde as partículas superluminais habitam um domínio próprio da física e as partículas subluminais habitam o nosso. A simetria entre esses dois regimes indica que a relatividade especial não proíbe explicitamente a existência de objetos superluminais, ainda que impeça a transição entre os dois domínios sem violar a causalidade. 

Já o conceito do cone de luz atua como um "organizador da causalidade": enquanto os objetos subluminais estariam restritos a interações dentro do futuro e do passado causalmente conectados, os superluminais ficariam numa região "desconectada" do espaço-tempo convencional, o que resultaria em interações exóticas ou paradoxos temporais, dependendo da interpretação.

Continua...